sexta-feira, 24 de junho de 2011

FIM DE SEMANA PROLONGADO



Segunda 27 estaremos de volta.

Divirtam-se.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

RABISCOS NO BLOCO



Postado originalmente no REFLEXÕES: Setembro 2009

JOSE ORTEGA Y GASSET (3)

José Ortega y Gasset
Em
A Rebelião das Massas.






“Não há povo que, olhado desde outro, não seja insuportável”.




“No final das contas, o engano vem a ser um humilde parasita da ingenuidade”.




“Dóceis ao prejuízo inveterado de que falando nos entendemos, dizemos e ouvimos com tão boa fé que acabamos muitas vezes por não nos entendermos, muito mais do que se mudos, procurássemos adivinhar-nos”.




“Querer que o direito reja as relações entre seres que previamente não vivem em efetiva sociedade, parece-me-perdoe-se-me a insolência – ter uma idéia muito confusa do que é direito”.




“A massa em rebeldia perdeu toda a capacidade de religião e de conhecimento”.











ORTEGA Y GASSET, Jose. A Rebelião das Massas. Tradução de Herrera filho. Disponível em:
http://www.culturabrasil.pro.br/zip/rebeliaodasmassas.rtf

Sobre Ortega Y Gasset clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ortega_y_Gasset

terça-feira, 21 de junho de 2011

SERGUEI IESSIÊNIN

Poema de Serguei Iessiênin.




Até logo, até logo, companheiro,
Guardo-te no meu peito e te asseguro;
O nosso afastamento passageiro
É sinal de um encontro no futuro.

Adeus, amigo, sem mãos nem palavras.
Não faças um sobrolho pensativo.
Se morrer, nesta vida, não é novo,
Tampouco há novidade em estar vivo.

(1925)


Iessiênin escreveu o poema acima com o próprio sangue ao se suicidar cortando os pulsos e se enforcando em seguida.

Trtadução de Augusto de Campos.
Disponívem em: http://www.lumiarte.com/luardeoutono/russopoetas.html#iessienin


Sobre Iassiênin clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Serguei_Iessienin

segunda-feira, 20 de junho de 2011

PAUL VEYNE (2)

Paul Veyne
Em
Como se escreve a história.






“A história não é uma ciência e não tem muito a esperar das ciências, ela não explica e não tem método, melhor ainda, a História, da qual se tem falado nesses dois últimos séculos, não existe”.




“Mas o que é que individualiza os eventos?
Não é a diferença de detalhes, seu conteúdo, o que são, mas o fato de que acontecem, quer dizer, de que acontecem num dado momento, a história nunca se repetiria, mesmo que vivesse a contar a mesma coisa”.




“Os historiadores estão sempre em presença de mentalidades diferentes da nossa e sabem que a introspecção não é um bom método para escrever a história; nossa compreensão inata do próximo (um bebê sabe desde que nasce o que quer dizer um sorriso, pois responde também com um) encontra bem depressa, seus limites, e uma das primeiras tarefas da iconografia é decifrar o sentido dos gestos e a expressão das emoções numa civilização dada”.




“Não é possível classificar as causas por hierarquia de importância, nem mesmo de uma maneira geral, e considerar que a economia, apesar de tudo, tem efeitos mais poderosos do que os têm os vaguíssimos borborigmos da história das idéias; a importância’ relativa das categorias de causas varia de um acontecimento para outro”.









VEYNE, Paul. Como se escreve a história. Tradução: Alda Baltar, Maria Auxiliadora Kneipp. 4ª. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998. Disponível em: http://www.4shared.com/get/p0zF0h04/Paul_Veyne_-_Como_se_Escreve_a.html

Sobre Paul Veyne clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Marie_Veyne

sábado, 18 de junho de 2011

SONIA DELAUNAY-TERK



Coleção particular



Portrait of Philomene
1907 – óleo sobre tela – 40,64 x 42,55cm
Autora: Sonia Delaunay-Terk

Sobre Sonia Delunay-Terk cllque
http://en.wikipedi.org/wiki/Sonia_Delaunay

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ANTONIO DIAS CARDOSO

Aviso
(Antonio Dias Cardoso)





Não se iludam:
Eu sou um gajo magro
E até baixo
Pouco para desfazer...
Mas cuidado com o verde
A nascer
À superfície de mim
Depois de enterrado.






VASCONCELOS, Adriano Botelho de. (Org.). Todos os sonhos – Antologia da Poesia Moderna Angolana. 2ª. Ed. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 2008. Disponível em: http://www.uea-angola.org/midia/pdf/apoesia.pdf.pdf

Sobre Antonio Dias Cardoso clique
http://en.wikipedia.org/wiki/Antonio_Dias_Cardoso

quinta-feira, 16 de junho de 2011

ESPINOSA (5)

Espinosa
Em
Pensamentos Metafísicos.









“A conciliação da liberdade de nosso arbítrio com a predestinação de Deus ultrapassa a compreensão humana.

No que se refere à liberdade da vontade humana, que dissemos ser livre, também ela se conserva pelo concurso de Deus e nenhum homem quer ou faz a não ser aquilo que Deus decretou pela eternidade que quereria ou faria.

Como isso é possível, mantida a liberdade humana, é coisa que ultrapassa nossa compreensão.

E não devemos rejeitar aquilo que compreendemos clara e distintamente por causa daquilo que ignoramos.

Com efeito, conhecemos claramente, se estivermos atentos à nossa natureza, que somos livres em nossas ações e que deliberamos sobre muitas coisas apenas porque o queremos, se também estivermos atentos à natureza de Deus, percebemos clara e distintamente, como mostramos, que todas as coisas dependem dele e que só existe aquilo que foi decretado por Deus desde a eternidade.
Como a vontade humana é criada a cada momento por Deus de tal modo que se mantenha livre, também o ignoramos; com efeito, há muitas coisas que ultrapassam nossa compreensão e, contudo, sabemos que foram feitas por Deus, como por exemplo a divisão real da matéria em partículas indefinidas que demonstramos com bastante evidência, embora ignoremos de que modo essa divisão se faça.

Note-se que aqui supomos que se tenha observado que as duas noções, a do possível e a do contingente significam apenas defeitos de nosso conhecimento acerca da existência de uma coisa”.








ESPINOSA, Benedictus de. Pensamentos metafísicos. Tradução e notas de Marilena de Souza Chuaí. In. ___________ Pensamentos metafísicos; Tratado da correção do intelecto; Ética; Tratado político; Correspondência. Seleção de textos de Marilena de Souza Chuaí. Traduções de Marilena da Souza Chuaí [et al.] 2ª. Edição. São Paulo:Abril Cultural, 1979.

Sobre Espinosa clique:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bento_de_Espinosa

quarta-feira, 15 de junho de 2011

CAPIBA

MARIA BETHÂNIA
(Capiba)




Maria Bethânia
Tu és para mim,
A Senhora do Engenho

Em sonhos te vejo
Maria Bethânia
És só o que eu tenho,

Quanta tristeza, sinto no peito,
Só em pensar,
Que o meu sonho está desfeito.

Maria Bethânia,
Te lembras ainda daquele São João ?
As minhas palavras,
Caíram bem dentro do teu coração,
Tu me olhavas, com emoção,
E sem querer,
Pus minha mão em tua mão.

Maria Bethânia,
Tu sentes saudades de tudo eu bem sei,
Porém, também sinto,
Saudades do beijo que nunca te dei
Beijo que vive com esplendor,
Nos lábios meus
Para aumentar a minha dor.
.
Maria Bethânia,
Eu nunca pensei acabar tudo assim,
Maria Bethânia,
Por Deus eu te peço,
Tem pena de mim,
Hoje confesso, com dissabor,
Que não sabia, nem conhecia o amor!!!





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http://pt.wikipedia.org/wiki/Capiba

terça-feira, 14 de junho de 2011

ARCHIE COMICS

ARCHIE COMICS






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OMAR KHÁYYAM (5)

OMAR KHÁYYÁM
Em
Rubáyát.





4.

Que o teu saber não humilhe o teu próximo.
Cuidado, não deixes que a ira te domine.
Se esperas a paz, sorri ao destino que te fere,
não firas ninguém.




5.

Busca a felicidade agora, não sabes de amanhã.
Apanha um grande copo cheio de vinho,
senta-te ao luar, e pensa.
Talvez amanhã a lua me procure em vão.













KHÁYYÁM, Omar. Rubáiyát. Versão portuguesa de Alfredo Braga. Disponível em: http://www.alfredo-braga.pro.br/poesia/rubaiyat.html


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http://en.wikipedia.org/wiki/Omar_Khayy%C3%A1m

segunda-feira, 13 de junho de 2011

FREDERICK TURNER (3)

Frederick Jackson Turner
Em
O Espírito Ocidental Contra a Natureza.








“Quanto mais sabemos sobre a história, mais simbólica ela se revela.
Os fatos, feitos e personagens individuais tendem a perder algo de suas individualidades e a se tornar cada vez mais representativos”.




“Quando o Novo Mundo foi podado e controlado de modo a que ninguém tivesse medo de se perder nele; quando mos nativos remanescentes foram desarmados e colocados em currais – só então os europeus ficaram tranquilos com a conquista da terra.
E foi nesse momento de nossa história que começamos a perceber a enormidade espiritual do que ocorrera aqui’.




“O pavor de ser tomado e controlado por espíritos malignos não se limita à civilização cristã.
Na verdade, essa pavor é geral e existe em muitas culturas que vivem em conexão íntima com o mundo natural.
Mas na civilização cristã a possessão tem uma conotação integralmente negativa, enquanto em muitas culturas nativas busca-se ativamente a possessão.
Há, em primeiro lugar, aspectos positivos nesses transes de possessão não-cristãos: o indivíduo se sente tomado por espíritos divinos e portanto age de acordo com eles.
Além disso, há um padrão mais geral e menos espetacular de buscar encontros diretos com o mundo dos espíritos no qual o indivíduo possa sentir de novo um surto primordial de sintonia e viver uma transfiguração momentânea”.




“Apesar de tudo isso, devemos lembrar que distorcemos o mundo mítico primitivo quando focalizamos esses seus aspectos mais tenebrosos, pois isso significa realçar algumas partes, alguns lugares e alguns momentos.
Independentemente dos excessos locais e temporários que podem ser atribuídos com justiça ao mito, o propósito gigantesco e geral do mito arcaico é a celebração da vida.
Depois de dissecar e julgar a loucura e as exigências cruéis do pensamento e comportamento míticos, falta ainda chegar ao coração do mito”.















TURNER, F. J. O Espírito Ocidental Contra a Natureza. Tradução: José Augusto Drummond. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

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http://en.wikipedia.org/wiki/Frederick_Jackson_Turner

sábado, 11 de junho de 2011

B. F. SKINNER

B. F. Skinner
Em
O que está errado com a vida cotidiana no mundo ocidental?







“A evolução de práticas culturais falhou, é semelhante ao que aconteceu no campo da saúde.
A espécie evoluiu num ambiente com certa temperatura e umidade médias, uma certa pureza da água, certos tipos de alimento e predadores, incluindo vírus e bactérias.
As práticas culturais mudaram vastamente isso tudo e, como a seleção natural foi lenta demais para acompanhar o ritmo, somos acometidos por muitas doenças das quais a espécie anteriormente estava livre.
O mundo no qual vivemos é, em grande parte, uma criação das pessoas – principalmente no ocidente, mas, num sentido importante, não é bem feito”.




“Os trabalhadores não trabalham “para ser pagos”, se isso quer dizer que o dinheiro que eles receberão no final da semana afeta seu comportamento durante a semana.
Trabalham para evitar serem demitidos e perderem o dinheiro que, caso contrário, receberiam.
A maior parte do tempo, simplesmente fazem o que lhes foi dito para fazer ou que concordaram em fazer”.




“O fato de que as culturas frequentemente recorrem a controle punitivo pode ser a melhor evidência que temos de que elas têm negligenciado alternativas fortalecedoras.
Uma redução no controle punitivo melhoraria a vida ainda de outra maneira.
Quando as pessoas trabalham somente para evitar perder um emprego, quando estudam somente para evitar reprovação, e tratam bem umas às outras apenas para evitar censura ou punição institucional, as contingências ameaçadoras se generalizam.
Parece sempre que deve haver alguma coisa que seria preciso estar fazendo.
Como resultado, pouquíssimas pessoas conseguem simplesmente não fazer nada.
Elas conseguem relaxar apenas com a ajuda de sedativos ou tranqüilizantes, ou através de praticarem relaxamento de maneira deliberada.
Conseguem dormir apenas com a ajuda de pílulas para dormir, das quais bilhões são vendidas no Ocidente todo ano.
As pessoas ficam intrigadas, e invejam, quando vêem outras não fazendo nada, alegremente, em países menos desenvolvidos”.







SKINNER, B. F. O que está errado com a vida cotidiana no mundo ocidental? Fonte: Skinner, B. F. (1987), What is Wrong with Daily Life in the Western World? in: Skinner, B. F. Upon Further Reflection. Englewood Clifs (New Jersey): Prentice Hall, p.15-31. Traduzido por Renata Cristina Gomes e revisado por Hélio José Guilhardi e Noreen Campbell de Aguirre. Disponível em: http://www.iaac.com.br/textos/skinner/erradovidacotidiana.pdf

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RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Agosto 2009

sexta-feira, 10 de junho de 2011

MACHADO DE ASSIS (3)

O VERME
(Machado de Assis)




Existe uma flor que encerra
Celeste orvalho e perfume.
Plantou-a em fecunda terra
Mão benéfica de um nume.

Um verme asqueroso e feio,
Gerado em lodo mortal,
Busca esta flor virginal
E vai dormir-lhe no seio.

Morde, sangra, rasga e mina,
Suga-lhe a vida e o alento;
A flor o cálix inclina;
As folhas, leva-as o vento.

Depois, nem resta o perfume
Nos ares da solidão...
Esta flor é o coração,
Aquele verme o ciúme.






ASSIS, Machado de. Obra Completa, vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis

quinta-feira, 9 de junho de 2011

CATARINA RODRIGUES

Catarina Rodrigues
Em
Blogs e a fragmentação do espaço público.







“O jornalismo caracteriza-se pelo papel mediador que exerce entre os acontecimentos e o público a quem se dirige.
O que pode ou não ser publicado passa por todo um processo de seleção.
O papel dos tradicionais mediadores de conteúdos – os jornalistas – parece ser colocado em causa quando qualquer cidadão pode publicar e tornar público o que bem entender”.




“A possibilidade de introduzir elementos hipertextuais (estruturados em fragmentos), internos ou externos a um determinado site, é uma das grandes vantagens do mundo online.
Ao falar de um assunto, o responsável pelo site dispõe da possibilidade de o relacionar a outros temas ou até ao próprio arquivo, aumentando assim a informação transmitida sobre um determinado tema”.




“A elevada interatividade e a facilidade com que qualquer pessoa coloca conteúdos na net está a redefinir os papéis dos tradicionais mediadores na produção de conteúdos”.




“Os blogs permitem criar uma verdadeira esfera de visibilidade pública.
Porém, essa situação parece só se concretizar quando alguns já conseguiram uma espécie de feedback nos media tradicionais, mesmo quando alguns já conseguiram uma autonomia, visibilidade e até credibilidade próprias”.




“A vantagem na utilização de blogs no ensino é um dado adquirido.
Trata-se de aproveitar todas as potencialidades que a Internet pode oferecer, porque esta nova ferramenta é fácil de por em prática e facilita a transmissão de informação entre professores e alunos.
Para além disso trata-se de um espaço aberto a todos os interessados e à comunidade em geral”.






RODRIGUES, Catarina. Blogs e a fragmentação do espaço público. Universidade da Beira Interior: Labcom 2006. Disponível em: http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/rodrigues-catarina-blogs-fragmentacao-espaco-publico.pdf

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http://blogciber2.wordpress.com/2010/12/09/catarina-rodrigues-redes-sociais-alteram-jornalismo/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

WALTER BENJAMIM (4)

Walter Benjamin
Em
Destino e Caráter.






“O Direito eleva as leis do destino, a desgraça e a culpa, à categoria de medidas da pessoa humana.

Seria falso supor que no contexto do Direito encontramos apenas a culpa; pelo contrário, podemos mostrar como toda a culpabilização jurídica mais não é do que uma desgraça.

Foi devido à sua confusão com o reino da justiça, de forma equívoca, portanto, que a ordem do Direito – que é apenas um resíduo da fase demoníaca da existência da humanidade e na qual os códigos determinaram não apenas as regras das suas relações, mas também a sua ligação aos deuses – conseguiu manter-separa além da época que inaugurou a vitória sobre os demônios.

Não foi no campo do Direito, mas na tragédia que pela primeira vez a cabeça do gênio emergiu das névoas da culpa, porque é na tragédia que se rompe o destino demoníaco”.




“O destino é o contexto de culpa em que se inserem os vivos, e que corresponde à sua condição natural, aquela aparência ainda não completamente apagada de que o ser humano está tão afastado que nunca conseguiria mergulhar nela, limitando-se a permanecer invisível sob o seu domínio e apenas na sua melhor parte.

Não é, por tanto, afinal o ser humano que tem um destino: o sujeito do destino é indeterminável”.





BENJAMIN, Walter. Destino e caráter (1921). Tradutor: João Barrento. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2011. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/benjamim_walter_destino_e_caracter.pdf

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VLADIMIR TRETCHIKOFF




Alicia Markova “The Dying Swan”
1949 –óleo sobre tela – 92 x 72 cm.
Autor: Vladimir Tretchikoff

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terça-feira, 7 de junho de 2011

TIÃO CARREIRO / CARREIRINHO

PAGODE
(Tião Carreiro / Carreirinho)





Morena bonita do dente aberto
Vai no pagode, o barulho é certo
Não me namore tão descoberto
Que eu sou casado mas não sou certo

Modelos de agora é muito esquisito
Com essas mocinhas mostrando os gambitos
Com as canelas lisas que nem palmito
As moças de hoje eu não facilito

Eu mais minha muié fizemo combinação
Eu vou no pagode, ela não vai, não
Sábado passado eu fui, ela ficou
Sábado que vem ela fica, eu vou

Eu mandei fazer um laço do couro do boi carreiro
pra laçar moça bonita que tem os olhos morteiros
joguei o laço na moça, o laço caiu no chão
deixei o laço pra lá, peguei a moça na mão

Eu tratei meu casamento, vou casar por esses dias
vai ser uma italiana gorda sem saber se ela queria
se a gorda não me quiser, eu caso com a magra mesmo
italiana gorda é só fantasia

Canto modas dos amigos pro meu gasto eu também faço
Na viola eu tenho o desembaraço
É coisa que eu acho feio violeiro querer abater
Não fazer moda mandam eu fazer







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segunda-feira, 6 de junho de 2011

GEORG SIMMEL (3)

Georg Simmel
Em
O Dinheiro na Cultura Moderna.






“Foi o dinheiro que nos ensinou como reunir sem nada perder de específico e próprio da personalidade – uma forma de união que é, hoje em dia, perfeitamente comum para nós, mas que representa uma das mudanças e um dos progressos mais importantes da cultura”.




“Na medida em que o dinheiro possibilita a divisão do trabalho, ele encadeia os homens de maneira irresistível, pois agora cada um trabalha pelo outro.
Somente o trabalho de todos gera a união econômica abrangente que completa os desempenhos unilaterais do indivíduo”.




“O lado qualitativo dos objetos perde a sua importância psicológica por causa da economia monetária.
O cálculo necessariamente contínuo do valor em dinheiro faz com que este apareça, finalmente, como o único valor vigente”.




“O dinheiro é “vulgar” porque é o equivalente para tudo e para todos, somente o individual é nobre; o que corresponde a muitas coisas corresponde ao mais baixo entre elas e reduz, por isso, também o mais alto para o nível do mais baixo”.




“Do mesmo modo que a maioria dos homens modernos precisa ter diante dos olhos, na maior parte da vida, o ganho de dinheiro como motivação mais próxima, forma-se a idéia de que toda felicidade e toda satisfação definitiva na vida são ligadas, intrinsecamente, à posse de uma certa forma de dinheiro”.







SIMMEL, Georg. “O Dinheiro na Cultura Moderna” (tradução de Jessé Souza & Berthold Öelze), em SOUZA, Jessé & ÖELZE, Berthold (org). Simmel e a Modernidade. Brasília: UnB.
Disponível em:
http://www.4shared.com/get/K7CjDNl3/O_Dinheiro_na_Cultura_Moderna_.html



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sábado, 4 de junho de 2011

MANOEL BONFIM

Manoel Bonfim
Em
O Brasil.






“Sentimento que brota da terra através dos corações que dela vivem, o patriotismo é fórmula de solidariedade vivaz, explícita, vigorosa, concreta, porque procede na nitidez e no vigor dos motivos egoístas, para efeitos nitidamente sociais.

Elimina o que não pode englobar, mas traduz-se forçosamente em unificação, e funde disparates, como aproxima longínquos, contanto que as mesmas repetidas necessidades tenham repetido a ação de sua defesa comum”.




“Na paisagem de patriotismo — a terra impregnada do Homem — hábitos, idéias, estímulos, lembranças conduzem-se para um motivo pessoal e superior, que é o vínculo vivo entre gentes definitivamente localizadas, confiantes no chão em que se amparam”.




“Assim como dentro de cada sociedade nacional, existem, por necessidades indeclináveis, os grupos — classes, corporações, círculos, institutos... — também, na humanidade, se particularizam as tradições histórico-políticas, e o viver social se faz, imediatamente, como o viver de agremiações históricas — as nações”.




“Viemos de Portugal vazados numa abundante infusão de sangues, temperados de outras tradições, que, por simples, não eram menos vivazes; viemos dali, mas formamos nova tradição, distinta, diversa, cada vez mais diversa, ramo que se destaca, e mais se afasta quanto mais braceja e se estende para a vida. Independentemente dos motivos políticos, tiranizados, espoliados, diminuídos pela metrópole apodrecida, os brasileiros tinham que acentuar e caracterizar o seu nacionalismo em oposição com o português, porque esta é a lei das diferenciações históricas”





.

BONFIM, Manoel. O Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935. Disponível em: http://www.brasiliana.com.br/obras/o-brasil

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GATO FÉLIX (1928)



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sexta-feira, 3 de junho de 2011

ERNEST RENAN

Ernest Renan
Em
Oração na Acrópole.





“Arrancarei do meu coração toda a fibra que não for razão e arte pura.
Deixarei de gostar das minhas doenças, de me comprazer na minha febre.
Conserva=me nos meus firmes propósitos, ó salutar!
Ajuda-me, tu que salvas!

Quantas dificuldades, de fato prevejo!
Quantos hábitos de espírito terei que mudar!
Quantas gratas recordações arrancarei do meu coração!
Sim, tentarei; mas não estou seguro de mim.
Tarde te conheci, beleza perfeita.
Terei retrocessos, fraquezas.
Uma filosofia, decerto depravada, levou-me a acreditar que o bem e o mal, o prazer e a dor, o belo e o feio, a razão e a loucura se transformam umas nas outras através de cambiantes tão indecifráveis como os do pescoço da pomba.
Nada amar, nada odiarem absoluto, converte-se então em sabedoria.
Se uma sociedade, se uma filosofia, se uma religião tivesse possuído a verdade absoluta, esta sociedade, esta filosofia, esta religião teria vencido todas as outras e seria a única a viver no momento atual.
Enganaram-se todos os que até hoje julgaram ter razão, como agora vemos com clareza.
Poderemos nós, sem louca presunção, acreditar que o futuro não nos há de julgar como nós julgamos o passado?”






RENAN, Ernest. Oração na Acrópole. Tradutor: João Gama. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2011. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/renan_ernst_oracao_na_acropole.pdf


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quinta-feira, 2 de junho de 2011

ERIC WOLF

Eric Wolf
Em
Cultura, ideologia, poder e o futuro da antropologia.





“Uma das coisas que acontecem é que quando trabalho em um caso, certas questões aparecem, e estas devem ser levantadas para os outros materiais.
Eu sempre reviso meu trabalho vezes e vezes seguidas.
Agora estou trabalhando em uma conclusão.
O problema das conclusões é que, de uma certa forma, elas são muito banais.
Isto é, em cada um desses três casos, o problema básico colocado é como você arranja as coisas, ou organiza as pessoas de maneira a maximizar as oportunidades de vida”.




“Já sobre os nazistas, há muitas maneiras de se falar sobre eles, mas trata-se aqui da organização da sociedade para a guerra.
Não necessariamente para fazer a guerra contra outros povos, mas para organizar as pessoas de tal maneira que as atividades sejam realizadas ordenadamente, de uma forma quase militar.
Os participantes treinam seus corpos e mentes para fazerem parte desse processo.
À medida que isso se expande, cria-se esse corpo comunitário puro que deve continuamente extirpar os diferentes, pessoas que não se ajustam”.




“A ideologia delineia a possibilidade imaginária.
Em um determinado nível, imaginar não é loucura...
Na verdade, eu venho tentando contornar esse problema.
Essas são todas criações da imaginação humana.
Alguém pensou e um número de pessoas cooperou na produção desses corpos de idéias.
Mas elas são realmente o que Castoriadis chama l’imaginaire.
Assim, a ideologia tem essa qualidade de l’imaginaire, relacionada com o poder”.




“A ideologia seleciona do plano mais geral da cultura aquilo que lhe é mais adequado, o que pode atuar como marcas, símbolos ou emblemas de relações que se quer destacar”.




“Existe sempre a idéia que sob os diversos elementos da cultura – comida, habitação, vestuário, sistemas de crenças – há alguma forma de espírito interior.
E, claro, esse espírito interior necessita trabalhar através de uma elite que o expresse.
Isto não seria para os camponeses...
Então, existe uma agenda política embutida em tudo isso e que foi desconhecida nos primórdios da antropologia”.




“Mas existe algo na experiência de crescer em uma cultura que cria diferenças, cria hábitos que não são os mesmos do outro lado da fronteira.
E esses pontos de ancoragem se tornam importantes.
A idéia que os nazistas tinham de transformar alguém em um soldado permanente, só poderia vingar em um lugar onde ser um soldado significava prestígio e recompensas, onde as pessoas tinham essas experiências e os velhos conversavam sobre como era ser um soldado vitorioso contra os desajeitados franceses etc.
Dessa forma, o conceito de cultura esconde uma quantidade tremenda de relações interessantes”.






WOLF, Eric R. Cultura, ideologia, poder e o futuro da antropologia. Entrevista realizada por Lins Ribeiro. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/mana/v4n1/2430.pdf


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quarta-feira, 1 de junho de 2011

PAULO LEMINSKI

Paulo Leminski
Em
Caprichos & Relaxo
s.



quando eu tiver setenta anos então
vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência






LEMINSKI, Paulo. Caprichos & Relaxos. 3ª. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. Disponível em:

http://blogdocafil.files.wordpress.com/2009/04/paulo-leminski-caprichos-e-relaxos-pdfrev.pdf



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