sábado, 20 de fevereiro de 2010
OLAVO BILAC (3)
LÍNGUA PORTUGUESA
(Olavo Bilac)
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o tom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
BANDEIRA, Manuel. Antologia dos Poetas Brasileiros. Poesia da Fase Parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.
Sobre Olavo Bilac clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário