Algumas máximas de Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé.
“O que se leva dessa vida é a vida que se leva.”
“De onde menos se espera, daí é que não sai nada.”
"Viva cada dia como se fosse o último, um dia você acerta."
“Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.”
“Calça é coisa que se bota e bota é coisa que se calça.”
“Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.”
Itararé, Barão de. Máximas e Mínimas do Barão de Itararé. Seleção e organização Afonso Félix de Souza. Apresentação de Jorge Amado. 2q. ed. Rio de Janeiro: Record, 1986.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bar%C3%A3o_de_Itarar%C3%A9
segunda-feira, 30 de abril de 2007
domingo, 29 de abril de 2007
LAO TSE (2)
MENTALIZAR O MAL É PERIGOSO
(Lao Tse)
Quando o homem não mentaliza o mal,
O mal não lhe acontece.
Deixa o mal no berço da maldade,
E o mal não desgraça o homem.
Ainda que o sábio conheça o seu valor,
Não exibe valores.
Ainda que conheça a sua dignidade,
Não reclama dignidades.
Ele conhece suas possibilidades,
Por isso não exorbita dos seus limites.
Lao-Tse viveu na China no 6o século a.C. , e a ele se atribui a autoria dos 81 “capítulos breves” que compõem o Tao Te King, uma espécie de síntese da sabedoria milenar chinesa.
LAO-TSE. Tao Te King. Tradução de Humberto Rohde. São Paulo: Fundação Alvorada, s/data. 2a ed.
(Lao Tse)
Quando o homem não mentaliza o mal,
O mal não lhe acontece.
Deixa o mal no berço da maldade,
E o mal não desgraça o homem.
Ainda que o sábio conheça o seu valor,
Não exibe valores.
Ainda que conheça a sua dignidade,
Não reclama dignidades.
Ele conhece suas possibilidades,
Por isso não exorbita dos seus limites.
Lao-Tse viveu na China no 6o século a.C. , e a ele se atribui a autoria dos 81 “capítulos breves” que compõem o Tao Te King, uma espécie de síntese da sabedoria milenar chinesa.
LAO-TSE. Tao Te King. Tradução de Humberto Rohde. São Paulo: Fundação Alvorada, s/data. 2a ed.
sexta-feira, 27 de abril de 2007
FLORBELA ESPANCA
Amar
(Florbela Espanca)
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar.
Publicado por Susana B. no blog:
http://palavrasquemetocam.blogspot.com/
Sobre a autora procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca
(Florbela Espanca)
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar.
Publicado por Susana B. no blog:
http://palavrasquemetocam.blogspot.com/
Sobre a autora procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca
quinta-feira, 26 de abril de 2007
EPICURO
Epicuro
Em
As Teses Fundamentais
16 – A existência do sábio é transformada pelo acaso apenas nas coisas secundárias, pois as importantes, de real significado, foram postas em ordem antecipadamente pelo seu pensar, que continua a mantê-las ordenadas e o continuará no futuro.
EPICURO Pensamentos. Tradução Johannes Mewaldt e outros. São Paulo: Editora Martin Claret, 2005.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epicuro
quarta-feira, 25 de abril de 2007
MANUEL BANDEIRA (2)
MADRIGAL DO PÉ PARA A MÃO
(Manuel Bandeira)
Teu pé... Será início ou o Fim?
É as duas coisas teu pé. Por quê?
Os motivos são tantos!
Resumo-os sem mais tardanças:
Início dos meus encantos,
Fim das minhas esperanças.
BANDEIRA, Manuel Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.
(Manuel Bandeira)
Teu pé... Será início ou o Fim?
É as duas coisas teu pé. Por quê?
Os motivos são tantos!
Resumo-os sem mais tardanças:
Início dos meus encantos,
Fim das minhas esperanças.
BANDEIRA, Manuel Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.
terça-feira, 24 de abril de 2007
NAPOLEÃO
MÁXIMAS DE NAPOLEÃO
Máxima No. 5
“As guerras devem ser conduzidas metodicamente e por isso têm um objetivo preciso. Devem ser realizadas segundo os princípios da arte. As forças empregadas nas operações devem ser proporcionais aos obstáculos que se supõe encontrar.”
Máxima No. 6
“No início de uma campanha, deve-se pesar bem a questão de avançar ou não. Quando, porém, a ofensiva for desencadeada, deve-se levá-la a termo a todo custo. Por mais bem concebidas que tenham sido as manobras em retirada, elas quebram sempre o moral das tropas porque a iniciaiva passa às mãos do adversário. Além disso, a retirada custa mais em homens e material do que o mais sangrento dos combates, e com esta diferença: numa batalha, as perdas de parte do inimigo, via de regra, equivalem às nossas, enquanto na retirada o desgaste maior está de nosso lado.”
Máxima No. 61
“As “falas” antes das batalhas não improvisam bons soldados; os velhos profissionais pouco prestam atenção e os jovens esquecem-se depressa delas, logo que ouvem o primeiro tiro de canhão. Os discursos e uma boa argumentação servem, entretanto, para desmentir boatos, muito comuns em campanha; para manterem o moral da tropa nos estacionamentos e para dar assunto de conversa nas barracas. Uma ordem do dia pode atender a todas essas nescessidades.”
LANZA, Conrad H. Napoleão e a Guerra Moderna. Tradução de Paulo Enéas Ferreira da Silva. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1955.
Máxima No. 5
“As guerras devem ser conduzidas metodicamente e por isso têm um objetivo preciso. Devem ser realizadas segundo os princípios da arte. As forças empregadas nas operações devem ser proporcionais aos obstáculos que se supõe encontrar.”
Máxima No. 6
“No início de uma campanha, deve-se pesar bem a questão de avançar ou não. Quando, porém, a ofensiva for desencadeada, deve-se levá-la a termo a todo custo. Por mais bem concebidas que tenham sido as manobras em retirada, elas quebram sempre o moral das tropas porque a iniciaiva passa às mãos do adversário. Além disso, a retirada custa mais em homens e material do que o mais sangrento dos combates, e com esta diferença: numa batalha, as perdas de parte do inimigo, via de regra, equivalem às nossas, enquanto na retirada o desgaste maior está de nosso lado.”
Máxima No. 61
“As “falas” antes das batalhas não improvisam bons soldados; os velhos profissionais pouco prestam atenção e os jovens esquecem-se depressa delas, logo que ouvem o primeiro tiro de canhão. Os discursos e uma boa argumentação servem, entretanto, para desmentir boatos, muito comuns em campanha; para manterem o moral da tropa nos estacionamentos e para dar assunto de conversa nas barracas. Uma ordem do dia pode atender a todas essas nescessidades.”
LANZA, Conrad H. Napoleão e a Guerra Moderna. Tradução de Paulo Enéas Ferreira da Silva. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1955.
domingo, 22 de abril de 2007
NIETZSCHE (3)
Friedrich Nietzsche
Em
O Viajante e sua sombra.
196 – Viver de modo simples
Um gênero de vida simples é difícil hoje: são necessários muito mais reflexão e espírito inventivo do que têm homens até mesmo muito inteligentes.
O mais honesto dentre eles poderá talvez dizer ainda: “Não tenho como refletir sobre isso por tanto tempo. O gênero de vida simples é, para mim, um objetivo muito nobre, quero aguardar até que homens mais sábios que eu o tenham encontrado”.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O Viajante e sua Sombra. Tradução: Antonio Carlos Braga e Ciro Miranda. São Paulo: Editora Escala, 2007.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
sexta-feira, 20 de abril de 2007
quinta-feira, 19 de abril de 2007
PASCAL (2)
Pensamentos
(Blaise Pascal)
396 – Duas coisas instruem o homem acerca de sua natureza: o instinto e a experiência.
411 – Malgrado a visão de todas as misérias que nos tocam, que nos pegam pela garganta, temos um instinto que não podemos reprimir, que nos eleva.
414 – Os homens são tão necessariamente loucos que seria ser louco (outro tipo de loucura) não ser louco.
420 – Se ele se gaba, rebaixo-o; se ele se rebaixa, gabo-o; contradigo-o sempre até que compreenda que é um monstro incompreensível.
PASCAL, Blaise Pensamentos. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
Sobre Pascal (1623-1662) procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal
(Blaise Pascal)
396 – Duas coisas instruem o homem acerca de sua natureza: o instinto e a experiência.
411 – Malgrado a visão de todas as misérias que nos tocam, que nos pegam pela garganta, temos um instinto que não podemos reprimir, que nos eleva.
414 – Os homens são tão necessariamente loucos que seria ser louco (outro tipo de loucura) não ser louco.
420 – Se ele se gaba, rebaixo-o; se ele se rebaixa, gabo-o; contradigo-o sempre até que compreenda que é um monstro incompreensível.
PASCAL, Blaise Pensamentos. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
Sobre Pascal (1623-1662) procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal
quarta-feira, 18 de abril de 2007
terça-feira, 17 de abril de 2007
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
NECROLÓGIO DOS DESILUDIDOS DO AMOR
(Carlos Drummond de Andrade)
Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito .
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.
Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.
Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
E um estômago cheio de poesia...
Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).
Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perdendo o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.
ANDRADE, Carlos Drummond Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Record, 1993.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito .
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.
Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.
Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
E um estômago cheio de poesia...
Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).
Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perdendo o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.
ANDRADE, Carlos Drummond Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Record, 1993.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
ERASMO DE ROTERDAM
Elogio da Loucura
(Erasmo de Roterdam)
“Portanto, assim como não há nada mais inepto do que abordar graves argumentos puerilmente, assim também é bastante agradável e plausível tratar de igual forma as pilhérias, que não têm aqui outro objetivo senão pilheriar.
Quanto a mim, deixo que os outros julguem esta minha tagarelice; mas, se o meu amor próprio não deixar que eu o perceba, contentar-me-ia de ter elogiado a Loucura sem estar inteiramente louco.
Quanto à imputação de sarcasmo, não deixarei de dizer que há muito tempo existe a liberdade de estilo com a qual se zomba da maneira por que vive e conversa o homem, desde que não se caia no cinismo e no veneno.
Assim, pergunto se se deve estimar o que magoa, ou antes o que ensina e instrui, censurando a vida e os costumes humanos, sem pessoalmente ferir ninguém.”
Erasmo de Roterdam Elogio da Loucura.Tradução de Paulo M. de Oliveira. São Paulo: Atena Editora, 1955.
Sobre o autor procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Erasmo_de_Roterd%C3%A3o
(Erasmo de Roterdam)
“Portanto, assim como não há nada mais inepto do que abordar graves argumentos puerilmente, assim também é bastante agradável e plausível tratar de igual forma as pilhérias, que não têm aqui outro objetivo senão pilheriar.
Quanto a mim, deixo que os outros julguem esta minha tagarelice; mas, se o meu amor próprio não deixar que eu o perceba, contentar-me-ia de ter elogiado a Loucura sem estar inteiramente louco.
Quanto à imputação de sarcasmo, não deixarei de dizer que há muito tempo existe a liberdade de estilo com a qual se zomba da maneira por que vive e conversa o homem, desde que não se caia no cinismo e no veneno.
Assim, pergunto se se deve estimar o que magoa, ou antes o que ensina e instrui, censurando a vida e os costumes humanos, sem pessoalmente ferir ninguém.”
Erasmo de Roterdam Elogio da Loucura.Tradução de Paulo M. de Oliveira. São Paulo: Atena Editora, 1955.
Sobre o autor procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Erasmo_de_Roterd%C3%A3o
FERNANDO PESSOA (2)
AUTOPSICOGRAFIA
(Fernando Pessoa)
O POETA é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Nâo as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
PESSOA, Fernando. Poemas Escolhidos. Seleção e organização: Frederico Barbosa. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997.
(Fernando Pessoa)
O POETA é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Nâo as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
PESSOA, Fernando. Poemas Escolhidos. Seleção e organização: Frederico Barbosa. São Paulo: O Estado de São Paulo/Klick Editora, 1997.
sexta-feira, 13 de abril de 2007
PASCAL
Pensamentos
(Blaise Pascal)
336 – Razão dos efeitos – É preciso ter um pensamento oculto e tudo julgar por ele, falando entretanto como o povo.
351 – Esses grandes esforços de espírito, que a alma às vezes atinge, são coisas em que ela não permanece. Atinge-os somente, não como se atinge um trono, para sempre, mas por um instante apenas.
372 – Ao escrever o meu pensamento, ele às vezes me escapa; mas isso me faz lembrar da minha fraqueza, que a todo instante esqueço; isso me instrui tanto quanto o meu pensamento esquecido, pois minha tendência consiste apenas em conhecer o meu nada.
PASCAL, Blaise Pensamentos. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
Sobre Pascal (1623-1662) procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal
(Blaise Pascal)
336 – Razão dos efeitos – É preciso ter um pensamento oculto e tudo julgar por ele, falando entretanto como o povo.
351 – Esses grandes esforços de espírito, que a alma às vezes atinge, são coisas em que ela não permanece. Atinge-os somente, não como se atinge um trono, para sempre, mas por um instante apenas.
372 – Ao escrever o meu pensamento, ele às vezes me escapa; mas isso me faz lembrar da minha fraqueza, que a todo instante esqueço; isso me instrui tanto quanto o meu pensamento esquecido, pois minha tendência consiste apenas em conhecer o meu nada.
PASCAL, Blaise Pensamentos. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
Sobre Pascal (1623-1662) procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal
quarta-feira, 11 de abril de 2007
NIETZSCHE (2)
Friedrich Nietzsche
Em
O Viajante e sua sombra.
1 – Da árvore da ciência
Verossimilhança, mas não verdade; aparência de liberdade, mas não liberdade: por causa desses dois frutos a árvore da ciência não corre risco de ser confundida com a árvore da vida”.
2 – A razão do mundo
Que o mundo não é o substrato de uma razão eterna, pode-se prova-lo definitivamente pelo fato de que essa porção do mundo que conhecemos – quero dizer nossa razão humana – não é muito racional.
E se ela não for, em todo tempo e completamente, sábia e racional, o resto do mundo não o será tampouco; o raciocínio a minori ad mojus, a parte ad totum (do menor para o maior, da parte para o todo) é aqui aplicável e com força decisiva”.
3 – “No início era”
“Exaltar as origens é o impulso extra metafísico que se esclarece na concepção da história e leva a pensar de modo absoluto que no início de todas as coisas se encontra o que há de mais precioso e de mais essencial”.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O Viajante e sua Sombra. Tradução: Antonio Carlos Braga e Ciro Miranda. São Paulo: Editora Escala, 2007.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
Em
O Viajante e sua sombra.
1 – Da árvore da ciência
Verossimilhança, mas não verdade; aparência de liberdade, mas não liberdade: por causa desses dois frutos a árvore da ciência não corre risco de ser confundida com a árvore da vida”.
2 – A razão do mundo
Que o mundo não é o substrato de uma razão eterna, pode-se prova-lo definitivamente pelo fato de que essa porção do mundo que conhecemos – quero dizer nossa razão humana – não é muito racional.
E se ela não for, em todo tempo e completamente, sábia e racional, o resto do mundo não o será tampouco; o raciocínio a minori ad mojus, a parte ad totum (do menor para o maior, da parte para o todo) é aqui aplicável e com força decisiva”.
3 – “No início era”
“Exaltar as origens é o impulso extra metafísico que se esclarece na concepção da história e leva a pensar de modo absoluto que no início de todas as coisas se encontra o que há de mais precioso e de mais essencial”.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O Viajante e sua Sombra. Tradução: Antonio Carlos Braga e Ciro Miranda. São Paulo: Editora Escala, 2007.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
terça-feira, 10 de abril de 2007
LAO TSE
SABEDORIA PELO DESAPEGO
(Lao Tse)
Palavras verdadeiras não são lisonjeiras.
Palavras lisonjeiras não são verdadeiras.
O homem de bem não fala muito.
Quem fala muito não é homem de bem.
Homens sábios não são eruditos,
Homens eruditos não são sábios.
Quem trilha o caminho da perfeição,
Não acumula tesouros.
Riqueza é para o sábio
O que ele faz pelos outros.
Quanto mais ele dá aos outros,
Tanto mais rico se torna.
Assim como do Tao brota a vida,
Assim age o sábio
Sem ferir ninguém.
Lao-Tse viveu na China no 6o século a.C. , e a ele se atribui a autoria dos 81 “capítulos breves” que compõem o Tao Te King, uma espécie de síntese da sabedoria milenar chinesa.
LAO-TSE. Tao Te King. Tradução de Humberto Rohde. São Paulo: Fundação Alvorada, s/data. 2a ed.
(Lao Tse)
Palavras verdadeiras não são lisonjeiras.
Palavras lisonjeiras não são verdadeiras.
O homem de bem não fala muito.
Quem fala muito não é homem de bem.
Homens sábios não são eruditos,
Homens eruditos não são sábios.
Quem trilha o caminho da perfeição,
Não acumula tesouros.
Riqueza é para o sábio
O que ele faz pelos outros.
Quanto mais ele dá aos outros,
Tanto mais rico se torna.
Assim como do Tao brota a vida,
Assim age o sábio
Sem ferir ninguém.
Lao-Tse viveu na China no 6o século a.C. , e a ele se atribui a autoria dos 81 “capítulos breves” que compõem o Tao Te King, uma espécie de síntese da sabedoria milenar chinesa.
LAO-TSE. Tao Te King. Tradução de Humberto Rohde. São Paulo: Fundação Alvorada, s/data. 2a ed.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
NIETZSCHE
NIETZSCHE
em
ASSIM FALOU ZARATUSTRA
“Das Antigas e das Novas Tábuas”
– XXVI
“Ó! Meus irmãos! Em quem se encontra o maior perigo do futuro humano?
Não é nos bons e nos justos? Nos que dizem e sentem no seu coração: “Nós sabemos já o que é bom e justo, e possuímo-lo, desgraçados dos que ainda querem procurar aqui!”
E por muito mal que os maus possam fazer, o que fazem os bons é o mais nocivo de tudo!
E por muito mal que os caluniadores do mundo possam fazer, o que fazem os bons é o mais nocivo de tudo!
Meus irmãos, alguém olhou uma vez o coração dos bons e dos justos e disse:
“São os fariseus”. Ninguém, porém, o entendeu.
Os bons e os justos mesmos não o deviam compreender: o espírito deles é um prisioneiro da sua consciência.
A verdade, porém, é esta: é forçoso aos bons serem fariseus, não têm escolha!
É forçoso aos bons crucificarem o que inventa a sua própria virtude!
É esta a verdade!
Outro que descobriu o seu país – o país, o coração, e o terreno dos bons e dos justos – foi aquele que perguntou: “A quem odeiam mais?”
O criador é quem eles mais odeiam: aquele que quebrar tábuas e estranhos valores, ao destruidor, a esse é que chamam criminoso.
Os bons não podem criar: são sempre o princípio do fim.
Crucificam aquele que escreve novos valores em tábuas novas; sacrificam para si o futuro; crucificam o futuro inteiro dos homens!
Os bons são sempre o princípio do fim.”
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. Tradução Pietro Nassetti. São Paulo: Ed. Martin Claret, 1999.
Sobre o autor procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
em
ASSIM FALOU ZARATUSTRA
“Das Antigas e das Novas Tábuas”
– XXVI
“Ó! Meus irmãos! Em quem se encontra o maior perigo do futuro humano?
Não é nos bons e nos justos? Nos que dizem e sentem no seu coração: “Nós sabemos já o que é bom e justo, e possuímo-lo, desgraçados dos que ainda querem procurar aqui!”
E por muito mal que os maus possam fazer, o que fazem os bons é o mais nocivo de tudo!
E por muito mal que os caluniadores do mundo possam fazer, o que fazem os bons é o mais nocivo de tudo!
Meus irmãos, alguém olhou uma vez o coração dos bons e dos justos e disse:
“São os fariseus”. Ninguém, porém, o entendeu.
Os bons e os justos mesmos não o deviam compreender: o espírito deles é um prisioneiro da sua consciência.
A verdade, porém, é esta: é forçoso aos bons serem fariseus, não têm escolha!
É forçoso aos bons crucificarem o que inventa a sua própria virtude!
É esta a verdade!
Outro que descobriu o seu país – o país, o coração, e o terreno dos bons e dos justos – foi aquele que perguntou: “A quem odeiam mais?”
O criador é quem eles mais odeiam: aquele que quebrar tábuas e estranhos valores, ao destruidor, a esse é que chamam criminoso.
Os bons não podem criar: são sempre o princípio do fim.
Crucificam aquele que escreve novos valores em tábuas novas; sacrificam para si o futuro; crucificam o futuro inteiro dos homens!
Os bons são sempre o princípio do fim.”
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. Tradução Pietro Nassetti. São Paulo: Ed. Martin Claret, 1999.
Sobre o autor procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
sábado, 7 de abril de 2007
OVÍDIO
Ovídio
Em
A Arte de Amar
“Tua eloqüência não tem necessidade de nossas lições: segue o teu desejo e as palavras te chegarão espontaneamente.”
“Lança mão de todos os recursos para a conquista. Não terás muito trabalho para seres acreditado: qualquer uma se julga digna de ser amada; por mais feia que seja, não há uma que não aprecie a própria beleza.”
“Muitas vezes, porém, o simulador começa realmente a amar; muitas vezes ele acaba sendo o que fingia ser no começo. Assim, jovens mulheres, sede indulgentes mesmo ao que é fingido! Acaba-se tornando verdadeiro o amor que se mentira.”
“Não prometas com timidez: as promessas é que prendem as mulheres; invoca o testemunho de todos os deuses que quiseres.”
“Ainda sem retribuição, furta-lhe os beijos. Talvez a princípio ela resista e te chame de atrevido, mas, resistindo, ela desejará ser vencida.”
“Quem colhe um beijo e não colhe o resto merece perder até os favores concedidos.”
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ovidio
OVÍDIO A Arte de Amar. Tradução de David Jardim Júnior. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.
Em
A Arte de Amar
“Tua eloqüência não tem necessidade de nossas lições: segue o teu desejo e as palavras te chegarão espontaneamente.”
“Lança mão de todos os recursos para a conquista. Não terás muito trabalho para seres acreditado: qualquer uma se julga digna de ser amada; por mais feia que seja, não há uma que não aprecie a própria beleza.”
“Muitas vezes, porém, o simulador começa realmente a amar; muitas vezes ele acaba sendo o que fingia ser no começo. Assim, jovens mulheres, sede indulgentes mesmo ao que é fingido! Acaba-se tornando verdadeiro o amor que se mentira.”
“Não prometas com timidez: as promessas é que prendem as mulheres; invoca o testemunho de todos os deuses que quiseres.”
“Ainda sem retribuição, furta-lhe os beijos. Talvez a princípio ela resista e te chame de atrevido, mas, resistindo, ela desejará ser vencida.”
“Quem colhe um beijo e não colhe o resto merece perder até os favores concedidos.”
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ovidio
OVÍDIO A Arte de Amar. Tradução de David Jardim Júnior. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.
quinta-feira, 5 de abril de 2007
PABLO NERUDA
Soneto XLVIII
(Pablo Neruda)
DOIS AMANTES ditosos fazem um só pão,
uma só gota de lua na erva,
deixam andando duas sombras que se reúnem,
deixam um só sol vazio numa cama.
De todas as verdades escolheram o dia:
não se ataram com fios senão com um aroma,
e não despedaçaram a paz nem as palavras.
A ventura é uma torre transparente.
O ar, o vinho vão com os dois amantes,
a noite lhes oferta suas ditosas pétalas,
têm direito a todos os cravos.
Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem,
têm da natureza a eternidade.
NERUDA, Pablo. Cem Sonetos de Amor. Tradução de Carlos Nejar. Porto Alegre: L&PM, 1987.
(Pablo Neruda)
DOIS AMANTES ditosos fazem um só pão,
uma só gota de lua na erva,
deixam andando duas sombras que se reúnem,
deixam um só sol vazio numa cama.
De todas as verdades escolheram o dia:
não se ataram com fios senão com um aroma,
e não despedaçaram a paz nem as palavras.
A ventura é uma torre transparente.
O ar, o vinho vão com os dois amantes,
a noite lhes oferta suas ditosas pétalas,
têm direito a todos os cravos.
Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem,
têm da natureza a eternidade.
NERUDA, Pablo. Cem Sonetos de Amor. Tradução de Carlos Nejar. Porto Alegre: L&PM, 1987.
quarta-feira, 4 de abril de 2007
FERNANDO PESSOA
Trecho de “Barão de Teive – A educação do estóico”
“Ponho fim a uma vida que me parecia poder conter todas as grandezas, e não vi conter senão a incapacidade de as querer.
Se tive certezas, lembro-me sempre que todos os loucos as tiveram maiores.
O escrúpulo da precisão, a intensidade do esforço de ser perfeito – longe de serem estímulos para agir, são faculdades íntimas para o abandono.
Mais vale sonhar que ser.
É tão fácil ver tudo conseguido no sonho!
Mil idéias juntas, cada uma um poema, que cresciam inúteis.
De todas nem me podia lembrar quando as tinha, quanto mais quando as já perdera.
As pequenas emoções ficaram.
Uma brisa num trecho calmo do campo parece que me turva a alma.
Uma rajada longínqua da música da filarmônica da aldeia evoca-me sonoridades para além dos efeitos de todas as sinfonias.”
PESSOA, Fernando Barão de Teive – A educação do estóico. São Paulo: Editora Girafa, 2006.
“Ponho fim a uma vida que me parecia poder conter todas as grandezas, e não vi conter senão a incapacidade de as querer.
Se tive certezas, lembro-me sempre que todos os loucos as tiveram maiores.
O escrúpulo da precisão, a intensidade do esforço de ser perfeito – longe de serem estímulos para agir, são faculdades íntimas para o abandono.
Mais vale sonhar que ser.
É tão fácil ver tudo conseguido no sonho!
Mil idéias juntas, cada uma um poema, que cresciam inúteis.
De todas nem me podia lembrar quando as tinha, quanto mais quando as já perdera.
As pequenas emoções ficaram.
Uma brisa num trecho calmo do campo parece que me turva a alma.
Uma rajada longínqua da música da filarmônica da aldeia evoca-me sonoridades para além dos efeitos de todas as sinfonias.”
PESSOA, Fernando Barão de Teive – A educação do estóico. São Paulo: Editora Girafa, 2006.
segunda-feira, 2 de abril de 2007
OSCAR WILDE
OSCAR WILDE
Em O RETRATO DE DORIAN GRAY
”- Eu nunca aprovo nem desaprovo coisa alguma. Seria assumir uma atitude absurda para com a vida. Não fomos mandados ao mundo para apregoar os nossos preconceitos morais. Não faço nunca o menor caso do que diz o vulgo em geral, nem intervenho jamais no que fazem as pessoas encantadoras. Se uma pessoa me fascina, seja qual for a maneira de expressão que essa pessoa escolha, será sempre absolutamente encantadora para mim.”
“A verdadeira desilusão do casamento é fazer dos que o contraem um altruísta. E os altruístas são incolores. Carecem de personalidade. No entanto, há certos temperamentos que o casamento torna mais complexos. Conservam seu egoísmo e até o aumentam. Vêem-se obrigados a ter mais de uma vida. Chegam a conseguir um alto nível de organização, e conseguir alto nível de organização é, na minha opinião, a finalidade da vida do homem. Além disso, qualquer experiência possui seu valor e, apesar de tudo quanto se diz contra o casamento, ele não é uma experiência desprezível. “
(Trechos do Capítulo VI)
WILDE, Oscar O Retrato de Dorian Gray. In.__________ Obra Completa. Tradução de Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, Ltda., 1961.
Em O RETRATO DE DORIAN GRAY
”- Eu nunca aprovo nem desaprovo coisa alguma. Seria assumir uma atitude absurda para com a vida. Não fomos mandados ao mundo para apregoar os nossos preconceitos morais. Não faço nunca o menor caso do que diz o vulgo em geral, nem intervenho jamais no que fazem as pessoas encantadoras. Se uma pessoa me fascina, seja qual for a maneira de expressão que essa pessoa escolha, será sempre absolutamente encantadora para mim.”
“A verdadeira desilusão do casamento é fazer dos que o contraem um altruísta. E os altruístas são incolores. Carecem de personalidade. No entanto, há certos temperamentos que o casamento torna mais complexos. Conservam seu egoísmo e até o aumentam. Vêem-se obrigados a ter mais de uma vida. Chegam a conseguir um alto nível de organização, e conseguir alto nível de organização é, na minha opinião, a finalidade da vida do homem. Além disso, qualquer experiência possui seu valor e, apesar de tudo quanto se diz contra o casamento, ele não é uma experiência desprezível. “
(Trechos do Capítulo VI)
WILDE, Oscar O Retrato de Dorian Gray. In.__________ Obra Completa. Tradução de Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, Ltda., 1961.
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