sexta-feira, 30 de abril de 2010

JOHAN HUIZINGA



Johan Huizinga
Em
O Declínio da Idade Média.




“A História sempre tratou mais dos problemas de origem do que dos de declínio e queda.
Ao estudarmos qualquer período estamos sempre à procura da promessa daquilo que o seguinte trará”.




“O desejo de descobrir causas econômicas é, em certa medida, uma insensatez da nossa parte e leva-nos frequentemente a esquecer a explicação muito mais simples dos fatos psicológicos”.




“Nos fins da Idade Média, pesava na alma do povo uma tenebrosa melancolia.
Quer se leia uma crônica, um poema, um sermão ou até um documento legal, a mesma impressão de tristeza nos é transmitida por todos eles.
Dir-se-ia que todo este período foi particularmente infeliz, como se tivesse deixado apenas memórias de violências, de cobiça, de ódio mortal e não tivesse conhecido outras satisfações que não fossem as da intemperança, do orgulho e da crueldade.

A verdade é que nos documentos de todas as épocas o infortúnio deixa mais vestígios do que a felicidade.
Os grandes males constituem os fundamentos da História”.







HUIZINGA, Johan. O Declínio da Idade Média. Tradução de Augusto Abelaira. Disponível (Prefácio e Capítulo 1):
http://docs.google.com/fileview?id=0B5AHzCw0T94JZjQ3NDNkMzYtZjgzZC00MWMwLWFmYmQtMDQ0NGE3NmJmNWQ1&hl=en

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

FRIEDRICH HAYEK



Friedrich Hayek
Em
O Caminho da Servidão.





“Quão diferentes as coisas nos pareceriam, quão importantes e até mesmo alarmantes se nos afigurariam mudanças que agora mal notamos.

Talvez seja uma felicidade para o homem o fato de que ele jamais poderá ter semelhante experiência e de que ignora quaisquer leis a que a história deva obedecer”.




“Quando o curso da civilização toma um rumo inesperado quando, ao invés do progresso contínuo que nos habituamos a esperar, vemo-nos ameaçados por males que associamos à barbárie do passado – naturalmente atribuímos a culpa a tudo, exceto a nós mesmos”.




“O líder nazista que definiu a revolução nacional-socialista como uma contra-Renascença estava mais próximo da verdade do que provavelmente imaginava.

Ela representou a etapa final da destruição da civilização construída pelo homem moderno a partir da Renascença e que era, acima de tudo, uma civilização individualista”.




“Desde o homem primitivo, restringido por um complicado ritual que abrangia quase todas as suas atividades cotidianas, limitado por inúmeros tabus, e que mal podia conceber uma conduta diferente da dos seus companheiros, a moral vem apresentando uma tendência a tornar-se cada vez mais uma simples linha divisória a circunscrever a esfera em que o individuo pode agir livremente.

A adoção de um código comum de ética que seja abrangente a ponto de determinar um plano econômico unitário importaria numa total inversão dessa tendência”.











HAYEK, F. O caminho da servidão. Tradução e revisão: Anna Maria Capovilla, José Ítalo Stelle e Liane de Morais Ribeiro. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990. Disponível em:
http://www.ordemlivre.org/files/hayek-ocaminhodaservidao.pdf

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

AUGUSTO DOS ANJOS (4)



O MORCEGO
(Augusto dos Anjos)




Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

“Vou mandar levantar outra parede...”
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é esse morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!







ANJOS, Augusto dos. Eu. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn00054a.pdf

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RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Julho 2008

terça-feira, 27 de abril de 2010

HERMANN HESSE (2)



Hermann Hesse
Em
O Lobo da Estepe.






“Então, desesperado, tenho de escapar a outras regiões, se possível a caminho do prazer, se não, a caminho da dor.

Quando não encontro nem um nem outro e respiro a morna mediocridade dos dias chamados bons, sinto-me tão dolorido e miserável em minha alma infantil, que atiro a enferrujada lira do agradecimento à cara satisfeita do sonolento deus, preferindo sentir em mim uma verdadeira dor infernal do que essa saudável temperatura de um quarto aquecido.

Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, um ardor pela vida desregrada, baixa, normal e estéril, bem como um desejo louco de destruir algo, seja um armazém ou uma catedral, ou a mim mesmo, de cometer loucuras temerárias, de arrancar a cabeleira a alguns ídolos venerados, de entregar a um casal de estudantes rebeldes os ansiados bilhetes de passagem para Hamburgo, de violar uma jovem ou de torcer o pescoço a algum defensor da ordem e da lei”.




“Com nosso Lobo da Estepe sucedia que, em sua consciência, vivia ora como lobo, ora como homem, como acontece aliás com todos os seres mistos.

Ocorre, entretanto, que quando vivia como lobo, o homem nele permanecia como espectador, sempre à espera de interferir e condenar, e quando vivia como homem, o lobo procedia de maneira semelhante”.




“Muita gente existe que se assemelha a Harry; especialmente muitos artistas pertencem a essa classe de homens.

Todas essas pessoas têm duas almas, dois seres em seu interior; há neles uma parte divina e uma satânica, tão contrapostas e hostis como eram o lobo e o homem dentro de Harry.

E esses homens, para os quais a vida não oferece repouso, experimentam às vezes, em seus raros momentos de felicidade, tanta força e tão indizível beleza, a espuma do instante de ventura emerge às vezes tão alta e deslumbradora sobre o mar da dor, que sua luz, espargindo radiância, vai atingir a outros com o seu encantamento”.







HESSE, Hermann. O Lobo da Estepe. Tradução de Ivo Barroso. Disponível em:
http://temqueler.files.wordpress.com/2009/12/hermann-hesse-o-lobo-da-estepe.pdf


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segunda-feira, 26 de abril de 2010

JOHANN GOTTLIEB FICHTE (2)



Johann Gottlieb Fichte
Em
O Princípio da doutrina-da-ciência.





“Ao teres consciência de um objeto qualquer – seja, por exemplo, a parede que tens diante de ti – tens propriamente consciência, como acabas de admitir, de teu pensar dessa parede, e só na medida que tens consciência dele tens consciência da parede.

Mas, para teres consciência de teu pensar, tens de ter consciência de ti mesmo – Tu tens consciência de ti mesmo, dizes; logo, distingues necessariamente teu eu pensante do eu pensado no pensamento do eu.

Mas, para que possa fazê-lo, o pensante nesse pensar tem de ser por sua vez objeto de um pensar superior, para poder ser objeto da consciência; com isso, obténs, ao mesmo tempo, um novo sujeito, que deve novamente ter consciência daquilo que antes era o estar-consciente-de-si.

E aqui argumento mais uma vez como antes; e depois de termos principiado a inferir segundo essa lei, não podes mais indicar-me nenhum lugar onde devêssemos deter-nos; logo, para cada consciência, precisamos de uma nova consciência, cujo objeto é a primeira, e assim ao infinito, logo, jamais poderemos chegar a admitir uma consciência efetiva.

- Só tens consciência de ti mesmo, como aquele do qual há consciência; mas, nesse caso, aquele que tem consciência se torna novamente, aquele do qual há consciência, e tens, novamente, de tomar consciência daquele que tem consciência deste, e assim ao infinito; e, assim podes ver como chegarias a uma primeira consciência.


Em suma: por essa via, a consciência absolutamente não se deixa explicar”.










FICHTE, J. G. O Princípio da doutrina-da-ciência. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. Disponível em: http://www.consciencia.org/Fichte.shtml

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sábado, 24 de abril de 2010

LUÍZ VAZ DE CAMÕES (8)

Redondilha
(Luís Vaz de Camões)



MOTE

Guardai-me esses olhos belos.


GLOSA

De laços de ouro tão belos
pretende Amor fazer molhos
por prender quem ousa vê-los:
e pois ele quer cabelos,
para mim só quero os olhos.
Pois ele é vosso cativo
por alcançá-los e tê-los,
Guardai para ele os cabelos;
para mim, que de olhos vivo,
guardai-me esses olhos belos.


OUTRA

Dois extremos tendes, mana,
em vosso gesto divino,
qualquer deles peregrino:
olhos de luz soberana,
cabelos de ouro mais fino.
Quem cabelos para si
pretender, deixai-lhe havê-los;
mas se eu não quero cabelos
e olhos quero para mim,
guardai-me esses olhos belos.





Disponível em:
http://www.revista.agulha.nom.br/camoes.html

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ALBERT CAMUS (4)



Albert Camus
Em
A Peste.






“Uma forma comoda de travar conhecimento com uma cidade é procurar saber como se trabalha, como se ama e como se morre”.




“Pergunta: Como fazer para não se perder tempo?

Resposta: Senti-lo em toda a sua extensão.

Meios: Passar os dias na sala de espera de um dentista, numa cadeira desconfortável, viver as tardes de domingo na varanda, ouvir conferências numa língua que não se compreende; escolher os itinerários de trem mais longos e menos comodos e viajar de pé, naturalmente; fazer fila nas bilheterias dos espetáculos e não ocupar o seu lugar, etc.”.




“Quando estoura uma guerra, as pessoas dizem: “Não vai durar muito, seria idiota”.
E sem dúvida uma guerra é uma tolice, o que não a impede de durar.
A tolice insiste sempre, e compreendê-la-íamos se não pensássemos sempre em nós.
Nossos concidadãos, a esse respeito, eram como todo mundo: pensavam em si próprios.
Em outras palavras, eram humanistas, não acreditavam em flagelos.
O flagelo não”.




“Experimentavam assim o sofrimento profundo de todos os prisioneiros e de todos os exilados, ou seja, viver com uma memória que não serve para nada.
Esse próprio passado, sobre o qual refletiam sem cessar, tinha apenas o gosto do arrependimento.
Na verdade, gostariam de poder acrescentar-lhe tudo quanto lamentavam não ter feito, quando ainda podiam fazê-lo, junto a esse ou aquela que esperavam”.







CAMUS, Albert. A Peste. Tradução de Valery Rumjanek. Disponível em: http://temqueler.files.wordpress.com/2007/12/camus-a-peste.doc

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GUERRA PARTICULAR




Trecho do documentário Notícias de Uma Guerra Particular (1999).

Direção: João Moreira Salles e Kátia Lund.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

EMERSON



Ralph Waldo Emerson
Em
Caráter.





“O povo sente a necessidade de seus representantes possuírem algo mais do que talento, isto é, a força de fazer crido o seu talento”.




“Quantas vezes a influência de um verdadeiro mestre realiza passes de mágica!”




“Tudo no homem reflete a própria alma”.




“A cobiça, ou a malícia que me entristecem, quando as atribuo à sociedade, me pertencem”.




“O sábio não cogita nem das multidões nem dos grupos”.







EMERSON, R. W. Caráter. Tradução de Sarmento de Beires e José Duarte. Rio de Janeiro: W. M. Jackson Inc., 1950. Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/emerson.html

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quarta-feira, 21 de abril de 2010

TEÓFILO DIAS



LATET ANGUIS
(Teófilo Dias)




O som que tua voz exala.
Grato feitiço mágico resume:
A frase mais vulgar, na tua fala,
Colorido, matiz, brilhando, assume.

Afaga como a luz; como um perfume
Pela alma filtra, e se insinua, e cala.
E só de ouvi-la o espírito presume
Que um éter, feito de torpor, o embala.

Quando a paixão altera-lhe a frescura.
Quando o frio desdém lhe tolda o acorde
A viva polidez, vibrante e pura.

Não se lhe nota em frêmito discorde:
- Apenas do primor, com que fulgura,
Às vezes a ironia salta – e morde.







BANDEIRA, Manuel. Antologia dos poetas brasileiros - Fase parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1967.

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terça-feira, 20 de abril de 2010

DOSTOIÉVSKI



Dostoiévski
Em
O Idiota.






“Tem havido casos de uma pessoa ainda esperar escapar, correndo, ou suplicando misericórdia, e já depois da garganta ter sido cortada!”




”Podem-se comandar soldados, mandar que um deles se coloque diante de um canhão, em batalha, e ele saber que vão dispará-lo sobre ele; ainda assim, terá uma esperança.

Mas leia o senhor uma dada sentença de morte a esse mesmo soldado e ele ou enlouquecerá, ou cairá em lágrimas”.




“Subitamente ouve em cima de si o retinir do aço.
Sim, tem de ouvir isso.
Se eu estivesse lá, curvado, ficaria bem atento a fim de ouvir e de escutar!
Dura apenas a décima parte de um segundo, mas a pessoa escutará.

E calculem que ainda é ponto de controvérsia saber se, um segundo depois de cortada, a cabeça sabe que foi cortada!
Que idéia!
E se eu lhes disser que cinco segundos depois ela ainda sabe?”







DOSTOIÉVSKI, Fiódor. O Idiota. Tradução de José Geraldo Vieira. Disponível em: http://temqueler.files.wordpress.com/2009/12/dostoievski-o-idiota.pdf

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LEON GOLUB


Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington D.C.


Head XVIII
1950 – óleo sobre tela – 63,5 x 58,5 cm.
Autor: Leon Golub


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segunda-feira, 19 de abril de 2010

ÉSQUILO



Ésquilo
Em
Prometeu Acorrentado.




Prometeu:

“Se me calo, não é por orgulho, ou desprezo; mas o furor devora a minha alma quando me vejo preso a esta rocha.
No entanto, a quem mais, senão a mim, devem os novos deuses as honras que desfrutam?
Não falemos mais nisso; seria repetir o que já sabeis.
Ouvi, somente, quais eram os males humanos, e como, de estúpidos que eram, eu os tornei inventivos e engenhosos.
Eu vo-lo direi, não para me queixar deles, mas para vos expor todos os meus benefícios.
Antes de mim, eles viam, mas viam mal; e ouviam, mas não compreendiam.
Tais como os fantasmas que vemos em sonhos, viviam eles séculos a fio, confundindo tudo.
Não sabendo utilizar tijolos, nem madeira, habitavam como as providas formigas, cavernas escuras cavadas na terra.
Não distinguiam a estação invernosa da época das flores, das frutas, e da ceifa.
Sem raciocinar, agiam ao acaso, até o momento em que eu lhes chamei a atenção para o nascimento e ocaso dos astros.
Inventei para eles a mais bela ciência, a dos números; formei o sistema do alfabeto, e fixei a memória, a mãe das ciências, a alma da vida.
Fui eu o primeiro que prendi os animais sob o jugo, a fim de que, submisso à vontade dos homens, lhe servissem nos trabalhos pesados.
Por mim foram os cavalos habituados ao freio, e moveram os carros para as pompas do luxo opulento.
Ninguém mais, senão eu, inventou esses navios que singram os mares, veículos alados dos marinheiros.
Pobre de mim!
Depois de tantas invenções, em benefício dos mortais, não posso descobrir um só meio para por fim aos males que me torturam.


O Coro:

Agiste sem discernimento, e sofres por isso uma pena incrível!
Medico incapaz para curar teus próprios males, perdes a esperança, e não descobres o remédio que te há de salvar".








ÉSQUILO. “Prometeu Acorrentado”. Tradução de J. B. de Mello e Souza. In. Teatro Grego. Clássicos Jackson, Vol. XXII. Rio de Janeiro: W. M. Jackson Inc., 1953.
Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/prometeu.html

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sábado, 17 de abril de 2010

SILVIO LIMA / MAURÍLIO LOPES



Quem é?
(Silvio Lima / Maurílio Lopes)
(1962 – bolero)




Quem é que não sofre por alguém?
Quem é que não chora uma lágrima sentida?
Quem é que não tem um grande amor?
Quem é que não chora uma grande dor?
(Bis)

Deus, meu Deus, traga pra junto de mim
Esse alguém que me faz chorar
Que me faz sofrer tanto assim

Deus, meu Deus, tenha piedade de mim
Faça com que ela volte
Viver sem ela será o meu fim

[recitando]
Quem é que não sofre por alguém?
Quem é que não chora uma lágrima sentida?
Quem é que não tem um grande amor?
Quem é que não chora uma grande dor?
Eu sofro como tu sofres também
Mas um dia virá em que eu for para eternidade
E o meu sofrimento chegará ao fim
Eu sei meu amor, nem mesmo você vai chorar por mim

Deus, meu Deus, traga pra junto de mim
Esse alguém que me faz chorar
Que me faz sofrer tanto assim

Deus, meu Deus, tenha piedade de mim
Faça com que ela volte
Viver sem ela será o meu fim
Viver sem ela será o meu fim




Sobre Silvio Lima clique
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

MARIANO JOSÉ PEREIRA DA FONSECA (4)



Mariano José Pereira da Fonseca
(Marquês de Maricá)
Em
MÁXIMAS, PENSAMENTOS E REFLEXÕES.






“A velhice anula muitas relações dos homens entre si e com o mundo exterior; a morte finalmente todas”.

“A sociedade educa os homens, a natureza as mulheres”.

"As revoluções populares dão importância a pessoas que seriam eternamente insignificantes sem elas”.

“Os velhos devem banhar-se frequentemente, como as flores ter o pé na água, para não murcharem tão cedo”.

“Mais se comprovam a ignorância e loucura dos homens por certas doutrinas que professam do que pelos atos e obras que praticam”.









FONSECA, Mariano José Pereira da . MÁXIMAS, PENSAMENTOS E REFLEXÕES
Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/marica.pdf


Sobre o Marques de Marica clique no linque abaixo:
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RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Junho 2008

quinta-feira, 15 de abril de 2010

CHESTERTON (2)



Gilbert Keith Chesterton
Em
Ortodoxia.





"Se um homem diz que a extinção é melhor do que a existência, ou que uma vida insossa é melhor que a variedade e a aventura, então esse homem não é uma das pessoas comuns com quem estou falando.

Se alguém prefere o nada, nada lhe posso dar.

Mas quase todas as pessoas que conheço nesta sociedade ocidental no seio da qual vivo concordam com a proposição geral de que precisamos dessa vida de romance prático: a combinação de alguma coisa que é estranha com alguma coisa que é segura.

Precisamos ver o mundo de tal modo que nele se combine uma idéia de deslumbramento com uma idéia de acolhimento.

Precisamos nos sentir felizes nessa terra deslumbrante sem nunca nos sentir meramente confortáveis".





“A imaginação não gera a insanidade.
O que gera a insanidade é exatamente a razão.
Os poetas não enlouquecem; mas os jogadores de xadrez sim.
Os matemáticos enlouquecem, e os caixas; mas isso raramente acontece com artistas criadores”.




“O homem feliz é que faz coisas inúteis; o homem doente não dispõe de força suficiente para ficar sem fazer nada”.




“Os cristãos admitem que o universo é complexo e até misturado, exatamente da mesma forma que um homem sadio sabe que é complexo.
O homem sadio sabe que nele há um vestígio da fera. Um vestígio do demônio, um vestígio do santo, um vestígio da cidadão.
Mais que isso, o homem realmente sadio sabe que nele há um vestígio do louco.
Mas o mundo do materialista é totalmente simples e sólido, exatamente como o louco tem plena certeza de que ele é sadio”.






CHESTERTON, G. K. Ortodoxia. Traduzido por Almiro Pisetta. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2007. Disponível em:
http://temqueler.files.wordpress.com/2009/12/chesterton-ortodoxia.pdf

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http://pt.wikipedia.org/wiki/G._K._Chesterton

quarta-feira, 14 de abril de 2010

BERNARD-HENRI LÉVY (2)



Bernard-Henri Levy
Em
Elogio dos Intelectuais.





“A cultura, na verdade, não morre, se dilui.

Não se apaga, se propaga.

Não desaparece – e não desaparecerá –, mas perde, suas arestas, seus relevos, suas fronteiras.

Se existe mal-estar é porque, pela primeira vez em sua história, ela não tem mais definição”.




“Acrescento enfim – e aqui não brinco mais – que não conheço grande escritor que não fique escrevendo, à beira de abismos abomináveis e que, só em seu gabinete, face a face com suas quimeras, não fique repentinamente tomado de temor pelos monstros que suscita”.




“Todos os grandes.
Todos os gigantes.
Todos os que, aceitando se calar para deixar seus livros falarem, sabem que a arte não pode ter outro objetivo a não ser descrever o fundo do horror, da carnificina ou da catástrofe sobre a qual se desenrola desde sempre a aventura da humanidade”.







LÉVY, Bernard-Henri. Elogio dos Intelectuais. Tradução de Celina Luz. Rio de Janeiro: Rocco, 1988.

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terça-feira, 13 de abril de 2010

MANUEL BANDEIRA (15)

IMPROVISO
(Manuel Bandeira)



Cecília, és libérrima e exata
Como a concha.
Mas a concha é excessiva matéria,
E a matéria mata.

Cecília, és tão forte e tão frágil
Como a onda ao termo da luta.
Mas a onda é água que afoga:
Tu não, és enxuta.

Cecília, és, como o ar,
Diáfana, diáfana.
Mas o ar tem limites;
Tu, quem te pode limitar?

Definição:
Concha, mas de orelha;
Água, mas de lágrimas;
Ar com sentimento,
- Brisa, viração
Da asa de uma abelha.





BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.

700 Pipers and Drummers in Calgary




The Massed Bands, 700 pipers and drummers play together in Calgary at the 2006 Highland Games

segunda-feira, 12 de abril de 2010

KARL BARTH



Karl Barth
Em
A Proclamação do Evangelho.






“A Igreja não representa a humanidade em geral na sua relação com Deus, ela é a humanidade reunida por obra da Revelação.
É por isso que ela está fundada sobre a Escritura.
Se a Igreja é constituída pelo testemunho dos apóstolos, intermediários da Revelação, qual é neste contexto, o papel da pregação?
– Ela tem unicamente que explicar este testemunho”.




“Do começo ao fim a Bíblia diz sempre uma mesma coisa, uma coisa única, ela o faz porém, constantemente, de outra maneira.
Variedade da Escritura tem também esta conseqüência, que cada texto em cada época fala ao homem da maneira que é necessária para ele”.




“Uma pregação é boa quando ela é a restituição, no tempo presente, desse testemunho dos profetas e apóstolos.
Não se trata de fazer uma exposição de verdades conhecidas, excelência da fé, Deus e Pátria ou de outros assuntos deste gênero, mas de remeter à vontade divina, frequentemente desconhecida pelos homens, e de fazê-lo na esperança e em oração.
Na pregação é preciso ter constantemente este pensamento: a verdade que está atrás do texto da Bíblia é desconhecida dos homens”.







BARTH, Karl. A Proclamação do Evangelho. Tradução de Eduardo Galasso de Faria e Moysés Campos Aguiar Netto. São Paulo: Centro Acadêmico “Eduardo Carlos Pereira”, 1963. Disponível em:
http://temqueler.files.wordpress.com/2009/12/karl-barth-a-proclamacao-do-evangelho.pdf

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sábado, 10 de abril de 2010

BENTO DE NÚRSIA



Bento de Núrsia
Em
Regras do glorioso Patriarca São Bento.




Capítulo 28 – Daqueles que muitas vezes corrigidos não quiserem emendar-se.


“Se algum irmão freqüentes vezes corrigido por qualquer culpa não se emendar, nem mesmo depois de excomungado, que incida sobre ele uma correção mais severa, isto é, use-se o castigo das varas.

Se nem assim se corrigir, ou se por acaso, o que não aconteça, exaltado pela soberba, quiser mesmo defender suas ações, faça então o Abade como sábio médico: se aplicou as fomentações, os ungüentos das exortações, os medicamentos das divinas Escrituras e enfim a cauterização da excomunhão e das pancadas de vara e vir que nada obtém com sua indústria, aplique então o que é maior; a sua oração e a de todos os irmãos por ele, para que o Senhor, que tudo pode, opere a salvação do irmão enfermo.

Se nem dessa maneira se curar, use já agora o Abade o ferro da amputação, como diz o Apóstolo: “Tirai o mal do meio de vós” e também: “Se o infiel se vai, que se vá”, a fim de que uma ovelha enferma não contagie todo o rebanho”.







Bento de Núrsia. Regras do glorioso Patriarca São Bento. Tradução e notas de Dom João Evangelista Enout, OSB. Disponível em:
http://www.osb.org.br/regra.html

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

FRÉDÉRIC BASTIAT



Frédéric Bastiat
Em
Ensaios




“Entre um bom economista e um mau economista existe uma diferença: um se detém no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever.

E essa diferença é enorme, pois o que acontece quase sempre é que, quando a conseqüência imediata é favorável, as conseqüências posteriores são funestas e vice-versa.
Daí se conclui que o mau economista, ao perseguir um pequeno benefício no presente, está gerando um grande mal no futuro já o verdadeiro bom economista, ao perseguir um grande benefício no futuro, corre o risco de provocar um pequeno mal no presente”.




“A humanidade se caracteriza, em seus primórdios, pela presença da ignorância”.




“Ora, se pedíssemos ao Estado para não intervir, através do imposto, em assuntos de religião, seríamos por causa disso ateus?
E se pedíssemos para não intervir, através do imposto, na educação, estaríamos adiando o saber?
E se disséssemos que o Estado não deve arbitrar um valor para o solo ou para uma indústria determinada, através do imposto, estaríamos sendo inimigos da propriedade e do trabalho?
Se pensássemos que o Estado não deve subvencionar os artistas, seríamos considerados uns bárbaros, que acham as artes inúteis?

Protesto aqui, com todas as minhas forças, contra tais deduções.
Longe está de nós a absurda idéia de desprezar a religião, a educação, a propriedade, o trabalho e as artes, pelo fato de pedirmos que o Estado proteja todos esses tipos de atividade humana, sem financiá-las, umas com prejuízo das outras.
Ao contrário!
Acreditamos que todas essas forças vivas da sociedade se desenvolveriam harmoniosamente sob a influência da liberdade e que nenhuma delas se deveria tornar, como acontece em nossos dias, motivo para perturbações, abusos, tiranias e desordens”.







BASTIAT, F. Ensaios. Editado por Alexandre Giasti, traduzido por Ronaldo Legey; ilustrações de Marcos Pites de Campos. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1989. Disponível em:
http://www.ordemlivre.org/files/bastiat-ensaios.pdf

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PHILIP EVERGOOD



Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington D.C.


Self-Portrait (Auto-retrato)
1919 – óleo sobre cartão – 16,5 x 21,6 cm.
Autor: Philip Evergood

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quinta-feira, 8 de abril de 2010

HANNA ARENDT



Hanna Arendt
Em
Origens do Totalitarismo
.




“A história ensina que a subida ao poder e à posição de responsabilidade afeta profundamente a natureza dos partidos revolucionários.

A experiência e o bom senso tinham o direito de esperar que o totalitarismo no poder perdesse aos poucos o ímpeto revolucionário e o caráter utópico, que o afã diário de governar e a posse do verdadeiro poder moderassem as pretensões do movimento e destruíssem gradualmente o mundo fictício criado por suas organizações.

Afinal, parece ser da natureza das coisas que as exigências e as metas extremas sejam refreadas pela objetividade; e a realidade como um todo dificilmente é determinada pela tendência à ficção de uma massa de indivíduos atomizados”.




“Até agora, a crença totalitária de que tudo é possível parece ter provado apenas que tudo pode ser destruído.

Não obstante, em seu afã de provar que tudo é possível, os regimes totalitários descobriram, sem o saber, que existem crimes que os homens não podem punir nem perdoar.

Ao tornar-se possível, o impossível passou a ser o mal absoluto, impunível e imperdoável, que já não podia ser compreendido nem explicado pelos motivos malignos do egoísmo, da ganância, da cobiça, do ressentimento, do desejo do poder e da covardia; e que, portanto, a ira não podia vingar, o amor não podia suportar, a amizade não podia perdoar”.






ARENDT, Hanna. Origens do Totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Sobre Hanna Arendt clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hannah_Arendt

quarta-feira, 7 de abril de 2010

VINICIUS DE MORAES (11)



Soneto do Corifeu
(Vinícius de Moraes)



São demais os perigos desta vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida.

E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher.

Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer, de tão perfeita.

Uma mulher que é como a própria Lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua.







MORAES, Vinicius de. Soneto de Fidelidade e outros poemas. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.

DONATIVOS DESABRIGADOS RIO 2010

RIO - A prefeitura do Rio deu início a uma campanha de arrecadação de donativos para auxiliar a população desabrigada, após as fortes chuvas que atingem a cidade desde esta segunda-feira.

A intenção é arrecadar colchonetes, alimentos não-perecíveis, água e roupas.

Ao todo, dez unidades da Guarda Municipal receberão os donativos.

Confira os endereços dos postos:

· Centro: no Centro Administrativo São Sebastião (sede da Prefeitura - Rua Afonso Cavalcanti, 455, Cidade Nova)
· São Cristóvão: na sede da Guarda (Avenida Pedro II, nº 111)
· Botafogo: na base operacional da GM-Rio (Rua Bambina, 37)
· Barra da Tijuca: na 4ª Inspetoria (Avenida Ayrton Senna, 2001)
· Madureira: na 6ª Inspetoria (Rua Armando Cruz, s/nº)
· Praça Seca: na 7ª Inspetoria (Praça Barão da Taquara, 9)
· Lagoa: 2ª Inspetoria (Rua Professor Abelardo Lobo s/nº - embaixo do Viaduto Saint Hilaire, na saída do Túnel Rebouças)
· Bangu: na 5ª Inspetoria (Rua Biarritz, s/nº)
· Tijuca: na 8ª Inspetoria (Rua Conde de Bonfim, nº 267).
· Campo Grande: na 13ª Inspetoria (Rua Minas de Prata, 200)

(Jornal O Globo – 7 de abril)

terça-feira, 6 de abril de 2010

ALEXANDRE O'NEILL



A MEU FAVOR
(Alexandre O’Neill)



A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça






Poesia Surrealista Portuguesa. Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/14543657/Poesia-Surrealista-Portuguesa

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_O'Neill

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Maio 2008

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ANTONIO GRAMSCI



Antonio Gramsci
Em
Os Intelectuais e a Organização da Cultura.





“Não existe atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens.

Em suma, todo homem, fora de sua profissão, desenvolve uma atividade intelectual qualquer, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para promover novas maneiras de pensar”.




“Pode-se observar que, em geral, na civilização moderna, todas as atividades práticas se tornaram tão complexas, e as ciências se mesclaram de tal modo à vida, que toda atividade prática tende a criar uma escola para os próprios dirigentes e especialistas e, consequentemente, tende a criar um grupo de intelectuais especialistas de nível mais elevado, que ensinam nestas escolas”.

Assim, ao lado do tipo de escola que poderíamos chamar de “humanista” (e que é o tradicional mais antigo), destinado a desenvolver em cada indivíduo humano a cultura geral ainda indiferenciada, o poder fundamental de pensar e de saber se orientar na vida, foi-se criando paulatinamente todo um sistema de escolas particulares de diferente nível, para inteiros ramos profissionais ou para profissões já especializadas e indicadas mediante uma precisa individualização”.




“A escola, mediante o que ensina, luta contra o folclore, contra todas as sedimentações tradicionais de concepções do mundo, a fim de difundir uma concepção mais moderna, cujos elementos primitivos e fundamentais são dados pela aprendizagem da existência de leis naturais como algo objetivo e rebelde, às quais é preciso adaptar-se para dominá-las, bem como de leis civis e estatais que são produto de uma atividade humana estabelecidas pelo homem e podem ser por ele modificadas visando a seu desenvolvimento coletivo; a lei civil e estatal organiza os homens do modo historicamente mais adequado à dominação das leis da natureza, isto é, a tornar mais fácil o seu trabalho, que é a forma própria através da qual o homem participa ativamente na vida da natureza, visando transformá-la e socializá-la cada vez mais profunda e extensamente”.









GRAMSCI, Antonio. Os Intelectuais e a Organização da Cultura. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982. Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/25911361/Livro-Os-Intelectuais-e-a-Organizacao-da-Cultura-Antonio-Gramsci


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sábado, 3 de abril de 2010

CLAUDE LÉVI-STRAUSS (2)



Claude Lévi-Strauss
Em
O Olhar Distanciado.






“É inegável que nos embalamos no sonho de que a igualdade e a fraternidade reinarão um dia entre os homens, sem que a sua diversidade seja comprometida.

Mas se a humanidade não se resignar a tornar-se a consumidora estéril dos únicos valores que soube criar no passado, unicamente capaz de dar à luz obras bastardas, invenções grosseiras e pueris, ela deverá reaprender que toda a verdadeira criação implica uma certa surdez ao apelo de outros valores, podendo ir até a sua recusa, senão mesmo até à sua negação.

Porque não se pode, ao mesmo tempo, fundir-se no gozo do outro, identificar-se com ele, e manter-se indiferente.

Plenamente alcançada, a comunicação integral com o outro condena, mais tarde ou mais cedo, a originalidade da sua criação e da minha.

As grandes épocas criadoras foram aquelas em que a comunicação se tornara suficiente para que parceiros afastados se estimulassem, sem que no entanto fosse excessivamente freqüente e rápida para que os obstáculos, tão indispensáveis entre os indivíduos como entre os grupos, se reduzissem, a ponto de trocas demasiado fáceis virem a igualar e confundir a sua diversidade”.







LÉVI-STRAUSS, Claude. O olhar distanciado. Tradução de Carmen de Carvalho. Revisão de José Antônio Braga Fernandes. Lisboa: Edições 70, s/data. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/23634695/Claude-Levi-Strauss-O-Olhar-Distanciado


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sexta-feira, 2 de abril de 2010

FRANCIS BACON (4)

Francis Bacon
Em
A Sabedoria dos Antigos.




“As fábulas têm-se prestado a dois usos diferentes e, o que é estranho, a propósitos contrários: elas iludem e escamoteiam, mas ao mesmo tempo esclarecem e ilustram”.




“Com os terrores pânicos, propôs-se uma doutrina profundíssima.

Pela natureza das coisas, toda criatura viva foi dotada com um certo medo ou precaução, cuja finalidade é preservar sua vida e essência, evitando e repelindo os males que se acercam.

Mas essa mesma natureza não sabe guardar as medidas e, juntamente com os medos salutares, mistura sempre temores vãos e sem causa.

Assim, se se pudesse ver no âmago das coisas, todas elas se mostrariam repletas de terrores pânicos – as humanas mais que as outras, infinitamente agitadas e perturbadas pela superstição, que nada mais é que um terror pânico, sobretudo em tempos de penúria, ansiedade e vicissitude”.




“Se as realizações da sabedoria contam-se, porém, entre os trabalhos humanos mais excelentes, também elas padecem tempos adversos.

Sucede que, após períodos de prosperidade, alguns reinos e repúblicas passam por revoluções, motins e guerras – em meio a cujo estridor silenciam as leis, os homens regridem à condição depravada de sua natureza e a desolação se assenhoreia dos campos e cidades.

A durarem as perturbações, não tarda que as letras e a filosofia sejam de tal modo dilaceradas que delas só se podem achar fragmentos, dispersos aqui e ali como destroços de naufrágio”.











BACON, Francis. A Sabedoria dos Antigos. Tradução de Gilson César Cardoso de Souza. São Paulo: Editora UNESP, 2002. Disponível em:
http://blogdocafil.files.wordpress.com/2009/04/bacon-francis-a-sabedoria-dos-antigos.pdf


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http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon_(fil%C3%B3sofo)


JUNE CARTER / HANK WILLIAMS




The Kate Smith Evening Hour (1951-1952)

Show de variedades da TV com astros de Hollywood e da Broadway.

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

JOSÉ ORTEGA Y GASSET



José Ortega y Gasset
Em
A Rebelião das Massas.






“A linguagem é por essência diálogo, e todas as outras formas do falar destituem sua eficácia.
Por isso eu creio que um livro só é bom na medida em que nos traz um diálogo latente, em que sentimos que o autor sabe imaginar concretamente seu leitor e este percebe como se dentre as linhas saísse uma mão ectoplasmática que tateia sua pessoa, que quer acariciá-la – ou bem, mui cortesmente, dar-lhe um murro”.




“A língua, que não nos serve para dizer suficientemente o que cada um de nós quiséramos dizer, revela pelo contrário e grita, sem que o queiramos, a condição mais arcana da sociedade que a fala”.




“A demagogia essencial do demagogo está dentro de sua mente, radica em sua irresponsabilidade ante as idéias mesmas que maneja e que ele não criou, mas recebeu dos verdadeiros criadores”.




“Massa é todo aquele que não se valoriza a si mesmo – no bem ou no mal – por razões especiais, mas que se sente “como todo mundo”, e, entretanto, não se angustia, sente-se à vontade ao sentir-se idêntico aos demais”.












ORTEGA Y GASSET, Jose. A Rebelião das Massas. Tradução de Herrera filho. Disponível em:
http://www.culturabrasil.pro.br/zip/rebeliaodasmassas.rtf

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