terça-feira, 30 de junho de 2009

CONFÚCIO (2)



CONFÚCIO
(trechos)





“Enquanto subsistam vossos pais, não vos afasteis de nenhum deles, e se porventura vos afastardes, deveis comunicar-lhes para onde ides”.



“Só os pais e as mães se afligem verdadeiramente na doença dos seus filhos”.



“Pode-se obrigar o povo a seguir os princípios da justiça e da razão; mas não se pode obrigá-lo a compreendê-los”.



“A natureza nos aproxima um dos outros, a educação nos separa”.



“Ninguém deve afligir-se por não ser conhecido dos homens; mas, ao contrário, de não os conhecer”.



“Saber que se sabe o que se sabe, e saber que não se sabe o que não se sabe, eis a verdadeira ciência”.







RAPOSO, Ignácio. Filosofia de Confúcio. Rio de Janeiro: Companhia Brasil Editora, 1939.

Sobre Confúcio clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conf%C3%BAcio

segunda-feira, 29 de junho de 2009

KARL POLANYI



Karl Polanyi
Em
A Grande Transformação.






“O abandono da utopia do mercado coloca-nos face a face com a realidade da sociedade.

Ela é a linha divisória entre o liberalismo de um lado, o fascismo e o socialismo de outro.

A diferença entre esses dois não é basicamente econômica, é moral e religiosa.

Mesmo quando professam economias idênticas, eles não são apenas diferentes mas são, também, manifestações de princípios opostos.

E a liberdade é, mais uma vez, o ponto extremo no qual eles se separam.

A realidade da sociedade é aceita tanto por fascistas como por socialistas, com a mesma finalidade com que o conhecimento da morte moldou a consciência humana.

O poder e a compulsão fazem parte dessa realidade e não seria válido qualquer ideal que os banisse da sociedade.

Se a idéia da liberdade pode ser mantida ou não, em face desse conhecimento, é o tema sobre o qual eles divergem.

É a liberdade uma palavra vazia, uma tentação, destinada a arruinar o homem e suas obras, ou o homem pode reafirmar a sua liberdade em face desse conhecimento e lutar para que a sociedade a atinja sem cair num ilusionismo moral?”






POLANYI, Karl. A Grande Transformação. Tradução de Fanny Wrobel. Revisão Técnica de Ricardo Benzaquen de Araújo. Rio de Janeiro: Campus, 1980.

Sobre Karl Polanyi clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Polanyi

sábado, 27 de junho de 2009

CHESTERTON



Gilbert Keith Chesterton
Em
Ortodoxia.





“A única coisa criada para a qual não podemos olhar é a única coisa à luz da qual olhamos para todas as coisas.

Como o Sol ao meio-dia, o misticismo explica todas as coisas pelo clarão de sua própria e vitoriosa visibilidade.

O intelectualismo isolado é (no sentido exato duma frase popular) todo luar, porque é uma luz sem calor, ou seja, uma luz secundária e refletida dum mundo morto.

Mas os Gregos tiveram razão quando fizeram Apolo deus da imaginação e da saúde, porque ele era não só o patrono da poesia como o da cura”.





“As crianças são dotadas de abundante vitalidade, são essencialmente impetuosas e livres e, por isso, querem as coisas repetidas e inalteradas.

É por essa razão que dizem “torna a fazer”, e o adulto repete-lhe a mesma coisa até ficar quase morto.

Os adultos não são suficientemente fortes para exultarem na monotonia, mas talvez Deus seja suficientemente forte para isso.

É possível que Deus diga ao Sol, todas as manhãs: “torna a fazer”, e diga à Lua, todas as noites: “torna a fazer”.






CHESTERTON, G. K. Ortodoxia. Tradução do Professor Eduardo Pinheiro. 3ª. Ed. Porto: Livraria Tavares Martins, 1956.

Sobre G. K. Chesterton clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/G._K._Chesterton

RABISCOS NO BLOCO


sexta-feira, 26 de junho de 2009

KARL JASPER



Karl Jaspers
Em
A Luta Contra o Totalitarismo.






“Toda compreensão do princípio da causalidade histórica é específica.

A tarefa de compreender a relação é interminável, uma introspecção da necessidade de acontecimentos é inatingível.

“Tinha que acontecer” é a expressão usada por muitos historiadores que, influenciados pela filosofia da história de Hegel e Marx, dão um sentido falso aos limites de sua investigação.



Mas se um completo conhecimento da necessidade na história é inatingível, os julgamentos particulares tornam-se ainda mais importantes.

Servem para dar a perspectiva ao que talvez possa acontecer.

Quanto mais claros, tanto mais tornam uma pessoa consciente da liberdade de escolha em sua situação.

Essa liberdade de escolha não pode ser eliminada, mesmo que seu horizonte seja sempre limitado”.









JASPERS, K. “Luta Contra o Totalitarismo”. In. RUITENBEEK, H. (org.) O Dilema da Sociedade Tecnológica. Tradução de Wamberto Hudson Ferreira. Petrópolis: Vozes, 1971.

Sobre Karl Jaspers clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Jaspers

quinta-feira, 25 de junho de 2009

ORISON SWEET MARDEN



Orison Sweet Marden
Em
No Caminho da Vida
.





“Para elevarmos ao máximo as probabilidades da vitória, é indispensável cortarmos a retirada, queimando as naus, ou fazendo saltar as pontes, entregando-nos por completo à projetada empresa, para que, nem o desalento, nem os obstáculos, nos levem a retroceder”.



“A primeira lição que o candidato ao êxito deve aprender é a que lhe ensine a perseverar e a resistir, pois, sem constância, de pouco servem o talento e a cultura”.



“Tudo quanto passa pelas vossas mãos é a vossa mercadoria, e, portanto devereis por nela, como marca de fábrica, o selo de vosso caráter”.



“Os que carecem de cultura acadêmica, tendem a exagerar as suas vantagens”.



“Como regra geral, os homens que levaram a cabo as magnas empresas foram censurados e incompreendidos; tiveram, porém força suficiente e não menos prudência para desdenhar a indiferença e a hostilidade dos homens e prosseguirem sem vacilar na sua marcha”.









MARDEN, O. S. No Caminho da Vida. Tradução de Vitor Hugo Antunes. Porto: Casa Editora de A. Figueirinhas, 1925.

Sobre O. S. Marden clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Orison_Swett_Marden

quarta-feira, 24 de junho de 2009

PABLO NERUDA (9)



Pablo Neruda
Em
Ainda




VI

Perdão se quando quero
contar minha vida
é terra o que conto.
Esta é a terra.
Cresce em teu sangue
e cresces.
Se se apaga em teu sangue
te apagas.



XIII

Cresce o homem com tudo que cresce
e se acrescenta Pedro com seu rio,
com a árvore que sobe sem falar
por isso minha palavra cresce
e cresce;
vem daquele silêncio com raízes,
dos dias do trigo,
daqueles germes intransferíveis,
da água extensa,
do sol cerrado sem seu consentimento,
dos cavalos suando na chuva.






NERUDA, Pablo. Ainda. Tradução de Olga Savary. 2a. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1977.

terça-feira, 23 de junho de 2009

MAX HORKHEIMER (2)



Max Horkheimer
Em
Teoria tradicional e teoria crítica.






“O pensamento organizador concernente a cada indivíduo pertence às reações sociais que tendem a se ajustar às necessidades de modo o mais adequado possível.

Porém, entre indivíduos e sociedade, existe uma diferença essencial.

O mesmo mundo que, para o indivíduo, é algo em si existente e que tem que captar e tomar em consideração é, por outro lado, na figura que existe e se mantém, produto da práxis social geral.

O que percebemos no nosso meio ambiente, as cidades, povoados, campos e bosques trazem em si a marca do trabalho.

Os homens não são apenas um resultado da história em sua indumentária e apresentação, em sua figura e seu modo de sentir, mas também a maneira como vêem e ouvem é inseparável do processo de vida social tal como este se desenvolveu através dos séculos.

Os fatos que os sentidos nos fornecem são pré-formados de modo duplo: pelo caráter histórico do objeto percebido e pelo caráter histórico do órgão perceptivo”.








CIVITA, Victor (Editor). Walter Benjamin, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Jürgen Habermas, Textos Escolhidos. Traduções de José Lino Grünnewald... [et al.]. 2ª. Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os Pensadores)

Sobre Horkheimer clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Horkheimer

THOMAS HART BENTON

Memorial Art Gallery of the University of Rochester, New York


Boomtown
1927-1928 – óleo sobre tela – 117,16 x 137,8 cm.
Autor: Thomas Hart Benton

Sobre Thomas Hart Benton clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hart_Benton_(painter)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

DAVID HUME (3)



David Hume
Em
Ensaios Políticos.





“Quase todos os governos que existem atualmente ou dos quais resta qualquer menção na História, basearam-se originariamente ou na usurpação ou na conquista ou em ambas, sem qualquer pretensão a consentimento legítimo ou sujeição voluntária do povo.

Quando um homem astuto e ousado se encontra à frente de um exército ou facção, fácil lhe é muita vez pelo emprego ora da violência, ora de falsos pretextos, estabelecer o próprio domínio sobre um povo centenas de vezes mais numeroso do que seus partidários”.





“A minha intenção aqui não é negar que o consentimento do povo seja um fundamento justo para o governo.

Onde houver lugar para ele, será com certeza o melhor e o mais sagrado de todos.

Afirmo somente que mui raramente teve lugar em qualquer grau, e quase nunca em toda a sua extensão, e, portanto, tem-se de admitir algum outro fundamento para o governo”.







HUME, David. Ensaios Políticos. Tradução de E. Jacy Monteiro. São Paulo: Ibrasa, 1963.

Sobre David Hume clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Hume

sábado, 20 de junho de 2009

GOETHE (3)



Johann Wolfgang von Goethe
Em
Máximas e Reflexões.



216.

“O melhor que temos da história é o entusiasmo que ela suscita”.


220.

“Assim como o universo que deve representar, a história tem uma parte real e uma parte ideal”.


242.

“Pensar é mais interessante do que saber, mas não do que intuir”.


250.

“Não há nada mais terrível do que uma ignorância ativa”.


277.

“A experiência viva é algo que qualquer um sabe avaliar, especialmente o homem velho que tem tempo para pensar, para meditar, ele tem um sentimento confiante e confortável de que ninguém é capaz de lhe roubar uma tal experiência”.


283.

“Eu me calo em relação a muitas coisas; pois não gosto de deixar os homens desorientados e fico muito satisfeito quando os vejo se alegrar onde me irrito”.








GOETHE, J. W. Máximas e Reflexões. Tradução: Marco Antônio Casanova. Apresentação: Márcia Cristina Gonçalves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.

Sobre GOETHE clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe

sexta-feira, 19 de junho de 2009

VENCESLAU DE QUEIRÓS



BEATA BEATRIX
(Venceslau de Queirós)





Dizem que és casta, és santa, és pura...
E, na verdade, quem te veja
O rosto... os olhos... a figura
Que lembra as santas de uma igreja,

Por Deus! Negar não pode, jura
Que és pura, és santa, és casta, e beija,
Com untuosa compostura,
Tua mão branca e benfazeja...

Mas que o Senhor me fira em cheio
O coração, se, em longo anseio
Da mais brutal paixão espúria,

Teu corpo em meus braços de ferro
Não palpitou ouvindo o berro
Do bode negro da Luxúria!







BANDEIRA, Manuel. Antologia dos Poetas Brasileiros. Poesia da Fase Parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.


Sobre Venceslau de Queirós clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Venceslau_de_Queir%C3%B3s

RABISCOS NO BLOCO


quinta-feira, 18 de junho de 2009

FREUD (3)



Sigmund Freud
Em
Cinco lições de psicanálise.







“A fuga da realidade insatisfatória para aquilo que pelos danos biológicos que produz chamamos doença não deixa jamais de proporcionar ao doente um prazer imediato; ela se dá pelo caminho da regressão às primeiras fases da vida sexual a que na época própria não faltou satisfação.

Esta regressão mostra-se sob dois aspectos: temporal, porque a libido, na necessidade erótica, volta a fixar-se aos mais remotos estados evolutivos – e formal, porque emprega os meios psíquicos originários e primitivos para manifestação da mesma necessidade.

Sob ambos os aspectos a regressão orienta-se para a infância, restabelecendo um estado infantil da vida sexual”.



“Todas as vezes que tratamos psicanaliticamente um paciente neurótico, surge nele o estranho fenômeno chamado “transferência”, isto é, o doente consagra ao medico uma série de sentimentos afetuosos, mesclados muitas vezes de hostilidade, não justificados em relações reais e que, pelas suas particularidades, devem provir de antigas fantasias tornadas inconscientes.

Aquele trecho da vida sentimental cuja lembrança já não pode evocar, o paciente torna a vivê-lo nas relações com o medico; e só por este ressurgimento na transferência é que o doente se convence da existência e do poder desses sentimentos sexuais inconscientes”.










FREUD, Sigmund. Cinco lições de psicanálise. Tradução de Durval Marcondes e J. Barbosa Correa, revista e modificada por Jayme Salomão. In.__________Freud. Seleção de textos de Jayme Salomão. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os pensadores).

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud

quarta-feira, 17 de junho de 2009

FRANZ BOAS



Franz Boas
Em
O que penso do mundo e dos homens.






“A origem psicológica da crença implícita na autoridade da tradição, a qual era tão estranha a meu espírito e em ocasião anterior me chocara, tornou-se um problema que absorveu meus pensamentos por muitos anos.

Com efeito, toda a minha concepção da vida social é determinada pela pergunta: como podemos reconhecer as algemas que sobre nós colocou a tradição?

Porque, se as reconhecemos, também podemos quebrá-las.

Não podemos esperar que todos, independentemente executem essa tarefa.

Considero dever daqueles que se dedicam ao estudo dos problemas sociais adquirir mais clareza em relação a essas questões e fazer com que através de sua influência intelectual essas cadeias em que a tradição nos prendem sejam gradualmente quebradas”.



“Se pudermos descobrir o que é geralmente humano e o que é culturalmente determinado, poderemos achar as linhas de comportamento que devem guiar-nos, pois se concebe que os traços de comportamento comuns a toda humanidade são biologicamente determinados, ao passo que os traços especiais são devidos à história particular de cada cultura”.






FADIMAN, Clifton. (Introdução e notas biográficas). O que penso do mundo e dos homens. Tradução de Sônia Barros Sawaya e Paulo Sawaya. São Paulo: Editora Universitária, 1945.

Sobre Fadiman clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Clifton_Fadiman

Sobre Franz Boas clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Boas

terça-feira, 16 de junho de 2009

CECÍLIA MEIRELES (8)



RETRATO
(Cecília Meireles)




Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?





MEIRELES, Cecília. Viagem. Lisboa: Editorial Império Ltda., 1940.

domingo, 14 de junho de 2009

TERTÚLIA VIRTUAL: Que lugar te faz sentir em casa?




Me sinto em casa no VARAL DE IDÉIAS (Eduardo Lunardelli)!


Este post faz parte do "Tertúlias Virtuais" proposta do Varal de Idéias e do Expresso da Linha, que ocorre todo dia 15 de cada mês.

Mais participantes do Tertúlia Virtual, aqui

sábado, 13 de junho de 2009

ERICH FROMM



Erich Fromm
Em
Análise do Homem.





“Pensadores autoritários supuseram, para sua conveniência, a existência de uma natureza humana, por hipótese fixa e imutável.

Esta suposição serviu para provar que seus sistemas éticos e instituições sociais eram necessários e imutáveis, sendo erigidos sobre a alegada natureza do homem.

No entanto, o que eles consideraram ser a natureza do homem era um reflexo de suas normas – e interesses – e não o resultado de uma investigação objetiva.

Foi compreensível, portanto, que os progressistas recebessem prazerosamente as conclusões da Antropologia e da Psicologia, que, pelo contrário, pareciam estabelecer a maleabilidade infinita da natureza humana.

Pois essa maleabilidade significa que as normas e instituições – antes a causa suposta da natureza do homem do que seu efeito – podiam também ser maleáveis.

Porém, ao contrapor a suposição errônea de que certas configurações culturais são a expressão de uma natureza humana fixa e eterna, os adeptos da teoria da maleabilidade infinita da natureza humana chegaram a uma posição igualmente insustentável.

Antes de mais nada, a concepção dessa maleabilidade infinita facilmente leva a conclusões que são tão insatisfatórias quanto à de uma natureza humana fixa e imutável.

Se o homem fosse infinitamente maleável, então é que, de fato, as normas e instituições desfavoráveis ao bem-estar humano teriam uma probabilidade de moldar o homem para sempre em seus padrões sem a possibilidade de que forças intrínsecas da natureza dele fossem mobilizadas e tendessem a modificar tais padrões”;






FROMM, Erich. Análise do Homem. Tradução de Octávio Alves Velho, 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1966.

Sobre Erich Fromm clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Erich_Fromm

sexta-feira, 12 de junho de 2009

DIA DOS NAMORADOS (3)



ÉBRIO DE AMOR
(Lindomar Castilho)





Tudo fiz para viver sempre consigo,
Meu desejo era fazê-la feliz,
Mas a minha negra sorte traiçoeira,
Foi um outro que roubou você de mim.

Eu queria para sempre nesta vida,
Ser o dono do seu corpo sedutor,
Mas sou pobre não lhe ofereço riqueza,
E você só quer me ver ébrio de amor.

E assim eu vou seguindo o meu destino,
Com aquelas que compreendem minha dor,
Me confortam aliviando minha mágoa,
Neste ambiente infeliz e pecador.

Reconheço não mereço o seu carinho,
Mas de si não guardo ódio nem rancor,
O que eu sinto é vê-la sem felicidade,
E você só quer me ver ébrio de amor.


(narrando)
“– Mulher, a dor que trago comigo,
É como um doce castigo que amarga e que dá prazer,
O coração não esquece o vulto por quem padece,
Mais sofre, mais quer sofrer”.

“– Por isso nesta canção,
Eu que tenho coração, não posso ficar calado,
Lhe digo mulher querida,
Que a dor maior desta vida,
É amar sem ser amado”.



E assim eu vou seguindo o meu destino,
Com aquelas que compreendem minha dor,
Me confortam aliviando minha mágoa,
Neste ambiente infeliz e pecador.

Reconheço não mereço o seu carinho,
Mas de si não guardo ódio nem rancor,
O que eu sinto é vê-la sem felicidade,
E você só quer me ver ébrio de amor.

O que eu sinto é vê-la sem felicidade,
E você só quer me ver ébrio de amor.






Sobre Lindomar Castilho clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lindomar_Castilho

Mais sobre o mesmo clique:
http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?tabela=T_FORM_A&nome=Lindomar+Castilho

quinta-feira, 11 de junho de 2009

JOHN STUART MILL (3)



John Stuart Mill
Em
A Sujeição das Mulheres.




“Uma vez que os seres humanos são anárquicos, o seu desejo é de possuir uma liberdade anárquica”.



“O desejo de exercer o poder sobre os outros somente poderá parar de ser uma atividade corrupta entre os seres humanos, quando cada um deles, individualmente, for capaz de ficar sem tal poder; o que só poderá acontecer onde o respeito pela liberdade nos assuntos pessoais de cada um for um princípio estabelecido”.



“Se existe alguma coisa de importância vital para a felicidade dos seres humanos, é o fato de que eles devem sentir prazer em realizar suas atividades habituais.

Este requisito de uma vida agradável é concedido de modo muito imperfeito, ou totalmente negado, para uma grande parte da humanidade; e devido a sua ausência, muitas vidas, aparentemente providas com todos os requisitos de sucesso, são um fracasso”.







MILL, John Stuart. A Sujeição das Mulheres. Tradução de Débora Ginza. São Paulo: Escala, 2006.

Sobre o autor:
http://en.wikipedia.org/wiki/John_Stuart_Mill

quarta-feira, 10 de junho de 2009

HAROLD LASKI



Harold Laski
Em
Fé, Razão e Civilização.





“Dada uma sociedade que se baseie, como a nossa, no princípio aquisitivo, pouco se pode esperar dela no sentido de um cumprimento aprofundado do ideal de fraternidade.

Porquanto, desde o momento em que, dentro dela, a importância de seus cidadãos for baseada, não nos serviços que possam prestar reciprocamente, mas sim na propriedade que possam acumular, torna-se inevitável que a importância deles será ligada, não mais às suas semelhanças, e sim às suas diferenças.

E o mecanismo inteiro de suas instituições será voltado, não a um corresponder eqüitativo às necessidades iguais, e sim à manutenção da correspondência diversificada, imposta pelo seu sistema de propriedade, a qual, contudo, se relaciona com necessidades que são reconhecidas como iguais todas as vezes que essa sociedade se vê ameaçada do perigo comum”.



“É ponto fundamental, tanto dos Evangelhos como do socialismo, que não há distinção entre Judeus e Gentios, entre escravos e senhores; mas enquanto os laços de sangue dão aos filhos direito aos bens dos pais, num sistema de relações em que a propriedade do indivíduo é proporcionalmente dividida entre os seus parentes, a família torna-se instigadora da avareza e da mesquinharia, obstáculo, em vez de instrumento, à fraternidade na estrutura social”.







LASKI, Harold. Fé, Razão e Civilização. Tradução de Vivaldo Coaracy e Guido Coaracy. Rio de Janeiro: José Olympio, 1946.

Sobre Harold Laski clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Harold_Laski

STANLEY SPENCER


Tate Collection, U. K.

Self-Portrait
1914 – óleo sobre tela – 63 x 51 cm,
Autor: Stanley Spencer
Sobre Stanley Spencer clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Stanley_Spencer

terça-feira, 9 de junho de 2009

ALFRED NORTH WHITEHEAD



Alfred North Whitehead
Em
O Conceito de Natureza.





“A natureza é aquilo que observamos pela percepção obtida através dos sentidos.
Nessa percepção sensível, estamos cônscios de algo que não é pensamento e que é contido em si mesmo com relação ao pensamento.
Essa propriedade de ser autocontido com relação ao pensamento está na base da ciência natural.
Significa que a natureza pode ser concebida como um sistema fechado cujas relações mútuas prescindem da expressão do fato de que se pensa acerca das mesmas.


Em determinado sentido, portanto, a natureza independe do pensamento.
A afirmação não se pretende nenhum postulado metafísico.
Quero dizer apenas que podemos pensar sobre a natureza sem pensar sobre o pensamento”.








WHITEHEAD, A. N. O Conceito de Natureza. Tradução de Júlio B. Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

Sobre Whitehead clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_North_Whitehead

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ÉMILE DURKHEIM (2)



Émile Durkheim
Em
Educação e Sociologia.





“O sábio não desconhece que suas descobertas serão suscetíveis de utilização futura.

Pode acontecer mesmo que, de preferência, ele dirija suas pesquisas sobre tal ou qual ponto, porque eles lhe pareçam mais aproveitáveis ou permitam satisfazer a necessidades urgentes.

Mas, quando cientificamente investiga, ele se desinteressa das conseqüências práticas.

Ele diz o que é: verifica o que são as coisas, e fica nessa verificação.

Não se preocupa em saber se as verdades que descubra são agradáveis ou desconcertantes, se convém que as relações que estabeleça fiquem como foram descobertas, ou se valeria à pena que fossem outras.

Seu papel é exprimir a realidade, não julgá-la”.





DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. Tradução do Prof. Lourenço Filho. 11ª. Ed. São Paulo: Melhoramentos; [Rio de Janeiro]: Fundação Nacional de Material Escolar, 1978.

Sobre o autor:

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim

sábado, 6 de junho de 2009

ROBERTO FREIRE



Roberto Freire
Em
Sem Tesão Não Há Solução.






“O psicólogo que não estiver a serviço do sistema político autoritário no qual vive e trabalha deve ser, antes de tudo, um herético.
No fundo, suas teorias e, de fato, suas práticas terapêuticas, se funcionam é porque são heréticas.
Afinal, só a atitude herética posta em prática pela ciência revolucionária marginal pode “curar” a “doença” autoritária institucional e oficializada”.



“Assumindo pois, publicamente, ser um herege, quero enumerar pelo menos algumas das verdades reveladas e/ou assumidas pelos poderes de meu tempo e contra as quais me insurjo.
Mesmo que seja em termos bem teóricos e gerais, o leitor já percebeu que, no Brasil, em certos ambientes intelectuais é extrema e imperdoavelmente herético negar-se qualquer valor e condenar igualmente, ao mesmo tempo, tanto o Marxismo quanto a Psicanálise”.



“Dentro da minha visão, acho o casamento um absurdo.
Eu gostaria de falar sobre o acasalamento, porque quanto ao casamento eu só quero que acabe, que não exista mais, porque o casamento é uma das grandes fontes de destruição do amor.
Mas o acasalamento é indispensável.
Acho que as novas formas de acasalamento que hoje estão sendo pesquisadas pela juventude no mundo são a medida das transformações atuais na história do homem.
Porque não acredito que haverá modificação alguma nesta fase da história do homem se não se modificarem as regras de funcionamento e os objetivos da família”.








FREIRE, Roberto. Sem tesão não há solução. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

Sobre Roberto Freire clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Freire_(psiquiatra)

RABISCOS NO BLOCO


sexta-feira, 5 de junho de 2009

RAUL BOPP (3)



CABOCLO
(Raul Bopp)





Caboclo triste, de cara enrugada
fica sentado à porta do rancho

Fuma
Não conversa com a mulher

Os olhos endureceram
naquela solidão da linha do mato
mutilado a machado

O escuro apaga as árvores
Fogo desanimou na cozinha
Mia um gatinho magro no terreiro:
M-i-s-é-r-i-a

Queixam-se os sapos
naquele silêncio enorme
Nada lhe adoça os pensamentos apagados
– alma copiada pela geografia

Cresce a área das derrubadas
Áspera
Eriçada de tocos de árvores

Caboclo cisma
dentro do seu horizonte limitado pela linha do mato
Fuma o cigarro lento
M i s é r i a








BOPP, Raul. Putirum. Rio de Janeiro: Editora Leitura, 1968.

Sobre Raul Bopp clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Bopp

quinta-feira, 4 de junho de 2009

R. D. LAING (2)



R. D. Laing
Em
O Eu e os Outros.





“Um menino fica excitado ao ver meninas “atraentes”.
Ele as conjura na imaginação.
Talvez durante algum tempo a verdadeira relação sexual não seja tão desejada como uma relação imaginária com orgasmo “real”.



“Se o corpo é excitado em caráter privado relativamente a pessoas imaginárias, ficará excitado por pessoas não imaginárias?
Se esse corpo privado, experiência culposa na intimidade solitária, passa a ser evocado em caráter público, a experiência modifica-se profundamente.
O homem vê a mulher através do prisma de sua experiência imaginária que teve com ela na relação sexual solitária.
Esta mistura masturbatória do corpo dele e dela imaginado repercute numa relação real, e ele passa a esperar que ela veja o corpo dele à luz do que ele sente, e compreenda como ele a vê na imaginação masturbatória”.



“Embora a masturbação possa ser desonesta enquanto negação do real, o “real” pode ser usado desonestamente para mascarar o jogo secreto da fantasia e da imaginação.
A masturbação simula o ato sexual, assim como o ato sexual simula a masturbação”.






LAING, Ronald David. O Eu e os Outros. O Relacionamento Interpessoal. Tradução de Áurea Brito Weissenberg. Petrópolis, Vozes, Lisboa, Centro dói Livro Brasileiro, 1972.

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http://en.wikipedia.org/wiki/R._D._Laing

quarta-feira, 3 de junho de 2009

VICTOR TURNER



Victor Witter Turner
Em
O Processo Ritual.





“Gostaria de acrescentar, a título de condição neste ponto, que, em matéria de religião, assim como de arte, não há povos “mais simples”, há somente povos com tecnologias mais simples do que as nossas.

A vida “imaginativa” e “emocional” do homem é sempre, e em qualquer parte do mundo, rica e complexa.

Faz parte de minha incumbência exatamente mostrar quanto pode ser rico e complexo o simbolismo dos ritos tribais.

Também não é inteiramente correto falar da “estrutura de uma mentalidade diferente da nossa”.

Não se trata de estruturas cognoscitivas diferentes, mas de uma idêntica estrutura cognoscitiva, articulando experiências culturais muito diversas”.







TURNER, Victor W. O Processo Ritual. Tradução de Nancy Campi de Castro. Petrópolis: Vozes, 1974.

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http://en.wikipedia.org/wiki/Victor_Turner

terça-feira, 2 de junho de 2009

JOAQUIM NABUCO (4)



Joaquim Nabuco
Em
Pensamentos Soltos: Livro I.





193.

“A inteligência, ou a consciência do universo, é tanto função do cérebro, quanto o céu função do lençol d’água que o reflete”.



198.

“A terra gira em torno do sol; Aristóteles em torno de Platão”.



205.

“A ciência não é a chave do infinito.
Abre os pequenos, e, ocasionalmente, os grandes compartimentos do universo visível, que se poderia chamar o horizonte da terra.
Só as religiões são as chaves do infinito.
“Chaves falsas”, direis.
Que importa, contanto que o consigam abrir?
O espírito humano requer esse campo ilimitado”.



250.

“É aos nossos filhos que pagamos nossa dívida para com os nossos pais”.



262.

“A pesca à mulher ou ao homem pode ser prazer, mas o pescador não deve esquecer-se que ele mesmo é a isca”.


271.

"As paixões são minhas, as idéias são do espírito”.





NABUCO, Joaquim. Pensamentos Soltos. Brasília: A. N. Editora, s/data.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Nabuco

PETER VON CORNELIUS


museum kunst palast , Düsseldorf.


Die klugen und die törichten Jungfrauen
(O sábio e as virgens insensatas)
1813 – óleo sobre tela – 114 x 153 cm.
Autor: Peter von Cornelius

Sobre Peter von Cornelius clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Peter_von_Cornelius

segunda-feira, 1 de junho de 2009

BERTRAND RUSSELL (3)



Bertrand Russell
Em
ABC da relatividade.





“Há, para cada corpo, uma ordem de tempo definida para os acontecimentos havidos em suas vizinhanças, a qual pode ser chamada tempo “próprio” do corpo considerado.

Como as criaturas, na Terra, têm posições muito aproximadas da estacionária, os tempos “próprios” dos diversos seres humanos estão concordes, podendo ser agregados para formar o tempo terrestre.

Mas este é apenas o tempo adequado aos corpos volumosos da Terra.

Para as partículas beta (elétrons), nos laboratórios, seriam necessários tempos bem diferentes, é pelo fato de insistirmos no uso de nosso próprio tempo que essas partículas parecem ter sua massa aumentada com a velocidade do movimento.

Do seu próprio ponto de vista, sua massa permanece constante, sendo nós que repentinamente nos adelgaçamos ou tornamo-nos corpulentos.

A história de um físico, se observada por uma partícula beta, seria semelhante às viagens de Gulliver”.







RUSSELL, B. ABC da relatividade. Tradução de Giasone Rebuá. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.

Sobre Bertrand Russell clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bertrand_Russell