sábado, 13 de junho de 2009

ERICH FROMM



Erich Fromm
Em
Análise do Homem.





“Pensadores autoritários supuseram, para sua conveniência, a existência de uma natureza humana, por hipótese fixa e imutável.

Esta suposição serviu para provar que seus sistemas éticos e instituições sociais eram necessários e imutáveis, sendo erigidos sobre a alegada natureza do homem.

No entanto, o que eles consideraram ser a natureza do homem era um reflexo de suas normas – e interesses – e não o resultado de uma investigação objetiva.

Foi compreensível, portanto, que os progressistas recebessem prazerosamente as conclusões da Antropologia e da Psicologia, que, pelo contrário, pareciam estabelecer a maleabilidade infinita da natureza humana.

Pois essa maleabilidade significa que as normas e instituições – antes a causa suposta da natureza do homem do que seu efeito – podiam também ser maleáveis.

Porém, ao contrapor a suposição errônea de que certas configurações culturais são a expressão de uma natureza humana fixa e eterna, os adeptos da teoria da maleabilidade infinita da natureza humana chegaram a uma posição igualmente insustentável.

Antes de mais nada, a concepção dessa maleabilidade infinita facilmente leva a conclusões que são tão insatisfatórias quanto à de uma natureza humana fixa e imutável.

Se o homem fosse infinitamente maleável, então é que, de fato, as normas e instituições desfavoráveis ao bem-estar humano teriam uma probabilidade de moldar o homem para sempre em seus padrões sem a possibilidade de que forças intrínsecas da natureza dele fossem mobilizadas e tendessem a modificar tais padrões”;






FROMM, Erich. Análise do Homem. Tradução de Octávio Alves Velho, 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1966.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Erich_Fromm

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