sábado, 31 de julho de 2010

MARTINHA



Eu te amo mesmo assim
(Martinha)
{Canção – 1967}




Vieram me contar que você diz que não me quer
Mais que você me tem a hora que você quiser
Que sou apaixonada e você tem pena de mim
Não ligo e só respondo que te amo mesmo assim

Fiquei até sabendo de uma outra namorada
E que por causa dela você já não pensa em nada
Eu só não compreendo o que essa gente quer de mim
Não ligo e só respondo que eu te amo mesmo assim

Todo mundo diz que você faz o que bem quer
Mas a mim só interessa mesmo o que você disser
E mesmo que você disser que não gosta de mim
Meu bem ainda respondo que eu te amo mesmo assim

Fiquei até sabendo de uma outra namorada
E que por causa dela você já não pensa em nada
Eu só não compreendo o que essa gente quer de mim
Não ligo e só respondo que eu te amo mesmo assim

Todo mundo diz que você faz o que bem quer
Mas a mim só interessa mesmo o que você disser
E mesmo que você disser que não gosta de mim
Meu bem ainda respondo que eu te amo mesmo assim
Meu bem ainda respondo que eu te amo mesmo assim






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quarta-feira, 28 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

RAUL BOPP (4)



ABISAG
(Raul Bopp)





Meu corpo é teu, senhor. Queres beijá-lo?
Por que colheste, no horto em que eu vivia,
meu corpo em flor de tâmara macia,
sem teres forças para machucá-lo?

Na excitação de um lúbrico intervalo
sinto ânsia de amor na boca fria
Senhor, não vens? Ai, como eu te amaria
nesse mesmo tapete em que eu resvalo

Dói-me um desejo nessa estranha boda:
O ardor de ter num desvairado instante
alguém que possa machucar-me toda

Os meus braços vazios já estão cansados
Senhor, não queres o meu corpo arfante
que tem sabor de todos os pecados?








BOPP, Raul. Putirum. Rio de Janeiro: Editora Leitura, 1968.

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

RUY BARBOSA (2)

Ruy Barbosa
Em
Oração aos moços.




“Embora o realismo dos adágios teime no contrário, tolerem-me o arrojo de afrontar uma vez a sabedoria dos provérbios.

Eu me abalanço a lhes dizer e redizer de não.

Não é certo, como corre o mundo, ou, pelo menos, muitas e muitíssimas vezes, não é verdade, como se espalha fama, que “longe da vista, longe do coração”.




“Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida.

Há, nele, mais que um assombro fisiológico, um prodígio moral.

É o órgão da fé, o órgão da esperança, o órgão do ideal.

Vê, por isso, com os olhos d’alma, o que não vêem os do corpo.

Vê ao longe, vê em ausência, vê no invisível, e até no infinito vê.

Onde para o cérebro de ver, outorgou-lhe o Senhor que ainda veja; e não se sabe até onde.

Até onde chegam as vibrações do sentimento, até onde se perdem os surtos da poesia, até onde se somem os vôos da crença: até Deus mesmo, inviso como os panoramas íntimos do coração, mas presente ao céu e à terra, a todos nós presente, enquanto nos palpite, incorrupto, no seio, o músculo da vida e da nobreza e da bondade humana”.






BARBOSA, Ruy. Oração aos moços. Organização de Marcelo Módolo. Introdução de Paulo Luso. São Paulo: Hedra, 2009. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=4SXbdpSart8C&printsec=frontcover&dq=Direito&lr=&as_brr=1&cd=14#v=onepage&q=Direito&f=false


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SINISTRO

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ALCEU AMOROSO LIMA



Alceu Amoroso Lima
Em
Preparação à Sociologia.







“O homem tende à perfeição, como todos os seres criados, mas tende livremente a essa perfeição, quando os demais tendem necessariamente.

Dadas as condições normais para o desenvolvimento de uma planta, ela chegará fatalmente à perfeição do seu tipo.

Desde que nada tolha a evolução natural de um mamífero, ele virá a realizar a finalidade contida no seu gérmen.

São seres que progridem necessariamente, pelo simples jogo dos fatores naturais que os determinam.



O homem não.

O homem é o ser que pode não progredir, apesar de realizadas todas as condições naturais para o seu progresso.

Como pode progredir a despeito de todos empecilho naturais que lhe forem opostos.

A história humana é uma ilustração viva dessas observações.

Não há, portanto, no homem o progresso necessário.

Fatores imprevistos concorrem com os fatores naturais para que a sua evolução não possa ser predeterminada.

E o seu progresso é sempre cortado de surpresas”.




“Para compreendermos a verdadeira natureza do progresso, não é a idéia de sucessão que devemos recorrer e sim à finalidade.

E isso no homem adquire toda a sua importância, pois toda a nossa concepção do progresso individual depende da concepção que tivermos da finalidade individual”.







LIMA, Alceu Amoroso. Preparação à sociologia. Rio de Janeiro: Editora Getulio Costa, s/data. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=iSErAAAAYAAJ&pg=PA10&dq=Ci%C3%AAncia+social&as_brr=1&cd=2#v=onepage&q=Ci%C3%AAncia%20social&f=false

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

ARCIPRESTE DE HITA



Aqui diz como por natureza os homens e os outros animais querem ter companhia com as fêmeas.
(Arcipreste de Hita)

[Tradução: Fábio Aristimunho Vargas]





Como diz Aristóteles, é coisa verdadeira,
o mundo por duas coisas trabalha: a primeira,
para que haja mantença; a outra coisa era
pra que haja ajuntamento com fêmea prazenteira.

Se o dissesse por mim, seria de culpar;
di-lo o grande filósofo, não sou eu a reptar;
do que nos diz o sábio não vamos duvidar,
que por obra se prova o sábio e seu falar.

Que diz verdade o sábio claramente se prova:
homens, animais, aves, toda besta de cova,
querem, por natureza, companha sempre nova,
e quanto mais o homem que a tudo que se mova,

Digo muito mais o homem que toda criatura;
todas em tempo certo se juntam, com natura;
o homem de mau senso o tempo todo, sem mesura,
sempre que pode quer fazer esta loucura.

O fogo sempre quer que esteja pela cinza,
como quer que mais arda quanto mais se atiça;
o homem quando peca bem se vê que desliza,
mas não se desfaz disso pois a natura o eriça.

E eu, como sou homem como outros, pecador,
já tive das mulheres às vezes grande amor;
provar o homem as coisas não é por isso pior,
e saber bem e mal, e usar o melhor.







VARGAS, Fábio Aristimunho (Org.). Poesia Espanhola – Das Origens a Guerra Civil. São Paulo: Hedra, 2009. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=0WOllqcU8QsC&pg=PA4&dq=Cole%C3%A7%C3%B5es+liter%C3%A1rias&lr=&as_brr=1&cd=13#v=onepage&q&f=false


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terça-feira, 20 de julho de 2010

MARIANO JOSÉ PEREIRA DA FONSECA (5)



Mariano José Pereira da Fonseca
(Marquês de Maricá)
Em
MÁXIMAS, PENSAMENTOS E REFLEXÕES.






“A imaginação tem sido e é a mais fecunda das entidades fabulosas boas e más, que infestam as crenças e religiões deste mundo”.



“A virtude tem alguma coisa rude e agreste que a faz desagradável sem o polimento e verniz que lhe dá a civilidade”.



“O sono da morte exclui os sonhos e pesadelos da vida”.



“Tudo o que é não podia deixar de ser: supostos os antecedentes que determinaram a sua existência, o contingente realizado torna-se necessário”.



“O instinto pode mais nas mulheres do que a educação nos homens”.








FONSECA, Mariano José Pereira da . MÁXIMAS, PENSAMENTOS E REFLEXÕES
Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/marica.pdf


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http://pt.wikipedia.org/wiki/Mariano_Jos%C3%A9_Pereira_da_Fonseca

JAN VAN EYCK


National Gallery, London.


Portrait of Giovanni Arnolfini and his Wife.
1434 – oleo sobre painel – 82 x 59,5 cm.
Autor: Jan van Eyck

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

MANOEL LUIZ SALGADO GUIMARÃES



Manoel Luiz Salgado Guimarães
Em
Nação e Civilização nos Trópicos: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional.






“E aqui tocamos em um ponto que nos parece central para a discussão da questão nacional no Brasil e do papel que a escrita da história desempenha neste processo: trata-se de precisar com clareza como esta historiografia definirá a Nação brasileira, dando-lhe uma identidade própria capaz de atuar tanto externa quanto internamente.

No movimento de definir-se o Brasil, define-se também o “outro” em relação a esse Brasil.

Num processo muito próprio ao caso brasileiro, a construção da idéia de Nação não se assenta sobre uma oposição à antiga metrópole portuguesa; muito ao contrário, a nova Nação brasileira se reconhece enquanto continuadora de uma certa tarefa civilizadora iniciada pela colonização portuguesa”.



“Ao definir a Nação brasileira enquanto representante da idéia de civilização no Novo Mundo, esta mesma historiografia estará definindo aqueles que internamente ficarão excluídos deste projeto por não serem portadores da noção de civilização: índios e negros.

O conceito de Nação operado é eminentemente restrito aos brancos, sem ter, portanto, aquela abrangência a que o conceito se propunha no espaço europeu.

Construída no campo limitado da academia de letrados, a Nação brasileira traz consigo forte marca excludente, carregada de imagens depreciativas do “outro”, cujo poder de reprodução e ação extrapola o momento histórico de sua construção”.






GUIMARÃES, Manoel L. L. S. Nação e Civilização nos Trópicos: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. In: Estudos Históricos. n. 1,. 1988. Pp. 5-27


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sábado, 17 de julho de 2010

DENIS DIDEROT (2)



Denis Diderot
Em
Direito Natural.





“É à vontade geral que o indivíduo se deve dirigir para saber até onde deve ser homem, cidadão, sujeito, pai, filho, e quando lhe convém viver ou morrer.

Compete-lhe a ela fixar os limites de todos os deveres.

Tendes o direito natural mais sagrado a tudo o que não vos é contestado pela espécie inteira.

Ela é que vos esclarecerá sobre a natureza dos vossos pensamentos e desejos.

Tudo o que conceberdes, tudo o que meditardes será bom, grande, elevado, sublime, se for do interesse geral e comum.

Não há outra qualidade essencial à vossa espécie além daquela que exigis em todos os vossos semelhantes, para felicidade vossa e deles.

Esta conformidade recíproca entre vós e todos eles é que vos avisará quando saireis da vossa espécie ou nela permanecereis”.









DIDEROT, Denis. Direito Natural. Tradutor: João da Silva Gama. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/diderot_direito_natural.pdf

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

ALFREDO MARCENEIRO / AMÁLIA RODRIGUES



Estranha Forma de Vida
(Alfredo Marceneiro / Amália Rodrigues)




Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha saudade
Foi por vontade de Deus

Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vives de vida perdida
Quem lhe daria um condão
Que estranha forma de vida

Coração independente
Coração que eu não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente

Eu não te acompanho mais
Pára, deixa de bater
Se não sabes aonde vais
Por que teimas em correr?
Eu não te acompanho mais

Se não sabes aonde vais
Pára, deixa de bater
Eu não te acompanho mais







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RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Fevereiro 2009

quinta-feira, 15 de julho de 2010

ÁLVARES DE AZEVEDO (4)



MEU DESEJO
(Álvares de Azevedo)





Meu desejo? Era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãozinha aperta:
A camélia que murcha no teu seio
O anjo que por te ver do céu deserta...

Meu desejo? Era ser o sapatinho
Que teu mimoso pé no baile encerra...
A esperança que sonhas no futuro,
As saudades que tens aqui na terra...

Meu desejo? Era ser o cortinado
Que não conta os mistérios de teu leito;
Era de teu colar de negra seda
Ser a cruz com que dormes sobre o peito.

Meu desejo? Era ser o teu espelho
Que mais bela te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escumilha e flores
E mira-te amoroso as nuas graças!

Meu desejo? Era ser desse teu leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro...

Meu desejo? Era ser a voz da terra
Que da estrela do céu ouvisse amor!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas cismas encantadas de langor!







AZEVEDO, Álvares de. Obras de Manuel Antonio Álvares de Azevedo precedidas de um discurso biográfico e acompanhadas de notas pelo Sr. Dr. Jacy Monteiro. Tomo terceiro. Rio de Janeiro: Livraria de B. L. Garnier, 1862. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=ST4OAAAAIAAJ&printsec=frontcover&dq=vai%20cora%C3%A7%C3%A3o%20se%20mais%20sensato%20busca%20outro%20cora%C3%A7%C3%A3o&source=gbs_slider_thumb#v=onepage&q&f=false


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quarta-feira, 14 de julho de 2010

FRIEDRICH HAYEK (2)



Friedrich Hayek
Em
O Caminho da Servidão.






“Os acontecimentos contemporâneos diferem dos históricos porque desconhecemos os resultados que irão produzir”.



“Uma combinação acidental de vivência e interesse muitas vezes revelará a um homem certos aspectos dos acontecimentos que poucos terão visto”.



“Se, a longo prazo, somos os criadores do nosso destino, de imediato somos escravos das idéias que criamos”.



“Ainda julgamos que os ideais pelos quais nos pautamos, e que nortearam a geração passada, só se realizarão no futuro, e não percebemos o quanto, nestes últimos vinte e cinco anos, eles já transformaram não apenas o mundo mas também este país”.



“O individualismo, que a partir dos elementos fornecidos pelo cristianismo e pela filosofia da antiguidade clássica pode desenvolver-se pela primeira vez em sua forma plena durante a Renascença e desde então evoluiu e penetrou na chamada civilização ocidental, tem como características essenciais o respeito pelo indivíduo como ser humano, isto é, o reconhecimento da supremacia de suas preferências e opiniões na esfera individual, por mais limitada que esta possa ser, e a convicção de que é desejável que os indivíduos desenvolvam dotes e inclinações pessoais”.



“Em nenhum sistema racionalmente defensável seria possível o Estado ficar sem qualquer função”.








HAYEK, F. O caminho da servidão. Tradução e revisão: Anna Maria Capovilla, José Ítalo Stelle e Liane de Morais Ribeiro. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990. Disponível em:
http://www.ordemlivre.org/files/hayek-ocaminhodaservidao.pdf

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terça-feira, 13 de julho de 2010

FRÉDÉRIC BASTIAT (2)

Frédéric Bastiat
Em
Ensaios.




“Cidadãos, em todos os tempos, dois sistemas políticos se apresentaram e todos os dois podem-se sustentar por boas razões.

Segundo um deles, o Estado deve fazer muito, mas deve também tirar muito.

Segundo o outro, a dupla ação do Estado deve-se fazer sentir muito pouco.

Entre esses dois sistemas é preciso optar.

Mas, quanto ao terceiro sistema, participando dos dois outros, e que consiste em tudo exigir do Estado e nada dar, acho que é quimérico, absurdo, pueril, contraditório, perigoso.

Aqueles que o defendem para ter o prazer de acusar todos os governos de incapacidade e para expô-lo assim aos ataques de todos vocês, essas pessoas elogiam e enganam a vocês ou, pelo menos, estão se enganando a si próprias.



Quanto a nós, pensamos que o Estado não é ou não deveria ser outra coisa senão a força comum instituída, não para ser entre todos os cidadãos um instrumento de opressão e de espoliação recíproca, mas, ao contrário, para garantir a cada um o seu e fazer reinar a justiça e a segurança”.





BASTIAT, F. Ensaios. Editado por Alexandre Giasti, traduzido por Ronaldo Legey; ilustrações de Marcos Pites de Campos. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1989. Disponível em:
http://www.ordemlivre.org/files/bastiat-ensaios.pdf

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RICHARD LINKLATER (2)




Trecho de Waking Life, de Richard Linklater que discute a Linguagem.

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

ANTÔNIO BARBOSA BACELAR (2)



À Variedade do Mundo
(Antônio Barbosa Bacelar)





Este nasce, outro morre, acolá soa
Um ribeiro que corre, aqui suave
Um Rouxinol se queixa brando, e grave,
Um Leão co rugido o monte atroa:

Aqui corre uma fera, acolá voa
Co grãozinho na boca ao ninho uma ave;
Um derruba o edifício, outro ergue a trave,
Um caça, outro pesca, outro enferoa.

Um nas armas se alista, outro as pendura,
Ao soberbo Ministro aquele adora,
Outro segue do Paço a sombra amada,

Este muda de amor aquele atura:
Do bem, de que um se alegra, o outro chora.
Oh mundo, ó sombra, ó zombaria, ó nada!








PÉCORA, Alcyr (Org.). Poesia seiscentista: Fênix renascida & Postilhão de Apolo. Introdução de João Adolfo Hansen. São Paulo: Hedra, 2002. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=jkP94AZMGKsC&printsec=frontcover&dq=Poesia&lr=&cd=27#v=onepage&q&f=false

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sábado, 10 de julho de 2010

MANUEL BANDEIRA (16)



INGÊNUO ENLEIO
(Manuel Bandeira)





Ingênuo enleio de surpresa,
Sutil afago em meus sentidos,
Foi para mim tua beleza,
A tua voz nos meus ouvidos.

Ao pé de ti, do mal antigo
Meu triste ser convalesceu.
Então me fiz teu grande amigo,
E teu afeto se me deu.

Mas o teu corpo tinha a graça
Das aves... Musical adejo...
Vela no mar que freme e passa...
E assim nasceu o meu desejo.

Depois, momento por momento,
Eu conheci teu coração.
E se mudou meu sentimento
Em doce e grave adoração.








BANDEIRA, Manuel Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

SCHOPENHAUER (7)



Schopenhauer
Em
Sobre a erudição e os eruditos.







“Quando observamos a quantidade e a variedade dos estabelecimentos de ensino e de aprendizado, assim como o grande número de alunos e professores, é possível acreditar que a espécie humana dá muita importância à instrução e à verdade.

Entretanto, nesse caso, as aparências também enganam.

Os professores ensinam para ganhar dinheiro e não se esforçam pela sabedoria, mas pelo crédito que ganham dando a impressão de possuí-la.

E os alunos não aprendem para ganhar conhecimento e se instruir, mas para poder tagarelar e para ganhar ares de importantes”.




“Assim como as atividades de ler e aprender, quando em excesso, são prejudiciais ao pensamento próprio, as de escrever e ensinar em demasia também desacostumam os homens da clareza e profundidade do saber e da compreensão, uma vez que não lhes sobra tempo para obtê-los”.




“Não é possível alimentar os outros com restos não digeridos, mas só com o leite que se formou a partir do próprio sangue”.




“O grande público culto busca viver bem e se distrair, por isso deixa de lado o que não é romance, comédia ou poesia”.




“Como demora muito para que a humanidade chegue a descobrir a quem ela deve conceder sua atenção, o professor e o erudito independente podem realizar seu trabalho paralelamente.

De um modo geral, a forragem da cocheira dos professores é a mais apropriada para esses ruminantes.

Em contrapartida, aqueles que recebem o seu alimento das mãos da natureza preferem o ar livre”.











SCHOPENHAUER, Arthur. A arte de escrever. Tradução, organização, prefácio e notas de Pedro Sussekind. Porto Alegre: L & PM, 2009. Disponível em: http://www.4shared.com/document/Zd7idP8m/SCHOPENHAUER_Arthur_A_arte_de_.htm


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PETER HOWSON


National Galleries of Scotland, Edinburgh

Norman Macfarlane, Lord Macfarlane of Bearsden, Born 1926. Businessman.
1999 – oleo sobre tela – 121,9 x 91,4 cm.
Autor: Peter Howson

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

JERÔNIMO BAÍA



Achando Alívio nas suas Penas.
(Jerônimo Baía)




Se para o canto amor me infunde quanto
No coração incêndio, luz na rima,
Se como lima o peito, o verso lima,
Se dá qual morte à vida, vida ao canto:

Pintarei tão alegre, doce tanto
A pena, que me mata, e que me anima,
Que quem do meu tormento se lastima
Me deseja o pesar, me inveje o pranto.

Vossa efígie, gentil Márcia adorada,
Qual foi da vista ao peito transferida,
Será do peito ao verso trasladada;

E como vista em vós, em mim ouvida
Terá dobrado ser, vida dobrada,
Se a quem morte me dá, dar posso eu vida.








PÉCORA, Alcyr (Org.). Poesia seiscentista: Fênix renascida & Postilhão de Apolo. Introdução de João Adolfo Hansen. São Paulo: Hedra, 2002. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=jkP94AZMGKsC&printsec=frontcover&dq=Poesia&lr=&cd=27#v=onepage&q&f=false

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

FRANCIS BACON (5)



Francis Bacon
Em
A Sabedoria dos Antigos.







“Contam os poetas que Júpiter, à cata de amores, assumia inúmeras formas diferentes: boi, águia, cisne, chuva de ouro.

No entanto, quando cortejou Juno, transformou-se na figura mais ignóbil possível, objeto de desdém e ridículo, a de um mísero cuco saído da tempestade, espantado, trêmulo e semimorto.



Eis aí uma fábula perspicaz, derivada das profundezas da ciência moral.

O significado é que os homens não devem cuidar que a ostentação de virtudes e méritos lhes acarretará a estima e o favor de todos, pois isso depende da natureza e caráter daqueles a quem se dirigem.

Sendo estes pessoas desapercebidas e sem ornato próprio, dotadas apenas de orgulho e disposição maliciosa (tipo simbolizado por Juno), devem reconhecer que o melhor será despojar-se de tudo quanto alardeie honra ou dignidade, já que seria loucura proceder de outro modo.

Não lhes basta descer à vilania e à bajulação, é preciso passarem exteriormente por abjetos e degenerados”.











BACON, Francis. A Sabedoria dos Antigos. Tradução de Gilson César Cardoso de Souza. São Paulo: Editora UNESP, 2002. Disponível em:
http://blogdocafil.files.wordpress.com/2009/04/bacon-francis-a-sabedoria-dos-antigos.pdf


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terça-feira, 6 de julho de 2010

DOM HÉLDER CÂMARA



Dom Hélder Câmara
Em
Oração do Paraninfo dos Bacharéis e Licenciados na Faculdade de Filosofia.






“Permiti, meus amigos, que eu vos lembre que deixar de ser aluno não é sinônimo de deixar de ser estudante, receber um diploma não é adquirir o direito absurdo de fechar os livros, mas assumir o encargo solene de sempre estudar e sempre progredir”.




“Crescer em sabedoria é ver aumentada a fome de aprender e aprimorando sempre mais o sabor intelectual”.




“Por mais complexa que pareça, a criatura humana é pequena e frágil”.




“Os teóricos do amor livre podem deblatear quanto quiserem – jamais conseguirão extirpar da terra a organização familiar”.




“Em nome da justiça, revoltamo-nos vendo ameaçado o direito de propriedade – os culpados somos nós que usamos mal esse direito e encobrimos injustiças sociais gritantes com esmolas generosas e espetaculares”.




“Os homens tomam como verdades inteiras fragmentos de verdade que brilharam para eles como bolas de vidro ou pedaços de espelho que a criança descobriu e não consente em largar”.








CÂMARA, Padre Helder. Oração do Paraninfo dos Bacharéis e Licenciados na Faculdade de Filosofia. Anuário das Faculdades Católicas – 1944. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 1945. Disponível em: http://www.ccpg.puc-rio.br/nucleodememoria/dhc/textos/1944oracaoparaninfo.pdf


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RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Janeiro 2009

segunda-feira, 5 de julho de 2010

WILLIAM JAMES (3)



William James
Em
Pragmatimo.






”De que modo chamaremos uma coisa?

Parece completamente arbitrário, pois plasmamos tudo, do mesmo modo que plasmamos constelações, para ficar de acordo com os propósitos humanos”.




“Interrompemos o fluxo da realidade sensível com coisas, à nossa vontade.

Criamos os sujeitos de nossa verdade assim como de nossas falsas proposições”.




“Criamos também os predicados.

Muitos dos predicados das coisas expressam somente as relações das coisas conosco e com os nossos sentimentos.

Esses predicados, naturalmente, são edições humanas”.




“Nossos substantivos e adjetivos são todos heranças humanizadas, e nas teorias pelas quais as estruturamos, a ordem interna e o arranjo íntimo é totalmente ditado por considerações humanas, sendo uma delas a propriedade intelectual.

A própria lógica e matemática fervilham com recomposições humanas; a física, a astronomia e a biologia seguem maciças deixas de preferência.

Mergulhamos no campo da experiência recente com as crenças que nossos ancestrais e nós mesmos já fizemos; essas determinam o que percebemos; o que percebemos determina o que fazemos; o que fazemos, de novo determina o que experimentamos; assim, de uma coisa para outra, embora o fato teimoso que permanece seja o de que um fluxo sensível, o que dele é verdadeiro parece de princípio ao fim ser amplamente matéria de nossa própria criação”.







JAMES, William. Pragmatismo. Tradução de Jorge Caetano da Silva. São Paulo: Editora Martin Claret, 2005.

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sábado, 3 de julho de 2010

FULTON J. SHEEN (3)



Fulton J. Sheen
Em
Angústia e Paz.





“Antigamente, vivia o homem num universo tridimensional onde, duma terra que ele habitava com seus vizinhos, avistava acima o céu e abaixo o inferno.

Esquecendo Deus, a visão do homem ficou ultimamente reduzida a uma só dimensão.

Acha agora que sua atividade esteja limitada à superfície da terra: um plano sobre o qual se move, não subindo para Deus ou descendo para Satanás, mas somente para a direita ou para a esquerda.

A velha divisão teológica, dos que se acham em estado de graça e dos que não estão, deu lugar à separação política de direitistas e esquerdistas,

A alma moderna limitou definitivamente seus horizontes.

Tendo negado os destinos eternos, chegou a perder até sua confiança na natureza, pois a natureza sem Deus é traidora”.




“Encarcerado por si mesmo, tenta agora compensar a perda do universo tridimensional da fé, descobrindo três novas dimensões dentro de seu próprio pensamento.

Acima do seu ego, seu nível consciente, descobre ele, em lugar do céu, um tirano inexorável a quem chama de superego.

Abaixo de sua consciência, em lugar do inferno, aceita ele um mundo oculto de instintos e solicitações, desejos primitivos e necessidades biológicas, a que chama de id”.











SHEEN, Fulton J. Angústia e Paz. Tradução de Oscar Mendes. 7ª. Ed. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1959.

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sexta-feira, 2 de julho de 2010

EZIO FLAVIO BAZZO (2)

Ezio Flavio Bazzo
Em
A arte de cuspir.




“Ao contrário do que cacarejam os ditos “espiritualistas”, não resta dúvidas de que o que vale mesmo, é a matéria.

Fico olhando para o mármore de meu banheiro, para as estatuetas de bronze camufladas no meio de meus livros e, tanto o mármore como o bronze exibem uma robustez invejável.

Enquanto nós, com nossa pretensa transcendência, vamos literalmente apodrecendo, virando merda ambulante, eles ficam cada dia mais radiantes.

Apesar do messianismo e de todas as promessas, para todos os lados só se vê espanto, sofrimento, fadiga, desespero, dor... e, na melhor das hipóteses, uma cegueira sem precedentes.

No mínimo, é cômica e debilóide a ilusão de que esse invólucro de dejetos possa, um dia, deixar de sê-lo...”.




“A vida é uma maratona de mutilados onde mesmo os “vitoriosos” continuam sabendo que sua deficiência não tem cura”.




“Cada vez que meus filhos me obrigam a explicar-lhes os crimes, a corrupção e o mau-caratismo do mundo adulto, sou tomado por uma vergonha atroz”.




“A dificuldade não está em manter-e dentro da pretensa “normalidade”, mas sim em suportar a certeza de que ela é uma anomalia grave”.






BAZZO, Ezio Flavio. A arte de cuspir (ou a dialética dos porcos). Brasília: Lilith publicadora e Cia., 1994.

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Seus livros podem ser encontrados no site http://home.yawl.com.br/hp/eziob/.

RICHARD LINKLATER




Trecho de Waking Life, de Richard Linklater que discute o Homem Auto-Destrutivo, do interesse da sociedade por catástrofes, caos, destruição, assim como a mídia incita esses atos.


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quinta-feira, 1 de julho de 2010

MICHEL FOUCAULT (6)



Michel Foucault
Em
Vigiar e Punir.






“Durante muito tempo a individualidade qualquer – a de baixo e de todo mundo – permaneceu abaixo do limite de descrição.

Ser olhado, observado, contado detalhadamente, seguido dia por dia uma escrita ininterrupta era um privilégio.

A crônica de um homem, o relato de sua vida, sua historiografia redigida no desenrolar de sua existência faziam parte dos rituais do poderio.

Os procedimentos disciplinares reviram essa relação, abaixando o limite da individualidade descritível e fazem dessa descrição um meio de controle e um método de dominação.

Não mais um monumento para uma memória futura, mas documento para uma utilização eventual”.




“Encontrar para um crime o castigo que convém é encontrar a desvantagem cuja idéia seja tal que torne definitivamente sem atração a idéia de um delito.

É uma arte das energias que se combatem, arte das imagens que se associam, fabricação de ligações estáveis que desafiem o tempo.

Importa constituir pares de representação de valores opostos, instaurar diferenças quantitativas entre as forças em questão, estabelecer um jogo de sinais-obstáculos que possam submeter o movimento das forças a uma relação de poder”.







FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987. Disponível em:
http://www.esnips.com/doc/20e834a1-8177-4018-9bef-29b575e5f8ea/Michel...)

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