quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FELIZ 2010


Caros leitores:

Mais um ano registrando “uns papos”... e continuo querendo mais!

Outra vez, preciso agradecer a todos os que me ajudam nesse projeto:
- Ao excelente trabalho das equipes do Blogger e do Google;
- Ao pessoal do Sitemeter, por me mostrar, a qualquer tempo, a existência dos leitores discretos (sempre sem comentários); os leitores diários; os que dedicaram longos minutos de seu tempo; enfim, me proporcionando alguns dos grandes prazeres de quem quer comunicar;
- E, muito especialmente, a vocês pela companhia, pela forma carinhosa e paciente que receberam este projeto em seus mundos virtuais, e pelos comentários e sugestões.
Espero continuar por aqui...
Feliz Ano Novo e Divirtam-se!

ATENÇÃO:

AS POSTAGENS DE JANEIRO DE 2010 IRÃO COMPOR O ÍNDICE ALFABÉTICO, POR AUTOR, DAS NOSSAS POSTAGENS DE TEXTO.

DANTE ALIGHIERI



Dante Alighieri
Em
Da Monarquia.





“A arte apresenta-se em três formas: no espírito do artífice, no órgão, e, enfim, na matéria trabalhada; assim, também a natureza pode ser encarada em três estados.

De fato, a natureza existe no espírito do primeiro motor que é Deus; depois, no céu que é como o órgão material, pelo qual uma imagem de bondade eterna é impressa na matéria fluida.

Quando o artífice é excelente e o órgão também, se a forma é realizada imperfeitamente, é tão somente à matéria que será necessário atribuir o defeito; ora, Deus realiza a soberana perfeição e seu aparelho, que é o céu, não é privado de nenhuma das perfeições convenientes, assim como estabelece a filosofia das esferas; assim sendo, tudo o que se acha defeituoso nas coisas inferiores deve seu caráter deficiente à matéria; se os defeitos existem, é fora de intenção de Deus criador e do céu; ao contrário, tudo quanto é de bom nas coisas inferiores não pode provir da matéria, que é um puro poder; é preciso atribuir esse bem, em primeiro lugar a Deus, e, em segundo lugar, ao céu, que é o órgão, a arte divina e que é comumente chamado Natureza.

De tudo quanto precede, resulta que o direito, pois que o direito é o bem, existe, antes de tudo, na inteligência de Deus; ora, tudo quanto existe na inteligência de Deus, é Deus (segundo a palavra: tudo o que foi feito, nele era vida), e Deus quer estar acima de tudo, por isso, o direito, desde que está em Deus, é porque Deus assim o quer.

Como o que Deus quer e a coisa desejada são a mesma coisa, a vontade divina é o direito”.








ALIGHIERI, Dante. “Da Monarquia”. In. Pensadores Italianos. Prefácio de Adolfo Rava. Traduções de Antônio Piccarolo e Leonor de Aguiar. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1950.

Sobre Dante Alighieri clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dante_Alighieri

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

RENÉ GIRARD



René Girard
Em
O Bode Expiatório e Deus.






“Deus é, primeiro, a personificação do que se chama o sagrado.

E o sagrado é uma experiência da violência de tal modo repentina, temível e constrangedora no interior das comunidades que os homens acreditam e reconhecem nela um poder que ultrapassa, um poder literalmente transcendente, perante têm demasiado medo para que possa desobedecer-lhe, a fortiori para negar a sua existência”.




“Se, nas sociedades, a vingança fosse tolerada, é bem evidente que a espécie humana se destruiria rapidamente”.




“Os homens imitam os desejos uns dos outros e, por esta razão, estão inclinados para o que eu apelido de rivalidade mimética, processo que existe entre parceiros sociais e que tende a agravar-se constantemente pelo fato de a imitação ricocheteia entre os dois parceiros”.




“De certo modo, a vingança transcende o tempo e o espaço o que já lhe dá, de alguma maneira, qualquer coisa de religioso”.




“Chega um momento em que a rivalidade se torna tão forte que todos os objetos do debate são destruídos.

Quando os homens disputam a posse de um objeto, jamais se podem entender.

Vão continuar a lutar até que o combate se decida.

Mas, no decorrer da batalha, tal objeto será frequentemente destruído e, a partir desse momento, o antagonismo torna-se “puro”: será sempre mais forte, mas o mimetismo incidirá doravante já não sobre o objeto, mas sobre os próprios antagonistas”.






GIRARD, René. O Bode Expiatório e Deus. Tradutor: Márcio Meruje. Coleção: Textos Clássicos de Filosofia. Universidade da Beira Interior. Covilhã, 2009. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/girard_rene_o_bode_expiatorio_e_deus.pdf


Sobre René Girard clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Girard

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

NORBERT WIENER



Norbert Wiener
Em
Deus, Golem & Cia.







“Há pelo menos três aspectos da cibernética, a meu ver, que têm interesse para as questões religiosas.

O primeiro refere-se às máquinas com a capacidade de aprender; o segundo, às máquinas que se reproduzem; e o terceiro, à coordenação entre homem e máquina”.




“O aprendizado a que nos vimos referindo até agora é o aprendizado individual, que se manifesta durante o período em que a pessoa vive.

Há outro tipo de aprendizado, igualmente importante, que é o filogenético, ou aprendizado que se manifesta na história da espécie.

É desse tipo de aprendizado que se trata quando se fala das bases inventadas por Darwin, com sua teoria da seleção natural”.




“Não há procedência em afirmar categoricamente que os processos de reprodução, em seres vivos e em máquinas, nada têm em comum”.




“Já se disse que em todas as guerras os bons generais lutam como se estivessem participando da guerra anterior e os maus generais como se estivessem enfrentando a penúltima.

Em outras palavras, as regras do jogo de guerra nunca estão à altura dos fatos da situação real”.




“O mundo futuro se apresentará como luta cada vez intensa contra as limitações da inteligência humana e não como um leito confortável onde poderemos repousar enquanto somos aguardados por nossos escravos mecânicos”.












WIENER, Norbert. Deus, Golem & Cia. Tradução de Leônidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Editora Cultrix, 1971.

Sobre Norbert Wiener clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Norbert_Wiener

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL

FELIZ NATAL!

Dias 24, 25, 26 e 27 de dezembro: pausa para esperar Papai Noel e brincar com os brinquedos novos.

Divertam-se!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

MANUEL BANDEIRA (14)



O RIO
(Manuel Bandeira)



Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas nos céus, refleti-las.
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.






BANDEIRA, Manuel Estrela da Vida Inteira. 7ª. Ed. Introdução de Gilda e Antônio Cândido. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

JOHANN GOTTLIEB FICHTE

Johann Gottlieb Fichte
Em
Reivindicação da Liberdade de Pensamento.





“Sabeis, ou podeis persuadir-vos, se ainda o não sabeis, de que nem sequer sois propriedade de Deus, mas que Ele gravou livremente, no mais profundo do vosso coração, o seu selo divino: que não pertenceis a ninguém”.




“Poder pensar livremente é a diferença distintiva entre o entendimento humano e o animal”.




“Para vós é fácil subjugar o corpo dos homens, por os seus pés no cepo, as suas mãos em cadeias e, com o medo da fome ou da morte, podeis impedir que digam o que não devem dizer.

Mas nem sempre podeis estar presentes com o cepo, com as cadeias ou com os esbirros – e os vossos sabujos também não podem estar em toda a parte; uma maneira tão fatigante de governar não vos deixaria tempo para os prazeres humanos”.




“O espírito humano em geral avança só gradualmente de claridade em claridade; vós partireis sorrateiramente na vossa época, conservareis o vosso pequeno punhado de eleitos e a autoconvicção dos vossos grandes méritos.

De vez em quando, o espírito humano dá um passo violento por meio de uma revolução nas ciências – mas não vos preocupeis a tal respeito, à vossa volta, amanhecerá para os outros; vós, e os vossos tão queridos pupilos, disporeis entretanto de um aprazível crepúsculo para os vossos olhos receosos; e consolar-vos-eis assim com uma obscuridade cada vez maior”.






FICHTE, J. G. Reivindicação da Liberdade de Pensamento.
Disponível em:
http://www.lusosofia.net/textos/fichte_reinvindicacao_liberdade_pensamento.pdf

Sobre Fichte clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Gottlieb_Fichte

CHARLES CHAPLIN (2)






Cena do filme The Gold Rush (1925).
Diretor: Charles Chaplin.

Sobre Chaplin clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin

sábado, 19 de dezembro de 2009

JOSEPH ADDISON



Joseph Addison
Em
Sobre conselhos em questões de amor.






“Uma velha observação que tem sido feita sobre políticos que preferem conquistar as boas graças do seu soberano a promover o seu real serviço, é a de que adaptam os seus conselhos às inclinações do referido soberano e o aconselham a agir, apenas simulando que o seu coração está de acordo com o que dizem.

O conselheiro privado de um homem apaixonado deve observar a mesma conduta, a menos que queira incorrer na perda da amizade da pessoa que solicita o seu conselho”.







ADDISON, Joseph. “Sobre conselhos em questões de amor. In. Ensaístas Ingleses. Prefácio de Lúcia Miguel-Pereira. Tradução de J. Sarmento de Beires e Jorge Costa Neves. Rio de Janeiro/São Paulo/Porto Alegre: W. M. Jackson Inc., 1950.

Sobre Joseph Addison clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Addison

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

FRANCIS BACON (3)



Francis Bacon
Em
Da Amizade.





“Heráclito disse muito bem em um dos seus enigmas: “A luz crua é sempre a melhor”; e o certo é que a luz que um homem recebe, ao receber o conselho de amigo, é mais crua e límpida que a que emana do seu próprio entendimento e juízo, os quais se acham sempre infusos e impregnados dos seus hábitos e afeições.

Assim, há entre o conselho de um amigo e o de um lisonjeador; porque não há melhor remédio contra a nossa própria lisonja do que a franqueza de um amigo”.




“O apelo à voz da consciência para um rigoroso acerto de contas é, por vezes, um medicamento demasiadamente penetrante e corrosivo; ler bons livros sobre moralidade é um pouco insípido e inerte; observar nos outros as faltas em que incorremos, é frequentemente impróprio para o nosso caso; de modo que a melhor receita (a melhor, digo eu, não só para aplicar aos outros como usarmos nós mesmos) é a admoestação da amizade”.




“Um homem, que não pode representar convenientemente o seu papel, por não ter um amigo, deve abandonar a cena”.









BACON, Francis. “Da Amizade”. In. Ensaístas Ingleses. Prefácio de Lúcia Miguel-Pereira. Tradução de J. Sarmento de Beires e Jorge Costa Neves. Rio de Janeiro/São Paulo/Porto Alegre: W. M. Jackson Inc., 1950.

Sobre Francis Bacon clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon_(fil%C3%B3sofo)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NOAM CHOMSKY



Noam Chomsky
Em
O Lucro ou as Pessoas.







“Uma sociedade democrática decente deve basear-se no princípio do “consentimento dos governados”.

Essa idéia, apesar de geralmente aceita, pode ser contestada como excessivamente forte e como excessivamente fraca.

Excessivamente forte porque sugere que o povo precisa ser governado e controlado.

Excessivamente fraca porque até o mais brutal dos governantes precisa, em alguma medida, do “consentimento dos governados” e geralmente o obtém, nem sempre pela força”.




“O mundo que os Estados Unidos buscaram “criar à sua imagem e semelhança”, por meio das instituições internacionais, está baseado no princípio da lei do mais forte.

E a “paixão norte-americana pelo livre mercado” implica que o governo dos Estados Unidos pode violar acordos de comércio sempre que julgar necessário”.




“O modo mais eficaz de restringir a democracia é transferir a tomada de decisões da arena pública para instituições não sujeitas ao controle público: reis e príncipes, castas religiosas, juntas militares, ditaduras de partido e grandes empresas modernas”.




“É sempre esclarecedor procurar o que se omite nas campanhas de propaganda”.







CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

Sobre Noam Chomsky clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Noam_Chomsky

LUDWIG MEIDNER

Art Institute of Chicago



Max Herrmann-Neisse
1913 – óleo sobre tela – 89,5 x 75,6 cm.
Autor: Ludwig Meidner

Sobre Ludwig Meidner clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Meidner

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

PLATÃO (4)



Platão
Em
O Banquete.




“Assim, de muitos lados se reconhece que Amor é entre os deuses o mais antigo.

E sendo o mais antigo é para nós a causa dos maiores bens.

Não sei eu, com efeito, dizer que haja maior bem para quem entra na mocidade do que um bom amante, e para um amante, do que seu bem-amado.

Aquilo que, com efeito, deve dirigir toda a vida dos homens, dos que estão prontos a vivê-la nobremente, eis o que nem a estirpe pode incutir tão bem, nem as honras, nem a riqueza, nem nada mais, como o amor”.




“Nenhum deus filosofa ou deseja ser sábio – pois já é – , assim como se alguém mais é sábio, não filosofa.

Nem também os ignorantes filosofam ou desejam ser sábios; pois é nisso mesmo que está o difícil da ignorância, no pensar, quem não é um homem distinto e gentil, nem inteligente, que lhe basta assim.

Não deseja portanto quem não imagina ser deficiente naquilo que não pensa ser preciso”.







PLATÃO. O Banquete ou Do Amor. Tradução, introdução e notas do Prof. J. Cavalcante de Souza. 4ª. Ed. São Paulo: Difel, 1986.

Sobre Platão clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

BERNARDINO LOPES



MINHA DOCE AMIGA
(B. Lopes)





Paremos juntos na tranquilidade
Deste imortal crepúsculo do Afeto.
Onde há um altar, singelo e branco, ereto
A invocação da Pálida Saudade.

Concentra-te na Dor e a flórea idade
Lê no Passado, o livro predileto,
Que eu vou desfiando, compassivo e quieto,
O rosário da minha mocidade...

Ouve o harmonium litúrgico da Mágoa,
Como um rio de lágrimas correndo,
A gemer e a chorar de frágua em frágua.

Que a Senhora dos Tristes nos bendiga!
Vou desfiando o rosário e vai tu lendo,
Meu pobre lírio, minha doce amiga...







BANDEIRA, Manuel. Antologia dos poetas brasileiros - Fase parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1967.

Sobre Bernardino Lopes clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardino_Lopes

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

DIDEROT



Denis Diderot
Em
Direito Natural.






“Queremos ser felizes; mas o homem injusto e cheio de paixões sente-se continuamente levado a fazer aos outros o que não quereria que lhe fizessem a si”.



“O homem que escuta tão só a vontade particular é inimigo do gênero humano”.



“A submissão à vontade geral é o laço que une todas as sociedades, sem dele excetuar as que são formadas pelo crime”.



“A virtude é tão bela que até os ladrões respeitam a sua imagem no fundo das suas cavernas”.



“É à vontade geral que o indivíduo se deve dirigir para saber até onde deve ser homem, cidadão, sujeito, pai, filho e quando lhe convém viver ou morrer”.



“Se a minha felicidade exige que me desembarace de todas as existências que me são importunas, também é necessário que um indivíduo, seja ele quem for, consiga desfazer-se da minha, se por ela for apoquentado”.








DIDEROT, Denis. Direito Natural. Tradutor: João da Silva Gama. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/diderot_direito_natural.pdf

Sobre Diderot clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Denis_Diderot

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Janeiro 2008

sábado, 12 de dezembro de 2009

BACHELARD (6)



Gaston Bachelard
Em
A Psicanálise do Fogo.





“O fogo e o calor fornecem meios de explicação nos mais diversos campos, pois facultam-nos o ensejo de recordar coisas imorredouras, experiências pessoais simples e decisivas.

O fogo é, portanto, um fenômeno privilegiado que pode explicar tudo.

Se aquilo que se modifica lentamente se explica através da vida, o que se modifica depressa é explicado pelo fogo.

O fogo é ultravivo.

O fogo é íntimo e universal.

Vive no nosso coração.

Vive no céu.

Sobe das profundezas da substância e oferece-se como o amor.

Volta a tornar-se matéria e oculta-se, latente, contido, como o ódio e a vingança.

Entre todos os fenômenos, é ele o único que pode aceitar as duas valorações opostas: o bem e o mal.

Brilha no Paraíso.

Arde no Inferno.

É doçura e tortura.

É cozinha e apocalipse.

É prazer para a criança que se senta com juízo à lareira; no entanto, castiga qualquer desobediência de quem pretende brincar demasiado perto das chamas.

É bem-estar e respeito.

É um deus tutelar e terrível, bom e mau.

Pode contradizer-se: é portanto um dos princípios de explicação universal”.








BACHELARD, Gaston. A Psicanálise do Fogo. Tradução de Maria Isabel Braga. Lisboa: Litoral Edições, 1989.

Sobre Bachelard clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaston_Bachelard

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

EL REY DON DENIS



Uma Cantiga de Amigo
(D. Denis)





Non chegou, madre, o meu amigo,
e oje est o prazo saído!
Ai, madre, moiro d’amor!

Non chegou, madre, o meu amado,
e oje est o prazo passado!
Ai, madre, moiro d’amor!

E oje est o prazo saído!
Porque mentiu o desmentido?
Ai, madre, moiro d’amor!

E oje est o prazo passado!
Porque menti o perjurado?
Ai, madre, moiro d’amor!

Porque mentiu o desmentido,
pesa-mi, pois per si é falido,
Ai, madre, moiro d’amor!

Porque mentiu o perjurado,
Pesa-mi, pois mentiu per seu grado,
Ai, madre, moiro d’amor!








CIDADE, Hernâni. Organização, prefácio e notas. Poesia Medieval, 1. Cantigas de Amigo. 4ª. Ed. Lisboa: Textos Literários, 1959.

Sobre Don Denis clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Denis_of_Portugal

Sobre Cantiga de Amigo clique no linque anaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cantiga_de_amigo

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ERNST FISCHER

Ernst Fischer
Em
A necessidade da arte.





“Toda classe dominante que se sente ameaçada procura ocultar o conteúdo de classe de sua dominação e apresentar a sua luta como destinada a manter não uma determinada forma social, histórica, e sim algo “eterno”, concernente a todos os valores humanos”.




“A fim de salvar um conteúdo social superado, a classe dominante adota uma atitude de proteção às velhas formas, conquanto esteja sempre preparada para, em um momento crítico, abandonar essas velhas formas por uma ditadura sem disfarce.

Ao mesmo tempo, a classe dominante procura levantar suspeitas em relação às novas formas – que podem ainda não ter alcançado a sua plena maturidade – com a finalidade de combater o novo conteúdo social.

Com o tempo, foi se tornando cada vez mais difícil justificar ou glorificar o velho conteúdo social do capitalismo, dados os seus desastres; por isso, os paladinos do capitalismo, defendem agora “apenas” as suas formas de expressão políticas e sociais.

Essa tendência para subestimar o conteúdo e para encarar a forma como se ela fosse essencial, a única coisa realmente digna de atenção, é uma tendência que exerceu influência sobre amplos setores da inquieta intelectualidade do mundo capitalista”.






FISCHER, Ernst. A Necessidade da Arte. Tradução: Leandro Konder. São Paulo: Círculo do Livra, s/data.

Sobre Ernst Fischer clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Ernst_Fischer_(writer)

TOD BROWNING




Freaks (1932) – trechos do casamento.
Dirigido por Tod Browning,


Sobre Freaks clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Freaks

Sobre Tod Browning clique no linque abaixo:
http://www.imdb.com/name/nm0115218/

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

KRISHNAMURTI (2)



Krishnamurti
Em
Liberte-se do Passado.






“Se considerais importante conhecerdes a vós mesmo só porque eu ou outro disse que é importante, receio então que esteja terminada toda comunicação entre nós.

Mas se concordamos ser de vital importância compreender a nós mesmos, totalmente, torna-se então diferente a relação entre vós e mim e poderemos explorar juntos, fazer com agrado uma investigação cuidadosa e inteligente.



Eu não vos exijo fé; não me estou arvorando em autoridade.

Nada tenho para ensinar-vos – nenhuma filosofia nova, nenhum sistema novo, nenhum caminho novo para a realidade; não há caminho para a realidade, como não o há para a verdade.

Toda autoridade, de qualquer espécie que seja, sobretudo no campo do pensamento e da compreensão, é a coisa mais destrutiva e danosa que existe.

Os guias destroem os seguidores, e os seguidores destroem os guias.

Tendes de ser vosso próprio instrutor e vosso próprio discípulo.

Tendes de questionar tudo o que o homem aceitou como valioso e necessário”.




“Vivendo numa sociedade tão corrupta e estúpida, em que a educação nos ensina a competir – o que gera medo – vemo-nos oprimidos por temores de toda espécie; e o medo é uma coisa terrível, que torce e deforma, que ensombra os nossos dias”.




“O homem aceitou o conflito como parte da existência diária, porque aceitou a competição, o ciúme, a avidez, a ganância e a agressão como norma natural da vida”.







KRISHNAMURTI, Jiddu. Liberte-se do Passado. Tradução de Hugo Veloso. São Paulo: Cultrix, s/data. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/7361837/J-Krishnamurti-Libertese-do-Passado?autodown=doc


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http://pt.wikipedia.org/wiki/Jiddu_Krishnamurti

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

TOMÁS DE AQUINO



Tomás de Aquino
Em
O Ente e a Essência.






“O Homem é um animal racional, e não um composto de animal e de racional, tal como dizemos que é composto de alma e de corpo.

De fato, diz-se que o Homem é composto de alma e de corpo, tal como se duas coisas se constitui uma terceira realidade que não é nem uma nem outra.

Efetivamente, o Homem não é a alma nem é o corpo.

Mas se dissermos que o Homem é de alguma maneira composto de animal e de racional, não o será como uma terceira coisa é constituída de duas outras, mas como um terceiro conceito é formado de dois outros.

De fato, o conceito de animal exprime a natureza da coisa sem a determinação de uma forma especial, pelo fato de ser animal em relação à última perfeição.

Por sua vez, o conceito da diferença mencionada, “racional”, consiste na determinação de uma forma especial.

Destes dois conceitos é que se constitui o conceito de espécie ou o de definição.

E por isso, assim como de uma coisa constituída de outras não se predicam as coisas que a constituem, assim também do conceito se não predicam os conceitos que o constituem.

Na verdade, não dizemos que a definição é o gênero ou que é a diferença”.




“Ainda que o gênero signifique toda a essência da espécie não é necessário que diversas espécies de um mesmo gênero tenham uma única essência”.








AQUINO, Tomás de. O Ente e a Essência. Tradutor: Mário Santiago de Carvalho. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/aquino_tomas_de_ente_et_essentia.pdf

Sobre Tomás de Aquino clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

SANDRO BECKER



Chorar Por Amor (Melô da Gaia)
(Composição de Sandro Becker)




Quem é que não chora por amor?
Quem é que não teve uma ilusão?
Digo isso, porque aconteceu comigo.
Amei, não fui amado, me enganei.

Entra solidão que a casa é tua.
Arrasa com este homem sofredor.
Enquanto ela está feliz com outro.
Pouco a pouco está morrendo um coração.


Porque será?
É gaia! É gaia!
Que eu sofro assim?
É gaia! É gaia!
Ninguém na vida tem pena de mim.

Porque será?
É gaia! É gaia!
Que eu sofro assim?
É gaia! É gaia!
Ninguém na vida tem pena de mim.


Vou esperar
Até o final da vida.
Te espero querida
Não tenho ninguém.

Vou esperar
Até o final da vida.
Te espero querida
Não tenho ninguém.





Sobre Sandro Becker clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sandro_Becker_(cantor)

Para escutar “Chorar por amor”: clique aqui! Depois, clique no nome da música e, em seguida, no “play” do “gadget” da Rádio UOL – divirtam-se!

RAÚL SOLDI


Coleção Particular.


La Espera.
Óleo sobre tela – 55 x 45 cm.
Autor: Raúl Soldi

Sobre Raúl Soldi clique no linque abaixo:

http://en.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%BAl_Soldi

domingo, 6 de dezembro de 2009

GIUSEPPE MAZZINI (2)



Giuseppe Mazzini
Em
Deveres do Homem.






“Sem liberdade, não existe Moral, porque não existindo livre escolha entre o bem e o mal, entre a devoção ao progresso comum e o espírito de egoísmo, não existe responsabilidade.

Sem liberdade, não existe sociedade verdadeira, porque entre livres e escravos não pode existir associação, mas somente domínio de um sobre os outros.

A liberdade é sagrada como o indivíduo, cuja vida ela representa.

Onde não há liberdade, a vida é conduzida a uma pura função orgânica.

Deixando que sua liberdade seja violada, o homem trai a própria natureza e se rebela contra os decretos de Deus.



Não há liberdade onde uma casta, uma família, um homem assume o domínio sobre os outros, em virtude de um pretenso direito divino, em virtude de um privilégio derivado do nascimento, ou em virtude de riqueza”.






MAZZINI, Giuseppe. “Deveres do Homem”. Tradução de Antônio Piccarolo e Leonor de Aguiar. In. Pensadores Italianos. Prefácio de Adolfo Rava. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1950.

Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/mazzini.html


Sobre Mazzini clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Giuseppe_Mazzini

sábado, 5 de dezembro de 2009

VLADIMIR MAIAKOVSKI



E então, que quereis?...
(Vladimir Maiakovski)



Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?

O mar da história é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

(1927)





MAIAKOVSKI, V. Maiakovski – Antologia Poética. Tradução: E. Carrera Guerra. São Paulo: Editora Max Limonard, 1987.

Disponível em:
http://blogdocafil.files.wordpress.com/2009/04/vladimir-maiakovski-poemas-doc-rev.doc


Sobre Maiakovski clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vladimir_Maiakovski

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

WILHELM DILTHEY



Wilhelm Dilthey
Em
Os Tipos de Concepção de Mundo.






“Das experiências mutáveis da vida emerge, para apreensão dirigida ao todo, o rosto da vida, cheio de contradições, ao mesmo tempo vitalidade e lei, razão e arbitrariedade, mostrando sempre aspectos novos e, embora talvez clara nos pormenores, inteiramente enigmática na totalidade”.




“Desde o primeiro olhar lançado a um morto é a morte inapreensível para a vida, e aqui radica, em primeiro lugar, a nossa posição frente ao mundo como perante algo de estranho e de terrível”.




“Toda a impressão forte revela ao homem a vida a partir de um lado peculiar; o mundo surge então a uma nova luz; com a repetição e a ligação de tais experiências, surgem as nossas disposições anímicas em face da vida”.




“A vida apresenta à poesia sempre novos aspectos.

A poesia mostra as possibilidades ilimitadas de ver, de valorizar e de criativamente configurar a vida.

O acontecimento transforma-se, pois, em símbolo, não de um pensamento, mas de uma conexão vislumbrada na vida – vislumbrada a partir da experiência vital do poeta”.




“Todos os fenômenos do universo são duais; vistos de uma vertente, na percepção externa, são dados como objetos sensíveis e, como tais, encontram-se num nexo físico enquanto, vistos por assim dizer a partir de dentro, trazem em si uma conexão vital, a qual se pode vivenciar no nosso próprio interior”.









DILTHEY, Wilhelm. Os Tipos de Concepção de Mundo. Tradutor: Artur Morão. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/dilthey_tipos_de_concep_ao_do_mundo.pdf

Sobre Dilthey clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Dilthey

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Dezembro 2007

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

JUNG (4)



C. G. Jung
Em
O Eu e o Inconsciente.






“Uma vez que a natureza humana não é constituída apenas de pura luz, mas também de muita sombra, as revelações obtidas pela análise prática são às vezes penosas e tanto mais penosas (como é geralmente o caso) quanto mais se negligenciou, antes, o lado oposto.

Há pessoas que se abalam excessivamente com essa descoberta, esquecendo que não são as únicas a possuírem um lado sombrio.

Entregam-se a uma depressão exagerada e começam a duvidar de tudo em si mesmas, nada lhes parecendo correto.

Este é o motivo pelo qual excelentes analistas, cujas idéias são muito procedentes, nunca se resolvem a publicá-las, uma vez que o problema psíquico abordado se lhes afigura tão vasto, a ponto de julgarem impossível abarcá-los cientificamente.

Enquanto o otimismo de alguns torna-os presunçosas, o pessimismo de outros torna-os excessivamente tímidos e desanimados”.




“O homem possui uma faculdade muito valiosa para os propósitos coletivos, mas extremamente nociva para a individuação: sua tendência à imitação”.



“Não são poucas as pessoas que têm medo de admitir que o inconsciente pode ter, até certo ponto, “grandes” idéias”.




“O mundo dos espíritos não foi uma descoberta, como por exemplo a do fogo pela fricção, mas sim a experiência ou conscientização de uma realidade tão válida quanto a do mundo material”.




“A persona é um complicado sistema de relação entre a consciência individual e a sociedade; é uma espécie de máscara destinada, por um lado, a produzir um determinado efeito sobre os outros e por outro lado a ocultar a verdadeira natureza do indivíduo”.







JUNG, C. G. O Eu e o Inconsciente. Tradução de Dra. Dora Ferreira da Silva. 9ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 1991.

Sobre Jung clique no linque abaixo:
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

JORGE VEIGA / RAUL MARQUES



BAILE DA PIEDADE
(Jorge Veiga / Raul Marques)
(Samba-choro gravado por Jorge Veiga em 1961)



Eu fui a um baile
Na Estação da Piedade.
Trouxe muitas novidades,
Coisas de admirar!
Te agüenta aí que eu vou contar!

Chegando lá,
Encontrei uma morena,
Oh! que pequena,
Fazendo um sinalzinho assim pra mim.

Eu disse logo:
"Isto é pra mim de colher!"

Fui chegando
Bem pra perto da morena
E fui logo perguntando:
"Garota, como é o teu nome?"

Ela me disse:
"Eu me chamo Mariana
E trabalho na cidade,
Na Rua Uruguaiana.
Não falto um dia na semana!"

Me deu a mão e saímos
Passeando,
E ela me conversando,
E eu com toda atenção.

Mas, de repente,
Formou uma arapuca,
Jogou-me uma sinuca:
"Qual a tua profissão?"
Que confusão!

Sem meditar, eu disse:
"Eu sou bacharelado.
Formei-me advogado
Pra viver do meu trabalho".

Meto a mão no bolso
Pra puxar o meu cartão.
Foi uma decepção:
Caiu um ás do meu baralho.
Ela manjou meu velho galho.

Deu um sorriso e disse:
"És quem eu procuro
Vejo um homem de futuro
Que me sabe compreender
Tenho um barraco
Lá no morro do Salgueiro.
Tu serás meu companheiro,
Parceiro do meu viver!"

Eternamente até morrer,
Mas que alegria, que prazer!








Sobre Jorge Veiga clique no linque abaixo:
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Sobre Raul Marques clique no linque abaixo:
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (2)

Jean-Jacques Rousseau
Em
Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens.




“O que a reflexão nos ensina a esse propósito, a observação o confirma perfeitamente: o homem selvagem e o homem policiado diferem de tal modo, tanto no fundo do coração quanto nas suas inclinações, que aquilo que determinaria a felicidade de um reduziria o outro ao desespero.

O primeiro só almeja o repouso e a liberdade, só quer viver e permanecer na ociosidade e mesmo a ataraxia do estóico não se aproxima de sua profunda indiferença por qualquer outro objeto.

O cidadão, ao contrário, sempre ativo cansa-se, agita-se, atormenta-se sem cessar para encontrar ocupações ainda mais trabalhosas; trabalha até a morte, corre no seu encalço para colocar-se em situação de viver ou renunciar à vida para adquirir a imortalidade; corteja os grandes, que odeia, e os ricos, que despreza; nada poupa para obter a honra de servi-los; jacta-se orgulhosamente de sua própria baixeza e da proteção deles, e, orgulhoso de sua escravidão, refere-se com desprezo àqueles que não gozam a honra de partilhá-la.

Que espetáculo não seriam para um caraíba os trabalhos penosos e invejados de um ministro europeu!”













ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social; Ensaio sobre a origem das línguas; Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens; Discurso sobre as ciências e as artes. Tradução de Lourdes Santos Machado. Introdução e notas de Paulo Arbousse Bastide e Lourival Gomes Machado. 3ª. Ed. São Paulo: Abril Cultura, 1978. (Os pensadores)

Sobre Rousseau clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau

SALVADOR DALI (2)




Salvador Dali
Em
What’s My Line?




Sobre Salvador Dali clique no linque abaixo:
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http://pt.wikipedia.org/wiki/What's_My_Line%3F

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

JOSÉ INGENIEROS (4)



José Ingenieros
Em
As Forças Morais.





“Os homens que não tiveram juventude pensam no passado e vivem no presente, buscando as satisfações imediatas que são o prêmio da domesticidade.

Débeis por indolência, ou medrosos por ignorância, prosperam com paciência mas sem alegria.

Tristes, resignados, cépticos, acatam como uma fatalidade o mal que os rodeis, aproveitando-o quando podem.

De seres sem ideais, nenhuma grandeza os povos podem esperar”.




“Toda criação é fruto da livre iniciativa e alcança o seu fim apoiada pelo sentimento de independência.

Quando houveres aprendido a querer, e souberes o que desejas, não te detenhas em procurar fora de ti os meios para o executar.

Nenhuma escola, nenhuma seita, nenhuma camarilha, poderá sentir como tu, intensamente, o ideal de arte, de verdade, de justiça, que tu mesmo concebeste e que só tu podes realizar.

Poeta ou filósofo, apóstolo ou artista, tem confiança em ti mesmo, não sigas rotas alheias, não subordine a tua vontade a outras vontades, não te apóies em sombras que empanam, nem procures proteções que constrangem”.









INGENIEROS, José. As Forças Morais / Simulação na Luta pela Vida. Sem indicação do tradutor. Rio de Janeiro: Editora MELSO Soc. Anônima, s/data.

Sobre José Ingenieros clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ingenieros

sábado, 28 de novembro de 2009

ALBINO FORJAZ DE SAMPAIO (5)



Albino Forjaz de Sampaio
Em
Palavras Cínicas.







“Deste-me esmola?
Muito bem, odeio-te.
Odeio-te porque não posso também dar esmola e porque me curvei a ti.
Toda a vida tu me fizeste bem, socorreste-me, agasalhaste-me.
Um dia eu – mau como sou – estou por cima.
Então eu havia de perder a ocasião de me vingar de tudo o que tu me fizeste?
Chegou o meu dia.
Agora, meu velho, eu sou o maior, ouves?
Eu dobrei-me e tu socorreste-me, mas eu dobrei-me.
Eu era um faminto e tu sentaste-me à tua mesa, mas eu dobrei-me.
Tive fome tu encheste-me, tive frio tu agasalhaste-me.
Irritante Tu, sempre Tu.


E eu não podia vingar-me, mas agora chegou minha vez.


Acredita que todos aqueles a quem fazemos bem nutrem lá dentro a secreta esperança de um dia nos correrem a pontapé.
Logo no primeiro dia em que não temam desconjuntar a bota quando o fizerem, percebes?”










SAMPAIO, Albino Forjaz de. Palavras Cínicas.
Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/7131500/Albino-Forjaz-de-Sampaio-Palavras-cinicas

Sobre Albino Forjaz de Sampaio clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albino_Forjaz_de_Sampaio

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

CONDILLAC (3)



Condillac
Em
Lógica.





“Não podemos ir senão do conhecido ao desconhecido”, é um princípio trivial na teoria e quase ignorado na prática.

Parece que só foi entendido pelos homens que nada estudaram.

Quando pretendem fazer-vos compreender uma coisa desconhecida, estabelecem uma comparação com outra que vos é conhecida; e se nem sempre acertam na escolha das comparações, logram fazer ver, pelo menos, que “sentem” o que é preciso realizar para serem compreendidos.



Não acontece o mesmo aos sábios.

Embora queiram instruir-se, esquecem-se com freqüência de ir “do conhecido ao desconhecido”.





“Desde que nossas sensações são as únicas idéias que temos dos objetos sensíveis, não vemos nelas senão o que representam; mais além nada percebemos, e, por conseguinte, nada podemos conhecer”.












CONDILLAC, Étienne Bonnot de. Lógica. Tradução de Vicente Greco. Prefácio de Affonso Bertagnoli. São Paulo: Edições e Publicações Brasil, s/data.
(ortografia modernizada para postagem)

Sobre Condillac clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tienne_Bonnot_de_Condillac

JEAN DUBUFFET


Guggenheim Museum, New York City



Volonté de Puissance
1946 – óleo com seixos, areia, vidro e corda sobre tela – 116,2 x 88,0 cm.
Autor: Jean Dubuffet

Sobre Jean Dubuffet clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Dubuffet

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

JOAQUIM NABUCO (5)



Joaquim Nabuco
Em
Pensamentos Soltos: Livro II.





1.

“Há máquinas de felicidade dispendiosas, que funcionam com enorme desperdício, e há outras econômicas, que, com as migalhas da sorte, criam alegria para uma existência inteira”.



4.

“A vida mais desejável é a que não causa nem inveja, nem compaixão”.



45.

“Na tolerância está a verdadeira medida da cultura, e até mesmo sua honestidade”.



59.

“A profissão de escritor merece toda a piedade.
Escrever para ganhar o pão, escrever para viver, é deformar o talento”.



90.

“Muitos talentos terão passado por insignificantes só por não terem tido a coragem da própria originalidade.
O gênio requer caráter e audácia”.


150.

“Pobres inventores!
Não passam de principiantes”.








NABUCO, Joaquim. Pensamentos Soltos. Brasília: A. N. Editora, s/data.

Sobre Joaquim Nabuco clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Nabuco

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO (2)




VISLUMBRE
(Mário de Sá-Carneiro)

A horas flébeis, outonais--
Por magoados fins de dia--
A minha Alma é água fria
Em ânforas d'Ouro... entre cristais...


(Camarate--Quinta da Vitória.
Outubro de 1914)







SUGESTÃO
(Mário de Sá-Carneiro)


As companheiras que não tive,
Sinto-as chorar por mim, veladas,
Ao pôr do sol, pelos jardins...
Na sua mágoa azul revive
A minha dor de mãos finadas
Sobre setins...


(Paris--Agosto de 1914)






In. Revista Orpheu, Número 1(1915).
Disponível em:
http://www.gutenberg.org/files/23620/23620-8.txt


Sobre Mário de Sá-Carneiro clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1-Carneiro

terça-feira, 24 de novembro de 2009

NOVALIS



Novalis
Em
Observações Entremescladas.




11

“A morte é uma vitória sobre si – que, como toda auto-superação, proporciona uma existência nova, mais leve e fácil”.



19

“Como pode um ser humano ter sentido para algo, se não tem o germe dele em si.

O que devo entender tem de desenvolver-se em mim organicamente – e aquilo que pareço aprender é apenas alimento, incitamento do organismo”.



28

“A suprema tarefa da formação é – apoderar-se de seu si-mesmo transcendental – ser ao mesmo tempo o eu de seu eu.

Tanto menos estranhável é a falta de sentido e entendimento completos para outros.

Sem auto-entendimento perfeito e acabado nunca se aprenderá a entender verdadeiramente a outros”.



38

“O homem consiste na verdade – Se abre mão da verdade, abre mão de si mesmo.

Quem trai a verdade trai a si mesmo.

Aqui não se trata de mentir – mas do agir contra a convicção”.



50

“Cada objeto amado é o centro de um paraíso”.










NOVALIS. Pólen. Tradução, apresentação e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho. 2ª. Ed. São Paulo: Iluminuras, 2001.

Sobre Novalis clique no linque abaixo:
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

HEIDEGGER (4)



HEIDEGGER
Em
Que é metafísica?




“Nenhum modo de tratamento dos objetos supera os outros.

Conhecimentos matemáticos não são mais rigorosos que os filosóficos-históricos.

A matemática possui apenas o caráter de “exatidão” e este não coincide com o rigor.

Exigir da história exatidão seria chocar-se contra a idéia do rigor específico das ciências do espírito.

A referência ao mundo, que importa através de todas as ciências enquanto tais, faz com que elas procurem o próprio ente para, conforme seu conteúdo essencial e seu modo de ser, transformá-lo em objeto de investigação e determinação fundante.

Nas ciências se realiza – no plano das idéias – uma aproximação daquilo que é essencial em todas as coisas.



Esta privilegiada referência de mundo ao próprio ente é sustentada e conduzida por um comportamento da existência humana livremente escolhido

Também a atividade pré e extracientífica do homem possuem um determinado comportamento com o ente.

A ciência, porém, se caracteriza pelo fato de dar, de um modo que lhe é próprio, expressa e unicamente, à própria coisa a primeira e última palavra.

Em tão objetiva maneira de perguntar, determinar e fundar o ente se realiza uma submissão peculiarmente limitada ao próprio ente, para que este realmente se manifeste”.



“Se a ciência tem razão, então uma coisa é indiscutível: a ciência nada quer saber do nada”.








HEIDEGGER, Martin. Que é metafísica? Tradução de Ernildo Stein.
Disponível em:
http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/que-e-metafisica.html


Sobre Heidegger clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Novembro 2007

sábado, 21 de novembro de 2009

GADAMER (2)



Hans-Georg Gadamer
Em
Ciência histórica e linguagem.






“Quem considera a hermenêutica importante precisa saber, antes de tudo, que é preciso escutar e que só se pode dar algo a compreender a alguém que pode escutar”.



“É somente quando nos expomos a uma contravisão possível que temos a chance de alcançarmos um âmbito para além da estreiteza de nossos próprios preconceitos”.



“Penso nas realidades poderosas, nas quais transcorre a convivência humana.

Se voltar-mos o olhar para essas realidades, então a “alegria pelo sentido”, essa “filologia” que a tudo abarca, pode parecer como um desvio de direção a um mundo de sonhos.

Só precisamos nos lembrar de que o mundo espiritual, no qual o homem procura se movimentar segundo a sua determinação mais própria, é acompanhado por um fato tão descomunal quanto o fato de a espécie humana ter inventado a guerra, algo que não ocorre de mais a mais na natureza entre seres pertencentes a uma mesma espécie, entre seres vivos de um nível de organização superior”.



“Estou completamente consciente de que a visão daquele que compreende segue com o olhar todo rastro de sentido e sempre detém esse olhar no sentido que, na irrazão do acontecimento e da história, deixa que se abra constantemente uma vez mais para ele algo assim como um horizonte de expectativa, de esperança e de não-esmorecimento”.



“Mesmo quando não escutamos apenas histórias, mas perguntamos por sua verdade histórica, mantém-se o interesse pelo reconhecimento daquilo que é humanamente possível e daquilo que realmente aconteceu”.














GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica em perspectiva. Vol. IV – A posição da filosofia na sociedade. Tradução de Marco Antônio Casanova. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

Sobre Gadamer clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans-Georg_Gadamer

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ALLAN KARDEC (2)



Allan Kardec
Em
A Gênese.





"Pelas relações que hoje pode estabelecer com aqueles que deixaram a Terra, possui o homem não só a prova material da existência e da individualidade da alma, como também compreende a solidariedade que liga os vivos aos mortos deste mundo e os deste mundo aos dos outros planetas.

Conhece a situação deles no mundo dos Espíritos, acompanha-os em suas migrações, aprecia-lhes as alegrias e as penas; sabe a razão por que são felizes ou infelizes e a sorte que lhes é reservada, conforme o bem ou o mal que fizeram.

Essas relações iniciam o homem na vida futura, que ele pode observar em todas as suas fases, em todas as suas peripécias; o futuro já não é uma vaga esperança: é um fato positivo, uma certeza matemática.

Desde então, a morte nada mais tem de aterrador, por lhe ser a libertação, a porta da verdadeira vida”.




“Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher”.




“Somente quando praticarem a moral do Cristo poderão os homens dizer que não mais precisam de moralistas encarnados ou desencarnados.

Mas, também, Deus, então, já não lhos enviará”.








KARDEC, Allan. A Gênese. Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro da quinta edição francesa. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1995.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ph000018.pdf

Sobre Allan Kardec clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Allan_Kardec

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

BRUNO BETTELHEIM

Bruno Bettelheim
Em
A Psicanálise dos Contos de Fadas.





“Ao contrário do que diz o mito antigo, a sabedoria não irrompe integralmente desenvolvida como Atenas saindo da cabeça de Zeus; é construída por pequenos passos a partir do começo mais irracional.

Apenas na idade adulta podemos obter uma compreensão inteligente do significado da própria existência neste mundo a partir da própria experiência nele vivida.

Infelizmente, muitos pais querem que as mentes dos filhos funcionem como as suas – como se uma compreensão madura sobre nós mesmos e o mundo, e nossas idéias sobre o significado da vida não tivessem que se desenvolver tão lentamente quanto nossos corpos e mentes”.




“Para encontrar um significado mais profundo, devemos ser capazes de transcender os limites estreitos de uma experiência autocentrada e acreditar que daremos uma contribuição significativa para a vida – senão imediatamente agora, pelo menos em algum tempo futuro.

Este sentimento é necessário para uma pessoa estar satisfeita consigo mesma e com o que está fazendo.

Para não ficar à mercê dos acasos da vida, devemos desenvolver nossos recursos interiores, de modo que nossas emoções, imaginação e intelecto se ajudem e se enriqueçam mutuamente.

Nossos sentimentos positivos dão-nos força para desenvolver nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades que encontramos inevitavelmente”.











BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Tradução de Arlene Caetano. 16ª. Ed. São Paulo: Paz e Terá, 2002.

Sobre Bruno Bettelheim clique no linque abaixo:
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MAN RAY (2)




Le Retour A La Raison (1923)
Um filme de Man Ray.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MÁRIO QUINTANA (11)





SIMULTANEIDADE
(Mário Quintana)



– Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
– Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
– Eu vou me matar! Eu quero viver!
– Você é louco?
– Não, sou poeta.





NUNCA
(Mário Quintana)


Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar...
Por isso o meu verso tem
esse quase imperceptível tremor...
A vida é triste, o mundo é louco!
Nem vale a pena matar por isso.
Nem por ninguém.
Por nenhum amor...
A vida continua, indiferente!







QUINTANA, Mário. A Cor Do Invisível. Rio de Janeiro: Globo, 1989.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Terceira Tarefa Da BlogGincana


Indicar "até" 3 blogs bons, que não tenham participado das BlogGincanas anteriores!



Indico o Blog Improfícuo – Onde a administradora Anna Flávia tem sempre uma mensagem interessante para os leitores.

ALEISTER CROWLEY (2)



Aleister Crowley
Em
O Livro das Mentiras.




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O!
A Tríade Anterior Primitiva A Qual É
NÂO-DEUS
Nada é.

A Primeira Tríade A Qual é DEUS
EU SOU.
Eu pronuncio A Palavra.
Eu ouço A Palavra.

O Abismo
A Palavra é quebrada.
Há Conhecimento.
Conhecimento é Relação.
Estes fragmentos são Criação.
A quebra manifesta Luz.

A Segunda Tríade A Qual é DEUS
DEUS, o Pai e Mãe, é ocultado em Geração.
DEUS é ocultado em rodopiante energia da Natureza.
DEUS é manifestado em concentração: harmonia:
consideração: o Espelho do Sol e do Coração.

A Terceira tríade
Paciência: preparar.
Agito: fluir: flamejar.
Estabilidade: gerar.

A Décima Emanação
O mundo.





CROWLEY, Aleister. O Livro das Mentiras. Tradução: Johann Heyss e Marcelo Santos. Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/6759907/Aleister-Crowley-O-Livro-Das-Mentiras

Sobre Aleister Crowley clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Aleister_Crowley

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

KARL-OTTO APEL



Karl-Otto Apel
Em
Estudos de Moral Moderna.





“As conseqüências tecnológicas da ciência produziram, nos dias de hoje, uma tal extensão e alcance para as ações e omissões humanas, a ponto de não ser mais possível contentar-se com normas morais, que regulamentem a convivência humana em pequenos grupos e confiem as relações entre os grupos à luta pela sobrevivência, no sentido darwiniano.

Se a hipótese dos etólogos for correta, de que já o canibalismo entre os homens pré-históricos deva ser entendido como conseqüência do machado de punho, isto é, como decorrência da perturbação (constitutiva para o homo faber) do equilíbrio entre os órgãos de agressão disponíveis e os instintos repressivos analogamente morais, então esta desproporção se ampliou desmedidamente pelo desenvolvimento moderno dos sistemas armamentistas.

A isso, porém, acresce, na atualidade, que as morais de grupos, geralmente enraizadas em instituições e tradições arcaicas, já não conseguem mais compensar aquela perturbação de equilíbrio constitutiva para o homo faber.

Pois não há, certamente, exemplo mais típico para o “descompasso” de setores culturais da humanidade, do que a desproporção entre a expansão de possibilidades técnico-científicas e a tendência conservadora de morais específicas de grupos”.








APEL, Karl-Otto. Estudos de Moral Moderna. Tradução: Benno Dischinger. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

Sobre Karl-Otto Apel clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl-Otto_Apel

ERNST KIRCHNER


Detroit Institute of Arts, Michigan

Café
1928 – óleo sobre tela – 80,00 x 69,80 cm.
Autor: Ernst Ludwig Kirchner


Sobre Ernst Ludwig Kirchner clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Ludwig_Kirchner

sábado, 14 de novembro de 2009

BOCAGE (2)



SONETO
(Bocage)



Enquanto o sábio arreiga o pensamento
Nos fenômenos teus, oh Natureza
Ou solta árduo problema, ou sobre a mesa
Volve o subtil geométrico instrumento:

Enquanto, alçando a mais o entendimento,
Estuda os vastos céus, e com certeza
Reconhece dos astros a grandeza,
A distância, o lugar e o movimento:

Enquanto o sábio, enfim, mais sabiamente,
Se remonta nas asas do sentido
À corte do Senhor omnipresente:

Eu louco, cego, eu mísero, eu perdido
De ti só trago cheia, ó Jônia, a mente:
Do mais, e de mim mesmo ando esquecido...










BOCAGE, Manuel Maria Barbosa Du. Sonetos e outros poemas. São Paulo: FTD, 1994. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000059.pdf

Sobre Bocage clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

EDGAR MORIN



Edgar Morin
Em
Da necessidade de um pensamento complexo.





“Produzimos a sociedade que nos produz.

Ao mesmo tempo, não devemos esquecer que somos não só uma pequena parte do todo, o todo social, mas que esse todo está no interior de nós próprios, ou seja, temos as regras sociais, a linguagem social, a cultura e normas sociais em nosso interior.

Segundo este princípio, não só a parte está no todo como o todo está na parte.

Isto acarreta conseqüências muito importantes porque, se quisermos julgar qualquer coisa, a nossa sociedade ou uma sociedade exterior, a maneira mais ingênua de o fazer é crer (pensar) que temos o ponto de vista verdadeiro e objetivo da sociedade, porque ignoramos que a sociedade está em nós e ignoramos que somos uma pequena parte da sociedade.

Esta concepção de pensamento danos uma lição de prudência, de método e de modéstia”.




“A reforma do pensamento permitirá frear a regressão democrática que suscita, em todos os campos da política, a expansão da autoridade dos experts, especialistas de todos os tipos, estreitando progressivamente a competência dos cidadãos, condenados à aceitação ignorante das decisões dos pretensos conhecedores, mas de fato praticantes de uma inteligência cega, posto que parcelar e abstrata, evitando a globalidade e a contextualização dos problemas.

O desenvolvimento de uma democracia cognitiva só é possível numa reorganização do saber, a qual reclama uma reforma do pensamento capaz de permitir não somente a separação para conhecer, mas a ligação do que está separado”.







MORIN, Edgar. Da necessidade de um pensamento complexo.
Tradução de Juremir Machado da Silva. Disponível em:
http://www.4shared.com/file/95215076/fdd9fd82/edgar_morin1_da_necessidade_de_um_pensamento_complexo.html

Sobre Edgar Morin clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Morin

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PLATÃO (3)



Platão
Em
O Banquete.




”Que seria então o Amor? perguntei-lhe. Um mortal?

Absolutamente.

Mas o que, ao certo, ó Diotina?

Como nos casos anteriores, disse-me ela, algo entre um deus e um mortal.

E com que poder? perguntei-lhe.


O de interpretar e transmitir aos deuses o que vem dos homens, e aos homens o que vem dos deuses, de uns as súplicas e os sacrifícios, e dos outros as ordens e as recompensas pelos sacrifícios; e como está no meio de ambos ele os completa, de modo que o todo fica ligado todo ele a si mesmo.

Por seu intermédio é que procede não só toda arte divinatória, como também a dos sacerdotes que se ocupam dos sacrifícios, das iniciações e dos encantamentos, e enfim de toda adivinhação e magia.

Um deus com um homem não se mistura, mas é através desse ser que se faz todo o convívio e diálogo dos deuses com os homens, tanto quanto despertos como quando dormindo; e aquele que em tais questões é sábio é um homem de gênio, enquanto o sábio em qualquer outra coisa, arte ou ofício, é um artesão.

E esses gênios, é certo, são muitos e diversos, e um deles é justamente o Amor”.







PLATÃO. O Banquete ou Do Amor. Tradução, introdução e notas do Prof. J. Cavalcante de Souza. 4ª. Ed. São Paulo: Difel, 1986.

Sobre Platão clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Outubro 2007

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CHARLES SANDERS PEIRCE (2)



Charles Sanders Peirce
Em
Como tornar as nossas idéias claras.





“Uma idéia clara é definida como uma que é apreendida de tal forma que será reconhecida onde quer que se encontre, de modo que nunca será confundida com outra.

Se esta clareza faltar, dir-se-á então que é obscura”.




“A primeiríssima lição que temos o direito de pedir que a lógica nos ensine é como tornar as nossas idéias claras; e é uma muito importante, só desprezada pelas mentes que dela mais necessitam.

Saber o que pensamos, sermos senhores do que queremos significar, isto será um fundamento sólido para pensamentos grandes e de peso.

Isso será mais facilmente aprendido por aqueles cujas idéias são pobres e limitadas; e muito mais felizes do que aqueles que se revolvem num pântano profundo de concepções”.




“O pensamento em ação tem como seu único motivo chegar ao descanso do pensamento; e tudo que não se reportar à crença não faz parte do próprio pensamento”.








PEIRCE, Charles S. Como tornar as nossas idéias claras. Tradução de Antônio Fidalgo. Disponível em:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/fidalgo-peirce-how-to-make.pdf

Sobre Charles S. Peirce clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Sanders_Peirce

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

VALDEMAR GOMES / HERIVELTO MARTINS



Dois corações
(Valdemar Gomes - Herivelto Martins)

(Canção –1942)




Quando dois corações
Se amam de verdade
Não pode haver no mundo
Maior felicidade
Tudo é alegria
Tudo é esplendor
Que bom que não seria
Se eu tivesse um amor

Quando dois corações
Se amam de verdade
Não pode haver no mundo
Maior felicidade
Tudo é alegria
Tudo é esplendor
Que bom que não seria
Se eu tivesse um amor

Eu sou poeta que canta
A lua quarto crescente
Sozinho, sem vida e crente

Lua cheia
Onde estás que não clareias
Este triste coração
Vazio caramanchão.

Quando dois corações
Se amam de verdade
Não pode haver no mundo
Maior felicidade
Tudo é alegria
Tudo é esplendor
Que bom que não seria
Se eu tivesse um amor






Sobre Valdemar Gomes clique no linque abaixo:
http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?nome=Valdemar+Gomes&tabela=T_FORM_A

Sobre Herivelto Martins clique no linque abaixo:
http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?nome=Herivelto+Martins&tabela=T_FORM_A

GUSTAVE LE BON

Gustave Le Bon
Em
As Opiniões e as Crenças.




“Crença e conhecimento constituem dois modos de atividade mental muito distintos e de origem muito diferentes.

A primeira é uma intuição inconsciente provada por certas causas independentes da nossa vontade; a segunda representa uma aquisição consciente, edificada por métodos exclusivamente racionais, tais como a experiência e a observação.

Foi somente numa época adiantada da sua história que a humanidade, imersa no mundo da crença, descobriu o conhecimento.

Quando aí se penetra, reconhece-se que todos os fenômenos atribuídos outrora às vontades de seres superiores se apresentavam sob a influência de leis inflexíveis.



Pela simples circunstância de que o homem se iniciava no ciclo do conhecimento todas as concepções do universo se transformaram.



Mas, nessa nova esfera, não foi ainda possível penetrar muito longe.

A ciência reconhece cada dia que nas suas descobertas há muitas coisas desconhecidas.

As realidades mais precisas ocultam mistérios.

Um mistério é a alma ignorada das coisas”.






LE BON, Gustave. As Opiniões e as Crenças. Sem indicação de tradutor. Apresentação: Nélson Jahr Garcia. Disponível em:
http://www.4shared.com/account/file/95213145/6b54ca10/Gustave_Le_bon__As_Opines_e_as_Crenas.html

Sobre Gustave Le Bon clique no linque abaixo:
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NORMAN McLAREN




Pas de Deux (1967) – Dirigido por Norman McLaren.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CONFÚCIO (3)



CONFÚCIO

Trechos.




“De nada serve falar de coisas já feitas, nem de fazer censuras às que já estão em caminho; nem lamentar o passado”.



“O sábio aplica-se em ser lento no falar e diligente no agir”.




“Minha doutrina se resume em uma coisa só, que abrange tudo.

Toda a sabedoria consiste em aperfeiçoar-se a si mesmo e amar os outros como a si mesmo”.




“Confúcio, ao saber que alguém refletia muitas vezes antes de fazer alguma coisa, disse: “Basta refletir duas vezes”.




“Eu não ensino àquele que não se esforça por compreender, não ajudo a falar a quem não diligencia para exprimir o próprio pensamento.

Se alguém, após haver ouvido a quarta parte de uma questão, não pode compreender por si mesmo e expor as outras três partes, a este eu não ensino mais”.




“Aquele que não sabe o que é a vida como poderá saber o que é a morte?”.








CONFÚCIO. Os Ensinamentos de Confúcio. Seleção, tradução, coordenação, textos introdutórios e bibliografia por Múcio Porphyrio Ferreira. São Paulo: Cultix, 1968.

Sobre Confúcio clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conf%C3%BAcio

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

KARL JASPER (2)



Karl Jaspers
Em
Introdução ao Pensamento Filosófico
.





“No espelho que é a História, enxergamos para além da estreiteza do presente e discernimos padrões.

Sem História, perde alento nosso espírito.

Se quisermos ignorar nossa História, ela nos surpreenderá a nossa revelia.

Os espectros do passado nos conduzem”.




“Em relação ao universo e à História, expandimos continuamente os limites de nosso conhecimento.

É como se nos perdêssemos no infinito das realidades cósmicas e históricas.

Face a umas e outras, adquirimos consciência do passageiro e insignificante caráter de nossa existência”.




“O homem está sozinho no mundo imenso e mudo.

Foi preciso que o homem surgisse para emprestar linguagem ao mutismo das coisas.

O silêncio da natureza ora lhe parece estranho, inquietante, impiedosamente indiferente ora lhe parece favorável, despertando-lhe confiança e apoiando-o.

O homem acha-se sozinho em meio a uma natureza de que, não obstante é parte.

Somente com seus companheiros de destino ele se transforma em homem, em si mesmo e deixa de estar solitário.

E, então, a seus olhos, a natureza se torna o pano de fundo de uma obscuridade que fala sem palavras.

Vemo-nos a nós mesmos como luz que ilumina as coisas, que se dispõem como referência a nosso pensamento e às relações que com elas estabelecemos”.







JASPERS, Karl. Introdução ao Pensamento Filosófico. Tradução de Leônidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Cultrix, 1993.

Sobre Karl Jaspers clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Jaspers

JÚLIO SALUSSE



O OLHAR DA MORTA
(Júlio Salusse)




Foi quando o sol nascia no levante
Que ela, formosa como o sol, chegou.
Tornei-me louco desde aquele instante,
Louco por ela, como ainda estou.

Tivemos uma vida extravagante:
Amei-a muito... Ela também me amou.
Partiu depois para um país distante,
Partiu depois e nunca mais voltou.

Morreu, talvez. Todas as noites sonho
Que me contempla o seu olhar tristonho.
Olhar que um brilho fúnebre contém.

Desperto. Abro as janelas louco, aflito...
Crente que ela morreu, soluço e grito:
– Por que motivo não morri também?










BANDEIRA, Manuel. Antologia dos Poetas Brasileiros. Poesia da Fase Parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.

Sobre Júlio Salusse clique no linque abaixo:
http://versoeprosa.ning.com/profiles/blogs/julio-salusse-e-os-misterios

HENRI MATISSE


Hermitage Museum, Saint Petersburg, Russia


Dance
1910 – óleo sobre tela – 260 x 391 cm.
Autor: Henri Matisse.


Sobre Matisse clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Matisse

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ANNIE WOOD BESANT



Annie Wood Besant
Em
Karma.




“O espírito, ao agir na região que lhe é própria, na matéria sutil do plano psíquico superior, gera imagens, formas-pensamentos.

À imaginação tem-se chamado, com muitíssima propriedade, a faculdade criadora do espírito; e mal sabem aqueles que se servem desta aparente metáfora, quanto a expressão é literalmente verdadeira.

Esta faculdade, de dar à luz imagens, é o poder característico do espírito; um vocábulo é apenas uma tentativa de representação parcial de uma imagem mental.

Uma idéia, uma imagem mental, é sempre complicada; para a traduzir com propriedade, pode ser necessária uma frase completa; se nos servimos de uma só palavra para a representar, é porque tomamos apenas uma das suas particularidades mais flagrantes, e com esta exprimimos, embora muito imperfeitamente, o todo.

Quando dizemos “triângulo”, esta palavra evoca no espírito de quem a ouve uma imagem que, para ser perfeitamente expressa por meio de palavras, exigiria uma longa descrição.



É por meio de símbolos que o homem pensa; e depois, a pouco e pouco, laboriosamente, resume com imperfeição os símbolos em palavras”.









BESANT, Annie W. Karma. Tradução de Mário de Alemquer. São Paulo: Pensamento, s/data.

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

ABRAHAM JOSHUA HESCHEL (2)



Abraham Joshua Heschel
Em
O Schabat.





“O Schabat não existe em consideração aos dias da semana, os dias da semana é que existem em consideração ao Schabat.

Não é um interlúdio, mas o clímax do viver.



Três atos de Deus distinguem o sétimo dia: Ele descansou, Ele abençoou e Ele santificou o sétimo dia (Gênese 2: 2-3).

A proibição do trabalho está, portanto, somada à benção do deleite e a ênfase de santidade.

Não somente as mãos do homem celebram o dia, mas a língua e a alma mantêm o Schabat.

A pessoa não fala da mesma maneira neste dia como fala nos dias da semana.

Até pensar em negócios ou trabalho devem ser evitados.



O labor é um ofício, mas o repouso perfeito é uma arte”.







HESCHEL, Abraham Joshua. O Schabat – Seu significado para o homem moderno. Tradução de Fany Kon e J. Guinsburg. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000.

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

JEREMY BENTHAM (2)



Jeremy Bentham
Em
Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação.






“Aos prazeres da riqueza corresponde a espécie de motivo que, num sentido neutro, pode ser designado como interesse pecuniário.

Num mau sentido, este é designado, em alguns casos, com os termos avareza, cobiça, rapacidade, ou ganância; em outros casos, com o termo mesquinhez.

Em um sentido bom, o interesse pecuniário se denomina, porém apenas em casos particulares, economia e frugalidade; em certos casos pode-se aplicar-lhe o termo diligência (industry).

Em um sentido mais ou menos indiferente, porém pendendo mais para o sentido mau, o interesse pecuniário se designa, ainda que somente em casos particulares, com o termo parcimônia.

Vejamos um exemplo.

(1) Com o dinheiro pagas o ódio de uma pessoa, condenando o seu adversário à morte.

(2) Por dinheiro cultivas o terreno desta pessoa.

No primeiro caso o teu motivo se denomina ganância, sendo considerado corrupto e abominável; no segundo caso, por falta de uma palavra adequada, denomina-se diligência, sendo considerado no mínimo como inocente, senão meritório.

E, no entanto, em ambos os casos o motivo é exatamente o mesmo; não é nem mais nem menos do que interesse pecuniário”.







BENTHAM, Jeremy. Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação. Tradução de Luiz João Baraúna. 2ª Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os Pensadores).


Sobre Jeremy Bentham clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Bentham

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Setembro 2007

sábado, 31 de outubro de 2009

MANUEL DA COSTA (atribuído)



Anônimo (atribuído a Manuel da Costa)
Em
A Arte de Furtar.





“E se os ladrões não tiverem arte, busquem outro ofício, por mais que a este os leve e ajude a natureza, se não alentarem esta com os documentos da arte, terão mais certas perdas que ganhos, nem se poderão conservar contra as invasões de infinitas contrariedades que os perseguem.

E, quando os vejo continuar no ofício ilesos, não posso deixar de o atribuir à destreza de sua arte, que os livra até da justiça mais vigilante, deslumbrando-a por mil modos ou obrigando-a que os largue e tolere, porque até para isso têm os ladrões arte”.






“Traz a guerra consigo muitos perigos, trabalhos e gastos; e por isso nenhum príncipe a deve fazer, salvo quando as condições da paz são mais prejudiciais a seu estado e reputação.

Sendo necessário fazer-se, se considerar os danos que dela resultam, nunca se resolverá em a fazer; e não se resolvendo acrescentará as forças ao inimigo e debilitará as suas.

E, assim, convém que resolvendo-se em tomar armas, se resolvam todos a vencer ou morrer com elas.

Meça primeiro em Conselho suas forças com as do inimigo.

E conhecê-las-a em sabendo qual tem mais dinheiro, porque este é o nervo da guerra, que a começa e a acaba.

Três coisas lhe são muito necessárias para a vitória e sem elas não trate da batalha, porque será vencido.

A primeira é dinheiro, a segunda dinheiro e a terceira mais dinheiro.

Com a primeira, terá quanta gente quiser da peleja e, tendo mais gente que o inimigo, vencerá mais facilmente.

Com a segunda, terá armas de sobejo e, quem as tem melhores, assegura a vitória.

Com a terceira, terá mantimentos e, exército bem provido, tarde e nunca é vencido”.








ANÔNIMO. A Arte de Furtar. 3ª. Ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1978.

Sobre A Arte de Furtar clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_de_Furtar

Sobre Manuel da Costa clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_da_Costa