quinta-feira, 5 de novembro de 2009
JÚLIO SALUSSE
O OLHAR DA MORTA
(Júlio Salusse)
Foi quando o sol nascia no levante
Que ela, formosa como o sol, chegou.
Tornei-me louco desde aquele instante,
Louco por ela, como ainda estou.
Tivemos uma vida extravagante:
Amei-a muito... Ela também me amou.
Partiu depois para um país distante,
Partiu depois e nunca mais voltou.
Morreu, talvez. Todas as noites sonho
Que me contempla o seu olhar tristonho.
Olhar que um brilho fúnebre contém.
Desperto. Abro as janelas louco, aflito...
Crente que ela morreu, soluço e grito:
– Por que motivo não morri também?
BANDEIRA, Manuel. Antologia dos Poetas Brasileiros. Poesia da Fase Parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.
Sobre Júlio Salusse clique no linque abaixo:
http://versoeprosa.ning.com/profiles/blogs/julio-salusse-e-os-misterios
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário