sexta-feira, 29 de junho de 2007

LAO TSE (3)

CULTURA GENUÍNA
(Lao Tse)


Quem anda direito não deixa rastro,
Quem fala bem não diz desacertos.
Quem calcula bem não usa lembretes.
Quem fecha bem dispensa fechaduras e ferrolhos,
E contudo ninguém o pode abrir.
Quem amarra bem não usa corda nem barbante,
E contudo ninguém pode desatar.

Assim o sábio, em sua madureza,
Sabe sempre ajudar os homens.
Para ele, ninguém está perdido.
Sabe aperfeiçoar tudo que existe,
E não vê mal em ser algum.
É este o duplo segredo
De toda a realização do homem;

O homem pleni-realizado
Ajuda sempre ao menos realizado.
O homem mais culto
Ajuda sempre ao menos culto.

Pelo que, ó homem, trata com reverência
Ao homem mais maduro que tu.
E envolve em sincero amor
Aquele que necessita de ti.

Quem não age assim
Ignora a cultura genuína.
Vai nisto um grande segredo.



Lao-Tse viveu na China no 6o século a.C. , e a ele se atribui a autoria dos 81 “capítulos breves” que compõem o Tao Te King, uma espécie de síntese da sabedoria milenar chinesa.

LAO-TSE. Tao Te King. Tradução de Humberto Rohde. São Paulo: Fundação Alvorada, s/data. 2a ed.

BRINCANDO É QUE SE BRINCA


Graças ao carinho da Eu... de O Meu Mundo o Reflexões recebeu esta comenda.

Agora é tentar continuar a brincadeira pedindo perdão a todos os que ficaram fora da lista.

Eis o regulamento:

Regulamento:
1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês [os outros esperem por outra ideia brilhante que alguém irá ter].
2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.
3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com.
No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações.A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.4.
De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.

Minhas indicações foram:

ESPAÇO DE GENERALIDADES… (Zita)
LINDA GRAAL
NO SILÊNCIO DAS PALAVRAS...
PALAVRAS CRUZADAS (Belinha)
SUB ROSA v. 2 (Meg)
VARAL DE IDÉIAS (Eduardo Lunardelli)
VENENO ANTIMONOTONIA

RABISCOS NO BLOCO


quinta-feira, 28 de junho de 2007

EPICTETO (3)

EPICTETO


MÁXIMA 22

“Quem se ajusta como deve às circunstâncias necessárias é prudente e hábil no conhecimento das coisas divinas.”

MÁXIMA 23

“Não pretendas que as coisas sejam como as desejas. Deseja-as como são.”

MÁXIMA 24

“Lembra-te sempre destas máximas gerais: “Que é próprio de mim? Que não é próprio de mim? Que devo fazer?” Até agora, deixaram-te os deuses gozar de um prazer imenso, deram-te tempo suficiente para pensar, ler, meditar, escrever acerca destas importantes matérias. Esse tempo deve haver-te bastado. Agora, dizem-te: Vai, combate, mostra o que aprendeste, mostra se és atleta digno de nós e de ser coroado, ou um desses gladiadores vis que percorrem o mundo ocultando suas derrotas.”

Máxima 26

“És cego e injusto; podes ser independente e preferes depender de um milhão de coisas que te são estranhas e te afastam do verdadeiro bem.”




EPICTETO. Máximas. Tradução de Alberto Denis. São Paulo: Ed. E Pub. Brasil Editora, 1960.

Sobre o autor:
http://es.wikipedia.org/wiki/Epicteto

quarta-feira, 27 de junho de 2007

LA BRUYÈRE (4)

La Bruyère


Máxima “Das Obras do Espírito” 20

“O prazer da crítica rouba o de nos sentirmos vivamente tocados pelas belas coisas.”

Máxima “Das Obras do Espírito” 56

“Todo escritor, para escrever corretamente, deve pôr-se no lugar de seus leitores, examinar sua própria obra como algo que lhe seja novo, que ele lê pela primeira vez, em que não há nada de seu e que o autor houvesse submetido à sua crítica; e convencer-se, em seguida, de que não é compreendido somente porque compreende a si mesmo, mas sim porque é, de fato, inteligível.”

Máxima “Das Obras do Espírito” 68

“Não se deve ver o ridículo onde não existe: é estragar o gosto, é corromper o julgamento próprio e o alheio; mas, como ele está em toda parte, deve-se vê-lo e apontá-lo com graça, de um jeito que agrade e instrua.”



Jean La Bruyère nasceu em 1645 em Paris e morreu em 1696. Faz parte, junto com La Rochefoucauld e outros, do grupo chamado de "moralistas”.

LA BRUYÈRE Os Caracteres. Trad. Alcântara Silveira. São Paulo: Ed. Cultrix, 1965.

terça-feira, 26 de junho de 2007

LEONILSON

"Empty Man"
(1991)
Bordado sobre linho 54 x 39 cm
Foto Eduardo Brandão
Autoria: LEONILSON

Para conhecer mais de sua obra, procurem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonilson

segunda-feira, 25 de junho de 2007

PASCAL (3)

Pensamentos
(Blaise Pascal)


7 – Na medida em que se tem mais espírito, acha-se que há mais homens originais. As pessoas comuns não encontram diferença entre os homens.

10 – O homem se convence, em geral, melhor com os argumentos que ele mesmo encontra do que com os que ocorrem ao espírito dos outros.

101 – Digo em verdade que, se todos os homens soubessem o que dizem uns dos outros, não haveria quatro amigos no mundo.



PASCAL, Blaise Pensamentos. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

Sobre Pascal (1623-1662) procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal

sábado, 23 de junho de 2007

SUN TZU

A Arte da Guerra
(Sun Tzu)

Estudos preliminares

15 – Um general que se preocupe em empregar a minha estratégia vencerá! Conservem-no! Um general que se recuse a empregar a minha estratégia será, certamente, derrotado. Demitam-no!

16 – Uma vez consciente das vantagens dos meus planos, o general terá de criar situações para sua concretização. Por “situações”, quero dizer que deverá atuar com rapidez e de acordo com o que lhe é vantajoso para poder controlar os resultados.

17 – Todo guerreiro se baseia na simulação.

18 – Assim, o capaz se fingirá incapaz e o ativo aparentará inatividade.

19 – Quando próximo, finja estar longe; quando longe, finja estar próximo.

20 – Ofereçam-se ciladas ao inimigo e, simulando desordem, invistam sobre ele.

21 – Quando se mostra uma atitude concentrada, fazem-se preparações para o enfrentar. Evite-se o inimigo onde ele se mostrar forte.

22 – Enfureça-se o seu general confundindo-o.

23 – Aparente inferioridade e provoque a arrogância do adversário.

24 – Mantenham-no sob tensão e cansem-no.

25 – Quando estiver unido, desagregue-o.

26 – Atacai-o onde não estiver preparado. Executai as vossas investidas somente quando não vos esperar.

27 – São estas as chaves para a vitória do general. Não há qualquer discussão possível.



TZU, Sun A Arte da Guerra. Tradução de Pietro Nasseti. São Paulo: Editora Martin Claret, 2006.


Sobre Sun Tzu, procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sun_Tzu

sexta-feira, 22 de junho de 2007

HONORÉ DE BALZAC

Honoré de Balzac

Fisiologia do Casamento
(trechos)

Meditação XIX – Do amante

LXV
“Falar de amor é praticá-lo.”

LXVII
“Um amante tem todas as qualidades e todos os defeitos que um marido não tem.”

LXVIII
“Um amante não dá somente vida a tudo, faz também esquecer a vida; o marido não dá vida a coisa nenhuma.”

LXIX
“Todos os arremedos de sensibilidade que uma mulher faz, iludem sempre o amante; e o que faz encolher os ombros ao marido, extasia um amante.”

LXXII
“Um marido de talento nunca supõe abertamente que sua mulher tem um amante.”

LXXIV
“Um amante ensina a uma mulher tudo quanto o marido lhe ocultou.”

XCIV
“Nunca um marido será bem vingado senão pelo amante de sua mulher.”



BALZAC, H. Physiologia do Casamento. Tradução de Hardinio Lopes. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cia Editores, 1936.


Sobre o autor:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Honor%C3%A9_de_Balzac

quinta-feira, 21 de junho de 2007

JOSÉ CAMPECHE

Colección del Instituto de Cultura Puertorriqueña


El niño Juan Pantaleón Avilés de Luna Alvarado

1808 – óleo sobre tela – 70,2 x 66,2 cm

Autoria de: JOSÉ CAMPECHE


Para conhecer mais de sua obra, procurem:


MANUEL BANDEIRA (4)

TROVA
(Manuel Bandeira)

Atirei um limão doce
Na janela de meu bem:
Quando as mulheres não amam,
Que sono as mulheres têm!


OUTRA TROVA
(Manuel Bandeira)

Sombra da nuvem no monte,
Sombra do monte no mar.
Água do mar em teus olhos
Tão cansados de chorar!



BANDEIRA, Manuel Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

ALAN WATTS (2)

James Broughton
(citado pelo Alan Watts
)


“Isto é Isto
e eu sou Isto
e você é Isto
e Aquilo também é Isto
e ele é Isto
e ela é Isto
e Isto é Isto
e Aquilo é Aquilo.”



Alan Watts foi um dos grandes divulgadores do pensamento zen-budista nos Estados Unidos e na Inglaterra. Recebeu o grau de mestre do Seabury-Western Theological Seminary, em Illinois, e um doutorado honorário em divindade da University of Vermont. Nasceu na Inglaterra, em 1915 e morreu em 1973 nos Estados Unidos.


WATTS, Alan W. Psicoterapia Oriental & Ocidental. Tradução de José Veiga. Rio de Janeiro: Editora Record, s/data (original 1961).

Sobre o autor:
http://en.wikipedia.org/wiki/Alan_Watts

terça-feira, 19 de junho de 2007

RABISCOS NO BLOCO


MARIO QUINTANA

DA DISCRIÇÃO
(Mario Quintana)

Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo de teu amigo
Possui amigos também...


QUINTANA, Mario Quintana de Bolso. Porto Alegre: L&PM, 1997.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

LA ROCHEFOUCAULD (3)

LA ROCHEFOUCAULD


Máxima 5
”A duração das nossas paixões não depende mais de nós que a duração de nossa vida.”

Máxima 6
“A paixão torna freqüentemente louco o homem mais astuto e quase sempre astutos os mais tolos.”

Máxima 9
“As paixões têm uma injustiça e um interesse próprio que tornam perigoso segui-las, de tal modo que devemos desconfiar delas mesmo quando pareçam sensatíssimas.”

Máxima 29
“O mal que fazemos não nos acarreta tanta perseguição e ódio quanto nossas boas qualidades.”

Máxima 31
“Se não tivéssemos defeitos, não teríamos tanto prazer em observá-los nos outros.”



François de La Rochefoucauld foi um nobre que escreveu apenas dois livros. Um de memórias e outro de máximas. Filho do duque de Poitou, suas máximas foram publicadas pela primeira vez em 1664, anônimas. Retrabalhadas, reapareceriam em 1678. La Rochefoucauld faleceu em 1688.

LA ROCHEFOUCAUD, François VI de. Reflexões e Máximas Morais. Tradução de Alcântara Silveira. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1969.

sábado, 16 de junho de 2007

CHUANG TZU (4)

A MONTANHA DOS MACACOS
(Chuang Tzu)


"O Príncipe de Wu foi de barco à Montanha dos Macacos.
Logo que os macacos o viram, fugiram em pânico, e esconderam-se nos topos das árvores.
Um macaco, porém, estava inteiramente despreocupado, pulando de galho em galho – uma extraordinária demonstração!
O Príncipe atirou uma flecha no macaco, mas este, como um malabarista, pegou a flecha no ar. Com isso, o Príncipe ordenou a seus companheiros que atacassem em conjunto,
Num instante o macaco foi atingido por várias flechadas e caiu morto.
Em seguida, voltou-se o Rei para o seu companheiro Yen Pu’i:
“Viu o que aconteceu?”, disse-lhe. “Este animal exibiu a sua esperteza. Confiou em sua própria habilidade. Pensava que ninguém fosse pegá-lo. Lembre-se disto! Não confie no valor nem no talento, quando lidar com os homens.”
Quando retornaram a casa, Yen Pu’i tornou-se discípulo de um sábio, para libertar-se de tudo que o fizesse se destacar.
Renunciou a todos os prazeres.
Aprendeu a esconder toda a “diferença”.
Em breve ninguém no Reino sabia o que pensar dele.
E assim, passaram a reverenciá-lo com temor."



CHUANG TZU, considerado o maior escritor taoista de cuja existência se tem notícia, escreveu sua obra no final do período clássico da filosofia chinesa, de 550 a 250 aC.

MERTON, Thomas. A Via de Chuang Tzu. Petrópolis: Editora Vozes, 1974.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

SALADA

SALADA


“Viva cada dia como se fosse o último, um dia você acerta!”
(Barão de Itararé)

“Assim como são as pessoas, são as criaturas.”
(Didi Mocó)

“Não importa para onde você vá, você sempre estará lá.”
(Didi Mocó)

“Tudo já foi dito, mas pode repetir porque ninguém entendeu nada.”
(Albert Camus)

“O que se leva dessa vida, é a vida que se leva.”
(Barão de Itararé)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

ELISA LUCINDA

RECONSTITUIÇÂO
(Elisa Lucinda)

Tive de repente
saudade da bebida que eu estava bebendo...
tive saudade e tentei me lembrar que gosto faltava,
qual era a bebida...
Fui procurando entre copos e móveis
e dei com sua boca.

A saudade era dela
A bebida era o beijo.


LUCINDA, Elisa. O Semelhante. Rio de Janeiro, Record, 1998.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

RABISCOS NO BLOCO


CÍCERO (2)

Saber envelhecer
(Cícero)


“É portanto ao caráter de cada um, e não à velhice propriamente, que devemos imputar as lamentações.
Os velhos inteligentes, agradáveis e divertidos suportam facilmente a velhice, ao passo que a acrimônia, o temperamento triste e a rabugice são deploráveis em qualquer idade.”


“As melhores armas para a velhice são o conhecimento e a prática das virtudes.
Cultivados em qualquer idade, eles dão frutos soberbos no término de uma existência bem vivida.
Eles não somente jamais nos abandonam, mesmo no último momento da vida – o que já é muito importante – , como também a simples consciência de ter vivido sabiamente, associada à lembrança de seus próprios benefícios, é uma sensação das mais agradáveis.”


“São suas próprias faltas, suas insuficiências que os imbecis imputam à velhice.”



Cícero, Marco Túlio Saber envelhecer e A amizade. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2002

Sobre Cícero (106-43 aC) procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADcero

terça-feira, 12 de junho de 2007

DIA DOS NAMORADOS

Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme

Composição: Cleide

Intérprete: Reginaldo Rossi

Nesse corpo meigo e tão pequeno
Há uma espécie de veneno
Bem gostoso de provar

Como pode haver tanto desejo
Nos teus olhos, nos teus beijos,
No teu jeito de abraçar

E foi com isso que você me conquistou
Com esse jeito de menina
É esse gosto de mulher

E nada existe em você
Que eu não ame
Sou metade sem você

Mon amour, meu bem, ma femme

segunda-feira, 11 de junho de 2007

RABISCOS NO BLOCO


FERNANDO PESSOA (4)

O GUARDADOR DE REBANHOS
(Alberto Caeiro)

XXIX - Nem Sempre Sou Igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
— O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

O texto integral de O Guardador de Rebanhos está disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/guardador.htm

sábado, 9 de junho de 2007

MANUEL BANDEIRA (3)

DESENCANTO
(Manuel Bandeira)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.


BANDEIRA, Manuel Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

quinta-feira, 7 de junho de 2007

CHUANG TZU (3)

DEIXAR AS COISAS COMO ESTÃO
(Chuang Tzu)

(trecho)


”Você treina seu olho e a sua visão se embriaga com a cor.
Treina o ouvido, e você anseia um som agradável.
Extasia-se em fazer o bem, e a sua bondade natural se desfaz.
Deleita-se no que é correto, e torna-se correto, ultrapassando qualquer expectativa.
Por explorar demais a liturgia, converte-se em péssimo ator.
Explora demais o seu amor pela música e torna-se azedo.

O amor da sabedoria gera planos habilidosos.
O amor do conhecimento gera críticas ao próximo.”



CHUANG TZU, considerado o maior escritor taoista de cuja existência se tem notícia, escreveu sua obra no final do período clássico da filosofia chinesa, de 550 a 250 aC.

MERTON, Thomas. A Via de Chuang Tzu. Petrópolis: Editora Vozes, 1974.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

LA BRUYÉRE (3)

La Bruyère – Máximas “Da Sociedade e da Conversação”


2
“O papel do tolo é ser inoportuno: um homem inteligente percebe quando agrada ou aborrece; sabe desaparecer no instante que precede aquele em que seria demais em algum lugar.”



Jean La Bruyère nasceu em 1645 em Paris e morreu em 1696. Faz parte, junto com La Rochefoucauld e outros, do grupo chamado de "moralistas”.

LA BRUYÈRE Os Caracteres. Trad. Alcântara Silveira. São Paulo: Ed. Cultrix, 1965.

terça-feira, 5 de junho de 2007

CADILLAC RANCH


CADILLAC RANCH
1974
– 10 “cadillacs” (usados) cravados em linha no terreno de uma fazenda.
Criação de Stanley Marsh III, montada ao lado da “route 66” (Amarillo, Texas, EUA) com o auxílio da The Ant Farm (um coletivo de arte de San Francisco).

segunda-feira, 4 de junho de 2007

CÍCERO

A amizade
(Cícero)



20. A força que a amizade encerra torna-se inteiramente clara para o espírito se considerarmos o seguinte: em meio a infinita sociedade do gênero humano, que a própria natureza dispôs, um vínculo é contraído e cerrado tão intimamente que a afeição se acha unicamente condensada entre duas pessoas, ou raramente mais que duas.



Cícero, Marco Túlio Saber envelhecer e A amizade. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2002.

Sobre Cícero (106-43 aC) procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cícero

sábado, 2 de junho de 2007

CECÍLIA MEIRELES

NUVEM
(Cecília Meireles)



- Irmãzinha, vamos subir a montanha?
- Para quê?
- Eu queria aquele pedacinho de nuvem cor-de-rosa, que está lá em cima...
- Aquele pedacinho de nuvem?
- É... queria enfeitar-me com ele...
- Mas a montanha é muito alta!
- Nós caminharemos... caminharemos...
- E se, chegando lá em cima, virmos a nuvem mais longe?
- Tu me levantarás nos braços, irmãzinha!
- E se a nuvem se desfizer de repente?
- Oh! Irmãzinha... irmãzinha... Se a nuvem se desfizer...
- Se ela se desfizer?
- Eu chorarei muito, e ficarei esperando outra nuvem, irmãzinha!


MEIRELES, Cecília Criança Meu Amor... Ilustrações de Marie Louise Nery. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986.

sexta-feira, 1 de junho de 2007