sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SALVE 2011


Caros leitores:

Mais um ano registrando “uns papos”... e continuo querendo mais!

Outra vez, preciso agradecer a todos os que me ajudam nesse projeto:

- Ao excelente trabalho das equipes do Blogger e do Google;

- Ao pessoal do Sitemeter, por me mostrar, a qualquer tempo, a existência dos leitores discretos (sempre sem comentários); os leitores diários; os que dedicaram longos minutos de seu tempo; enfim, me proporcionando alguns dos grandes prazeres de quem quer comunicar;

- E, muito especialmente, a vocês pela companhia, pela forma carinhosa e paciente que receberam este projeto em seus mundos virtuais, e pelos comentários e sugestões.

Espero continuar por aqui...
Feliz Ano Novo e Divirtam-se!

ATENÇÃO:

AS POSTAGENS DE JANEIRO DE 2011 IRÃO COMPOR UMA ATUALIZAÇÃO DO ÍNDICE ALFABÉTICO, POR AUTOR, DAS NOSSAS POSTAGENS DE TEXTO.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NIETZSCHE (22)



Nietzsche
Em
Da Utilidade e dos inconvenientes da história para a vida.





“O homem que procura compreender, calcular, apreender, no momento em que deveria fixar na sua memória, como um longo sobressalto, o acontecimento incompreensível que o sublime constitui, pode ser considerado inteligente, no sentido em que Schiller fala da inteligência do homem inteligente; há coisas que uma criança vê e que ele não vê.

Não será capaz de ver o pormenor único, exatamente o mais importante, não o compreenderá, porque a sua inteligência é mais pueril do que a de uma criança e mais vã que a de um simples de espírito, apesar das numerosas rugas da sua face manhosa e encanecida e das suas mãos hábeis para desfazer as redes mais complicadas.

Resulta isto de que, tendo perdido e destruído o seu instinto, ele não ousa soltar o freio do “animal divino” quando a sua inteligência vacila e o seu caminho passa por desertos.

O indivíduo torna-se então timorato e hesitante e perde a confiança em si; dobra-se sobre si próprio, sobre a sua “interioridade”, isto é, neste caso, sobre um amontoado de coisas apreendidas que não têm qualquer ação sobre o exterior e sobre um saber que não se transforma em vida.

Visto de fora, apercebemo-nos de que a extirpação dos instintos pela história transforma os homens em outras tantas sombras e abstrações.

Ninguém mais ousa ser ele próprio, todos trazem máscaras, disfarçam-se de homens cultos, de poetas, de políticos.

Quando se ataca uma máscara destas, crendo que ela se leva a sério e não se trata de um simples fantoche – todas dão mostras de grande seriedade – fica-se nas mãos com trapos e ouropéis de cores variegadas”.








NIETZSCHE, F. Considerações Intempestivas. Tradução de Lemos de Azevedo. Lisboa: Presença, 1976.

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Fevereiro 2009

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TERRY EAGLETON



Terry Eagleton
Em
A idéia de cultura.





“Se cultura significa cultivo, um cuidar, que é ativo, daquilo que cresce naturalmente, o termo sugere uma dialética entre o artificial e o natural, entre o que fazemos ao mundo e o que o mundo nos faz.

É uma noção ‘realista’, no sentido epistemológico, já que implica a existência de uma natureza ou matéria-prima além de nós; mas também uma dimensão “construtivista”, já que essa matéria-prima precisa ser elaborada numa forma humanamente significativa.

Assim, trata-se menos de uma questão de desconstruir a oposição entre cultura e natureza do que reconhecer que o termo “cultura” já é uma tal desconstrução”.





“Os que consideram a pluralidade como um valor em si mesmo são formalistas puros e, obviamente, não perceberam a espantosamente imaginativa variedade de formas que, por exemplo, pode assumir o racismo”.





“Ser civilizado ou culto é ser abençoado com sentimentos refinados, paixões temperadas, maneiras agradáveis e uma mentalidade aberta.

É portar-se razoável e moderadamente, com uma sensibilidade inata para os interesses dos outros, exercitar a autodisciplina e estar preparado para sacrificar os próprios interesses egoístas pelo bem do todo.

Por mais esplêndidas que algumas dessas prescrições possam ser, certamente não são politicamente inocentes.

Ao contrário, o indivíduo culto parece-se suspeitosamente com um liberal de tendências conservadoras”.





“A palavra “cultura”, que se supõe designar um tipo de sociedade, é de fato uma forma normativa de se imaginar essa sociedade.

Ela também pode ser uma forma de alguém imaginar suas próprias condições sociais usando como modelo as de outras pessoas, quer no passado, na selva, ou no futuro político”.









EAGLETON, Terry. A idéia de cultura. Tradução de Sandra Castello Branco. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Terry_Eagleton

ASSIS VALENTE



Boas Festas
(Assis Valente)



Anoiteceu
O sino gemeu
E a gente ficou
Feliz a rezar

Papai Noel
Vê se você tem
A felicidade
pra você me dar

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem







Sobre Assis Valente clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Assis_Valente

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CHARLES PÉGUY (2)



Charles Péguy
Em
Da razão.







“Antes de analisar, por seu turno, estes estudos, antes de neles se ser introduzido pelo autor, é indispensável dar-se conta de que o autor apela tão-só para a razão.

Isso é indispensável num tempo em que a razão tem, como quase nunca, tantos inimigos, que são perigosos, em que mais do que nunca tem falsos amigos, que são ainda mais perigosos.

Há que chamar inimigos da razão aos dementes que exercem a sua demência contra a razão.

E há de chamar falsos amigos da razão aos dementes que querem que a razão proceda pelas vias da irrazão”.





“A razão não procede da autoridade governamental.

É, pois, trair a razão querer garantir o triunfo da razão por meios governamentais.

É subtrair-se à razão querer estabelecer um governo da razão.

Não pode haver nem ministério, nem prefeitura, nem subprefeitura da razão, nem consulado, nem pro - consulado da razão.

A razão não pode, a razão não deve mandar em nome de um governo”.





“A razão não exige, a razão não quer, a razão não aceita que a defendam ou que a apóiem oi que atuem em seu nome pelos meios da autoridade governamental.

Em nenhum sentido a razão é a razão de Estado.

Toda a razão de Estado é uma usurpação desleal da autoridade sobre a razão, uma contrafação, uma fraude”.





“Em particular, a razão não procede da autoridade militar.
Ignora totalmente a obediência passiva.

É trair a razão querer garantir a vitória da razão pela disciplina que constitui a força principal dos exércitos.

É fazer desarrazoar a razão ensiná-la pelos meios militares.

A razão não exige, não aceita a obediência”.








PÉGUY, Charles. Da Razão. Tradutor: Artur Morão. Cavilha: Universidade da Beira Interior, 2009. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/peguy_charles_da_razao.pdf

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http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_P%C3%A9guy

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL


FELIZ NATAL!

De 23 a 26 de dezembro: pausa para esperar Papai Noel e brincar com os brinquedos novos.

Se beber não dirija!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

HANNA ARENDT (2)



Hanna Arendt
Em
A crise da cultura.





“Talvez a principal diferença entre a sociedade e a sociedade de massas esteja em que a sociedade sentia necessidade de cultura, valorizava e desvalorizava objetos culturais ao transformá-los em mercadorias e usava e abusava deles em proveito de seus fins mesquinhos, porém não os “consumia”.

Mesmo em suas formas mais gastas, esses objetos permaneciam sendo objetos e retinham um certo caráter objetivo; desintegravam-se até se parecerem a um montão de pedregulhos, mas não desapareciam.

A sociedade de massas, ao contrário, não precisa de cultura, mas de diversão, e os produtos oferecidos pela indústria de diversões são com efeito consumidos pela sociedade exatamente como quaisquer outros bens de consumo.

Os produtos necessários à diversão servem ao processo vital da sociedade, ainda que possam não ser tão necessários para sua vida como o pão e a carne.

Servem, como reza a frase, para passar o tempo, e o tempo vago que é “matado” não é tempo de lazer, estritamente falando – isto é, um tempo em que estejamos libertos de todos os cuidados e atividades requeridos pelo processo vital e livres portanto para o mundo e sua cultura – ele é antes um tempo de sobra, que sobrou depois que o trabalho e a sono receberam seu quinhão”.







ARENDT, Hanna. Entre o Passado e o Futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 1997.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Hannah_Arendt

ANOS 1920

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

KOSTAS AXELOS



Kostas Axelos
Em
A Questão do fim da arte e a poeticidade do mundo.






“Quando o mundo foi interpretado a partir do homem, o sujeito que punha e fundava, este sujeito apoderava-se de tudo, tudo se tornando objeto da sua representação e do seu fazer.

A physis divina grega faleceu, morta pelo Deus judaico-cristão.

Este mesmo Deus falece, isto é, retira-se e é morto pelo homem que quer ocupar o lugar deixado vago e erguer-se como senhor.

O próprio homem, enquanto sujeito triunfante, centro e sentido de tudo o que é, começa a morrer, encontra-se descentrado, não tem fundamento: a subjetividade em vão se socializa, flutua em pleno vazio.

Uma quarta instância toma o poder, começando a concluir universalmente a modernidade européia e instituindo a era planetária: o dispositivo da técnica multiforme e onipresente invade tudo e o todo, querendo preencher o nada e o vazio”.





“A poeticidade que nos interpela e requer, nos faz e nos desfaz, que anima o que fazemos e desfazemos, ou antes, o que se faz e se desfaz através de nós, pode ser provada, dita, pensada e experimentada – sem se petrificar.

Talvez ela não reclame tanto “obras, criadas para a eternidade”, fabricações inconsistentes que se esgotam ao que o efêmero tem de mais superficial, mas antes uma disponibilidade a respeito do que nos arrebata e a que correspondemos transfigurando-o – sem que tenha uma figura inicial.

A arte não se tornou o objeto da estética, que faz do “belo” um valor em si e um setor específico da ação cultural, senão a partir do momento em que ela deixou de ser arte – quanto à sua destinação suprema.

A arte não dá nascimento a puras “formas”, antes põe plasticamente em obra fulgurações do mundo, plenas de “conteúdo”.

Nela se encontram unidos – indissoluvelmente? – os sentidos e o sensível e as significações e o sentido”.







AXELOS, Kostas. A Questão do fim da arte e a poeticidade do mundo. Tradutor: Fernando Trindade. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2010. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/axelos_costa_a_questao_do_fim_da_arte_e_a_poeticidade_do_mundo.pdf

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sábado, 18 de dezembro de 2010

MENOTTI DEL PICCHIA (3)



Noite
(Menotti Del Picchia)




As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.

Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.

Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono em ensaio de morte.

No cemitério da treva
Tudo morre provisoriamente.







Fonte: Jornal de Poesia. Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/mpicchia.html

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

SIGMUND FREUD (5)



Sigmund Freud
Em
Escritos sobre a guerra e a morte.






“O Estado combatente permite a si toda a injustiça e toda a violência que desonraria o indivíduo.

Não só utiliza contra o inimigo a astúcia permissível (ruses de guerre), mas também a mentira consciente e o engano intencional, e isto, claro está, numa medida que parece superar o usual em guerras anteriores.

O Estado exige dos seus cidadãos o máximo de obediência e de abnegação, mas incapacita-os mediante um excesso de dissimulação e uma censura da comunicação e da expressão das opiniões, que deixa sem defesa o ânimo dos assim intelectualmente oprimidos frente a toda a situação desfavorável e a todo o boato desastroso.

Desliga-se das garantias e dos convênios que o vinculavam aos outros Estados, confessa abertamente a sua avareza e a sua ânsia de poder que, em seguida, o indivíduo deve sancionar por patriotismo”.





“A educação e o ambiente não se limitam a oferecer prêmios de amor, mas lidam também com prêmios de outra natureza, com a recompensa e o castigo.

Podem, pois, fazer que o indivíduo submetido à sua influência se resolva a agir bem, no sentido cultural, sem que nele tenha realizado um enobrecimento das pulsões, uma mutação das tendências egoístas em tendências sociais.

O resultado será, no conjunto, o mesmo; só em circunstâncias especiais se tornará patente que um age sempre bem, porque a tal o forçam as suas inclinações pulsionais, mas o outro só é bom porque tal conduta cultural traz vantagens aos seus intentos egoístas, e só enquanto e na medida em que as procura.

Nós, porém, com o nosso conhecimento superficial do indivíduo, não temos meio algum de distinguir os dois casos, e o nosso otimismo induzir-nos-á decerto a exagerar desmesuradamente o número dos homens transformados pela cultura”.





“Desde que aprendemos a interpretar, inclusive, os sonhos mais absurdos e confusos, sabemos que, ao adormecer, nos despojamos da nossa moralidade, tão trabalhosamente adquirida, como de um vestido – e só de manhã de novo nela nos envolvemos.

Este desnudamento é, naturalmente, inócuo, já que o estado hípnico nos paralisa e nos condena à inatividade.

Só o sonho nos pode dar notícia da regressão da nossa vida afetiva a um dos mais antigos estágios evolutivos”.





“A morte própria é inimaginável, e todas as vezes que tentamos [fazer dela uma idéia] podemos observar que, em rigor, permanecemos sempre como espectadores.

Assim, foi possível arriscar na escola psicanalítica esta asserção: no fundo, ninguém acredita na sua própria morte ou, o que é a mesma coisa, no inconsciente, cada qual está convencido da sua imortalidade”.











FREUD, S. Escritos sobre a Guerra e a Morte. Tradutor: Artur Morão. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2009. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/freud_sigmund_da_guerra_e_da_morte.pdf

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud

JEN-PIERRE SERRIER



Coleção particular.


La Playo aux ‘Arlequins
1984 – Óleo sobre tela – 47,6 x 55,2 cm.
Autor: Jean-Pierre Serrier

Sobre Jean-Pierre Serrier clique
http://www.trocadero.com/oneofakind/items/427362/item427362.html

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

SCHOPENHAUER (9)



Arthur Schopenhauer
Em
A arte de escrever.








“Quando observamos a quantidade e a variedade dos estabelecimentos de ensino e aprendizado, assim como o grande número de alunos e professores, é possível acreditar que a espécie humana dá muita importância à instrução e à verdade.

Entretanto, nesse caso, as aparências também enganam.

Os professores ensinam para ganhar dinheiro e não se esforçam pela sabedoria, mas pelo crédito que ganham dando a impressão de possuí-la.

E os alunos não aprendem para ganhar conhecimento e se instruir, mas para poder tagarelar e para ganhar ares de importantes”.





“Assim como as atividades de ler e aprender, quando em excesso, são prejudiciais ao pensamento próprio, as de escrever e ensinar em demasia também desacostumam os homens da clareza e profundidade do saber e da compreensão, uma vez que não lhes sobra tempo para obtê-los”.





“Espíritos de primeira categoria nunca se tornarão especialistas eruditos.

Para eles, como tais, a totalidade da existência é que se impõe como problema, e é sobre ela que cada um deles comunicará à humanidade novas soluções, de uma forma ou de outra.

Pois só pode merecer o nome de gênio alguém que assuma como o tema de suas realizações a totalidade, aquilo que é grandioso, as coisas essenciais e gerais, e não alguém que dedica os esforços de sua vida a esclarecer qualquer relação específica de objetos entre si”.







SCHOPENHAUER, A. A arte de escrever. Organização, tradução, prefácio e notas de Pedro Süssekind. Porto Alegre: L&PM, 2009.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Schopenhauer

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

LUDWIG FEUERBACH (2)



Ludwig Feuerbach
Em
Princípios da Filosofia do Futuro.







“O panteísmo é o ateísmo teológico, o materialismo teológico, a negação da teologia, mas apenas do ponto de vista da teologia; pois faz da matéria, da negação de Deus, um predicado ou atributo do der divino.

Mas quem faz da matéria um atributo de Deus declara que a matéria é um ser divino.

A realização de Deus tem em geral como pressuposto a divindade, isto é, a verdade e a essencialidade do real.

Mas a divinização do real e do que existe materialmente – o materialismo, o empirismo, o realismo, o humanismo – a negação da teologia é a essência dos tempos modernos.

Por isso, o panteísmo nada mais é do que a essência dos tempos modernos elevada à essência divina, a um princípio filosófico-religioso”.





“O pensar põe o ser diante de si, mas dentro de si mesmo e, por conseguinte, suprime imediatamente, sem dificuldade, a oposição do mesmo a seu respeito; com efeito, o ser enquanto contrário do pensar dentro do pensar nada mais é do que o próprio pensamento”.





“A prova de que algo existe mais nenhum sentido tem a não ser o de que algo não é só pensado.

Mas esta prova não se pode tirar do próprio pensar”.





“O real na sua realidade efetiva, ou enquanto real, é o real enquanto objeto dos sentidos, é o sensível.

Verdade, realidade e sensibilidade são idênticas.

Só um ser sensível é um ser verdadeiro e efetivo.

Apenas através dos sentidos é que um objeto é dado numa verdadeira acepção – e não mediante o pensar por si mesmo.

O objeto dado ou idêntico com o pensar é apenas pensamento”.









FEUERBACH, Ludwig. Princípios da Filosofia do Futuro. Tradutor: Artur Morão. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2008. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/feuerbach_ludwig_principios_filosofia_futuro.pdf


Sobre Ludwig Feuerbach clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Feuerbach

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

FRANK DOMINGUEZ



Tu me acostumbraste
(Frank Dominguez)




Tú me acostumbraste
A todas esas cosas
Y tú me enseñaste
Que son maravillosas

Sutil llegaste a mí
Como la tentación
Llenando de inquietud
Mi corazón

Yo no concebía
Como se queria
En tu mundo raro
Y por ti aprendí

Por eso me pregunto
Al ver que me olvidaste
Por que no me enseñaste
Cómo se vive... Sin ti?





Sobre Frank Dominguez clique
http://en.wikipedia.org/wiki/Frank_Dom%C3%ADnguez

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Janeiro 2009

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

BRONISLAW MALINOWSKI (2)



Bronislaw Malinowski
Em
Magia, ciência e religião.






“Não existem povos, por mais primitivos que sejam, sem religião nem magia.

Assim como não existem, diga-se de passagem, quaisquer raças selvagens que não possuam atitude científica ou ciência, embora esta falha lhes seja frequentemente imputada.

Em todas as sociedades primitivas, estudadas por observadores competentes e de confiança, foram detectados dois domínios perfeitamente distintos, o Sagrado e o Profano; por outras palavras, o domínio da Magia e da Religião e o da Ciência”.





“Na guerra, os nativos sabem que a força, a coragem e a agilidade desempenham um papel decisivo.

No entanto, também neste campo praticam a magia, a fim de dominarem os elementos do acaso e da sorte”.





“Quando passamos para a nutrição, a primeira coisa que salta à vista é que, para o homem primitivo, a alimentação constitui um ato rodeado de etiqueta, de prescrições e proibições especiais e de uma tensão emocional geral, de uma forma que nos é desconhecida.

Para além da magia dos alimentos, destinada a fazê-los render ou a evitar a sua escassez em geral – e não estamos a nos referir aqui a todas as inúmeras formas de magia associadas à obtenção dos alimentos – é também notável o seu papel em cerimônias de caráter nitidamente religioso,

Ofertas de primeiros frutos, de natureza demarcadamente ritual, cerimônias de colheitas, grandes festas sazonais em que se acumulam, exibem e, de uma forma ou de outra, sagram as colheitas, tudo isso tem um papel preponderante para a comunidade agrícola.

De igual modo, os caçadores ou os pescadores comemoram uma boa caçada ou pescaria, ou a abertura da época através de festas e cerimônias em que a comida é entregue segundo um ritual e os animais sacrificados ou adorados.

Todos esses atos exprimem a alegria da comunidade, o seu sentido do enorme valor do alimento, e através deles a religião consagra a atitude reverente do homem em relação ao seu sustento diário”.





“Mesmo entre os povos mais primitivos, a atitude para com a morte é infinitamente mais complexa e, poderia acrescentar, mais semelhante à nossa, do que normalmente se supõe.

Com freqüência os antropólogos referem que a sensação dominante dos vivos é de horror ao cadáver e de receio do fantasma”.







MALINOWSKI, Bronislaw. Magia, Ciência e Religião. Introdução Robert Redfield. Sem indicação de tradutor. Disponível em: http://www.4shared.com/get/-yBfBmLf/Bronislaw_Malinowski_-_Magia_C.html;jsessionid=E5D88096952972FB8F7965E8EB805B7B.dc214

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

CAMÕES (9)



Cantiga

a este moto seu:
Pois me faz dano olhar-vos
não quero, por não perder-vos
que ninguém me veja ver-vos.

(Luiz Vaz de Camões)


VOLTAS


De ver-vos a não vos ver
há dois extremos mortais;
e são eles em si tais
que um por um me faz morrer;
mas antes quero escolher
que possa viver sem ver-vos
minh’alma por não perder-vos.

Deste tamanho perigo
que remédio posso ter,
se vivo só com vos ver,
se vos não vejo, perigo?
Quero acabar comigo
que ninguém me veja ver-vos,
Senhora, por não perder-vos.






CAMÕES, Luís Vaz de. Obra Completa. Organização, introdução, comentários e anotações do Prof. Antônio Salgado Júnior. Rio de Janeiro: Companhia Aguilar Editora, 1963.

GEORG SIMMEL

Georg Simmel
Em
Da psicologia da moda.



“O fundamento fisiológico do nosso ser, que aponta para a mudança de repouso e movimento e de receptividade e atividade, contém, com isso, também o modelo do nosso desenvolvimento espiritual.

Quando o nosso conhecimento é levado tanto pela procura da máxima abstração e generalidade quanto pela necessidade de descrever o mais específico e particular; quando em nossa vida sentimental nos satisfazemos na pacífica dedicação a outros seres humanos e coisas ou em enérgica atividade contra eles; quando o nosso ser ético encontra fronteiras de suas oscilações tanto no amálgama do nosso grupo quanto na distinção individual em relação ao mesmo – tudo isso se refere a conformações provinciais das grandes forças contraditórias, cujas lutas e compromissos fazem o nosso destino”.





“As formas sociais, a vestimenta, os julgamentos estéticos, o estilo por inteiro, por meio do qual o homem se expressa, são percebidos na sua modificação progressiva por meio da moda, e esta, ou seja, a nova moda, diz respeito, em todas as suas manifestações, apenas aos estamentos superiores.

Estes se apartam, desse modo, dos estamentos inferiores, ressaltando a igualdade dos seus componentes e, simultaneamente, a distinção em relação aos que se situam abaixo.

Tão logo estes últimos começam a apropriar-se da moda – precisamente porque – eles olham e se orientam sempre para cima e conseguem realizar essa aspiração antes de tudo na moda –, reagem os estamentos superiores com o abandono da mesma e a pronta inclinação para uma nova moda, por meio da qual a distinção em relação à massa se realiza novamente”.





“A essência da moda reside no fato de que sempre apenas uma parte do grupo a pratica; a totalidade, no entanto, fica a meio caminho dela.

Ela nunca é, mas é sempre um vir a ser.

Tão logo ela seja dominante, ou seja, tão logo aquilo que apenas alguns poucos praticavam passe a ser praticado por todos sem exceção, como elementos do vestuário ou das formas de contato social, não se pode mais falar em moda”.






SIMMEL, Georg. “Da psicologia da moda: um estudo sociológico”. In. SOUZA, Jesse e ÖELZE, Berthold. Simmel e a modernidade. Brasília: UnB, 1998. Disponível em: http://www.4shared.com/get/HGPMjljY/Da_Psicologia_da_Moda_-_um_est.html;jsessionid=F59243AD607CAB4CE986CA3197F657ED.dc214

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ARTE CONTEMPORÂNEA CHINESA

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

EDENAL RODRIGUES



Só o Ôme
(Edenal Rodrigues)





Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá
Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá

Suncê compra um garrafa de marafo
Marafo que eu vai dizê o nome
Meia noite suncê na incruziada
Distampa a garrafa e chama o ôme
O galo vai cantá suncê escuta
Rêia tudo no chão que tá na hora
E se guarda noturno vem chegando
Suncê óia pa ele que ele vai andando

Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá
Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá

Eu estou ensinando isso a suncê
Mas suncê num tem sido muito bão
Tem sido mau fio mau marido
Inda puxa saco di patrão
Fez candonga di cumpanheiro seu
Ele botou feitiço em suncê
Agora só o ôme à meia noite
É que seu caso pode resolvê

Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá
Ah mô fio do jeito que suncê tá
Só o ôme é que pode ti ajudá

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ANSELMO DE CANTUÁRIA (2)



Anselmo de Cantuária
Em
Monológio.






“Se houvesse alguém que, pelo fato de nunca ter ouvido falar nisso ou por não acreditar, ignorasse existir uma natureza superior a tudo o que existe – a única suficiente por si mesma, em sua felicidade –, e que concede, por sua bondade, à criatura ser aquilo que é, permitindo-lhe, inclusive, ser boa sob algum aspecto; se esse alguém ignorasse isso e muitas outras coisas, nas quais nós cremos com certeza acerca de Deus e das suas criaturas, penso que tal pessoa, embora de inteligência medíocre, possa chegar a convencer-se, ao menos em grande parte, dessas coisas, usando apenas a razão”.





“O uso contínuo ensina-nos que é possível falar uma coisa de três maneiras: ou dizendo a coisa por signos sensíveis, vale dizer, percebidos pelos sentidos corpóreos, portanto, pela sensibilidade; ou representando esses signos, que são sensíveis externamente, de uma maneira não sensível, mediante o pensamento; ou não usando destes signos, nem sensivelmente nem de maneira não sensível, mas dizendo as coisas dentro de nossa mente com a imaginação, reproduzindo as formas corpóreas, ou com a atividade racional, conforme a diversidade das próprias coisas.

Com efeito, eu posso pensar um homem de uma maneira quando digo a palavra homem para significá-lo; ou diferente, quando considero tacitamente esse nome na minha mente; e diferente, quando esse mesmo nome é intuído pela mente através de uma imagem corpórea ou mediante uma imagem mental.

Mediante uma imagem corpórea, quando a mente representa a si mesma a figura sensível dele; mediante uma imagem mental, isto é, quando pensa a essência universal dele, que é a de ser animal, racional, mortal”.







Santo Anselmo de Cantuária. “Monológio”. Tradução e notas de Ângelo Ricci. In. CIVITA, Victor (Editor). Santo Anselmo de Cantuária, Pedro Abelardo. 1ª. Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores).

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

CHARLES SANDERS PEIRCE (3)



Charles Sanders Peirce
Em
Como tornar as nossas idéias claras.







“Não falhar nunca no reconhecimento de uma idéia, e não a confundir em qualquer circunstância com outra, não importa sob que forma mais recôndita, implicaria com efeito uma força e uma clareza tão prodigiosas do intelecto como se encontram raramente neste mundo”.





“Relativamente a um indivíduo, não pode haver dúvida que umas poucas idéias claras são mais valiosas que muitas confusas.

Um jovem dificilmente se convencerá a sacrificar a maior parte dos seus pensamentos para salvar o resto; e a cabeça confusa é menos apta a reconhecer a necessidade de tal sacrifício”.





“É terrível ver como uma idéia confusa, uma simples fórmula sem significado, escondida na cabeça de um jovem, atuará por vezes como um material inerte obstruindo uma artéria, impedindo a nutrição do cérebro, e condenando a sua vítima a definhar-se na abundância do seu vigor intelectual e no meio da plenitude intelectual”.





“Independentemente do modo como a dúvida é suscitada, ela estimula a mente a uma atividade que pode ser fraca ou enérgica, calma ou turbulenta.

Imagens passam rapidamente pela consciência, diluindo-se incessantemente umas nas outras, até a última, quando tudo acabar – pode ser na fração de um segundo, numa hora, ou após muitos anos – decidimo-nos como deveremos agir em tais circunstâncias como as que causaram a nossa hesitação.

Por outras palavras, chegamos à crença”.





“O pensamento é a linha de uma melodia através da sucessão das nossas sensações”.





“O pensamento em ação tem como única motivo chegar ao descanso do pensamento; e tudo que não se reportar à crença não faz parte do próprio pensamento”.










PEIRCE, Charles S. Como tornar as nossas idéias claras. Tradução de Antônio Fidalgo. Disponível em:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/fidalgo-peirce-how-to-make.pdf

Sobre Charles S. Peirce clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Sanders_Peirce

RAINER FETTING


Coleção particular.

Gangster
2009 – óleo sobre tela – 200 x 160 cm.
Autor: Rainer Fetting

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

LUPICÍNIO RODRIGUES



Esses moços, pobres moços.
(Lupicínio Rodrigues)



Esses moços, pobres moços,
Oh! Se soubessem o que eu sei
Não amavam, não passavam
Aquilo que eu já passei

Por meus olhos, por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim
É que eu peço a esses moços
Que acreditem em mim

Se eles julgam que a um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz

Eu também tive, nos meus belos dias
Essa mania, que muito me custou
Pois só as mágoas que eu trago hoje em dia
E estas rugas que o amor me deixou







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sábado, 4 de dezembro de 2010

ORTEGA Y GASSET (2)



José Ortega y Gasset
Em
A Rebelião das Massas.








“Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser imbecil: ambas, com efeito, são formas de hemiplegia moral”.





“A política despoja o homem de solidão e intimidade, e por isso é a predicação do politicismo integral uma das técnicas que se usam para socializá-lo”.





“A política apressa-se a apagar as luzes para que todos estes gatos sejam pardos”.





“É, com efeito, muito difícil salvar uma civilização quando lhe chegou a hora de cair sob o poder dos demagogos”.





“A multidão, de repente, tornou-se visível, e instalou-se nos lugares preferentes da sociedade.

Antes, se existia, passava inadvertida, ocupava o fundo do cenário social; agora adiantou-se até as gambiarras, ela é o personagem principal.

Já não há protagonistas: só há coro”.





“Quando a massa atua por si mesma, faz só de uma maneira, porque não tem outra: lincha”.








ORTEGA Y GASSET, Jose. A Rebelião das Massas. Tradução de Herrera filho. Disponível em:
http://www.culturabrasil.pro.br/zip/rebeliaodasmassas.rtf

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ALBERT CAMUS (5)



Albert Camus
Em
A queda.








“Poder ser senhor de seu próprio estado de espírito é privilégio dos grandes animais”.





“Quando se pensou muito sobre o homem, por trabalho ou vocação, às vezes sente-se nostalgia dos primatas.

Estes não têm outros pensamentos”.





“Quando não se tem caráter é preciso mesmo valer-se de um método”.





“O crime está incessantemente em cena, mas o criminoso só figura fugazmente, para logo ser substituído”.





“Há pessoas cujo problema é resguardar-se dos homens ou, pelo menos, acomodar-se a eles”.





“Conheci um homem que deu vinte anos de sua vida a uma desmiolada, por quem tudo sacrificou, as amizades, o trabalho, a própria decência de sua vida, para uma noite reconhecer que nunca a havia amado”.








CAMUS, Albert. A queda. Tradução de Valerie Rumjaner. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Record, s/data. Disponível em: http://www.4shared.com/get/2XO7sUfK/A_queda_Albert_Camus.html;jsessionid=6F580D7361258B2949002BACFA56FDB2.dc214

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RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Dezembro 2007

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

THORSTEIN VEBLEN (2)



Thorstein Veblen
Em
A Teoria da Classe Ociosa.







“A classe ociosa, como um todo, compreende as classes nobres e as classes sacerdotais e grande parte de seus agregados.

As ocupações são diferentes dentro da classe ociosa, mas todas elas têm uma característica comum – não são ocupações industriais.

Estas ocupações não-industriais das classes altas são em linhas gerais de quatro espécies – ocupações governamentais, guerreiras, religiosas e esportivas”.





“A instituição de uma classe ociosa é o resultado de uma discriminação, bem cedo estabelecida entre diversas funções, segundo a qual algumas são dignas e outras indignas.

Estabelecida a discriminação, as funções dignas são aquelas em que intervém um elemento de proeza ou façanha; as funções indignas são as diárias e rotineiras em que nenhum elemento espetacular existe”.





“A propriedade surgiu e se tornou uma instituição humana sem relação com o mínimo de subsistência.

O incentivo dominante desde o início foi a distinção odiosa ligada a riqueza; exceto temporária e excepcionalmente, nenhum outro motivo se lhe sobrepôs em qualquer estágio posterior de desenvolvimento”.





“Nas comunidades em que a propriedade dos bens é particular, tem o indivíduo, para a sua própria paz de espírito, de possuir tanto quanto os outros de sua classe, e é extremamente agradável possuir alguma coisa mais do que os outros”.





“Sentem todas as pessoas de gosto refinado que uma certa contaminação espiritual é inseparável das tarefas convencionalmente exigidas dos servos.

Condenam-se sem hesitação os ambientes vulgares, as casas ruins, como tal entendidas as casas baratas, e as ocupações produtivas corriqueiras, porque são incompatíveis com uma vida satisfatória num plano espiritual, com uma vida “mental elevada”.





“A vida ociosa, por si mesma e nas conseqüências, é linda e nobre aos olhos de todos os homens civilizados”.







VEBLEN, Thorstein Bunde. “A Teoria da Classe Ociosa”. Tradução de Olívia Krähenbühl. In. CIVITA, Victor (editor). Veblen. 2ª. Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1985. (Os Pensadores). Disponível em: https://sites.google.com/site/thorsteinveblenmurillocruzdsc/port/tco


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H. L. MENCKEN (2)



H. L. Mencken
Em
O Livro dos Insultos.





“Todas as verdades duradouras que se impuseram ao mundo no decorrer da História foram mais combatidas do que a varíola, e todo indivíduo que as recebeu bem e lutou por elas foi, absolutamente sem exceção, denunciado e punido como um inimigo da espécie”.





“As mulheres adoram tratar um homem como um filho porque conseguem enxergar sua incapacidade de defesa, sua necessidade de um ambiente acolhedor e sua tocante tendência a se iludir”.





“Uma das funções primárias de qualquer governo é o de organizar os homens pela força, torná-los mais parecidos entre si e dependentes uns dos outros tanto quanto possível, além de detectar e combater qualquer vestígio de originalidade entre eles”.





“Uma das divisões esquecidas entre os homens é a que separa aqueles que gostam do trabalho que têm de fazer e aqueles que se sujeitam a ele apenas como um mal necessário”.





“As multidões, bem trabalhadas por um esperto demagogo, acreditam em qualquer coisa e são capazes de tudo”.





“Para um homem habituado a buscar e dizer a verdade, o mundo não é um dos lugares mais agradáveis.

Este homem será sempre impopular e, com freqüência, sua impopularidade pode ser tão excessiva que até lhe constitua um risco de vida”.







MENCKEN, H. L. O Livro dos Insultos. Seleção, tradução e prefácio de Ruy Castro. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. Disponível em: http://www.4shared.com/file/63143312/7f47a5d0/H_L_MENCKEN_-_O_Livro_dos_Insultos.html


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