terça-feira, 21 de dezembro de 2010
HANNA ARENDT (2)
Hanna Arendt
Em
A crise da cultura.
“Talvez a principal diferença entre a sociedade e a sociedade de massas esteja em que a sociedade sentia necessidade de cultura, valorizava e desvalorizava objetos culturais ao transformá-los em mercadorias e usava e abusava deles em proveito de seus fins mesquinhos, porém não os “consumia”.
Mesmo em suas formas mais gastas, esses objetos permaneciam sendo objetos e retinham um certo caráter objetivo; desintegravam-se até se parecerem a um montão de pedregulhos, mas não desapareciam.
A sociedade de massas, ao contrário, não precisa de cultura, mas de diversão, e os produtos oferecidos pela indústria de diversões são com efeito consumidos pela sociedade exatamente como quaisquer outros bens de consumo.
Os produtos necessários à diversão servem ao processo vital da sociedade, ainda que possam não ser tão necessários para sua vida como o pão e a carne.
Servem, como reza a frase, para passar o tempo, e o tempo vago que é “matado” não é tempo de lazer, estritamente falando – isto é, um tempo em que estejamos libertos de todos os cuidados e atividades requeridos pelo processo vital e livres portanto para o mundo e sua cultura – ele é antes um tempo de sobra, que sobrou depois que o trabalho e a sono receberam seu quinhão”.
ARENDT, Hanna. Entre o Passado e o Futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 1997.
Sobre Hanna Arendt clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hannah_Arendt
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