segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

KOSTAS AXELOS



Kostas Axelos
Em
A Questão do fim da arte e a poeticidade do mundo.






“Quando o mundo foi interpretado a partir do homem, o sujeito que punha e fundava, este sujeito apoderava-se de tudo, tudo se tornando objeto da sua representação e do seu fazer.

A physis divina grega faleceu, morta pelo Deus judaico-cristão.

Este mesmo Deus falece, isto é, retira-se e é morto pelo homem que quer ocupar o lugar deixado vago e erguer-se como senhor.

O próprio homem, enquanto sujeito triunfante, centro e sentido de tudo o que é, começa a morrer, encontra-se descentrado, não tem fundamento: a subjetividade em vão se socializa, flutua em pleno vazio.

Uma quarta instância toma o poder, começando a concluir universalmente a modernidade européia e instituindo a era planetária: o dispositivo da técnica multiforme e onipresente invade tudo e o todo, querendo preencher o nada e o vazio”.





“A poeticidade que nos interpela e requer, nos faz e nos desfaz, que anima o que fazemos e desfazemos, ou antes, o que se faz e se desfaz através de nós, pode ser provada, dita, pensada e experimentada – sem se petrificar.

Talvez ela não reclame tanto “obras, criadas para a eternidade”, fabricações inconsistentes que se esgotam ao que o efêmero tem de mais superficial, mas antes uma disponibilidade a respeito do que nos arrebata e a que correspondemos transfigurando-o – sem que tenha uma figura inicial.

A arte não se tornou o objeto da estética, que faz do “belo” um valor em si e um setor específico da ação cultural, senão a partir do momento em que ela deixou de ser arte – quanto à sua destinação suprema.

A arte não dá nascimento a puras “formas”, antes põe plasticamente em obra fulgurações do mundo, plenas de “conteúdo”.

Nela se encontram unidos – indissoluvelmente? – os sentidos e o sensível e as significações e o sentido”.







AXELOS, Kostas. A Questão do fim da arte e a poeticidade do mundo. Tradutor: Fernando Trindade. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2010. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/axelos_costa_a_questao_do_fim_da_arte_e_a_poeticidade_do_mundo.pdf

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