segunda-feira, 30 de novembro de 2009

JOSÉ INGENIEROS (4)



José Ingenieros
Em
As Forças Morais.





“Os homens que não tiveram juventude pensam no passado e vivem no presente, buscando as satisfações imediatas que são o prêmio da domesticidade.

Débeis por indolência, ou medrosos por ignorância, prosperam com paciência mas sem alegria.

Tristes, resignados, cépticos, acatam como uma fatalidade o mal que os rodeis, aproveitando-o quando podem.

De seres sem ideais, nenhuma grandeza os povos podem esperar”.




“Toda criação é fruto da livre iniciativa e alcança o seu fim apoiada pelo sentimento de independência.

Quando houveres aprendido a querer, e souberes o que desejas, não te detenhas em procurar fora de ti os meios para o executar.

Nenhuma escola, nenhuma seita, nenhuma camarilha, poderá sentir como tu, intensamente, o ideal de arte, de verdade, de justiça, que tu mesmo concebeste e que só tu podes realizar.

Poeta ou filósofo, apóstolo ou artista, tem confiança em ti mesmo, não sigas rotas alheias, não subordine a tua vontade a outras vontades, não te apóies em sombras que empanam, nem procures proteções que constrangem”.









INGENIEROS, José. As Forças Morais / Simulação na Luta pela Vida. Sem indicação do tradutor. Rio de Janeiro: Editora MELSO Soc. Anônima, s/data.

Sobre José Ingenieros clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ingenieros

sábado, 28 de novembro de 2009

ALBINO FORJAZ DE SAMPAIO (5)



Albino Forjaz de Sampaio
Em
Palavras Cínicas.







“Deste-me esmola?
Muito bem, odeio-te.
Odeio-te porque não posso também dar esmola e porque me curvei a ti.
Toda a vida tu me fizeste bem, socorreste-me, agasalhaste-me.
Um dia eu – mau como sou – estou por cima.
Então eu havia de perder a ocasião de me vingar de tudo o que tu me fizeste?
Chegou o meu dia.
Agora, meu velho, eu sou o maior, ouves?
Eu dobrei-me e tu socorreste-me, mas eu dobrei-me.
Eu era um faminto e tu sentaste-me à tua mesa, mas eu dobrei-me.
Tive fome tu encheste-me, tive frio tu agasalhaste-me.
Irritante Tu, sempre Tu.


E eu não podia vingar-me, mas agora chegou minha vez.


Acredita que todos aqueles a quem fazemos bem nutrem lá dentro a secreta esperança de um dia nos correrem a pontapé.
Logo no primeiro dia em que não temam desconjuntar a bota quando o fizerem, percebes?”










SAMPAIO, Albino Forjaz de. Palavras Cínicas.
Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/7131500/Albino-Forjaz-de-Sampaio-Palavras-cinicas

Sobre Albino Forjaz de Sampaio clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albino_Forjaz_de_Sampaio

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

CONDILLAC (3)



Condillac
Em
Lógica.





“Não podemos ir senão do conhecido ao desconhecido”, é um princípio trivial na teoria e quase ignorado na prática.

Parece que só foi entendido pelos homens que nada estudaram.

Quando pretendem fazer-vos compreender uma coisa desconhecida, estabelecem uma comparação com outra que vos é conhecida; e se nem sempre acertam na escolha das comparações, logram fazer ver, pelo menos, que “sentem” o que é preciso realizar para serem compreendidos.



Não acontece o mesmo aos sábios.

Embora queiram instruir-se, esquecem-se com freqüência de ir “do conhecido ao desconhecido”.





“Desde que nossas sensações são as únicas idéias que temos dos objetos sensíveis, não vemos nelas senão o que representam; mais além nada percebemos, e, por conseguinte, nada podemos conhecer”.












CONDILLAC, Étienne Bonnot de. Lógica. Tradução de Vicente Greco. Prefácio de Affonso Bertagnoli. São Paulo: Edições e Publicações Brasil, s/data.
(ortografia modernizada para postagem)

Sobre Condillac clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tienne_Bonnot_de_Condillac

JEAN DUBUFFET


Guggenheim Museum, New York City



Volonté de Puissance
1946 – óleo com seixos, areia, vidro e corda sobre tela – 116,2 x 88,0 cm.
Autor: Jean Dubuffet

Sobre Jean Dubuffet clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Dubuffet

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

JOAQUIM NABUCO (5)



Joaquim Nabuco
Em
Pensamentos Soltos: Livro II.





1.

“Há máquinas de felicidade dispendiosas, que funcionam com enorme desperdício, e há outras econômicas, que, com as migalhas da sorte, criam alegria para uma existência inteira”.



4.

“A vida mais desejável é a que não causa nem inveja, nem compaixão”.



45.

“Na tolerância está a verdadeira medida da cultura, e até mesmo sua honestidade”.



59.

“A profissão de escritor merece toda a piedade.
Escrever para ganhar o pão, escrever para viver, é deformar o talento”.



90.

“Muitos talentos terão passado por insignificantes só por não terem tido a coragem da própria originalidade.
O gênio requer caráter e audácia”.


150.

“Pobres inventores!
Não passam de principiantes”.








NABUCO, Joaquim. Pensamentos Soltos. Brasília: A. N. Editora, s/data.

Sobre Joaquim Nabuco clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Nabuco

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO (2)




VISLUMBRE
(Mário de Sá-Carneiro)

A horas flébeis, outonais--
Por magoados fins de dia--
A minha Alma é água fria
Em ânforas d'Ouro... entre cristais...


(Camarate--Quinta da Vitória.
Outubro de 1914)







SUGESTÃO
(Mário de Sá-Carneiro)


As companheiras que não tive,
Sinto-as chorar por mim, veladas,
Ao pôr do sol, pelos jardins...
Na sua mágoa azul revive
A minha dor de mãos finadas
Sobre setins...


(Paris--Agosto de 1914)






In. Revista Orpheu, Número 1(1915).
Disponível em:
http://www.gutenberg.org/files/23620/23620-8.txt


Sobre Mário de Sá-Carneiro clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1-Carneiro

terça-feira, 24 de novembro de 2009

NOVALIS



Novalis
Em
Observações Entremescladas.




11

“A morte é uma vitória sobre si – que, como toda auto-superação, proporciona uma existência nova, mais leve e fácil”.



19

“Como pode um ser humano ter sentido para algo, se não tem o germe dele em si.

O que devo entender tem de desenvolver-se em mim organicamente – e aquilo que pareço aprender é apenas alimento, incitamento do organismo”.



28

“A suprema tarefa da formação é – apoderar-se de seu si-mesmo transcendental – ser ao mesmo tempo o eu de seu eu.

Tanto menos estranhável é a falta de sentido e entendimento completos para outros.

Sem auto-entendimento perfeito e acabado nunca se aprenderá a entender verdadeiramente a outros”.



38

“O homem consiste na verdade – Se abre mão da verdade, abre mão de si mesmo.

Quem trai a verdade trai a si mesmo.

Aqui não se trata de mentir – mas do agir contra a convicção”.



50

“Cada objeto amado é o centro de um paraíso”.










NOVALIS. Pólen. Tradução, apresentação e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho. 2ª. Ed. São Paulo: Iluminuras, 2001.

Sobre Novalis clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novalis

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

HEIDEGGER (4)



HEIDEGGER
Em
Que é metafísica?




“Nenhum modo de tratamento dos objetos supera os outros.

Conhecimentos matemáticos não são mais rigorosos que os filosóficos-históricos.

A matemática possui apenas o caráter de “exatidão” e este não coincide com o rigor.

Exigir da história exatidão seria chocar-se contra a idéia do rigor específico das ciências do espírito.

A referência ao mundo, que importa através de todas as ciências enquanto tais, faz com que elas procurem o próprio ente para, conforme seu conteúdo essencial e seu modo de ser, transformá-lo em objeto de investigação e determinação fundante.

Nas ciências se realiza – no plano das idéias – uma aproximação daquilo que é essencial em todas as coisas.



Esta privilegiada referência de mundo ao próprio ente é sustentada e conduzida por um comportamento da existência humana livremente escolhido

Também a atividade pré e extracientífica do homem possuem um determinado comportamento com o ente.

A ciência, porém, se caracteriza pelo fato de dar, de um modo que lhe é próprio, expressa e unicamente, à própria coisa a primeira e última palavra.

Em tão objetiva maneira de perguntar, determinar e fundar o ente se realiza uma submissão peculiarmente limitada ao próprio ente, para que este realmente se manifeste”.



“Se a ciência tem razão, então uma coisa é indiscutível: a ciência nada quer saber do nada”.








HEIDEGGER, Martin. Que é metafísica? Tradução de Ernildo Stein.
Disponível em:
http://www.livrosparatodos.net/livros-downloads/que-e-metafisica.html


Sobre Heidegger clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Novembro 2007

sábado, 21 de novembro de 2009

GADAMER (2)



Hans-Georg Gadamer
Em
Ciência histórica e linguagem.






“Quem considera a hermenêutica importante precisa saber, antes de tudo, que é preciso escutar e que só se pode dar algo a compreender a alguém que pode escutar”.



“É somente quando nos expomos a uma contravisão possível que temos a chance de alcançarmos um âmbito para além da estreiteza de nossos próprios preconceitos”.



“Penso nas realidades poderosas, nas quais transcorre a convivência humana.

Se voltar-mos o olhar para essas realidades, então a “alegria pelo sentido”, essa “filologia” que a tudo abarca, pode parecer como um desvio de direção a um mundo de sonhos.

Só precisamos nos lembrar de que o mundo espiritual, no qual o homem procura se movimentar segundo a sua determinação mais própria, é acompanhado por um fato tão descomunal quanto o fato de a espécie humana ter inventado a guerra, algo que não ocorre de mais a mais na natureza entre seres pertencentes a uma mesma espécie, entre seres vivos de um nível de organização superior”.



“Estou completamente consciente de que a visão daquele que compreende segue com o olhar todo rastro de sentido e sempre detém esse olhar no sentido que, na irrazão do acontecimento e da história, deixa que se abra constantemente uma vez mais para ele algo assim como um horizonte de expectativa, de esperança e de não-esmorecimento”.



“Mesmo quando não escutamos apenas histórias, mas perguntamos por sua verdade histórica, mantém-se o interesse pelo reconhecimento daquilo que é humanamente possível e daquilo que realmente aconteceu”.














GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica em perspectiva. Vol. IV – A posição da filosofia na sociedade. Tradução de Marco Antônio Casanova. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

Sobre Gadamer clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans-Georg_Gadamer

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ALLAN KARDEC (2)



Allan Kardec
Em
A Gênese.





"Pelas relações que hoje pode estabelecer com aqueles que deixaram a Terra, possui o homem não só a prova material da existência e da individualidade da alma, como também compreende a solidariedade que liga os vivos aos mortos deste mundo e os deste mundo aos dos outros planetas.

Conhece a situação deles no mundo dos Espíritos, acompanha-os em suas migrações, aprecia-lhes as alegrias e as penas; sabe a razão por que são felizes ou infelizes e a sorte que lhes é reservada, conforme o bem ou o mal que fizeram.

Essas relações iniciam o homem na vida futura, que ele pode observar em todas as suas fases, em todas as suas peripécias; o futuro já não é uma vaga esperança: é um fato positivo, uma certeza matemática.

Desde então, a morte nada mais tem de aterrador, por lhe ser a libertação, a porta da verdadeira vida”.




“Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher”.




“Somente quando praticarem a moral do Cristo poderão os homens dizer que não mais precisam de moralistas encarnados ou desencarnados.

Mas, também, Deus, então, já não lhos enviará”.








KARDEC, Allan. A Gênese. Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro da quinta edição francesa. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1995.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ph000018.pdf

Sobre Allan Kardec clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Allan_Kardec

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

BRUNO BETTELHEIM

Bruno Bettelheim
Em
A Psicanálise dos Contos de Fadas.





“Ao contrário do que diz o mito antigo, a sabedoria não irrompe integralmente desenvolvida como Atenas saindo da cabeça de Zeus; é construída por pequenos passos a partir do começo mais irracional.

Apenas na idade adulta podemos obter uma compreensão inteligente do significado da própria existência neste mundo a partir da própria experiência nele vivida.

Infelizmente, muitos pais querem que as mentes dos filhos funcionem como as suas – como se uma compreensão madura sobre nós mesmos e o mundo, e nossas idéias sobre o significado da vida não tivessem que se desenvolver tão lentamente quanto nossos corpos e mentes”.




“Para encontrar um significado mais profundo, devemos ser capazes de transcender os limites estreitos de uma experiência autocentrada e acreditar que daremos uma contribuição significativa para a vida – senão imediatamente agora, pelo menos em algum tempo futuro.

Este sentimento é necessário para uma pessoa estar satisfeita consigo mesma e com o que está fazendo.

Para não ficar à mercê dos acasos da vida, devemos desenvolver nossos recursos interiores, de modo que nossas emoções, imaginação e intelecto se ajudem e se enriqueçam mutuamente.

Nossos sentimentos positivos dão-nos força para desenvolver nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades que encontramos inevitavelmente”.











BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Tradução de Arlene Caetano. 16ª. Ed. São Paulo: Paz e Terá, 2002.

Sobre Bruno Bettelheim clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bruno_Bettelheim

MAN RAY (2)




Le Retour A La Raison (1923)
Um filme de Man Ray.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MÁRIO QUINTANA (11)





SIMULTANEIDADE
(Mário Quintana)



– Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
– Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
– Eu vou me matar! Eu quero viver!
– Você é louco?
– Não, sou poeta.





NUNCA
(Mário Quintana)


Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar...
Por isso o meu verso tem
esse quase imperceptível tremor...
A vida é triste, o mundo é louco!
Nem vale a pena matar por isso.
Nem por ninguém.
Por nenhum amor...
A vida continua, indiferente!







QUINTANA, Mário. A Cor Do Invisível. Rio de Janeiro: Globo, 1989.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Terceira Tarefa Da BlogGincana


Indicar "até" 3 blogs bons, que não tenham participado das BlogGincanas anteriores!



Indico o Blog Improfícuo – Onde a administradora Anna Flávia tem sempre uma mensagem interessante para os leitores.

ALEISTER CROWLEY (2)



Aleister Crowley
Em
O Livro das Mentiras.




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O!
A Tríade Anterior Primitiva A Qual É
NÂO-DEUS
Nada é.

A Primeira Tríade A Qual é DEUS
EU SOU.
Eu pronuncio A Palavra.
Eu ouço A Palavra.

O Abismo
A Palavra é quebrada.
Há Conhecimento.
Conhecimento é Relação.
Estes fragmentos são Criação.
A quebra manifesta Luz.

A Segunda Tríade A Qual é DEUS
DEUS, o Pai e Mãe, é ocultado em Geração.
DEUS é ocultado em rodopiante energia da Natureza.
DEUS é manifestado em concentração: harmonia:
consideração: o Espelho do Sol e do Coração.

A Terceira tríade
Paciência: preparar.
Agito: fluir: flamejar.
Estabilidade: gerar.

A Décima Emanação
O mundo.





CROWLEY, Aleister. O Livro das Mentiras. Tradução: Johann Heyss e Marcelo Santos. Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/6759907/Aleister-Crowley-O-Livro-Das-Mentiras

Sobre Aleister Crowley clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Aleister_Crowley

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

KARL-OTTO APEL



Karl-Otto Apel
Em
Estudos de Moral Moderna.





“As conseqüências tecnológicas da ciência produziram, nos dias de hoje, uma tal extensão e alcance para as ações e omissões humanas, a ponto de não ser mais possível contentar-se com normas morais, que regulamentem a convivência humana em pequenos grupos e confiem as relações entre os grupos à luta pela sobrevivência, no sentido darwiniano.

Se a hipótese dos etólogos for correta, de que já o canibalismo entre os homens pré-históricos deva ser entendido como conseqüência do machado de punho, isto é, como decorrência da perturbação (constitutiva para o homo faber) do equilíbrio entre os órgãos de agressão disponíveis e os instintos repressivos analogamente morais, então esta desproporção se ampliou desmedidamente pelo desenvolvimento moderno dos sistemas armamentistas.

A isso, porém, acresce, na atualidade, que as morais de grupos, geralmente enraizadas em instituições e tradições arcaicas, já não conseguem mais compensar aquela perturbação de equilíbrio constitutiva para o homo faber.

Pois não há, certamente, exemplo mais típico para o “descompasso” de setores culturais da humanidade, do que a desproporção entre a expansão de possibilidades técnico-científicas e a tendência conservadora de morais específicas de grupos”.








APEL, Karl-Otto. Estudos de Moral Moderna. Tradução: Benno Dischinger. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

Sobre Karl-Otto Apel clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl-Otto_Apel

ERNST KIRCHNER


Detroit Institute of Arts, Michigan

Café
1928 – óleo sobre tela – 80,00 x 69,80 cm.
Autor: Ernst Ludwig Kirchner


Sobre Ernst Ludwig Kirchner clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Ludwig_Kirchner

sábado, 14 de novembro de 2009

BOCAGE (2)



SONETO
(Bocage)



Enquanto o sábio arreiga o pensamento
Nos fenômenos teus, oh Natureza
Ou solta árduo problema, ou sobre a mesa
Volve o subtil geométrico instrumento:

Enquanto, alçando a mais o entendimento,
Estuda os vastos céus, e com certeza
Reconhece dos astros a grandeza,
A distância, o lugar e o movimento:

Enquanto o sábio, enfim, mais sabiamente,
Se remonta nas asas do sentido
À corte do Senhor omnipresente:

Eu louco, cego, eu mísero, eu perdido
De ti só trago cheia, ó Jônia, a mente:
Do mais, e de mim mesmo ando esquecido...










BOCAGE, Manuel Maria Barbosa Du. Sonetos e outros poemas. São Paulo: FTD, 1994. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000059.pdf

Sobre Bocage clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

EDGAR MORIN



Edgar Morin
Em
Da necessidade de um pensamento complexo.





“Produzimos a sociedade que nos produz.

Ao mesmo tempo, não devemos esquecer que somos não só uma pequena parte do todo, o todo social, mas que esse todo está no interior de nós próprios, ou seja, temos as regras sociais, a linguagem social, a cultura e normas sociais em nosso interior.

Segundo este princípio, não só a parte está no todo como o todo está na parte.

Isto acarreta conseqüências muito importantes porque, se quisermos julgar qualquer coisa, a nossa sociedade ou uma sociedade exterior, a maneira mais ingênua de o fazer é crer (pensar) que temos o ponto de vista verdadeiro e objetivo da sociedade, porque ignoramos que a sociedade está em nós e ignoramos que somos uma pequena parte da sociedade.

Esta concepção de pensamento danos uma lição de prudência, de método e de modéstia”.




“A reforma do pensamento permitirá frear a regressão democrática que suscita, em todos os campos da política, a expansão da autoridade dos experts, especialistas de todos os tipos, estreitando progressivamente a competência dos cidadãos, condenados à aceitação ignorante das decisões dos pretensos conhecedores, mas de fato praticantes de uma inteligência cega, posto que parcelar e abstrata, evitando a globalidade e a contextualização dos problemas.

O desenvolvimento de uma democracia cognitiva só é possível numa reorganização do saber, a qual reclama uma reforma do pensamento capaz de permitir não somente a separação para conhecer, mas a ligação do que está separado”.







MORIN, Edgar. Da necessidade de um pensamento complexo.
Tradução de Juremir Machado da Silva. Disponível em:
http://www.4shared.com/file/95215076/fdd9fd82/edgar_morin1_da_necessidade_de_um_pensamento_complexo.html

Sobre Edgar Morin clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Morin

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PLATÃO (3)



Platão
Em
O Banquete.




”Que seria então o Amor? perguntei-lhe. Um mortal?

Absolutamente.

Mas o que, ao certo, ó Diotina?

Como nos casos anteriores, disse-me ela, algo entre um deus e um mortal.

E com que poder? perguntei-lhe.


O de interpretar e transmitir aos deuses o que vem dos homens, e aos homens o que vem dos deuses, de uns as súplicas e os sacrifícios, e dos outros as ordens e as recompensas pelos sacrifícios; e como está no meio de ambos ele os completa, de modo que o todo fica ligado todo ele a si mesmo.

Por seu intermédio é que procede não só toda arte divinatória, como também a dos sacerdotes que se ocupam dos sacrifícios, das iniciações e dos encantamentos, e enfim de toda adivinhação e magia.

Um deus com um homem não se mistura, mas é através desse ser que se faz todo o convívio e diálogo dos deuses com os homens, tanto quanto despertos como quando dormindo; e aquele que em tais questões é sábio é um homem de gênio, enquanto o sábio em qualquer outra coisa, arte ou ofício, é um artesão.

E esses gênios, é certo, são muitos e diversos, e um deles é justamente o Amor”.







PLATÃO. O Banquete ou Do Amor. Tradução, introdução e notas do Prof. J. Cavalcante de Souza. 4ª. Ed. São Paulo: Difel, 1986.

Sobre Platão clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Outubro 2007

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CHARLES SANDERS PEIRCE (2)



Charles Sanders Peirce
Em
Como tornar as nossas idéias claras.





“Uma idéia clara é definida como uma que é apreendida de tal forma que será reconhecida onde quer que se encontre, de modo que nunca será confundida com outra.

Se esta clareza faltar, dir-se-á então que é obscura”.




“A primeiríssima lição que temos o direito de pedir que a lógica nos ensine é como tornar as nossas idéias claras; e é uma muito importante, só desprezada pelas mentes que dela mais necessitam.

Saber o que pensamos, sermos senhores do que queremos significar, isto será um fundamento sólido para pensamentos grandes e de peso.

Isso será mais facilmente aprendido por aqueles cujas idéias são pobres e limitadas; e muito mais felizes do que aqueles que se revolvem num pântano profundo de concepções”.




“O pensamento em ação tem como seu único motivo chegar ao descanso do pensamento; e tudo que não se reportar à crença não faz parte do próprio pensamento”.








PEIRCE, Charles S. Como tornar as nossas idéias claras. Tradução de Antônio Fidalgo. Disponível em:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/fidalgo-peirce-how-to-make.pdf

Sobre Charles S. Peirce clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Sanders_Peirce

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

VALDEMAR GOMES / HERIVELTO MARTINS



Dois corações
(Valdemar Gomes - Herivelto Martins)

(Canção –1942)




Quando dois corações
Se amam de verdade
Não pode haver no mundo
Maior felicidade
Tudo é alegria
Tudo é esplendor
Que bom que não seria
Se eu tivesse um amor

Quando dois corações
Se amam de verdade
Não pode haver no mundo
Maior felicidade
Tudo é alegria
Tudo é esplendor
Que bom que não seria
Se eu tivesse um amor

Eu sou poeta que canta
A lua quarto crescente
Sozinho, sem vida e crente

Lua cheia
Onde estás que não clareias
Este triste coração
Vazio caramanchão.

Quando dois corações
Se amam de verdade
Não pode haver no mundo
Maior felicidade
Tudo é alegria
Tudo é esplendor
Que bom que não seria
Se eu tivesse um amor






Sobre Valdemar Gomes clique no linque abaixo:
http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?nome=Valdemar+Gomes&tabela=T_FORM_A

Sobre Herivelto Martins clique no linque abaixo:
http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?nome=Herivelto+Martins&tabela=T_FORM_A

GUSTAVE LE BON

Gustave Le Bon
Em
As Opiniões e as Crenças.




“Crença e conhecimento constituem dois modos de atividade mental muito distintos e de origem muito diferentes.

A primeira é uma intuição inconsciente provada por certas causas independentes da nossa vontade; a segunda representa uma aquisição consciente, edificada por métodos exclusivamente racionais, tais como a experiência e a observação.

Foi somente numa época adiantada da sua história que a humanidade, imersa no mundo da crença, descobriu o conhecimento.

Quando aí se penetra, reconhece-se que todos os fenômenos atribuídos outrora às vontades de seres superiores se apresentavam sob a influência de leis inflexíveis.



Pela simples circunstância de que o homem se iniciava no ciclo do conhecimento todas as concepções do universo se transformaram.



Mas, nessa nova esfera, não foi ainda possível penetrar muito longe.

A ciência reconhece cada dia que nas suas descobertas há muitas coisas desconhecidas.

As realidades mais precisas ocultam mistérios.

Um mistério é a alma ignorada das coisas”.






LE BON, Gustave. As Opiniões e as Crenças. Sem indicação de tradutor. Apresentação: Nélson Jahr Garcia. Disponível em:
http://www.4shared.com/account/file/95213145/6b54ca10/Gustave_Le_bon__As_Opines_e_as_Crenas.html

Sobre Gustave Le Bon clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustave_Le_Bon

NORMAN McLAREN




Pas de Deux (1967) – Dirigido por Norman McLaren.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CONFÚCIO (3)



CONFÚCIO

Trechos.




“De nada serve falar de coisas já feitas, nem de fazer censuras às que já estão em caminho; nem lamentar o passado”.



“O sábio aplica-se em ser lento no falar e diligente no agir”.




“Minha doutrina se resume em uma coisa só, que abrange tudo.

Toda a sabedoria consiste em aperfeiçoar-se a si mesmo e amar os outros como a si mesmo”.




“Confúcio, ao saber que alguém refletia muitas vezes antes de fazer alguma coisa, disse: “Basta refletir duas vezes”.




“Eu não ensino àquele que não se esforça por compreender, não ajudo a falar a quem não diligencia para exprimir o próprio pensamento.

Se alguém, após haver ouvido a quarta parte de uma questão, não pode compreender por si mesmo e expor as outras três partes, a este eu não ensino mais”.




“Aquele que não sabe o que é a vida como poderá saber o que é a morte?”.








CONFÚCIO. Os Ensinamentos de Confúcio. Seleção, tradução, coordenação, textos introdutórios e bibliografia por Múcio Porphyrio Ferreira. São Paulo: Cultix, 1968.

Sobre Confúcio clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conf%C3%BAcio

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

KARL JASPER (2)



Karl Jaspers
Em
Introdução ao Pensamento Filosófico
.





“No espelho que é a História, enxergamos para além da estreiteza do presente e discernimos padrões.

Sem História, perde alento nosso espírito.

Se quisermos ignorar nossa História, ela nos surpreenderá a nossa revelia.

Os espectros do passado nos conduzem”.




“Em relação ao universo e à História, expandimos continuamente os limites de nosso conhecimento.

É como se nos perdêssemos no infinito das realidades cósmicas e históricas.

Face a umas e outras, adquirimos consciência do passageiro e insignificante caráter de nossa existência”.




“O homem está sozinho no mundo imenso e mudo.

Foi preciso que o homem surgisse para emprestar linguagem ao mutismo das coisas.

O silêncio da natureza ora lhe parece estranho, inquietante, impiedosamente indiferente ora lhe parece favorável, despertando-lhe confiança e apoiando-o.

O homem acha-se sozinho em meio a uma natureza de que, não obstante é parte.

Somente com seus companheiros de destino ele se transforma em homem, em si mesmo e deixa de estar solitário.

E, então, a seus olhos, a natureza se torna o pano de fundo de uma obscuridade que fala sem palavras.

Vemo-nos a nós mesmos como luz que ilumina as coisas, que se dispõem como referência a nosso pensamento e às relações que com elas estabelecemos”.







JASPERS, Karl. Introdução ao Pensamento Filosófico. Tradução de Leônidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Cultrix, 1993.

Sobre Karl Jaspers clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Jaspers

JÚLIO SALUSSE



O OLHAR DA MORTA
(Júlio Salusse)




Foi quando o sol nascia no levante
Que ela, formosa como o sol, chegou.
Tornei-me louco desde aquele instante,
Louco por ela, como ainda estou.

Tivemos uma vida extravagante:
Amei-a muito... Ela também me amou.
Partiu depois para um país distante,
Partiu depois e nunca mais voltou.

Morreu, talvez. Todas as noites sonho
Que me contempla o seu olhar tristonho.
Olhar que um brilho fúnebre contém.

Desperto. Abro as janelas louco, aflito...
Crente que ela morreu, soluço e grito:
– Por que motivo não morri também?










BANDEIRA, Manuel. Antologia dos Poetas Brasileiros. Poesia da Fase Parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.

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http://versoeprosa.ning.com/profiles/blogs/julio-salusse-e-os-misterios

HENRI MATISSE


Hermitage Museum, Saint Petersburg, Russia


Dance
1910 – óleo sobre tela – 260 x 391 cm.
Autor: Henri Matisse.


Sobre Matisse clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Matisse

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ANNIE WOOD BESANT



Annie Wood Besant
Em
Karma.




“O espírito, ao agir na região que lhe é própria, na matéria sutil do plano psíquico superior, gera imagens, formas-pensamentos.

À imaginação tem-se chamado, com muitíssima propriedade, a faculdade criadora do espírito; e mal sabem aqueles que se servem desta aparente metáfora, quanto a expressão é literalmente verdadeira.

Esta faculdade, de dar à luz imagens, é o poder característico do espírito; um vocábulo é apenas uma tentativa de representação parcial de uma imagem mental.

Uma idéia, uma imagem mental, é sempre complicada; para a traduzir com propriedade, pode ser necessária uma frase completa; se nos servimos de uma só palavra para a representar, é porque tomamos apenas uma das suas particularidades mais flagrantes, e com esta exprimimos, embora muito imperfeitamente, o todo.

Quando dizemos “triângulo”, esta palavra evoca no espírito de quem a ouve uma imagem que, para ser perfeitamente expressa por meio de palavras, exigiria uma longa descrição.



É por meio de símbolos que o homem pensa; e depois, a pouco e pouco, laboriosamente, resume com imperfeição os símbolos em palavras”.









BESANT, Annie W. Karma. Tradução de Mário de Alemquer. São Paulo: Pensamento, s/data.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Annie_Wood_Besant

terça-feira, 3 de novembro de 2009

ABRAHAM JOSHUA HESCHEL (2)



Abraham Joshua Heschel
Em
O Schabat.





“O Schabat não existe em consideração aos dias da semana, os dias da semana é que existem em consideração ao Schabat.

Não é um interlúdio, mas o clímax do viver.



Três atos de Deus distinguem o sétimo dia: Ele descansou, Ele abençoou e Ele santificou o sétimo dia (Gênese 2: 2-3).

A proibição do trabalho está, portanto, somada à benção do deleite e a ênfase de santidade.

Não somente as mãos do homem celebram o dia, mas a língua e a alma mantêm o Schabat.

A pessoa não fala da mesma maneira neste dia como fala nos dias da semana.

Até pensar em negócios ou trabalho devem ser evitados.



O labor é um ofício, mas o repouso perfeito é uma arte”.







HESCHEL, Abraham Joshua. O Schabat – Seu significado para o homem moderno. Tradução de Fany Kon e J. Guinsburg. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000.

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

JEREMY BENTHAM (2)



Jeremy Bentham
Em
Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação.






“Aos prazeres da riqueza corresponde a espécie de motivo que, num sentido neutro, pode ser designado como interesse pecuniário.

Num mau sentido, este é designado, em alguns casos, com os termos avareza, cobiça, rapacidade, ou ganância; em outros casos, com o termo mesquinhez.

Em um sentido bom, o interesse pecuniário se denomina, porém apenas em casos particulares, economia e frugalidade; em certos casos pode-se aplicar-lhe o termo diligência (industry).

Em um sentido mais ou menos indiferente, porém pendendo mais para o sentido mau, o interesse pecuniário se designa, ainda que somente em casos particulares, com o termo parcimônia.

Vejamos um exemplo.

(1) Com o dinheiro pagas o ódio de uma pessoa, condenando o seu adversário à morte.

(2) Por dinheiro cultivas o terreno desta pessoa.

No primeiro caso o teu motivo se denomina ganância, sendo considerado corrupto e abominável; no segundo caso, por falta de uma palavra adequada, denomina-se diligência, sendo considerado no mínimo como inocente, senão meritório.

E, no entanto, em ambos os casos o motivo é exatamente o mesmo; não é nem mais nem menos do que interesse pecuniário”.







BENTHAM, Jeremy. Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação. Tradução de Luiz João Baraúna. 2ª Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os Pensadores).


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RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Setembro 2007