segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ALBERT CAMUS (3)



Albert Camus
Em
O Mito e a Realidade.







“Se eu fosse árvore entre as árvores, gato entre os animais, essa vida teria um sentido ou, antes, esse problema eu não o teria, pois faria parte do mundo.

Eu seria esse mundo a que agora me oponho com toda a minha consciência e toda a minha exigência de familiaridade.

Essa razão tão irrisória é ela que me opõe a toda a criação.

Não posso negá-la de uma penada.

O que acredito verdadeiro tenho, portanto, de manter.

O que me parece tão evidente – mesmo contra mim – devo sustentar.

E o que constitui o fundo desse conflito, dessa fratura entre o mundo e o meu espírito, se não a consciência que tenho dele?”




“Se me convenço que essa vida não tem outra face além da do absurdo, se comprovo que todo o seu equilíbrio depende dessa permanente oposição entre a minha revolta consciente e a obscuridade em que ela se debate se admito que a minha liberdade só tem sentido na relação com o seu destino limitado, então eu tenho de dizer que o que vale não é viver melhor mas viver mais”.








CAMUS, Albert. O Mito e a Realidade. Tradução e apresentação: Mario Gama. Disponível em:

http://www.scribd.com/doc/5444639/Albert-Camus-O-Mito-e-a-Realidade

Sobre Albert Camus clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Camus

RABISCOS NO BLOCO


Postado originalmente no REFLEXÕES: Abril 2007

sábado, 29 de agosto de 2009

EMIL LUDWIG



Emil Ludwig
Em
O que penso do mundo e dos homens.







“Toda a estrutura de meu mundo cairia por terra, se eu acreditasse que outro, não eu próprio, me podia dar a salvação”.




“Não tenho simpatia pelo poeta ou homem de Estado derrotado que atribuem seu fracasso à incompreensão do resto do mundo”.




“Os problemas da culpa e da expiação não têm sentido em minha vida.

Meu ponto de vista é que pecamos ao não corresponder à eficiência, que a natureza pode esperar de nós, de acordo com os dons que nos deu”.




“Não se deveria jamais representar um homem simplesmente como um indivíduo, mas sempre como o símbolo de um tipo humano, um filho dos deuses, cheio de aspirações, em luta consigo próprio”.




“O sexo e a ambição são motivos importantes de ação, mas o instinto do jogo é igualmente vital, quer no homem de ação, quer em homens de reflexão”.




“Reconheço Deus na inspiração que ele me envia como um sonho, e no longo labor pelo qual devo realizá-la”.













FADIMAN, Clifton. (Introdução e notas biográficas). O que penso do mundo e dos homens. Tradução de Sônia Barros Sawaya e Paulo Sawaya. São Paulo: Editora Universitária, 1945.

Sobre Fadiman clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Clifton_Fadiman

Sobre Emil Ludwig clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Emil_Ludwig

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ADONIRAN BARBOSA



IRACEMA
(Composição de Adoniran Barbosa)





Iracema, eu nunca mais eu te vi
Iracema meu grande amor foi embora
Chorei, eu chorei de dor porque
Iracema, meu grande amor foi você

Iracema, eu sempre dizia
Cuidado ao travessar essas ruas
Eu falava, mas você não me escutava não
Iracema você travessou contra mão

E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato


(narrando)
- Iracema, faltavam vinte dias pra o nosso casamento
Que nóis ia se casar
Você atravessou a São João
Veio um carro, te pega e pincha no chão
Você foi para a Assistência, Iracema
O chofer não teve curpa, Iracema
Paciência, Iracema, paciência



E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato







Sobre Adoniran Barbosa clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adoniran_Barbosa

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CLIFFORD GEERTZ (2)



Clifford Geertz
Em
A Interpretação das Culturas.






“A noção de que, a menos que um fenômeno cultural seja empiricamente universal, ele não pode refletir o que quer que seja sobre a natureza do homem é tão lógica como a noção de que, porque uma anemia celular não é, felizmente, universal, ela nada nos pode dizer sobre os processos genéticos humanos.

O ponto crítico em ciência não é se os fenômenos são empiricamente comuns – do contrário, por que Becquerel estaria tão interessado no comportamento peculiar do urânio? –, mas se eles podem ser levados a revelar os processos naturais duradouros subjacentes neles.

Ver o céu num grão de areia não é privativo dos poetas”.





“A grande capacidade de aprendizagem do homem, sua plasticidade, tem sido observada muitas vezes, mas o que é ainda mais crítico é sua extrema dependência de uma espécie de aprendizado: atingir conceitos, a apreensão e aplicação de sistemas específicos de significado simbólico”.




“Tornar-se humano é tornar-se individual, e nós nos tornamos individuais sob a direção dos padrões culturais, sistemas de significados criados historicamente em termos dos quais damos forma, ordem, objetivo e direção às nossas vidas”.








GEERTZ, C. A Interpretação das Culturas. Sem indicação do tradutor. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989.

Sobre Clifford Geertz clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Clifford_Geertz

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

GUIMARÃES PASSOS



MEA CULPA
(Guimarães Passos)




Não é tua alma lírio imaculado;
Que à luz de uns olhos puros se levanta,
Pois não fulgura em teu olhar a santa
Chama, que brilha isenta do pecado.

Se o teu seio palpita apaixonado,
Se a voz do amor nos teus suspiros canta,
Não me ilude o queixume, que à garganta
Quebras, para me ver mais desgraçado!

Eu bem sei quem tu és... Mas, que loucura
Arrasta-me a teus pés como um cativo!
Mostra-me o inferno a aberta sepultura:

E abraçado contigo, ó pecadora!
Eu desço-o tão feliz como se fora
Um justo ao claro céu subindo vivo.








BANDEIRA, Manuel. Antologia dos Poetas Brasileiros. Poesia da Fase Parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.

Sobre Guimarães Passos clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guimar%C3%A3es_Passos

terça-feira, 25 de agosto de 2009

HERBERT READ



Herbert Read
Em
A Caminho da Abstração.






“Talvez seja verdade que a finalidade da arte não pode ser atingida por artistas individualmente”.



“Contemplando pinturas abstratas, o homem comum provavelmente concluirá que esses artistas poderiam ter feito coisa pior”.



“Deveríamos antes considerar a arte como um instrumento em nossas mãos, e nosso ofício, como artistas e filósofos da arte, é conservar esse instrumento em boa forma”.



“Existe talvez uma profunda diferença entre a arte geométrica do passado (como a arte celta) e a arte geométrica contemporânea; a primeira era feita sem que o artista se desse conta, em resposta a um impulso espiritual partilhado pela comunidade, enquanto a segunda é consciente, inspirada pelo intelecto e somente por ele apreciada”.



“Paisagens e retratos têm, por assim dizer, suas próprias personalidades e para o pintor que apenas reproduz é fácil mascarar sua própria falta de personalidade na personalidade das coisas”.













READ, Herbert. “A Caminho da Abstração”. Tradução de Dora Rocha. In. VELHO, G. (Org.) Sociologia da Arte III. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.

Sobre Herbert Read clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_Read

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

FREUD (4)



Sigmund Freud
Em
O Esclarecimento Sexual das Crianças.






“As respostas dadas, em geral, às crianças não satisfazem a sua natural franqueza e genuíno espírito de investigação.

Isso constitui o primeiro abalo, perdendo a confiança que depositam nos pais.

Desde então começam a desacreditá-los e não mais a aceitarem as explicações dos adultos, silenciando e guardando para si tudo o que as interessa e guardam na mente”.




“O conhecimento sexual chega às crianças demoradamente, durante um tempo muito longo, e a súbita explicação dos fatos, em linguagem solene e misteriosa, aumenta-lhes a impressão do mistério e de algo condenável”.




“Conforme a idade os argumentos se antecipam às informações falsas e mentirosas que lhe transmitem”.




“O ambiente do lar não deve suprimir ou obscurecer o raciocínio das crianças”.











ELLIS, H., FREUD, S. Os Direitos da Mulher no Amor. Tradução, introdução e notas Dr. Valmir A. da Silva. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1968.

Sobre Freud clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud

PAOLO UCCELLO


The Metropolitan Museum of Art, New York.


Portrait of a Lady.
c.1450 – óleo sobre tela – 39 x 26 cm.
Autor: Paolo Uccello.

Sobre Paolo Uccello clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paolo_Uccello

sábado, 22 de agosto de 2009

CHARLES BLONDEL



Charles Blondel
Em
Psicologia Coletiva.






“Todo indivíduo concreto é um exemplar da espécie e vive em sociedade; seus comportamentos tiram seu tipo da espécie à qual pertence e da sociedade da qual faz parte.

Para determinar com precisão o que possuem de originalidade pessoal, seria necessário haver delimitado antes o que devem á espécie e ao meio social”.




“Em um indivíduo, o que chamamos de inteligência origina-se, de um lado, de certa atividade mental disponível, e, de outro, das ocasiões que lhe oferece seu meio social para dispor da mesma”.




“O homem tem, sem dúvida, uma função na evolução da humanidade, mas não começaremos a entrevê-la, senão quando começarmos a saber como as mentalidades coletivas realmente se desenvolveram”.




“O contato com outrem, a introdução em uma multidão, não são circunstâncias adventícias, fora das quais nada deveria o indivíduo senão a si mesmo.

O indivíduo concreto é, na realidade, inteiramente carregado de contatos com outrem.

Ele próprio é uma multidão, um condensado das influências que a todo momento sofre em seu meio social”.











BLONDEL, Charles. Psicologia Coletiva. Tradução de Frederico Lourenço Gomes. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1960.

Sobre Charles Blondel clique no linque abaixo:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Charles_Blondel

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

JEREMY BENTHAM



Jeremy Bentham
Em
Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação.






“A natureza colocou o gênero humano sob o domínio de dois senhores soberanos: a dor e o prazer.

Somente a eles compete apontar o que devemos fazer, bem como determinar o que na realidade faremos.

Ao trono desses dois senhores está vinculada, por uma parte, a norma que distingue o que é reto do que é errado, e, por outra, a cadeia das causas e efeitos”.



“Os prazeres e as dores constituem os instrumentos com os quais o legislador deve trabalhar.

Por este motivo convém que compreenda a força dos mesmos, ou seja, em outros termos, o seu valor”.



“A missão dos governantes consiste em promover a felicidade da sociedade, punindo e recompensando”.



“Em sentido amplo, a ética pode definir-se como a arte de dirigir as ações do homem para a produção da maior quantidade possível de felicidade em benefício daqueles cujos interesses estão em jogo”.



“A ética privada ensina como um homem pode dispor-se para empreender o caminho mais eficaz que o conduz à sua própria felicidade, e isto através dos meios que se oferecem por si mesmos.

A arte da legislação – a qual pode ser considerada como um setor da ciência da jurisprudência – ensina como uma coletividade de pessoas, que integram uma comunidade, pode dispor-se a empreender o caminho que, no seu conjunto, conduz com maior eficácia à felicidade da comunidade inteira, e isto através de motivos a serem aplicados pelo legislador”.











BENTHAM, Jeremy. Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação. Tradução de Luiz João Baraúna. 2ª Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os Pensadores).


Sobre Jeremy Bentham clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Bentham

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT (7)



Poema
(Augusto Frederico Schmidt)





Eu vi o mar! Não este, mas outro!
Eu vi o mar – um mar escuro e sem redenção.
Eu vi o mar! As ondas como palavras inúteis
Se levantando!

Eu vi o mar!
Era um grande mar sem céus.
Um mar nu, de grandes braços!
Um mar de desespero, ora correndo,
Ora imóvel, num silêncio de túmulo aberto!

Eu vi o mar, o grande mar!
Meus olhos viajaram sobre as massas que se moviam!
Eu vi o mar!
Oh! era terrível como um amor sem perdão!
Eu vi o mar!
Tinha uma grande parecença com a morte.
Parecia o leito em que a morte descansa nas suas noites.

Eu vi o mar!
Foi a Revelação da Morte.
Meu coração ficou suspenso.
Os meus olhos choraram!
Eu vi o mar sem céu!











SCHMIDT, Augusto Frederico. Antologia Poética. Seleção de Waldir Ribeiro do Val. Introdução de Bernardo Gersen. Rio de Janeiro: Leitura, 1962.

Sobre Augusto Frederico Schmidt clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Frederico_Schmidt

RABISCOS NO BLOCO


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

BERTOLT BRECHT



Bertolt Brecht
Em
Função Social do Teatro.





“Para os homens de hoje o valor de uma pergunta se mede pela resposta que é possível dar a essa pergunta.

Os homens de hoje se interessam pelas situações e acontecimentos frente aos quais lhe é possível empreender alguma coisa”.




“O saber não é outra coisa que uma mercadoria que se adquire para revender’.




“O estudo desempenha um papel muito diferente nas diversas camadas do povo”.




“Mesmo quando é didático, o teatro continua sendo teatro, e se for um bom teatro não pode deixar de ser recreativo”.




“A evolução constante da humanidade torna estranho o comportamento de nossos antepassados”.




“Numa época onde a ciência consegue transformar tão bem a natureza que o mundo já parece habitável, o homem já não pode mais ser descrito como uma vítima, como um objeto jogado num mundo desconhecido que não se poderia transformar”.









BRECHT, B. “Função Social do Teatro”. Seleção e tradução de Heitor O’Dwyer. In. VELHO, G. (Org.) Sociologia da Arte III. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.

Sobre Brecht clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bertolt_Brecht

terça-feira, 18 de agosto de 2009

CASSIRER (4)



Ernst Cassirer
Em
A Filosofia das formas simbólicas: segunda parte – O pensamento mítico.






“Em quase todos os domínios do “espírito objetivo” se pode apontar essa fusão, essa unidade concreta que ele originalmente forma com o espírito mítico.

As criações da arte, assim como as do conhecimento, os conteúdos da moralidade, do direito, da linguagem, da técnica – todos remetem aqui à mesma relação fundamental.

A questão sobre a “origem da linguagem” está indissoluvelmente entrelaçada à da “origem do mito” – as duas só podem ser formuladas se unidas e em relação recíproca uma com a outra.

O problema dos primórdios da arte, dos primórdios da escrita, dos primórdios do direito e da ciência nos reenvia, na mesma proporção, a uma etapa em que todos ainda repousam na unidade imediata e indiferenciada da consciência mítica.

Os conceitos teóricos fundamentais do conhecimento, os conceitos de espaço, tempo e número, ou os conceitos jurídicos e sociais, como por exemplo o conceito de propriedade, assim como também as construções da economia, da arte e da técnica só paulatinamente desprendem-se desse invólucro e confinamento”.





“Hoje se afirma abertamente que entre mito e história não se pode fazer nenhuma clara separação lógica e que, ao contrário, toda compreensão histórica está impregnada de elementos genuinamente míticos, e está necessariamente ligada a eles”.










CASSIRER, Ernst. A Filosofia das formas simbólicas: segunda parte – O pensamento mítico. Tradução: Cláudia Cavalcanti. Revisão técnica e da tradução Moacyr Ayres Novaes Filho. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Sobre Ernst Cassirer clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Cassirer

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

LA ROCHEFOUCAUD (11)

La Rochefoucauld
Em
Reflexões e Máximas Morais
.





Máxima 201

“Aquele que julga poder encontrar em si mesmo de que viver sem os outros, muito se engana; mas aquele que julga que ninguém pode passar sem ele, engana-se ainda mais”.


Máxima 205

“A honestidade das mulheres não passa, quase sempre, do amor à sua reputação e ao seu sossego”.


Máxima 207

“A loucura nos segue durante toda a vida.
Se alguém parece prudente é porque suas loucuras são proporcionais à sua idade e às suas posses”.


Máxima 209

“Quem vive sem loucura não é tão sensato quanto imagina”.


Máxima 210

“Envelhecendo, tornamo-nos mais loucos e mais sensatos”.




François de La Rochefoucauld foi um nobre que escreveu apenas dois livros. Um de memórias e outro de máximas. Filho do duque de Poitou, suas máximas foram publicadas pela primeira vez em 1664, anônimas. Retrabalhadas, reapareceriam em 1678. La Rochefoucauld faleceu em 1688.

LA ROCHEFOUCAUD, François VI de. Reflexões e Máximas Morais. Tradução de Alcântara Silveira. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1969.

GEORGES MÉLIÈS







Le voyage dans la lune.
(1902)
Autor: Georges Méliès
(Narrado por sua neta: Madeleine Malthête-Méliès)

Sobre Méliès clique no linque abaixo:



http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_M%C3%A9li%C3%A8s

sábado, 15 de agosto de 2009

STANISLAW PONTE PRETA (5)



Stanislaw Ponte Preta
Em
Primo Altamirando e Elas.






“Tem mulher que a gente, por mais que a conheça, não entende suas reações.

Tínhamos uma namorada, no tempo em que o Dr. Getúlio era considerado um salvador da pátria, que um dia brigou com a gente porque esquecemos de elogiar seu vestido novo.

Anos depois, em circunstâncias muito mais amenas, confessou o seu desespero, ao notar que aceitáramos a briga e não déramos mais sinal de vida”.




“Mulher é um caso sério” – costumava dizer Gumercindo Ponte Preta, pai de Mirinho.

E, não raro, acrescentava: “Mulher é bom para quem tem muitas”.




“Já Altamirando é um predestinado.

Faz tanta sujeira com mulher, que elas acabam, indefectivelmente, passando o primo pra trás”.




“Tia Zulmira, cheia de experiência e transbordante de saber, não se cansa de repetir: “Bronca é a arma do otário”.




“Tia Zulmira costuma dizer: Padres, Primos e Pombos – os dois primeiros não servem para casar, os dois últimos só servem para sujar a casa”.









PONTE PRETA, Stanislaw. Primo Altamirando e Elas. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975.

Sobre Sérgio Porto clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Porto

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

EZIO FLAVIO BAZZO



Ezio Flavio Bazzo
Em
A arte de cuspir.






“Debruçado sobre o poço da linguagem, sinto que cada letra, que cada palavra, cada frase e que mesmo a lingüística inteira está impregnada de um tal esoterismo e de uma tal religiosidade que não me é possível escrever dois parágrafos sem transformar-me num exegeta nojento.

Daí a idéia de que cada livro é um apêndice bíblico e de que cada biblioteca é uma sacristia disfarçada!”.




“Se fingimos amolecer, nossos inimigos fingem endurecer; se fingimos endurecer, rapidamente eles fingem amolecer; só o fingimento nos une.

A terra é como um anfiteatro de presídio onde todos os freqüentadores sabem que são criminosos e que a natureza os detesta e os rejeita...”.




“A dificuldade não está em manter-se dentro da pretensa “normalidade”, mas sim em suportar a certeza de que ela é uma anomalia grave”.




“Estou tentando descobrir o nome do debilóide que já antes de La Fontaine, havia usado a escravidão das formigas como exemplo para os homens.

O mais curioso, é que até hoje continua existindo esse tipo de demente”.




“O cuspe, as lágrimas, a urina e o sangue... tudo isso faz do indivíduo um coágulo indefeso”.







BAZZIO, Ezio Flavio. A arte de cuspir (ou a dialética dos porcos). Brasília: Lilith publicadora e Cia., 1994.

Sobre Ezio Flavio Bazzo clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ezio_Flavio_Bazzo

Seus livros podem ser encontrados no site http://home.yawl.com.br/hp/eziob/.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

HERBERT MARCUSE (2)



Herbert Marcuse
Em
Eros & Civilização.






“A civilização ocidental sempre glorificou o herói, o sacrifício da vida pela cidade, o Estado, a nação; raramente indagou se a cidade estabelecida, o Estado ou a nação eram dignos do sacrifício”.



“Na e contra a organização terrivelmente eficiente da sociedade afluente, não só o protesto radical, mas até a tentativa de formulação de articulação, de dar palavras ao protesto, assume uma imaturidade pueril, ridícula”.



“O protesto dos jovens continuará porque é uma necessidade biológica.
Por natureza, a juventude está na primeira linha dos que vivem e lutam por Eros contra a Morte e contra uma civilização que se esforça por encurtar o atalho para a morte, embora controlando os meios capazes de alongar esse percurso”.



“As vicissitudes dos instintos são as vicissitudes da engrenagem mental na civilização”.



“O indivíduo paga com o sacrifício do seu tempo, de sua consciência, de seus sonhos; a civilização paga com o sacrifício de suas próprias promessas de liberdade, justiça e paz para todos”.



“Há mais do que uma simples diferença quantitativa no fato das guerras serem empreendidas por exércitos profissionais em espaços confinados ou serem desencadeadas contra populações inteiras, numa escala global, se as invenções técnicas que poderiam libertar o mundo da miséria e do sofrimento são usadas para a conquista ou para a criação de sofrimento; se milhares são massacrados em combate ou milhões são cientificamente exterminados com a ajuda de doutores e engenheiros; se os exilados podem encontrar refúgio ao cruzarem as fronteiras ou são acossados pelo mundo inteiro; se os povos são naturalmente ignorantes ou são feitos ignorantes pela administração diária de informações e entretenimentos”.








MARCUSE, Herbert. Eros & Civilização. Tradução de Álvaro Cabral. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1986.

Sobre Marcuse clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_Marcuse

DIERICK BOUTS


Museu Calouste Gulbenkian, Lisbon


A Anunciação.
c. 1465-1475 – têmpera e óleo sobre Madeira, transposto para tela – 27,3 x 34,4 cm.
Autor: Dierick Bouts

Sobre Dierick Bouts clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Dieric_Bouts

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

MARCOS DE AZAMBUJA



Marcos de Azambuja
Em
Revista O Globo.






“As boas frases são o prêt-à-porter do pensamento.

Leves, fáceis de usar e de lembrar, são capazes de cristalizar o que, de outra forma, teria de ser dito de maneira longa e elaborada.

Não saiam de casa sem algumas no bolso.

Como se fossem trocados, em qualquer momento podem ser úteis.

Não é preciso, de forma alguma, concordar com elas”.







O GLOBO – Ano 5, n.263. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 2009. Semanal.


Sobre Marcos de Azambuja clique no linque abaixo:
http://www.editoracontexto.com.br/autores_det.asp?autor=808

terça-feira, 11 de agosto de 2009

FULTON J. SHEEN



Fulton J. Sheen
Em
O Mistério do Amor.






“A criança é também o sinal e a promessa da liberdade humana, pois ela é um novo ato de liberdade acrescentado ao mundo.

O aumento da intervenção humana a fim de opor obstáculos à fecundidade da árvore da vida, caminha simultaneamente com o desenvolvimento do totalitarismo e da sujeição das liberdades individuais”.




“Assim como o amor vem do conhecimento, o ódio vem da falta de conhecimento”.




“Ao longo da história, as únicas causas que morreram foram aquelas pelas quais os homens se recusaram a morrer”.




“A harmonia da natureza humana sofreu um distúrbio porque o homem renegou a sua dependência de Deus, única Fonte de sua independência”.




“O mal, para atrair, precisa pelo menos andar fantasiado de bem”.








SHEEN, F. J. O Mistério do Amor. Tradução de Maria Helena Amoroso Lima Senise. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Agir, 1952.

Sobre Fulton J. Sheen clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Fulton_J._Sheen

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

G. E. MOORE (2)



George Edward Moore
Em
Princípios Éticos.






“Meu ponto de vista é que “bom” é uma noção simples, assim como “amarelo” é uma noção simples.
Em outros termos, sustento que, da mesma forma como não podes, de maneira alguma, explicar o que é amarelo a uma pessoa que já não sabia o que é, assim também não podes explicar o que é bom”.



“As questões éticas são geralmente formuladas de uma forma ambígua”.



“Não se deve supor que o valor de um todo seja o mesmo que a soma dos valores das suas partes”.



”Qualquer que possa ser o valor intrínseco da consciência, não confere ela ao todo de que constitui parte um valor proporcional à soma do seu valor e do seu objeto”.



“Não somente acontece que a consciência de uma dor intensa é, por si mesma, um grande mal, ao passo que a consciência de um prazer intenso não constitui, por si mesma, um grande bem; mas também parece valer a diferença inversa da contribuição que trazem para o valor do todo, quando são combinados respectivamente com um outro grande mal ou com um grande bem”.








MOORE, G. E. Princípios Éticos, Escritos Filosóficos, Problemas Fundamentais da Filosofia. Seleção de texto de Hugh Lacey. Traduções de Luiz João Baraúna, Pablo Rubén Mariconda. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Os Pensadores).

Sobre G. E. Moore clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Edward_Moore

RABISCOS NO BLOCO


sábado, 8 de agosto de 2009

MAX NORDAU (4)



Max Nordau
Em
Paradoxos.






“O fim principal deste livro é provar que aquilo que parece evidente, admite uma infinidade de questões e pode causar sérios embaraços; que os próprios fatos admitem interpretações muitíssimo diferentes e que, quando mesmo estas interpretações pareçam evidentes, pode dar-se que sejam todas errôneas”.



“No estudo da verdade, o principal não é encontrá-la, mas investigá-la.
Quem a investigar com sinceridade, fará o seu dever”.



“A experiência nos ensina que o nosso cérebro não pode conceber pensamento ou desejo algum que não tenha a sua causa em um fato precedente do sistema nervoso, isto é, em uma sensação”.



“O próprio homem que despreza a multidão demonstra com suas ações mais importantes, que admite em tese serem os conceitos do povo, ou melhor, da plebe, justos e apreciáveis”.



“Somente o indivíduo é coisa realmente existente, independente, bem definida, enquanto a espécie é qualquer coisa incerta, impossível de definir-se com precisão.
Dois indivíduos nunca e de modo algum poderiam confundir-se um com o outro”.










NORDAU, Max. Paradoxos. Edição revista por Carlos Kehdy. 2ª Ed. São Paulo: Edições e Publicações Brasil Editora, 1960.

Sobre Max Nordau clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Nordau

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

VINICIUS DE MORAES (10)

SONETO DE QUARTA – FEIRA DE CINZAS
(Vinicius de Moraes)



Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada.

Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada.

Porque te vi nascer, de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura.

Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.









MORAES, Vinicius de. Livros dos sonetos. Prefácio de Otto Lara Rezende. 19ª. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

I. V. PAVLOV

I. V. Pavlov
Em
Fisiologia e Psicologia.





“Mais tarde ou mais cedo, apoiando-se na analogia ou na identidade das manifestações externas, a ciência aplicará os dados objetivos obtidos ao nosso mundo subjetivo e, simultaneamente, esclarecerá de forma inequívoca a nossa tão misteriosa natureza e fará compreender o mecanismo e o sentido vital daquilo que mais preocupa o homem: a sua consciência e os tormentos da sua consciência”.



“O filósofo, encarnando a suprema aspiração do homem para a síntese – que no momento presente é ainda uma nebulosa – deve, desde agora, ao tentar dar uma resposta a quanto diz respeito à vida humana, fundir num todo o objetivo e o subjetivo”.



“Não se deve a casualidade que a luta pelo pão quotidiano domine todos os acontecimentos da vida humana.
O pão encarna a velha conexão existente entre todos os seres vivos – incluído o homem – e o meio ambiente”.



“É necessário reconhecer que o progresso das ciências naturais, ininterrupto e irresistível desde Galileu, sofre o seu primeiro notável obstáculo ao enfrentar o estudo das regiões superiores do cérebro ou, dito de uma maneira mais geral, quando se encontra perante o órgão que preside às relações mais complexas dos animais com o mundo exterior”.









PAVLOV, I. V. Fisiologia e Psicologia. Prefácio, seleção, léxico e notas críticas de Antônio Colodron Alvarez. Tradução de Franco de Sousa. Lisboa: Editorial Estúdios Côr, 1976.

Sobre Pavlov clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Petrovich_Pavlov

MC CRÉU




Dança do Créu.
(MC Créu)
Adicionado no Youtube em 4 de novembro de 2007.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

R. D. LAING (3)



R. D. Laing
Em
Laços.





“Eles estão jogando o jogo deles.
Eles estão jogando de não jogar um jogo.
Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão,
quebrarei as regras do seu jogo
e receberei a sua punição.
O que eu devo, pois, é jogar o jogo deles,
o jogo de não ver o jogo que eles jogam”.





“Eles não estão se divertindo.
E se eles não se divertem eu também não me divirto.
Somente se eu puder levá-los a se divertir
poderei divertir-me juntamente com eles.
Mas não é nada divertido levá-los a divertir-se;
pelo contrário, é trabalho muito árduo.
Quem sabe, eu talvez me divertisse
se descobrisse por que não se divertem.
Mas não fica nada bem que me divirta procurando
saber o porquê não se divertem.
Ainda assim é um pouco divertido o ato de fingir
que não encontro diversão em descobrir
o motivo por que não se divertem”.




“Se eu não sei que não sei
penso que sei.
Se eu não sei que sei
penso que não sei”.







LAING, R. D. Laços. Tradução de Mário Pontes. Petrópolis: Vozes, 1974.

Sobre R. D. Laing clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/R._D._Laing

terça-feira, 4 de agosto de 2009

PAOLO MANTEGAZZA



Paolo Mantegazza
Em
A Arte de Ser Feliz.






“Uma palavra ao leitor

– És são?
– Sim.
– És um homem de bem?
– Sim.
– Tens o pão de cada dia?
– Sim.
– És feliz?
– Não.
Pois bem! Trata da tua saúde e depois vai para a escola, porque estás doente e és ignorante”.



“Alimentos simples convêm à saúde e à longevidade; alegrias simples convêm à felicidade”.



“A vida é uma mesa sempre posta, à qual se sentam convidados e não convidados: e a felicidade, que é uma das coisas mais vivas deste mundo, tem os seus parasitas, que se lhe apegam e a corroem: ai daquele que os não destrói imediatamente!”



“O trabalho excessivo e enervante é dor, mas o repouso absoluto é pior do que dor, porque é veneno letal, que mata a alegria e às vezes até a vida”.



“A vida é breve, e o melhor modo de remediar os pecados cometidos é começar a fazer o bem”.








MANTEGAZZA, Paulo. A Arte de Ser Feliz. Tradução de Arlindo Varela. Lisboa: Santos & Vieira, 1914.

Sobre Paolo Mantegazza clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paolo_Mantegazza

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

GONÇALVES DE MAGALHÂES



Gonçalves de Magalhães
Em
Comentários e Pensamentos.






“A ciência das coisas da natureza é como a luz que, quanto mais forte esclarece os corpos de um lado, tanto mais escura se projeta a sombra do outro”.



“A ciência humana é como uma ponte suspensa sobre o abismo, e cujas extremidades se perdem em espessos nevoeiros: tudo nos parece claro e seguro, se caminhamos sobre a sua superfície; tudo é obscuro e problemático, se examinarmos os seus pontos de apoio”.



“A crença é um reflexo da razão no meio da nossa ignorância; como a luz da lua é um reflexo da do sol no meio das trevas”.



“A natureza humana é tão misteriosa que uma grande ventura nos faz chorar e uma grande desgraça nos faz rir”.



“De todas as paixões que agitam a sociedade, a mais funesta e sanguinária é a ambição de poder”.








WERNECK, Eugenio. Antologia Brasileira. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=z7lVAAAAMAAJ&dq=WERNECK,+Eugenio.+Antologia+Brasileira&source=gbs_navlinks_s



Sobre Gonçalves de Magalhães clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_Jos%C3%A9_Gon%C3%A7alves_de_Magalh%C3%A3es

FRANÇOIS CLOUET

National Gallery of Art, Washington D.C.


Dame au bain.
c.1571 – óleo sobre tela – 92,3 x 81,2 cm.
Autor: François Clouet

Sobre François Clouet clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_Clouet




sábado, 1 de agosto de 2009

MARTIN BUBER



Martin Buber
Em
Eu e Tu.






“O mundo da relação se realiza em três esferas.
A primeira é a vida com a natureza.
Nesta esfera a relação realiza-se numa penumbra como que aquém da linguagem.
As criaturas movem-se diante de nós sem possibilidade de vir até nós e o TU que lhes endereçamos depara-se com o limiar da palavra.

A segunda é a vida com os homens.
Nessa esfera a relação é manifesta e explícita: podemos endereçar e receber o TU.

A terceira é a vida com os seres espirituais.
Aí a relação, ainda que envolta em nuvens, se revela, silenciosa mas gerando a linguagem.
Nós proferimos, de todo nosso ser, a palavra-princípio sem que nossos lábios possam pronunciá-la.

Mas como podemos incluir o inefável no reino das palavras-princípio?

Em cada uma das esferas, graças a tudo aquilo que se nos torna presente, nós vislumbramos a orla do TU eterno, nós sentimos em cada TU um sopro provindo dele, nós o invocamos à maneira própria de cada esfera”.









BUBER, Martin. Eu e Tu. Introdução e tradução de Newton Aquiles von Zuben. 2ª. Ed. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.

Sobre Martin Buber clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Buber