terça-feira, 18 de agosto de 2009

CASSIRER (4)



Ernst Cassirer
Em
A Filosofia das formas simbólicas: segunda parte – O pensamento mítico.






“Em quase todos os domínios do “espírito objetivo” se pode apontar essa fusão, essa unidade concreta que ele originalmente forma com o espírito mítico.

As criações da arte, assim como as do conhecimento, os conteúdos da moralidade, do direito, da linguagem, da técnica – todos remetem aqui à mesma relação fundamental.

A questão sobre a “origem da linguagem” está indissoluvelmente entrelaçada à da “origem do mito” – as duas só podem ser formuladas se unidas e em relação recíproca uma com a outra.

O problema dos primórdios da arte, dos primórdios da escrita, dos primórdios do direito e da ciência nos reenvia, na mesma proporção, a uma etapa em que todos ainda repousam na unidade imediata e indiferenciada da consciência mítica.

Os conceitos teóricos fundamentais do conhecimento, os conceitos de espaço, tempo e número, ou os conceitos jurídicos e sociais, como por exemplo o conceito de propriedade, assim como também as construções da economia, da arte e da técnica só paulatinamente desprendem-se desse invólucro e confinamento”.





“Hoje se afirma abertamente que entre mito e história não se pode fazer nenhuma clara separação lógica e que, ao contrário, toda compreensão histórica está impregnada de elementos genuinamente míticos, e está necessariamente ligada a eles”.










CASSIRER, Ernst. A Filosofia das formas simbólicas: segunda parte – O pensamento mítico. Tradução: Cláudia Cavalcanti. Revisão técnica e da tradução Moacyr Ayres Novaes Filho. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

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