sexta-feira, 31 de julho de 2009

GIBRAN KHALIL GIBRAN (3)



Gibran Khalil Gibran
Em
O Profeta.





“Disseram-vos que a vida é escuridão, repetis o que os cansados vos disseram.

E eu vos digo que a vida é realmente escuridão, exceto quando há um impulso.

E todo impulso é cego, exceto quando há saber.

E todo saber é vão, exceto quando há trabalho.

E todo trabalho é vazio, exceto quando há amor.

E quando trabalhais com amor, vós vos unis a vós próprios e uns aos outros, e a Deus.

E que é trabalhar com amor?

É tecer o tecido com fios desfiados de vosso próprio coração, como se vosso bem-amado tivesse que usar esse tecido.

É construir uma casa com afeição, como se vosso bem-amado tivesse que habitar essa casa.

É semear as sementes com ternura e recolher a colheita com alegria, como se vosso bem-amado fosse comer-lhe os frutos.

É por em todas as coisas que fazeis um sopro de vossa alma.

E saber que todos os abençoados mortos vos rodeiam e vos observam”.








GIBRAN, Gibran Khalil. O Profeta. Tradução e apresentação de Mansour Challita. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, s/data.
Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/6857926/Khalil-Gibran-O-Profeta

Sobre Gibran Khalil Gibran clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Khalil_Gibran

quinta-feira, 30 de julho de 2009

ROBERTO FREIRE (2)



Roberto Freire
Em
Ame e dê Vexame.






“Quando eu era mais jovem tinha medo de me entregar totalmente ao amor porque isso me fazia parecer frágil, vulnerável, sensível demais, facilmente dominável e usável.

Sobretudo, eu tinha vergonha de parecer romântico, sei lá por quê.

Assim, toda vez que me apaixonava, ficava romântico e isso me enchia da sensação do ridículo.

Desgraçadamente, naquela época eu ainda não sabia ser um romântico por opção profunda, tão profunda que eu próprio não conseguia me dar conta disso.

E lutava para enfrentar e não permitir a exteriorização do que considerava ser a minha tara, apavorado de dar vexames.

Porém, felizmente, acabei podendo dar todos os vexames possíveis a que tinha direito, no correr dos amores e da vida”.




“Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantifica-lo já não está amando”.







FREIRE, Roberto. Ame e dê Vexame. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990.

Sobre Roberto Freire clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Freire_(psiquiatra)

RABISCOS NO BLOCO


quarta-feira, 29 de julho de 2009

JOSÉ MARCIANO / DARCI ROSSI



FIO DE CABELO
(Composição: Marciano / Darci Rossi)





Quando a gente ama
Qualquer coisa serve para relembrar
Um vestido velho da mulher amada
Tem muito valor
Aquele restinho do perfume dela que ficou no frasco
Sobre a penteadeira
Mostrando que o quarto
Já foi o cenário de um grande amor

E hoje o que encontrei me deixou mais triste
Um pedacinho dela que existe
Um fio de canelo no meu paletó
Lembrei de tudo entre nós
Do amor vivido
Aquele fio de cabelo comprido
Já esteve grudado em nosso suor

Quando a gente ama
E não vive junto da mulher amada
Uma coisa à toa
É um bom motivo pra gente chorar
Apagam-se as luzes ao chegar a hora
De ir para a cama
A gente começa a esperar por quem ama
Na impressão que ela venha se deitar

E hoje o que encontrei me deixou mais triste
Um pedacinho dela que existe
Um fio de cabelo no meu paletó
Lembrei de tudo entre nós
Do amor vivido
Aquele fio de cabelo comprido
Já esteve grudado em nosso suor






Sobre José Marciano clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Marciano

Sobre Darci Rossi clique no linque abaixo:
http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?tabela=T_FORM_A&nome=Darcy+Rossi

terça-feira, 28 de julho de 2009

DEMÓCRITO DE ABDERA (2)



Demócrito de Abdera

Fragmentos.





“É esforçar-se em vão pretender trazer conhecimento a quem imagina possuir entendimento”.


“Muitos que cometem as mais vergonhosas ações, falam honestamente”.


“Falsos e hipócritas são aqueles que tudo fazem com palavras, mas na realidade nada fazem”.


“A inimizade dos parentes é muito pior do que a dos estranhos”.


“Ser dominado por uma mulher é, para um homem, a mais extrema ofensa”.


“A educação é um ornamento para os felizes; para os desgraçados é um refúgio”.


“Sobre as más ações deve-se evitar mesmo a conversa”.










BORNHEIM, Gerd A. Os Filósofos Pré- Socráticos. 2ª. Ed. Sem indicação de tradutor. São Paulo: Cultrix, 1972.

Sobre Demócrito de Abdera clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Demócrito_de_Abdera

segunda-feira, 27 de julho de 2009

FRANCIS BACON



Francis Bacon
Em
Novum Organum.




IX

“A verdadeira causa e raiz de todos os males que afetam as ciências é uma única: enquanto admiramos e exaltamos de modo falso os poderes da mente humana, não lhe buscamos auxílios adequados”.


X

“A natureza supera em muito, em complexidade, os sentidos e o intelecto.

Todas aquelas belas meditações e especulações humanas, todas as controvérsias são coisas malsãs.

E ninguém disso se apercebe”.


XV

“Não há nenhuma solidez nas noções lógicas ou físicas.

Substância, qualidade, ação, paixão, nem mesmo ser, são noções seguras.

Muito menos ainda as de pesado, leve, denso, raro, úmido, seco, geração, corrupção, atração, repulsão, elemento, matéria, forma e outras do gênero.

Todas são fantásticas e mal definidas”.


XXXIV

“Não é, com efeito, empresa fácil transmitir e explicar o que pretendemos, porque as coisas novas são sempre compreendidas por analogia com as antigas”.


XXXVIII

“Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstrui a ponto de ser difícil o acesso da verdade, como mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado, poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam”.










BACON, Francis. Novum Organum – Nova Atlântida. Tradução e notas de José Aluysio de Andrade. 1ª. Ed. São Paulo: Abril Cultural: 1973.

Sobre Francis Bacon clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon_(fil%C3%B3sofo)

TODOS DE PARABÉNS


Esta é a milésima postagem no Reflexões.

Mais uma vez, preciso agradecer a todos os que me ajudam nesse projeto:

- Ao excelente trabalho das equipes do Blogger e do Google;

- Ao pessoal do Sitemeter, por me mostrar, a qualquer tempo, a existência dos leitores discretos (sempre sem comentários); os leitores diários; os que dedicaram longos minutos de seu tempo; enfim, me proporcionando alguns dos grandes prazeres de quem quer comunicar;

- E, muito especialmente, a vocês pela companhia, pela forma carinhosa e paciente que receberam este projeto em seus mundos virtuais, e pelos comentários e sugestões.

Espero continuar por aqui...

sábado, 25 de julho de 2009

BOCAGE



SONETO
(Bocage)




Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei do Amor, se a força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas:

Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas,

É teu fim, seu projeto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo:

Queres que fuga de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.






BOCAGE, Manuel Maria Barbosa Du. Sonetos e outros poemas. São Paulo: FTD, 1994. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000059.pdf

Sobre Bocage clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage

sexta-feira, 24 de julho de 2009

MICHEL FOUCAULT (4)



Michel Foucault
Em
Vigiar e Punir.







“O princípio da moderação das penas, mesmo quando se trata de castigar o inimigo do corpo social, se articula em primeiro lugar como um discurso do coração.

Melhor, ele jorra como um grito do corpo que se revolta ao ver ou ao imaginar crueldades demais.

A formulação do princípio de que a penalidade deve permanecer “humana” é feita, entre os reformadores, na primeira pessoa.

Como se se exprimisse imediatamente a sensibilidade daquele quem fala; como se o corpo do filósofo ou do teórico viesse, entre a fúria do carrasco e do supliciado, afirmar sua própria lei e impô-la finalmente a toda a economia das penas.

Lirismo que manifesta a impotência em encontrar o fundamento racional de um cálculo penal?

Entre o princípio contratual que rejeita o criminoso para fora da sociedade e a imagem do monstro “vomitado” pela natureza, onde encontrar um limite, senão na natureza humana que se manifesta – não no rigor da lei, não na ferocidade do delinqüente – mas na sensibilidade do homem razoável que faz a lei e não comete crimes”.







FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987. Disponível em:
http://www.esnips.com/doc/20e834a1-8177-4018-9bef-29b575e5f8ea/Michel...)

Sobre Michel Foucault clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Foucault

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ANDRÉ MAUROIS



André Maurois
Em
Arte de Viver.






“Da mesma maneira que a verdadeira santidade consiste menos em êxtases e mortificações que em humildade, doçura e caridade, assim os grandes amores se reconhecem não pelos assaltos furiosos do desejo mas pela perfeita e durável harmonia da vida cotidiana”.



“A lógica, certamente, tornou leves os espíritos; deu-lhes uma agilidade que não tinham, mas também o hábito perigoso de acreditar que tudo está ganho quando se fizer um raciocínio que tenha a aparência de ser verdadeiro”.



“O prazer do trabalho pode tornar-se tão completo que chega a substituir todos os outros”.



“Os subordinados devem saber que, se não executam as ordens, serão sacrificados, mas também que, se a execução das ordens conduz ao desastre, estarão acobertados”.



“O verdadeiro mal da velhice não é o enfraquecimento do corpo, é a indiferença da alma”.









MAUROIS, André. Arte de Viver ou A Pequena Filosofia da Vida. Tradução de Odilo Costa, Filho, e Álvaro Costa. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Casa Editora Vecchi, 1940.

Sobre André Maurois clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Maurois

OTTO MUELLER


Saint Louis Art Museum.



Self-Portrait
(c. 1921) – têmpera sobre tela – 66 x 47,9 cm.
Autor: Otto Mueller.


Sobre Otto Mueller clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Otto_Mueller

quarta-feira, 22 de julho de 2009

DIÓGENES DE APOLÔNIA



Diógenes de Apolônia

Fragmento



“A minha maneira de ver, para tudo resumir, é que todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa.

E isso é evidente.

Porque se as coisas que são agora neste mundo – terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo –, se alguma dessas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria, e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas.

Todas as coisas nascem, através de diferenciações de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retornando sempre à mesma coisa”.








BORNHEIM, Gerd A. Os Filósofos Pré- Socráticos. 2ª. Ed. Sem indicação de tradutor. São Paulo: Cultrix, 1972. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/6986670/Gerd-A

Sobre Diógenes de Apolônia clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diógenes_de_Apolônia

terça-feira, 21 de julho de 2009

FRANCISCO MANUEL DE MELO



APOLOGO DA MORTE
(Francisco Manuel de Melo)





Vi eu um dia a Morte andar folgando
Por um campo de vivos, que a não viam.
Os velhos, sem saber o que faziam,
A cada passo nela iam topando.

Na mocidade os moços confiando,
Ignorantes da morte, a não temiam.
Todos cegos, nenhuns se lhes desviam;
Ela a todos co dedo os vai contando.

Então, quis disparar, e os olhos cerra;
Tirou, e errou! Eu, vendo seus empregos
Tão sem ordem, bradei! Tem-te homicida!

Voltou-se, e respondeu: Tal vai de guerra!
Se vós todos andais comigo cegos,
Que esperais que convosco ande advertida?








MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa – através dos textos. 5ª. Ed. São Paulo: Editora Cultrix, 1972.

Sobre Francisco Manuel de Melo clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Manuel_de_Melo

segunda-feira, 20 de julho de 2009

GEORGE BERKELEY (2)



George Berkeley
Em
Princípios do Conhecimento Humano.






“Há quem afirme que a figura, o movimento e o resto das qualidades primárias ou originais existem fora da mente, em substâncias não-pensantes; e quem afirma isto reconhece ao mesmo tempo que as cores, os sons, o calor, o frio e outras qualidades secundárias semelhantes não existem fora da mente.

E nos dizem que ditas qualidades são sensações que unicamente existem na mente e que só dependem e são ocasionadas pelo diferente tamanho, textura e movimento de minúsculas partículas de matéria.

Tomam isso por indubitável verdade, demonstrável sem exceção alguma.

No entanto, se é verdade que essas qualidades originais estão inseparavelmente unidas com as outras qualidades sensíveis e não são suscetíveis, nem sequer no pensamento, de abstrair-se delas, se seguirá claramente que só existem na mente.

Gostaria que todos refletissem e tratassem de ver se, mediante algum tipo de abstração mental, podem conceber a extensão e o movimento de um corpo, prescindindo de todas as demais qualidades sensíveis.

De minha parte, vejo com clareza que não tenho o poder de formar uma idéia de um corpo extenso e móvel, a não ser que dê a esse corpo alguma cor ou alguma outra qualidade sensível que se reconhece como existente só na mente.

Em breve, a extensão, a figura e o movimento, abstraídos de todas as demais qualidades, são inconcebíveis.

Portanto, onde existam as outras qualidades sensíveis, também deverão estar as primeiras; e seu lugar terá de ser a mente, e nenhum outro”.







BERKELEY, George. Princípios do Conhecimento Humano. Tradução: André Campos Mesquita. São Paulo: Escala, 2006.

Sobre George Berkeley clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Berkeley

RABISCOS NO BLOCO


sábado, 18 de julho de 2009

MONTEIRO LOBATO



Monteiro Lobato
Em
O Saci.





“A rotação da terra produz a noite; a noite produz o medo; o medo gera o sobrenatural – divindades e demônios têm origem comum da treva.

Quando o sol raia, desdemoniza-se a natureza.
Cessa o Sabá.
Satã afunda no inferno, seguido da alcatéia inteira de diabos menores.

A bruxa reveste a forma humana.
O lobisomem perde a natureza dupla.
Os fantasmas diluem-se em névoa.
Evaporam-se os duendes.
Os gnomos subterrâneos mergulham no escuro das tocas.
A caipora deixa em paz o viajante.
As mulas sem cabeça reincabeçam-se e vão pastar mansamente.
As almas penadas trancam-se nas tumbas.
Os sacis param de assobiar e, cansados duma noite inteira de molecagens, escondem-se nos socavões das grotas, no fundo dos poços, em qualquer couto onde não penetre a luz, sua mortal inimiga.
Filhos da sombra, ela os arrasta consigo mal o Sol anuncia, pela boca da Aurora, o grande espetáculo em que a Luz e sua filha Cor esplendem numa fulgurante apoteose”.








LOBATO, Monteiro. Idéias de Jeca Tatu. São Paulo: Editora Brasiliense, 1957.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Monteiro_Lobato

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SCHLICK (2)



Moritz Schlick
Em
Positivismo e Realismo.






“O objetivo propriamente dito da Filosofia reside em procurar esclarecer o sentido de afirmações e perguntas”.



“Ora, pela análise filosófica não logramos decidir se uma coisa é real, mas somente descobrir o que se quer dizer ao afirmar que a coisa é real.
Se for este o caso ou não, só podemos descobri-lo através dos métodos habituais da vida diária e da ciência, pela experiência”.



“O primeiro passo de todo filosofar e o fundamento de toda reflexão consistem em enxergar que é absolutamente impossível assinalar o sentido de uma afirmação, a não ser descrevendo as condições que devem ocorrer para que a afirmação seja verdadeira”.



“Uma vez que as proposições ou enunciados não constituem outra coisa senão veículos de comunicação, só se pode creditar como sentido o que pode ser comunicado.
Por esta razão insistiria em que o termo “sentido” só pode significar sempre “sentido indicável”.



“A negação da existência de um mundo externo transcendente seria uma proposição tão metafísica quanto a sua afirmação.
Por conseguinte, o Empirismo conseqüente não nega o transcendente, senão que afirma destituídas de sentido, na mesma medida, tanto a negação como a afirmação do transcendente”.










SCHLICK, Moritz. “Positivismo e Realismo”. In. Coletânea de Textos: Schlick e Carnap. Seleção de Paulo Rubén Mariconda. Traduções de Luís João Baraúnas e Pablo Rubén Mariconda. São Paulo: Editora Abril, 1980. (Os Pensadores)

Sobre Moritz Schlick clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moritz_Schlick

quinta-feira, 16 de julho de 2009

AUGUSTO DOS ANJOS (3)



ETERNA MÁGOA
(Augusto dos Anjos)





O homem por sobre quem caiu a praga
Da tristeza do Mundo, o homem que é triste
Para todos os séculos existe
E nunca mais o seu pesar se apaga!

Não crê em nada, pois, nada há que traga
Consolo à Mágoa, a que só ele assiste.
Quer resistir, e quanto mais resiste
Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga.

Sabe que sofre, mas o que não sabe
É que essa mágoa infinda assim, não cabe
Na sua vida, é que essa mágoa infinda

Transpõe a vida do seu corpo inerme;
E quando esse homem se transforma em verme
É essa mágoa que o acompanha ainda!






Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000306.pdf

Sobre Augusto dos Anjos clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos

quarta-feira, 15 de julho de 2009

TERTÚLIA VIRTUAL: TEMA LIVRE


A MONTANHA DOS MACACOS
(Chuang Tzu)
“O Príncipe de Wu foi de barco à Montanha dos Macacos.
Logo que os macacos o viram, fugiram em pânico, e esconderam-se nos topos das árvores.
Um macaco, porém, estava inteiramente despreocupado, pulando de galho em galho – uma extraordinária demonstração!
O Príncipe atirou uma flecha no macaco, mas este, como um malabarista, pegou a flecha no ar. Com isso, o Príncipe ordenou a seus companheiros que atacassem em conjunto.
Num instante o macaco foi atingido por várias flechadas e caiu morto.
Em seguida, voltou-se o Rei para o seu companheiro Yen Pu’i:
“Viu o que aconteceu?”, disse-lhe.
“Este animal exibiu a sua esperteza.
Confiou em sua própria habilidade.
Pensava que ninguém fosse pegá-lo.
Lembre-se disto!
Não confie no valor nem no talento, quando lidar com os homens. ”
Quando retornaram a casa, Yen Pu’i tornou-se discípulo de um sábio, para libertar-se de tudo que o fizesse se destacar.
Renunciou a todos os prazeres.
Aprendeu a esconder toda a “diferença”.
Em breve ninguém no Reino sabia o que pensar dele.
E assim, passaram a reverenciá-lo com temor".


CHUANG TZU, considerado o maior escritor taoista de cuja existência se tem notícia, escreveu sua obra no final do período clássico da filosofia chinesa, de 550 a 250 AC.
MERTON, Thomas. A Via de Chuang Tzu. Petrópolis: Editora Vozes, 1974.


Esta postagem faz parte do "Tertúlias Virtuais", proposta do Varal de Idéias e do Expresso da Linha, que ocorria todo dia 15 de cada mês.

Mais participantes do Tertúlia Virtual, aqui

terça-feira, 14 de julho de 2009

JEAN CRUET (2)



Jean Cruet
Em
A Vida do Direito e A Inutilidade das Leis.




“O direito, que era, nas suas origens, a própria sociedade na sua evolução espontânea, continua a apartar-se da vida.

A fórmula jurídica, cujas raízes concretas deixam de perceber-se nitidamente, torna-se a pouco e pouco exterior à sociedade e pretende ser-lhe superior.

Essa fórmula parece aos povos ainda pouco civilizados algo de tão alto e tão respeitável que a fazem brotar dos lábios dos deuses ou dos profetas.

Os preceitos jurídicos são do mesmo passo: preceitos teológicos.

O direito adquiriu uma espécie de autonomia: já não é, na expressão de não sei que sociólogo, o esqueleto aparente da sociedade, apresenta-se como o produto de uma vontade onipotente”.




“A crença da onipotência da lei aumenta a intensidade das lutas políticas.

Uns imaginam que a lei tudo pode tirar-lhes, outros que tudo pode dar-lhes: o receio daqueles faz a esperança destes, mas não são quiméricos um e outra?


Se a lei se apresentasse a todos como a expressão aproximada do equilíbrio real da sociedade, e não como a ordem arbitrária duma vontade incondicionada, os cidadãos compreenderiam por si mesmos quão mal avisados andam pedindo ao Parlamento leis perfeitas.

Seria bem fácil responder-lhes: para fazer leis excelentes, era preciso primeiro uma sociedade melhor”.






CRUET, Jean. A Vida do Direito e A Inutilidade das Leis. Sem indicação de tradutor. Lisboa: Antiga Casa Bertrand-José Bastos & Cia. – Livraria editora, 1908.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bd000061.pdf

Sobre o autor:
http://www.diariodeumjuiz.com/?p=968

segunda-feira, 13 de julho de 2009

ALBERT CAMUS (2)



Albert Camus
Em
O Mito e a Realidade.






“Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio.

Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia.

O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou dez categorias, aparece em seguida.

São Jogos.

É preciso, antes de tudo, responder.

E se é verdade, como pretende Nietzsche, que um filósofo, para ser confiável, deve pregar com o exemplo, percebe-se a importância dessa resposta, já que ela vai preceder o gesto definitivo.

Estão aí as evidências que são sensíveis para o coração, mas é preciso aprofundar para torná-las claras à inteligência”.




“No plano da inteligência, posso pois afirmar que o absurdo não está no homem (se semelhante metáfora pudesse ter um sentido), nem no mundo, mas em sua presença comum”.








CAMUS, Albert. O Mito e a Realidade. Tradução e apresentação: Mario Gama. Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/5444639/Albert-Camus-O-Mito-e-a-Realidade

Sobre Albert Camus clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Camus

BEN SHAHN


Whitney Museum of American Art, New York

The Passion of Sacco and Vanzetti
(1931-32) – têmpera sobre tela – 214 x 122 cm.
Autor: Ben Shahn

Sobre o autor clique no linque abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Ben_Shahn

sábado, 11 de julho de 2009

ELA É CARIOCA



ELA É CARIOCA
(Composição: Tom Jobim / Vinicius de Moraes)




Ela é carioca
Ela é carioca

Basta o jeitinho dela andar
Nem ninguém tem carinho assim para dar
Eu vejo na luz dos seus olhos
As noites do Rio ao luar

Vejo a mesma luz
Vejo o mesmo céu
Vejo o mesmo mar

Ela é meu amor, só me vê a mim
A mim que vivi para encontrar
Na luz do seu olhar
A paz que sonhei

Só sei que sou louco por ela
E pra mim ela é linda demais
E além do mais

Ela é carioca
Ela é carioca

sexta-feira, 10 de julho de 2009

DANTE ALIGHIERI



Dante Alighieri
Em
Banquete.





“De acordo com o pensamento teológico, pode-se dizer que a suprema divindade, ou seja, Deus, ao ver a criatura predisposta a receber seu benefício, infunde nela tanto mais intensamente quanto mais estiver disposta a recebê-lo.

Como esses dons provêm de inefável caridade e como a divina caridade seja própria do Espírito Santo, esses benefícios são chamados dons do Espírito Santo.

Segundo a distinção que deles faz o profeta Isaías, são sete: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus”.




“Que ninguém se espante se falo de modo que parece difícil ser entendido, porque eu mesmo me espanto como esse tipo de processo pode realizar-se e mesmo ser captado pelo intelecto.

Não é coisa para ser expressa em língua, sobretudo em se tratando de língua popular.

Por esse motivo, não me resta senão dizer como o Apóstolo: “Ó sublimidade das riquezas da sabedoria de Deus, como são incompreensíveis teus juízos e insondáveis teus caminhos”.









ALIGHIERI, Dante. Banquete. Tradução de Ciro Mioranza. São Paulo: Escala, s/d.

Sobre Dante Alighieri clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dante_Alighieri

quinta-feira, 9 de julho de 2009

SCHELLING (2)



Schelling
Em
Sobre o dogmatismo e o criticismo.






“Se o espetáculo da luta destina-se a expor o homem no momento supremo de sua potência autônoma, a calma intuição daquele repouso o encontra, inversamente, no momento supremo da vida.
Ele se abandona ao mundo juvenil, apenas para saciar, em geral, sua sede de vida e de existir.
Existir, existir! Clama-lhe esta; ele prefere precipitar-se nos braços do mundo a tombar nos braços da morte.

Assim sendo, se considerarmos a idéia de um Deus moral por este lado (pelo lado estético), nosso juízo quanto a ela não se faz esperar.
Ao admiti-la, perdemos, ao mesmo tempo, o princípio próprio da estética.

Pois o pensamento de fazer frente ao mundo nada mais tem de grandioso para mim, se coloco entre ele e mim um ser superior, se é preciso um guardião do mundo para mantê-lo em seus limites.

Quanto mais afastado de mim está o mundo, quanto mais intermediários eu coloco entre ele e mim, tanto mais limitada é minha intuição dele, tanto mais impossível aquele abandono ao mundo, aquela aproximação mútua, aquele sucumbir em luta de ambos os lados (o princípio próprio da beleza).

A verdadeira arte, ou antes, o thelon, o que é divino na arte, é um princípio interior que forma a sua matéria de dentro para fora e reage com violência a todo mecanismo tosco, a toda acumulação sem regra de matéria vinda de fora.

Perdemos esse principio interior quando perdemos a intuição intelectual do mundo, que surge pela unificação instantânea dos dois princípios conflitantes em nós, e que está perdida desde o momento em que não pode mais haver em nós nem luta nem identificação”.









SCHELLING, Friedrich Wilheim Joseph von. Obras escolhidas. Seleção, tradução e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os pensadores)

Sobre Schelling clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Wilhelm_Joseph_von_Schelling

RABISCOS NO BLOCO


quarta-feira, 8 de julho de 2009

RUY BARBOSA



Ruy Barbosa
Em
Teoria Política.






“A intolerância, ainda atenuada, polida, mansa, incruenta, é sempre a intolerância, a injustiça, a negação do direito”.



“A militarização das potências divide o mundo em nações de presa e nações de pasto, umas constituídas para a soberania e a rapina, outras para a servidão”.



“Nem a União, nem os Estados, nem as Municipalidades poderão subvencionar religiões, cultos, ou igrejas, travar com alguma das confissões religiosas existentes relações, que venham a importar em aliança do governo com uma igreja ou um culto, que os subordinem ao poder público, que revistam o poder público de ascendente sobre eles, nem franquear o ensino dado nos estabelecimentos públicos à ação desses cultos, dessas igrejas, dessas religiões”.



“A política não é a ideologia, nem a estética.
Não pode ter nem as abstrações ideais da metafísica, nem a inflexibilidade retilínea e absoluta da dialética dedutiva, nem as combinações simétricas da arte.
È, por excelência, entre todas, a ciência experimental”.









BARBOSA, Ruy. Teoria Política. Seleção, coordenação e prefácio de Homero Pires. Rio de Janeiro/ São Paulo/ Porto Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1950.

Sobre Ruy Barbosa clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ruy_Barbosa

terça-feira, 7 de julho de 2009

THOMAS MANN



Thomas Mann
Em
O que penso do mundo e dos homens.






“Estou convencido de que minhas próprias lutas pela análise e síntese só têm significado e valor, enquanto se mantêm em relação trôpega, intuitiva, de tentativa, com esse nascimento que vai chegar.

Em suma, creio na vinda de um novo, um terceiro humanismo, distinto no aspecto e na têmpera fundamental de seus predecessores.

Ele não adulará a humanidade vendo-a através de óculos cor-de-rosa, porque ela terá tido experiências que outros não conheceram.

Ela terá conhecimento franco do aspecto sombrio demoníaco, radicalmente “natural” do homem; unido com reverência pelo seu valor superbiológico, espiritual.

A nova humanidade será universal – e terá a atitude do artista; isto é, ela reconhecerá que o imenso valor e beleza do ser humano se encontram precisamente no fato de pertencer aos dois reinos, da natureza e do espírito.

Ela compreenderá que nenhum conflito romântico ou dualismo trágico se encontre inerente no fato; mas antes uma combinação fecunda e atraente do destino e do livre arbítrio.

Sobre isso ela apoiará um amor pela humanidade, no qual seu pessimismo e seu otimismo se anularão mutuamente”.




“Sejamos claros: o que quero dizer não é sutilização do romântico, nem refinamento do barbarismo.

Falo da natureza esclarecida da cultura: é o ser humano como artista, é a arte como guia na difícil estrada para o conhecimento de si mesmo”.






FADIMAN, Clifton. (Introdução e notas biográficas). O que penso do mundo e dos homens. Tradução de Sônia Barros Sawaya e Paulo Sawaya. São Paulo: Editora Universitária, 1945.

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

HAROLD LASKI (2)



Harold Laski
Em
Fé, Razão e Civilização.





“O abismo que separa os intelectuais do mundo culto, sobretudo do mundo acadêmico, dos problemas máximos do seu tempo, tanto é grave nas suas implicações como é grande em extensão”.



“Políbio é um dos maiores historiadores da antiguidade.
Não é vítima das superstições, cuja imposição às massas recomenda com tanta ênfase.
Tal como Platão, defende a “nobre mentira”, por estar convencido de que a aptidão para o raciocínio e para a virtude antiga se limita a uma classe seleta e pouco numerosa.
Teme que, destruindo-se o poder da superstição, as massas não mais se disponham a suportar o jogo de uma sociedade aquisitiva, na qual o lazer é privilégio de poucos, criado à custa do labor de muitos”.



“Quando uma sociedade se bate pela conservação de um sistema que em verdade já não possui o poder de se renovar, a sátira se torna a expressão mais natural da sua arte”.






LASKI, Harold. Fé, Razão e Civilização. Tradução de Vivaldo Coaracy e Guido Coaracy. Rio de Janeiro: José Olympio, 1946.

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BLIND ZERO - SHINE ON





Directed by Rui de Brito.

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sábado, 4 de julho de 2009

GIOVANNI LEVI



Giovanni Levi
Em
Comportamentos, recursos, processos: antes da “revolução” do consumo.







“O trabalho do historiador apresenta duas características que raramente são objeto de uma conceituação específica e que no entanto colocam graves problemas.

Ele lida, em primeiro lugar, com fatos passados cujas conseqüências presume-se que conheçamos.

Resulta daí que os encadeamentos causais levados em conta na descrição e na explicação dos fenômenos não são invalidados – como aconteceria num teste de laboratório – pela relação causas/conseqüências quando a determinadas causas não correspondem às conseqüências logicamente esperadas.

O que acontece depois pode ser facilmente considerado uma conseqüência do que vem antes, contanto que o encadeamento não pareça demasiado absurdo.

A ligação construída entre um fato e outro é, pode-se dizer, de tipo voluntarista; é criada pelo historiador segundo as regras do bom senso e da plausibilidade, e não a partir de uma verificação suscetível de ser invalidada.

Qualquer que seja a causa admitida, as conseqüências não mudam.

Estamos na situação de um inquérito policial sobre um crime cujo autor seria conhecido desde o início.


A segunda característica liga-se à relação equívoca que existe entre a comunicação dos resultados do inquérito – que requer uma exposição clara e simples – e a complexidade da realidade estudada”.






LEVI, G. “Comportamentos, recursos, processos: antes da “revolução” do consumo. In. REVEL, Jacques (Org.) Jogos de Escalas. Tradução de Dora Rocha. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.

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sexta-feira, 3 de julho de 2009

CASSIRER (3)



Ernst Cassirer
Em
Antropologia Filosófica.






“Existem coisas que, pela sua sutileza e infinita variedade, desafiam todas as tentativas de análise lógica.

E se há alguma coisa no mundo que precisamos tratar desta segunda maneira, é o espírito do homem.

O que caracteriza o homem é a riqueza e a sutileza, a variedade e a versatilidade de sua natureza”.



“Nem a lógica ou a metafísica tradicionais estão em melhor posição para compreender e resolver o enigma do homem.

Sua primeira e suprema lei é o princípio de contradição.

O pensamento racional, o pensamento lógico e metafísico, só pode compreender os objetos que estão livres da contradição e possuem uma natureza e verdade coerentes.

Entretanto, é precisamente esta homogeneidade que nunca encontramos no homem”.



“Não há outro caminho para se conhecer o homem a não ser o de compreender-lhe a vida e seu procedimento.

Mas o que encontramos aqui desafia toda tentativa de inclusão numa fórmula única e simples.

A contradição é o próprio elemento da existência humana.

O homem não tem “natureza” – não é simples e homogêneo.

É uma estranha mistura de ser e não-ser.

Seu lugar fica entre estes dois pólos opostos”.








CASSIRER, Ernst. Antropologia Filosófica. Tradução de Vicente Felix de Queiroz. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1972.

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

ADELINO FONTOURA



ATRAÇÃO E REPULSÃO
(Adelino Fontoura)





Eu nada mais sonhava nem queria
Que de ti não viesse, ou não falasse;
E como a ti te amei, que alguém te amasse,
Coisa incrível até me parecia.

Uma estrela mais lúcida eu não via
Que nesta vida os passos me guiasse,
E tinha fé, cuidando que encontrasse,
Após tanta amargura, uma alegria.

Mas tão cedo extinguiste este risonho,
Este encantado e deleitoso engano,
Que o bem que achar supus, já não suponho.

Vejo, enfim, que és um peito desumano;
Se fui té junto a ti, de sonho em sonho,
Voltei de desengano em desengano.








BANDEIRA, Manuel. Antologia dos Poetas Brasileiros. Poesia da Fase Parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s/data.

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

CLAUSEWITZ (4)



Clausewitz
Em
Crítica.






“Se a função da crítica é atribuir louvores ou censuras, seria necessário colocar-se o mais perto possível do ponto de vista de quem comanda a ação, para que, com isso, acumule tudo o que ele sabe e todos os motivos que o levam a agir, e também deixe fora do seu raciocínio tudo o que a pessoa não pode ou não sabe – principalmente, o resultado.

Entretanto, isso é apenas uma meta que devemos tentar atingir, mas sabemos que nunca poderá ser atingida, porque as circunstâncias peculiares que envolvem e procedem a um acontecimento jamais poderão ser reconstruídas, para serem colocadas mediante os olhos do crítico, exatamente como são vistas pelos olhos da pessoa que age.

Um determinado número de circunstâncias menores, que pode ter influenciado o resultado, evidentemente, se perde no tempo, e muitos motivos subjetivos nunca se tornam conhecidos”.








CLAUSEWITZ, Carl von. Da Guerra: a arte da estratégia. Tradução de Pilar Satierra. São Paulo: Tahyu, 2005.

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MARIE LAURENCIN



Museum of Modern Art, New York City

Girl’s Head
(1916-18) – aquarela, lápis e crayon sobre papel – 15,9 x 17,8 cm.
Autora: Marie Laurencin
Sobre a autora clique no linque abaixo:
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