sábado, 4 de julho de 2009

GIOVANNI LEVI



Giovanni Levi
Em
Comportamentos, recursos, processos: antes da “revolução” do consumo.







“O trabalho do historiador apresenta duas características que raramente são objeto de uma conceituação específica e que no entanto colocam graves problemas.

Ele lida, em primeiro lugar, com fatos passados cujas conseqüências presume-se que conheçamos.

Resulta daí que os encadeamentos causais levados em conta na descrição e na explicação dos fenômenos não são invalidados – como aconteceria num teste de laboratório – pela relação causas/conseqüências quando a determinadas causas não correspondem às conseqüências logicamente esperadas.

O que acontece depois pode ser facilmente considerado uma conseqüência do que vem antes, contanto que o encadeamento não pareça demasiado absurdo.

A ligação construída entre um fato e outro é, pode-se dizer, de tipo voluntarista; é criada pelo historiador segundo as regras do bom senso e da plausibilidade, e não a partir de uma verificação suscetível de ser invalidada.

Qualquer que seja a causa admitida, as conseqüências não mudam.

Estamos na situação de um inquérito policial sobre um crime cujo autor seria conhecido desde o início.


A segunda característica liga-se à relação equívoca que existe entre a comunicação dos resultados do inquérito – que requer uma exposição clara e simples – e a complexidade da realidade estudada”.






LEVI, G. “Comportamentos, recursos, processos: antes da “revolução” do consumo. In. REVEL, Jacques (Org.) Jogos de Escalas. Tradução de Dora Rocha. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.

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