sábado, 25 de julho de 2009
BOCAGE
SONETO
(Bocage)
Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura;
Se a lei do Amor, se a força da ternura
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas:
Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas,
É teu fim, seu projeto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo:
Queres que fuga de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.
BOCAGE, Manuel Maria Barbosa Du. Sonetos e outros poemas. São Paulo: FTD, 1994. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000059.pdf
Sobre Bocage clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage
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2 comentários:
A Razão me persegue, mais eu nem ligo pra ela...
Bjinhos
Bom fim de semana pra vc anjo dos Soneto mais q belos!
Mah
Que bonito. :)
'Importuna razão, não me persigas...
Se conhecendo o mal não dás a cura, deixa-me apreciar minha loucura'
Beijo!
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