sábado, 14 de novembro de 2009
BOCAGE (2)
SONETO
(Bocage)
Enquanto o sábio arreiga o pensamento
Nos fenômenos teus, oh Natureza
Ou solta árduo problema, ou sobre a mesa
Volve o subtil geométrico instrumento:
Enquanto, alçando a mais o entendimento,
Estuda os vastos céus, e com certeza
Reconhece dos astros a grandeza,
A distância, o lugar e o movimento:
Enquanto o sábio, enfim, mais sabiamente,
Se remonta nas asas do sentido
À corte do Senhor omnipresente:
Eu louco, cego, eu mísero, eu perdido
De ti só trago cheia, ó Jônia, a mente:
Do mais, e de mim mesmo ando esquecido...
BOCAGE, Manuel Maria Barbosa Du. Sonetos e outros poemas. São Paulo: FTD, 1994. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000059.pdf
Sobre Bocage clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage
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Um comentário:
Bocage, sempre inigmático e centrado na compreensão de si mesmo.
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