segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CHARLES PÉGUY (2)



Charles Péguy
Em
Da razão.







“Antes de analisar, por seu turno, estes estudos, antes de neles se ser introduzido pelo autor, é indispensável dar-se conta de que o autor apela tão-só para a razão.

Isso é indispensável num tempo em que a razão tem, como quase nunca, tantos inimigos, que são perigosos, em que mais do que nunca tem falsos amigos, que são ainda mais perigosos.

Há que chamar inimigos da razão aos dementes que exercem a sua demência contra a razão.

E há de chamar falsos amigos da razão aos dementes que querem que a razão proceda pelas vias da irrazão”.





“A razão não procede da autoridade governamental.

É, pois, trair a razão querer garantir o triunfo da razão por meios governamentais.

É subtrair-se à razão querer estabelecer um governo da razão.

Não pode haver nem ministério, nem prefeitura, nem subprefeitura da razão, nem consulado, nem pro - consulado da razão.

A razão não pode, a razão não deve mandar em nome de um governo”.





“A razão não exige, a razão não quer, a razão não aceita que a defendam ou que a apóiem oi que atuem em seu nome pelos meios da autoridade governamental.

Em nenhum sentido a razão é a razão de Estado.

Toda a razão de Estado é uma usurpação desleal da autoridade sobre a razão, uma contrafação, uma fraude”.





“Em particular, a razão não procede da autoridade militar.
Ignora totalmente a obediência passiva.

É trair a razão querer garantir a vitória da razão pela disciplina que constitui a força principal dos exércitos.

É fazer desarrazoar a razão ensiná-la pelos meios militares.

A razão não exige, não aceita a obediência”.








PÉGUY, Charles. Da Razão. Tradutor: Artur Morão. Cavilha: Universidade da Beira Interior, 2009. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/peguy_charles_da_razao.pdf

Sobre Charles Péguy clique
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