sábado, 31 de outubro de 2009

MANUEL DA COSTA (atribuído)



Anônimo (atribuído a Manuel da Costa)
Em
A Arte de Furtar.





“E se os ladrões não tiverem arte, busquem outro ofício, por mais que a este os leve e ajude a natureza, se não alentarem esta com os documentos da arte, terão mais certas perdas que ganhos, nem se poderão conservar contra as invasões de infinitas contrariedades que os perseguem.

E, quando os vejo continuar no ofício ilesos, não posso deixar de o atribuir à destreza de sua arte, que os livra até da justiça mais vigilante, deslumbrando-a por mil modos ou obrigando-a que os largue e tolere, porque até para isso têm os ladrões arte”.






“Traz a guerra consigo muitos perigos, trabalhos e gastos; e por isso nenhum príncipe a deve fazer, salvo quando as condições da paz são mais prejudiciais a seu estado e reputação.

Sendo necessário fazer-se, se considerar os danos que dela resultam, nunca se resolverá em a fazer; e não se resolvendo acrescentará as forças ao inimigo e debilitará as suas.

E, assim, convém que resolvendo-se em tomar armas, se resolvam todos a vencer ou morrer com elas.

Meça primeiro em Conselho suas forças com as do inimigo.

E conhecê-las-a em sabendo qual tem mais dinheiro, porque este é o nervo da guerra, que a começa e a acaba.

Três coisas lhe são muito necessárias para a vitória e sem elas não trate da batalha, porque será vencido.

A primeira é dinheiro, a segunda dinheiro e a terceira mais dinheiro.

Com a primeira, terá quanta gente quiser da peleja e, tendo mais gente que o inimigo, vencerá mais facilmente.

Com a segunda, terá armas de sobejo e, quem as tem melhores, assegura a vitória.

Com a terceira, terá mantimentos e, exército bem provido, tarde e nunca é vencido”.








ANÔNIMO. A Arte de Furtar. 3ª. Ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1978.

Sobre A Arte de Furtar clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_de_Furtar

Sobre Manuel da Costa clique no linque abaixo:
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