terça-feira, 27 de outubro de 2009

ANSELMO DE CANTUÁRIA



Anselmo de Cantuária
Em
Monológio.






“Para todo ser que possui a razão, fica certamente claro que aquele [espírito supremo] não tem memória de si e não compreende a si mesmo porque ama a si mesmo, mas, ao contrário, ama a si mesmo porque tem memória de si, e compreende a si mesmo porque não poderia amar a si mesmo se não tivesse a memória e a inteligência de si mesmo.
Nenhuma coisa, na verdade, pode ser amada se não tem memória e inteligência dela, embora seja possível ter a memória e compreender muitas coisas que não se amam.

É, pois, evidente que o amor do espírito supremo procede do fato de que ele se recorda de si mesmo e compreende a si mesmo.
Por isso, se aqui por memória entendemos o pai e por inteligência o filho, é evidente que o amor do espírito supremo procede igualmente do pai e do filho”.



“Se, porém, o espírito supremo ama a si mesmo, não há dúvida de que também o pai ama a si mesmo, o filho ama a si mesmo e cada um deles ama ao outro, porque o pai, individualmente, é o espírito supremo, e o filho, individualmente, é o espírito supremo, e ambos são um só espírito.
E, como cada um deles recorda simultaneamente, de si mesmo e do outro, compreende a si mesmo e ao outro; e porque, tanto o pai como o filho, aquele que ama é também aquele que é amado, decorre necessariamente que cada um ama a si mesmo e ama ao outro com amor igual”.









Santo Anselmo de Cantuária. “Monológio”. Tradução e notas de Ângelo Ricci. In. CIVITA, Victor (Editor). Santo Anselmo de Cantuária, Pedro Abelardo. 1ª. Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores).

Sobre Santo Anselmo de Cantuária clique no linque abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anselmo_de_Cantu%C3%A1ria

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