sábado, 17 de outubro de 2009

JOHANNES HESSEN



Johannes Hessen
Em
Filosofia dos Valores.






“Desde que a existência se acha penetrada e saturada de valores, o homem com o seu pensar e sentir, com todas as suas idéias e ambições, passa logo – sabido é – a achar-se muito bem instalado no meio das coisas finitas.

As realidades da vida facilmente se revestirão, então, das roupagens do divino, e ela, a vida, consciente ou inconscientemente, não tardará em divinizar-se.

A vida passa a ser para o homem o máximo bem a que ele pode aspirar, o mais alto e o último dos bens, para além do qual nada mais é possível desejar.

E assim, como que por encanto, toda idéia dum Além se oblitera e desaparece.

Toda a transcendência será afastada e, pelo contrário, a idéia do cá-deste-mundo, a idéia da mais rigorosa “imanência” da existência, passará a dominar e a determinar o pensar e o sentir, o fazer e o querer do homem.



É preciso notar que são as chamadas naturezas “harmônicas” as que prestam homenagem a esta concepção da vida e a aceitam.

Essas naturezas não conhecem o que é a luta entre o Espírito e a carne, entre o dever e a inclinação, entre a moral e a sensualidade.

Nada sabem do “demonismo” da paixão que dilacera o interno do homem e o arrasta permanentemente pela borda do abismo.

E é porque nunca se acharam junto da voragem destes que nunca as impressionou o desejo de devassarem a fonte primitiva e as últimas profundidades do ser”.











HESSEN, Johannes. Filosofia dos Valores. 4ª. Ed. Tradução e prefácio do Prof. L. Cabral de Moncada. Coimbra: Armênio Amado, Editor, Sucessor, 1974.

Sobre Johannes Hessen clique no linque abaixo:
http://es.wikipedia.org/wiki/Johannes_Hessen

Um comentário:

Sandra disse...

Parabéns pela postagem, amigo.
Gostei dse vim aqui e ler sobre seu artigo.
Um bom final de semana para James.

Com carinho
Sandra