terça-feira, 15 de dezembro de 2009

BERNARDINO LOPES



MINHA DOCE AMIGA
(B. Lopes)





Paremos juntos na tranquilidade
Deste imortal crepúsculo do Afeto.
Onde há um altar, singelo e branco, ereto
A invocação da Pálida Saudade.

Concentra-te na Dor e a flórea idade
Lê no Passado, o livro predileto,
Que eu vou desfiando, compassivo e quieto,
O rosário da minha mocidade...

Ouve o harmonium litúrgico da Mágoa,
Como um rio de lágrimas correndo,
A gemer e a chorar de frágua em frágua.

Que a Senhora dos Tristes nos bendiga!
Vou desfiando o rosário e vai tu lendo,
Meu pobre lírio, minha doce amiga...







BANDEIRA, Manuel. Antologia dos poetas brasileiros - Fase parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1967.

Sobre Bernardino Lopes clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardino_Lopes

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