quinta-feira, 8 de julho de 2010

JERÔNIMO BAÍA



Achando Alívio nas suas Penas.
(Jerônimo Baía)




Se para o canto amor me infunde quanto
No coração incêndio, luz na rima,
Se como lima o peito, o verso lima,
Se dá qual morte à vida, vida ao canto:

Pintarei tão alegre, doce tanto
A pena, que me mata, e que me anima,
Que quem do meu tormento se lastima
Me deseja o pesar, me inveje o pranto.

Vossa efígie, gentil Márcia adorada,
Qual foi da vista ao peito transferida,
Será do peito ao verso trasladada;

E como vista em vós, em mim ouvida
Terá dobrado ser, vida dobrada,
Se a quem morte me dá, dar posso eu vida.








PÉCORA, Alcyr (Org.). Poesia seiscentista: Fênix renascida & Postilhão de Apolo. Introdução de João Adolfo Hansen. São Paulo: Hedra, 2002. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=jkP94AZMGKsC&printsec=frontcover&dq=Poesia&lr=&cd=27#v=onepage&q&f=false

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