Francis Bacon
Em
A Sabedoria dos Antigos.
“As fábulas têm-se prestado a dois usos diferentes e, o que é estranho, a propósitos contrários: elas iludem e escamoteiam, mas ao mesmo tempo esclarecem e ilustram”.
“Com os terrores pânicos, propôs-se uma doutrina profundíssima.
Pela natureza das coisas, toda criatura viva foi dotada com um certo medo ou precaução, cuja finalidade é preservar sua vida e essência, evitando e repelindo os males que se acercam.
Mas essa mesma natureza não sabe guardar as medidas e, juntamente com os medos salutares, mistura sempre temores vãos e sem causa.
Assim, se se pudesse ver no âmago das coisas, todas elas se mostrariam repletas de terrores pânicos – as humanas mais que as outras, infinitamente agitadas e perturbadas pela superstição, que nada mais é que um terror pânico, sobretudo em tempos de penúria, ansiedade e vicissitude”.
“Se as realizações da sabedoria contam-se, porém, entre os trabalhos humanos mais excelentes, também elas padecem tempos adversos.
Sucede que, após períodos de prosperidade, alguns reinos e repúblicas passam por revoluções, motins e guerras – em meio a cujo estridor silenciam as leis, os homens regridem à condição depravada de sua natureza e a desolação se assenhoreia dos campos e cidades.
A durarem as perturbações, não tarda que as letras e a filosofia sejam de tal modo dilaceradas que delas só se podem achar fragmentos, dispersos aqui e ali como destroços de naufrágio”.
BACON, Francis. A Sabedoria dos Antigos. Tradução de Gilson César Cardoso de Souza. São Paulo: Editora UNESP, 2002. Disponível em:
http://blogdocafil.files.wordpress.com/2009/04/bacon-francis-a-sabedoria-dos-antigos.pdf
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon_(fil%C3%B3sofo)
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