segunda-feira, 26 de abril de 2010
JOHANN GOTTLIEB FICHTE (2)
Johann Gottlieb Fichte
Em
O Princípio da doutrina-da-ciência.
“Ao teres consciência de um objeto qualquer – seja, por exemplo, a parede que tens diante de ti – tens propriamente consciência, como acabas de admitir, de teu pensar dessa parede, e só na medida que tens consciência dele tens consciência da parede.
Mas, para teres consciência de teu pensar, tens de ter consciência de ti mesmo – Tu tens consciência de ti mesmo, dizes; logo, distingues necessariamente teu eu pensante do eu pensado no pensamento do eu.
Mas, para que possa fazê-lo, o pensante nesse pensar tem de ser por sua vez objeto de um pensar superior, para poder ser objeto da consciência; com isso, obténs, ao mesmo tempo, um novo sujeito, que deve novamente ter consciência daquilo que antes era o estar-consciente-de-si.
E aqui argumento mais uma vez como antes; e depois de termos principiado a inferir segundo essa lei, não podes mais indicar-me nenhum lugar onde devêssemos deter-nos; logo, para cada consciência, precisamos de uma nova consciência, cujo objeto é a primeira, e assim ao infinito, logo, jamais poderemos chegar a admitir uma consciência efetiva.
- Só tens consciência de ti mesmo, como aquele do qual há consciência; mas, nesse caso, aquele que tem consciência se torna novamente, aquele do qual há consciência, e tens, novamente, de tomar consciência daquele que tem consciência deste, e assim ao infinito; e, assim podes ver como chegarias a uma primeira consciência.
Em suma: por essa via, a consciência absolutamente não se deixa explicar”.
FICHTE, J. G. O Princípio da doutrina-da-ciência. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. Disponível em: http://www.consciencia.org/Fichte.shtml
Sobre Fichte clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Gottlieb_Fichte
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