segunda-feira, 9 de abril de 2007

NIETZSCHE

NIETZSCHE
em
ASSIM FALOU ZARATUSTRA


“Das Antigas e das Novas Tábuas”

– XXVI
“Ó! Meus irmãos! Em quem se encontra o maior perigo do futuro humano?
Não é nos bons e nos justos? Nos que dizem e sentem no seu coração: “Nós sabemos já o que é bom e justo, e possuímo-lo, desgraçados dos que ainda querem procurar aqui!”
E por muito mal que os maus possam fazer, o que fazem os bons é o mais nocivo de tudo!
E por muito mal que os caluniadores do mundo possam fazer, o que fazem os bons é o mais nocivo de tudo!
Meus irmãos, alguém olhou uma vez o coração dos bons e dos justos e disse:
“São os fariseus”. Ninguém, porém, o entendeu.
Os bons e os justos mesmos não o deviam compreender: o espírito deles é um prisioneiro da sua consciência.
A verdade, porém, é esta: é forçoso aos bons serem fariseus, não têm escolha!
É forçoso aos bons crucificarem o que inventa a sua própria virtude!
É esta a verdade!
Outro que descobriu o seu país – o país, o coração, e o terreno dos bons e dos justos – foi aquele que perguntou: “A quem odeiam mais?”
O criador é quem eles mais odeiam: aquele que quebrar tábuas e estranhos valores, ao destruidor, a esse é que chamam criminoso.
Os bons não podem criar: são sempre o princípio do fim.
Crucificam aquele que escreve novos valores em tábuas novas; sacrificam para si o futuro; crucificam o futuro inteiro dos homens!
Os bons são sempre o princípio do fim.”



NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. Tradução Pietro Nassetti. São Paulo: Ed. Martin Claret, 1999.

Sobre o autor procurar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche

Nenhum comentário: