Friedrich Nietzsche
Em
O Viajante e sua sombra.
31 – A vaidade como impulso exagerado de um estado anti – social
“Por razões de segurança pessoal, os homens decretaram que são todos iguais para formar uma comunidade, mas visto que essa concepção é, em última análise, contrária à natureza de cada um e aparece como algo de forçado, quanto mais a segurança geral é garantida tanto mais novos ímpetos do velho instinto de preponderância começam a se mostrar: assim, na delimitação das castas, nas pretensões às dignidades e às vantagens profissionais e em geral nos aspectos de vaidade (maneiras, vestuário, linguagem, etc.).
Mas a partir do momento em que se começa a prever algum perigo para a comunidade, a grande maioria, que não fez valer sua preponderância nos períodos de tranqüilidade pública, restabelece novamente o estado de igualdade: os privilégios e vaidades absurdos desaparecem por algum tempo.
Se, no entanto, a comunidade social desmoronar completamente, se a anarquia se tornar universal, o estado natural brilhará de novo, com a desigualdade despreocupada e absoluta, como foi o caso na ilha de Córcira, segundo o relato de Tucídides.
Não há nem direito natural nem injustiça natural”.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O Viajante e sua Sombra. Tradução: Antonio Carlos Braga e Ciro Miranda. São Paulo: Editora Escala, 2007.
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Um comentário:
Faz tempo que nao lia Nietzsche... sempre bom voltar a descobri-lo. Continue que seu blog e' bastante agradavel. Namibiano Ferreira
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