quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
LUÍS DE CAMÕES (4)
Redondilha 108 – Glosa a mote.
(Luís de Camões)
De vós quererdes meu mal
Me vem podê-lo sofrer.
De tantas penas cercado
Gozo de um bem que já tive,
Que o que me é menos pesado
É ponderar que ainda vive
Um amor tão mal pagado,
A causa deste tormento,
Sem vós, me fora mortal;
Daqui vem que, em dano tal,
Só tenho o contentamento
De vós quererdes meu mal.
De vós quererdes meu mal
Vem o querer esta vida,
Porque a dor de tal ferida,
Posto que em si é mortal,
Fica assi[m] menos sentida.
Eu tenho a dor desta pena
Que me vós fazeis querer,
E, posto que me condena,
De ver que se me ordena
Me vem podê-la sofrer.
CAMÕES, Luís de. Obra Completa. Organização, introdução, comentários e anotações do Prof. Antônio Salgado Júnior. Rio de Janeiro: Companhia Aguilar Editora, 1963.
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2 comentários:
quanta insanidade a nossa civilização, quanta querência de verdades. Luis de Camões teve seu momento de criação. Valeu!
Denise Velasco.
parece tão mais lindo
aqui
que na
escola!
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