sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

JOSÉ DE ALENCAR



José de Alencar
Em
Como e porque sou romancista.






“Hoje em dia quando surge algum novel escritor, o aparecimento de seu primeiro trabalho é uma festa, que celebra-se na imprensa com luminárias e fogos de vista.
Rufam todos os tambores do jornalismo, e a literatura forma parada e apresenta armas ao gênio triunfante que sobe ao Panteão.

Compare-se essa estrada, tapeçada de flores, com a rota aspérrima que eu tive de abrir, através da indiferença e do desdém, desbravando as urzes da intriga e da maledicência”.



“Há de ter ouvido augures, que eu sou um mimoso do público, cortejado pela imprensa, cercado de uma voga de favor, vivendo da falsa e ridícula idolatria a um romance oficial.
Aí tem as provas cabais: e por elas avalie dessa nova conspiração do despeito que veio substituir a antiga conspiração do silêncio e da indiferença”.



“Todavia ainda para o que teve a fortuna de obter um editor, o bom livro é no Brasil e por muito tempo será para seu autor, um desastre financeiro.
O cabedal de inteligência e trabalho que nele se emprega, daria em qualquer outra aplicação, lucro cêntuplo.

Mas muita gente acredita que eu estou cevando em ouro, produto de minhas obras.
E, ninguém ousaria acreditá-lo, imputaram-me isso a crime, alguma coisa como sórdida cobiça.

Que país é este onde forja-se uma falsidade, e para que?
Para tornar odiosa e desprezível a riqueza honestamente ganha pelo mais nobre trabalho, o da inteligência”!





ALENCAR, José de. Como e porque sou romancista. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000311.pdf


Sobre José de Alencar clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Alencar

Um comentário:

Anna Flávia disse...

Nossa, foi preciso.

Beijo
E bom carnaval pra vc, James!