domingo, 21 de outubro de 2007

MÁRIO QUINTANA (6)

O ÚLTIMO POEMA
(Mario Quintana)



Enquanto me davam a extrema unção,
Eu estava distraído...
Ah, essa mania incorrigível de estar
[pensando sempre a mesma coisa!
Aliás, tudo é sempre outra coisa
- segredo da poesia -
E, enquanto a voz do padre zumbia como um besouro,
Eu pensava era nos meus primeiros sapatos
Que continuavam andando, que continuam andando,
Até hoje
Pelos caminhos deste mundo.




QUINTANA, Mario Quintana de Bolso. Porto Alegre: L&PM, 1997.

5 comentários:

Espaços abertos.. disse...

Os caminhos da poesia são infinitos tal como os caminhos do mundo a percorrer.
Bom início de semana
Bjs Zita

Espaços abertos.. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
un dress disse...

strange feelings...

Drica Menezes disse...

grande poeta... Mario Quintana...admiro mto a obra deste gaúcho adorável! Adorei os posts q vi...parabéns pelo blog e mto obrigada pela visita em meu blog...volte sempre! um abraço!

ddd disse...

Meu poeta brasileiro preferido. Pra mim está no mesmo patamar do fernando pessoa, pois é poeta até contando uma história simples e não fala nada que não seja filosofia da melhor qualidade.