terça-feira, 18 de dezembro de 2007

CHATEAUBRIAND



CHATEAUBRIAND
Em
Da natureza do mistério





“As coisas misteriosas são o que há de mais belo, grandioso, e doce na existência.
Os mais maravilhosos sentimentos são os que nos agitam com certa confusão: pudor, amor casto, amizade virtuosa, rescendem misterioso perfume.
Direis que os corações amantes com meias palavras se compreendem e se franqueiam.
A inocência, santa ignorância, não é per si o mais inefável dos mistérios?
Exulta a infância porque tudo ignora, amisera-se a velhice porque tudo sabe: felizmente para ela, principiam os mistérios da morte onde fenecem os da vida.
Dá-se nos afetos o que se dá nas virtudes: as mais angélicas são as que, derivadas imediatamente de Deus, à maneira da caridade, folgam de esconder-se à vista, como a origem delas”.


“Se perscrutarmos nossa alma, segredos se nos mostram as delícias do pensamento”.


“No universo é tudo oculto e desconhecido. O homem que é senão mistério? Donde vem o resplendor que denominamos vida, e em que trevas se apaga?”


“Atenta à propensão do homem para os mistérios, não admira que as religiões de todos os povos tenham segredos impenetráveis”.






CHATEAUBRIAND, François-René de. O Gênio do Cristianismo. v.1. Tradução de Camilo Castelo Branco. Prefácio de Tristão de Ataíde. Rio de Janeiro/São Paulo/ Rio/ Porto Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1952.

Sobre o autor:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois-Ren%C3%A9_de_Chateaubriand

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