segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

ERASMO DE ROTERDAM (3)

Erasmo de Roterdam
Em Elogio da Loucura





“Mas, para vos mostrar que tudo quanto entre os homens existe de célebre, estupendo, glorioso, é tudo obra minha, quero começar pela guerra.
Não se pode negar que essa grande arte seja a fonte e o fruto das mais estrepitosas ações.
No entanto, que coisa se poderia imaginar de mais estúpido que a guerra?
Dois exércitos se batem (sabe Deus por que motivo) e da sua animosidade obtêm muito mais prejuízo do que vantagem”.



“Além disso, dizei-me: que serviço poderiam prestar os sábios, quando os exércitos se estendem em ordem de combate e reboam no espaço o rouco som das cornetas e o rufar dos tambores, ao passo que eles, definhados pelo estudo e pela meditação, arrastam com dificuldade uma vida que se tornou enferma pelo pouco sangue, frio e sutil, que lhes circula nas veias?”



“São necessários homens troncudos e grosseiros, robustos e audazes, mas de muito pouco talento, sim, são necessárias justamente semelhantes máquinas para o mister das armas”.





Erasmo de Roterdam Elogio da Loucura.Tradução de Paulo M. de Oliveira. São Paulo: Atena Editora, 1955.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Erasmo_de_Roterd%C3%A3o

Um comentário:

Alessandra Espínola disse...

Me recorda a peça divertidíssima de Aristófanes, Lisístrata - A greve do Sexo.