sábado, 19 de março de 2011

GILLES LIPOVETSKY



Gilles Lipovetsky
Em
A sociedade da decepção.





“Quando a felicidade é prometida a todos e os prazeres são enaltecidos em cada esquina, a vida cotidiana está passando por uma dura prova.

Além disso, a “qualidade de vida” em todos os campos da atividade humana (vida conjugal, vida sexual, alimentação, moradia, meio ambiente, lazeres etc.) passou a ser o novo horizonte das expectativas individuais.

Quando se põe em destaque um fantasioso conceito de “carência zero” generalizante, como é possível escapar do aumento da decepção?

Quanto mais os imperativos do bem-estar e do bem-viver são fixados como meta imprescindível, mais intransitáveis se tornam as alamedas do desapontamento”.




“A sociedade hipermoderna é propriamente aquela que multiplica ao infinito as ocasiões de experiência frustrante, ao mesmo tempo que deixa de proporcionar os antigos dispositivos “institucionalizados” para debelar esse mesmo mal”.




“Com a dinâmica da individualização, cada um quer ser reconhecido, valorizado, preferido pelos demais, desejável para si mesmo e não confundido com um ser anônimo e “substituível”.

Se concedemos grande apreço ao amor, é porque, entre outras coisas, esse sentimento corresponde às aspirações narcisistas dos indivíduos, indo ao encontro da valorização de si como pessoa única e diferenciada”.




“Ao incentivar o gozo dos prazeres individuais, do bem-estar e dos lazeres, o universo consumista confiscou as portentosas plataformas revolucionárias e nacionalistas de outros tempos, erodindo o espírito militante e as grandes paixões políticas.

O antigo imaginário da consagração completa aos supremos ideais se esvaiu, deixando de servir de estímulo ou sentido para a existência”.




“Em dado momento, os homens descobrirão o lado “picante” da vida longe do hedonismo consumista, sem que a humanidade tenha de abandonar a idade democrática: organizar-se-á uma espécie de “democracia pós-consumista”.

A partir daí, será edificado um novo ideal de vida que, sem reatar com o estilo de vida ascético, abdicará da felicidade consumista enquanto eixo central e predominante da existência”.







LIPOVETSKY, Gilles. A sociedade da decepção [entrevista coordenada por Bertrand Richard]. Tradução de Armando Braio Ara. Barueri, SP: Manole, 2007. Disponível em: http://www.4shared.com/document/voy0zk8K/LIPOVETSKY_Gilles_A_sociedade_.html

Sobre Gilles Lipovetsky clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilles_Lipovetsky

Um comentário:

OLIVEIRA TATTI disse...

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