VIGÍLIA
(Cecília Meireles)
Como o companheiro é morto,
todos juntos morreremos
um pouco
O valor de nossas lágrimas
sobre quem perdeu a vida,
não é nada.
Amá-lo, nesta tristeza,
é suspiro numa selva
imensa.
Por fidelidade reta
ao companheiro perdido,
que nos resta?
Deixar-nos morrer um pouco
por aquele que hoje vemos
todo morto.
MEIRELES, Cecília. Antologia Poética. 3a.ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor,1966.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
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4 comentários:
cecilia meireles.
uma das minhas preferidas.
belo...lágrimas não chega.
morrer sim.
/pelo lado de dentro das lágrimas
...
abraÇo.beijO
Olá, James. Vim retribuir a visita e retribuir o elogio. Também lhe peço desculpa desde já por algumas más palavras que tenha lido no meu blog à cerca do seu país (onde vivo há 6 anos). É que costumo compará-lo com o meu e aí não há nenhum que ganhe...
Belíssimo poema de Cecília Meireles...às vezes pergunto-me como pode a tristeza encerrar tanta beleza...
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