quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
LUÍS DE CAMÕES (3)
Redondilha 106 – Voltas a mote.
(Luís de Camões)
Descalça vai pêra fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O texto nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamalote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa, e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro o trançado,
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à formosura.
Vai fermosa, e não segura.
CAMÕES, Luís de. Obra Completa. Organização, introdução, comentários e anotações do Prof. Antônio Salgado Júnior. Rio de Janeiro: Companhia Aguilar Editora, 1963.
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5 comentários:
Só Camões tinha o grande privilégio de tão bonitos poemas,sempre a evocar as Tágides do Tejo..
Bjs Zita
Camões...o que eu o odiei quando o estudei...e o quanto eu fiquei a gostar quando anos mais tarde me reconciliei com ele... :)
Jimbinho Gold`Steiner
Lembrei do curso clássico no Colégio Nóbrega do Recife e de meu mestre Gaudêncio, que nos ensinava as Canções d`amor e as Canções d`amigo: Digades ma fia, ma fia louçana, porque te tardaste na fria fontana. Os amores hey!
Mas desse tal de "Camonge" (já escutei muita piada com esse cara) eu gostava mais era da que le fala dos peitinhos (êpa!) da defunta: - Alma minha gentil que te partiste...(essa maminha...)
Camões é canção!
pura música...
beijO
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