terça-feira, 16 de junho de 2009
CECÍLIA MEIRELES (8)
RETRATO
(Cecília Meireles)
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Viagem. Lisboa: Editorial Império Ltda., 1940.
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3 comentários:
Cheguei aqui através do "Varal de Idéias" e fui logo dando de cara com um poema da Cecília Meireles, q eu adoro, me identifico com os poemas dela, meio tristes, melancólicos...
Voltarei outras vezes.
Olhei assim de relapso tem muita coisa bonita por aqui.
Bjinhos
Otimo dia!
O que ela escreve a Cecilia, é muito real. Nem sempre nos percebemos das mudanças.Mas o tempo passa.
É preciso olhar para dentro de nós mesmos.
Com carinho
Sandra
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