sábado, 18 de dezembro de 2010

MENOTTI DEL PICCHIA (3)



Noite
(Menotti Del Picchia)




As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.

Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.

Cada leito é a maquete de um túmulo.
Cada sono em ensaio de morte.

No cemitério da treva
Tudo morre provisoriamente.







Fonte: Jornal de Poesia. Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/mpicchia.html

Sobre Menotti Del Picchia clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Menotti_Del_Picchia

4 comentários:

Anna Flávia disse...

Gostei muito.


Beijo!

Isa Soares disse...

Passei pra desejar um natal repleto de paz, saúde e confraternizações, com a bênção de Jesus. E um ano vindouro de muitas realizações e sorte.

Com carinho
Isa

http://sabedorias-isa.blogspot.com

C.A. :) disse...

Muito, muito, muito interessante...
Gostei dessa parte : "Os homens ficam rígidos,tomam a posição horizontal e ensaiam o próprio cadáver."
Uma atitude tão banal, deitar-se e fechar os olhos para adormecer, torna-se uma apologia ao maior medo, mesmo que inconscientemente, de cada ser : a morte.

parabens :)

Andréya Rosa disse...

obg pela visita...
bom domingo..