quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
ÁLVARES DE AZEVEDO
A LAGARTIXA
(Álvares de Azevedo)
A lagartixa ao sol ardente vive
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa.
Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.
Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor a minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores.
Vale todo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha;
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.
AZEVEDO, Álvares de. Poemas Irônicos, Venenosos e Sarcásticos. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000088.pdf
Sobre Álvares de Azevedo clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvares_de_Azevedo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário