terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
CRUZ E SOUSA (5)
ESCÁRNIO PERFUMADO
(Cruz e Sousa)
Quando no enleio
De receber umas notícias tuas,
Vou-me ao correio,
Que é lá no fim da mais cruel das ruas,
Vendo tão fartas,
D’uma fartura que ninguém colige,
As mãos dos outros, de jornais e cartas
E as minhas, nuas – isso dói, me aflige...
E em tom de mofa,
Julgo que tudo me escarnece, apoda,
Ri, me apostrofa,
Pois fico só e cabisbaixo, inerme,
A noite andar-me na cabeça, em roda,
Mais humilhado que um mendigo, um verme...
CRUZ E SOUSA, João da. Poemas Humorísticos e Irônicos de Cruz e Sousa. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000098.pdf
Sobre Cruz e Sousa clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz_e_Sousa
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Um comentário:
bem que dá uma marchinha...
...negócio é pedir ajuda às musas.
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