quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
JÚLIO RIBEIRO
Júlio Ribeiro
Em
A Carne.
“Era uma formosa mulher.
Morena-clara, alta, muito bem lançada, tinha braços e pernas roliços, musculosos, punhos e tornozelos finos, mãos e pés aristocraticamente perfeitos, terminados por unhas róseas, muito polidas.
Por sob os seios rijos, protraídos, afinava-se o corpo na cintura para alargar-se em uns quadris amplos, para arredondar-se de leve em um ventre firme, ensombrado inferiormente por velo escuro abundantíssimo.
Os cabelos pretos com reflexos azulados caíam em franjinhas curtas sobre a testa, indo frisar-se lascivamente na nuca, o pescoço era proporcionado, forte, a cabeça pequena, os olhos negros, vivos, o nariz direito, os lábios rubros, os dentes alvíssimos, na face esquerda tinha um sinalzinho de nascença, uma pintinha muito escura, muito redonda.
Lenita contemplava-se com amor-próprio satisfeito, embevecida, louca de sua carne. Olhou-se, olhou para o lago, olhou para a selva, como reunindo tudo para formar um quadro, uma síntese”.
RIBEIRO, Júlio. A Carne. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000112.pdf
Sobre Júlio Ribeiro clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Júlio_Ribeiro
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