quarta-feira, 4 de março de 2009

WALTER BENJAMIN (2)



Walter Benjamin
Em
Dadaísmo.






“Uma das tarefas mais importantes da arte foi sempre a de gerar uma demanda cujo atendimento integral só poderia produzir-se mais tarde.
A história de toda forma de arte conhece épocas críticas em que essa forma aspira a efeitos que só podem concretizar-se sem esforço num novo estágio técnico, isto é, numa nova forma de arte.
As extravagâncias e grosserias artísticas daí resultantes e que se manifestam sobretudo nas chamadas “épocas de decadência” derivam, na verdade, do seu campo de forças historicamente mais rico.
Ultimamente, foi o dadaísmo que se alegrou com tais barbarismos.
Sua impulsão profunda só agora pode ser identificada: o dadaísmo tentou produzir através da pintura (ou da literatura) os efeitos que o público procura hoje no cinema”.



“Toda tentativa de gerar uma demanda fundamentalmente nova, visando à abertura de novos caminhos, acaba ultrapassando seus próprios objetivos”.


“O dadaísmo colocou de novo em circulação a fórmula básica da percepção onírica, que descreve ao mesmo tempo o lado tátil da percepção artística: tudo o que é percebido e tem caráter sensível é algo que nos atinge.
Com isso, favorece a demanda pelo cinema, cujo valor de distração é fundamentalmente de ordem tátil, isto é, baseia-se na mudança de lugares e ângulos, que golpeiam intermitentemente o espectador”.








BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas Volume 1. Tradução: Sergio Paulo Rouanet. Prefácio: Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense, 1994.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin

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