terça-feira, 3 de maio de 2011

CONTEÚDO 1

Divagações sobre a criação e a administração deste blog.







A “mania” de escrever reflexões junto com “rabiscos” em blocos de desenho me acompanha desde a década de setenta.
Quando gostava de alguma “reflexão”, registrava em um bloco onde aproveitava para depositar meus rabiscos. Reflexões, aí, eram sempre máximas sobre a vida.

O blog Reflexões começou neste mesmo modelo, fazendo acompanhar os textos com os tais rabiscos digitalizados.

Quando já estavam rareando as tais máximas preferidas, me veio a idéia de procurar nas obras que tinha recém estudado (graduação e mestrado de história) trechos que correspondessem a estas reflexões.

Mudava todo o enfoque.
Agora eu procurava reflexões dos autores que justificavam aquele seu determinado trabalho, e meus indicadores de desempenho mostravam que deu muito certo.

Em 10 de dezembro de 2007, postei um trecho de Marc Bloch que teve um desempenho surpreendente, tanto no Google quanto no Sitemeter. Vamos lembrá-lo:

Marc Bloch
Em
Introdução à história




“Uma palavra, em suma, domina e ilumina os nossos estudos: “compreender”.
Não afirmemos que o bom historiador é alheio às paixões; tem aquela, pelo menos.
Palavra essa, não tenhamos ilusões, cheia de dificuldades, mas também de esperança.
Palavra cheia, sobretudo, de amizade.
Até na ação julgamos de mais.
É tão cômodo gritar “à forca”!
Nunca compreendemos bastante.
Quem difere de nós – estrangeiro, adversário político – passa, quase necessariamente, por mau.
Mesmo para orientar as lutas inevitáveis, seria necessário um pouco mais de inteligência das almas; com mais forte razão se as queremos evitar, quando ainda é tempo.
A história, se renunciar ela mesma aos seus falsos ares de arcanjo, deve ajudar a curar-nos desta mania.
Ela é uma vasta experiência da diversidade humana, um longo encontro dos homens.
A vida, como a ciência, tem tudo a ganhar se o encontro for fraternal”.




BLOCH, Marc. Introdução à história. Trad. Maria Manuel Miguel e Rui Grácio. 2a. ed. Lisboa: Europa-América, 1974.



Essa postagem me deu um grande prazer, pois os parâmetros indicavam que ainda não havia na rede este trecho enquanto conteúdo para mecanismos de busca; e ter causado um interesse inesperado tanto no Brasil quanto em Portugal. Até hoje é bastante consultado.
Para coroar meu orgulho professoral, ainda recebi críticas de pessoas que não admitiam que Bloch tivesse uma posição tão avançada, possivelmente pessoas que estão na história para julgar...


Com essa mudança, eu aproveitava para me aprofundar em diversos trabalhos sobre sociedade e cultura, em busca das reflexões essenciais. O que me leva a continuar sempre estudando, coisa que gosto muito.

Veremos mais alguns casos onde penso ter contribuído...

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