quarta-feira, 22 de agosto de 2007

GOETHE

Goethe
Em Werther



“Podes tu afirmar: “Isso existe!”, quando tudo passa, rola e desaparece como um clarão; quando raramente a existência de um ser se prolonga até o esgotamento total das suas forças; quando, ai de mim, absorvido pela corrente, esse mesmo ser vai quebrar-se contra os rochedos?”


“Não há um momento que não devore a ti e aos teus; não há um só instante em que tu não destruas, não sejas forçado a destruir. O teu passeio mais inocente custa a vida a centenas de pobres vermezinhos”.


“Ah! As grandes e raras calamidades deste mundo, as inundações que arrasam as nossas aldeias, os tremores de terra que engolem as nossas cidades, nada disso me comove; o que me dilacera o coração é esta força destruidora oculta em toda a natureza, esta força que nada cria senão para destruir-se e destruir o que a cerca ao mesmo tempo”.


“Assim prossigo eu, vacilante e o coração opresso, entre o céu e a terra com as suas forças sempre ativas, e nada mais vejo senão um monstro que devora eternamente todas as coisas, fazendo-as depois reaparecer, para de novo devorá-las”.



GOETHE, Johann W. von. Werther. Tradução de Galeão Coutinho.São Paulo: Abril Cultural, 1971.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe

3 comentários:

Elsa Sequeira disse...

convido-te a JUNTARES AS TUAS MÃOS ...POR UMA NOBRE CAUSA!

beijinhos!!!

Lord Broken Pottery disse...

James,
Grande texto!
Abraço

Anna Flávia disse...

Concordo sobre destruir.

Beijos