Goethe
Em Werther
“Podes tu afirmar: “Isso existe!”, quando tudo passa, rola e desaparece como um clarão; quando raramente a existência de um ser se prolonga até o esgotamento total das suas forças; quando, ai de mim, absorvido pela corrente, esse mesmo ser vai quebrar-se contra os rochedos?”
“Não há um momento que não devore a ti e aos teus; não há um só instante em que tu não destruas, não sejas forçado a destruir. O teu passeio mais inocente custa a vida a centenas de pobres vermezinhos”.
“Ah! As grandes e raras calamidades deste mundo, as inundações que arrasam as nossas aldeias, os tremores de terra que engolem as nossas cidades, nada disso me comove; o que me dilacera o coração é esta força destruidora oculta em toda a natureza, esta força que nada cria senão para destruir-se e destruir o que a cerca ao mesmo tempo”.
“Assim prossigo eu, vacilante e o coração opresso, entre o céu e a terra com as suas forças sempre ativas, e nada mais vejo senão um monstro que devora eternamente todas as coisas, fazendo-as depois reaparecer, para de novo devorá-las”.
GOETHE, Johann W. von. Werther. Tradução de Galeão Coutinho.São Paulo: Abril Cultural, 1971.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
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3 comentários:
convido-te a JUNTARES AS TUAS MÃOS ...POR UMA NOBRE CAUSA!
beijinhos!!!
James,
Grande texto!
Abraço
Concordo sobre destruir.
Beijos
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