quarta-feira, 8 de agosto de 2007

SALOMÃO

O LIVRO DA SABEDORIA
Capítulo VII
(primeiros 15 versículos)



1. Também eu por certo sou um homem mortal, semelhante a todos, e da descendência daquele terreno que primeiro foi feito, e no ventre de minha mãe fui figurado carne;

2. Dentro do espaço de dez meses fui coalhado em sangue, do sêmem do homem, e concorrendo o deleite do sono.

3. E eu tendo nascido respirei o ar comum e caí na terra feito do mesmo modo, e dei a primeira voz semelhante a todos, chorando.

4. Envolto em faixas fui criado, e isto com grandes cuidados.

5. Porque nenhum dos reis teve outro princípio de nascimento.

6. Logo é para todos uma mesma a entrada na vida, e semelhante à saída dela.

7. Por amor disto desejei eu a inteligência, e ela me foi dada; e invoquei o Senhor, e veio a mim o espírito da sabedoria.

8. E a preferi aos reinos e aos tronos, e julguei que as riquezas nada valiam em sua comparação;

9. Nem pus em paralelo com ela as pedras preciosas; porque todo o ouro em sua comparação é um pouco de areia, e a praia será reputada como lodo à sua vista.

10. Eu a amei mais do que a saúde e do que a formosura, e me resolvi a tê-la por luz; porque a sua claridade é inextinguível.

11. E todos os bens me vieram juntamente com ela, e inumeráveis riquezas por suas mãos;

12. E me regozijei em todas as coisas; porque ia diante de mim esta sabedoria, e eu ignorava que ela é mãe de todos estes bens.

13. Eu a aprendi sem fingimento, e a reparti com os outros sem inveja, e não escondo as riquezas que ela encerra.

14. Porque ela é um tesouro infinito para os homens; do qual os que usaram têm sido feitos participantes da amizade de Deus, recomendáveis pelos dons da doutrina.

15. Mas Deus me fez a graça de que eu falasse segundo o que sinto, e de que presumisse coisas dignas destas que me são dadas; porquanto ele é o guia da sabedoria e o emendador dos sábios;




SALOMÃO (atribuído). O Livro da Sabedoria. Tradução de Pe. Antonio Pereira de Figueiredo. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1952.

Um comentário:

Claudio Boczon disse...

O Salômio era sabão mesmo.