QUEIXA-SE O POETA…
(Gregório de Matos)
Carregado de mim no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer e vou-me ao fundo.
O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ornadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.
Não é fácil viver entre insanos,
Erra, quem presumir, que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.
O prudente varão há de ser mudo,
Que é melhor neste mundo o mar de enganos
Ser louco cos demais, que ser sisudo.
BARBOSA, Frederico (Seleção e Organização) Coletânea Clássicos da Poesia Brasileira. São Paulo: O Globo/Klick Editora, 1997
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_de_Matos
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
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Um comentário:
ah sim!! e que viva a loucuraaaaa!!
:)beijO
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