segunda-feira, 20 de agosto de 2007

GREGÓRIO DE MATOS

QUEIXA-SE O POETA…
(Gregório de Matos)


Carregado de mim no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer e vou-me ao fundo.


O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ornadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.


Não é fácil viver entre insanos,
Erra, quem presumir, que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.


O prudente varão há de ser mudo,
Que é melhor neste mundo o mar de enganos
Ser louco cos demais, que ser sisudo.



BARBOSA, Frederico (Seleção e Organização) Coletânea Clássicos da Poesia Brasileira. São Paulo: O Globo/Klick Editora, 1997

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_de_Matos

Um comentário:

un dress disse...

ah sim!! e que viva a loucuraaaaa!!




:)beijO