quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

OMAR KHÁYYÁM (2)



OMAR KHÁYYÁM
Em
Rubáyát





122

Cansado
de interrogar
em vão os homens e os livros,
interroguei a taça.

Colei os meus lábios aos
seus lábios e murmurei:

“Para onde irei,
depois de morto?”

E a taça me respondeu:
“Bebe na minha boca.

Bebe longamente.

Não volverás jamais a este mundo”.




127

Ignaro, que
cuidas ser sábio,
vejo-te sufocado entre
o infinito do passado
e o infinito do futuro.

Bem quiseras por um limita
entre esses infinitos
e parar...

Vai antes sentar-te
à sombra de uma árvore,
perto de uma ânfora de vinho,
que esquecerás a tua
impotência.




KHÁYYÁM, Omar. Rubáiyát. Versão portuguesa de Otávio Tarquínio de Souza. 14a.ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969.

Sobre o autor:
http://en.wikipedia.org/wiki/Omar_Khayy%C3%A1m

6 comentários:

Joanne disse...

Desconhecia o poema, mas fui conquistada por ele.
Boas leituras.

inespimentel disse...

O infinito do passado e o infinito do futuro,. nós no meio, esmagados por tanta imensidão... bom tema para reflexão... ou então na simplicidade da contemplação talvez superemos a impotência!

Luciana Bauer disse...

hoje todos os meus amigos blogiânicos resolveram se entregar a Baco!

olhe este:

www.marcusfabiano.blogspot.com

(um maravilhoso poeta, cujo primeiro livro já tascou uma indicação de jabuti)

beijo, bom 2008 compadre

Anônimo disse...

sabes, James

eu e a Inês Pimentel temos muitas afinidades, embora só nos conheçamos da blogosfera

Ela disse tudo o que eu tinha para dizer.

Helena disse...

Um belo poema.

Alessandra Espínola disse...

Nos lábios o licor de fel, li cor de fel?
Também sempre quero saber o que vem depois. Pra onde e como?