sábado, 10 de maio de 2008

CECÍLIA MEIRELES (6)



ACALANTO
(Cecília Meireles)






Dorme, que eu penso.
Cada qual assim navega
pelo seu mar imenso.

Estarás vendo. Eu estou cega.
Nem te vejo nem a mim.
No teu mar, talvez se chega.
Este, não tem fim.

Dorme, que eu penso
Que eu penso nesse navio
clarividente em que vais.

Mensagens tristes lhe envio.
Pensamentos... – nada mais.





MEIRELES, Cecília. Mar Absoluto e outros poemas / Retrato Natural. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.

4 comentários:

Sei que existes disse...

São mesmo tristes...
Beijocas grandes

Alessandra Espínola disse...

Cecília "parece" triste, era apenas funda e breve, e de um silência matinal e marítimo rascante!

Anna Flávia disse...

tristinho...

beijo

Helena disse...

Gosto imenso de Cecília e fico com vontade de deixar aqui algo mais escrito por ela.

"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre."